AVENTURAS INDICA: 'JANGO E EU', UM RETRATO SENTIMENTAL DO POLÍTICO

Escrito pelo filho de João Goulart, o livro recupera as memórias do autor durante o período de exílio da família do ex-presidente

AVENTURAS INDICA: 'JANGO E EU', UM RETRATO SENTIMENTAL DO POLÍTICO

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AVENTURAS INDICA: 'JANGO E EU', UM RETRATO SENTIMENTAL DO POLÍTICO

Escrito pelo filho de João Goulart, o livro recupera as memórias do autor durante o período de exílio da família do ex-presidente

REDAÇÃO PUBLICADO EM 11/07/2021, ÀS 09H00

Retrato de João Goulart
Retrato de João Goulart - Getty Images

João Vicente Goulart ainda não havia aprendido ainda a ler e escrever quando sua família recebeu a notícia de que teria de pegar um avião da Força Aérea às pressas. Não pôde nem levar os brinquedos que queria.

Era 31 de abril de 1964 e uma aparente quartelada confusa ameaçava a vida de seu pai, o presidente da república João Goulart, e, quem sabe, o resto da família. Em poucos dias, ficou claro que não havia militares fiéis o suficiente e a família pegou outro avião para o exílio no Uruguai. Jango nunca mais pisaria em solo brasileiro.

É dessa perspectiva inicialmente infantil, com memórias esparsas, que a autobiografia de João Vicente , intitulada 'Jango e eu: Memórias de um exílio sem volta', traz uma história altamente sentimental do presidente que dividiu o Brasil e terminou deposto ilegalmente. É também um romance de formação do próprio Vicente em meio ao círculo de amigos do presidente, como Paulo FreireGláuber Rocha e Domingo Perón.

 

João Goulart em retrato fotográfico colorido / Crédito: Getty Images

 

De seu exílio, Jango manteve relações diplomáticas, inclusive o diálogo, com alguns militares. A família mudaria para a Argentina, sua parada final, quando a situação política descambou para uma dita também no país vizinho em 1973.

João Vicente em pessoa se tornaria vítima dos militares uruguaios. O livro termina com o melancólico fim de Jango, sem poder pisar de volta no Brasil, numa Argentina que também havia caído na ditadura.

 

 

Descrevendo adequadamente suas preocupações da época, o autor também não menciona a possibilidade de que Jango tenha sido uma vítima da Operação Condor. Completando o clima de intimidade, o livro ainda conta com fotos pessoais da família do antigo presidente, além de alguns recortes de entrevistas e uma carta para o presidente norte-americano John Kennedy em meio à Crise dos Mísseis de 1962.


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