Momento Sputnik: Nvidia perde o equivalente a sete Petrobras em valor na Bolsa com proeza da IA chinesa

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Momento Sputnik: Nvidia perde o equivalente a sete Petrobras em valor na Bolsa com proeza da IA chinesa
Por Rennan Setti/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/N/z/5hficOSjCrQLDACUbDiA/nvidia-chips.jpg)
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você
“Não há nada que você faça bem que um prodígio chinês ainda criança não faça melhor.” Nesta segunda-feira, o misto de truísmo e gracejo que circula há tempos na internet calou fundo, mas no bolso dos investidores do Ocidente.
Diante da proeza técnica da DeepSeek — a firma chinesa que treinou modelos de inteligência artificial ultra-sofisticados a custo menor que o de rivais americanas e sem acesso a chips ocidentais badalados —, as Bolsas americanas revivem o “Momento Sputnik” da Guerra Fria e sangram centenas bilhões de dólares no pregão desta segunda-feira.
O índice Nasdaq, composto por companhias de tecnologia e que foi inflado nos últimos anos graças à demanda quase irrestrita por ações de empresas de IA, despenca 3,4%. É uma reação óbvia à percepção de que companhias que pareciam imparáveis enfrentarão, na verdade, uma competição à altura vinda de firmas que se desenvolveram fora do radar e do hype ocidental sobre a IA.
Nenhuma companhia representa mais esse baque do que a Nvidia, o colosso californiano que foi alçado ao rol das empresas mais valiosas do planeta graças à demanda por seus chips de IA. Acontece que a DeepSeek não precisou usar os processadores mais sofisticados da Nvidia para criar aplicações mais eficientes que seus pares americanos, fazendo com que os investidores passassem a reavaliar a precificação atribuída à companhia de Jensen Huang.
A ação da Nvidia despenca mais de 16% na Bolsa nesta segunda, perdendo US$ 580 bilhões em valor de mercado — o equivalente a quase sete Petrobras — em um único pregão. A companhia ainda vale US$ 2,9 trilhões, mas perdeu o posto de segunda companhia mais valiosa do mundo para a Microsoft, no ranking liderado pela Apple.