“Projeto vencedor foi desenvolvimentista. BC não pode impor a recessão”, diz Gleisi

“Projeto vencedor foi desenvolvimentista. BC não pode impor a recessão”, diz Gleisi

“Projeto vencedor foi desenvolvimentista. BC não pode impor a recessão”, diz Gleisi

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Presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). Foto: Paulo Sérgio - Câmara dos Deputados

“Não pode o mercado ficar falando sozinho. O governo, para poder se contrapor a isso, tem que ter um mega programa de investimento, com grandes ações”, disse a presidente nacional do PT

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann afirmou nesta quinta-feira, em entrevista ao site Metrópole, que o projeto que ganhou a eleição foi “na linha desenvolvimentista do Estado”. “Não pode o mercado ficar falando sozinho, pressionando, achando que tem razão. O mercado não ganhou a eleição”, enfatizou.

Para Gleisi, o risco de uma recessão da economia brasileira serve de alerta para corrigir o rumo da taxa de juros. “Estão dizendo que vai ter recessão. Então o governo para poder se contrapor a isso tem que ter um mega programa de investimento, com grandes ações. Tem que pôr dinheiro em circulação. O que nós vamos fazer? Vamos achar que é bom recessão? O mercado vai achar bom recessão? Claro que o mercado também não quer. Então tem que ser uma política ofensiva do Estado brasileiro para a gente não ter recessão esse ano”.

“Temos que fazer uma contraposição para que, pelo menos, o projeto vencedor seja o projeto usado para conduzir o país”. acrescentou a deputada, acrescentando que “é um absurdo uma taxa de juros de 13,75%”. Questionada sobre a posição do ministro da Fazenda, ela disse que não tem diferença. “Ele [Haddad] é do PT. Ele vai implementar a política que o presidente Lula definir”.

Ela afirmou que esse juro alto do BC “está gerando desvantagem competitiva para o Brasil. É contra o Brasil”. “Acho que ele tinha que pedir para sair do Branco Central, ele não tem nada a ver com esse projeto que ganhou nas urnas. Nós precisamos ter um Banco Central que cumpra seu papel, que é de controle da inflação – mas também de geração de emprego, que está lá na lei da autonomia -, mas que não estrangule o país. Não está certo o que ele está fazendo”, disparou a presidente do PT.

 

Sobre a permanência do presidente do BC, ela disse que “e uma decisão do presidente da República e tem que ser votada pelo Senado”. “Eu acho que seria mais fácil [ele pedir para sair], para ele, para nós, para todo mundo. Se ele ficar e continuar não entregando resultado, acho que tem que submeter ao Senado. Qual é o problema? As coisas não são imexíveis. É um medo disso, de falar do tema do Banco Central, do presidente do Banco Central. Onde é que está o problema? Não deu certo, sai”, afirmou a deputada.

“E eu acho que o Senado da República tem responsabilidade com o país, tem que fazer uma discussão. Pode ser que hoje se a gente for fazer uma discussão não tenha maioria, mas na política tudo muda”, prosseguiu Gleisi.

“Nós não precisamos de um presidente de Banco Central que faça política. Nós precisamos de um presidente de Banco Central que dê resultado. Se ele quiser dar resultado, é baixando a taxa de juros. E não é para agradar o governo não, é pelo país, pelo povo, pelo emprego que a gente tem que gerar, é pelo desenvolvimento”, finalizou.

Ela falou também sobre a decisão de reonerar os combustíveis. “A gente debate os temas, discute manifestas opiniões e obviamente que o ministro Haddad tinha a opinião dele, a construção dele sobre o tema. Então, acho legítimo e acho bom que isso aconteça”, disse a deputada.

Ela disse que “o presidente Lula conduziu da melhor forma para tentar minorar o impacto que teria a reoneração no preço da gasolina”. “Tivemos uma solução mediada pelo presidente, considerando a questão da reoneração, mas também considerando que tem de segurar esse preço. Não tem porque agora a gente fazer aumento da gasolina que prejudica a população. Você está falando de combustível fóssil. É, mas é ainda usado pela maioria das pessoas. Afeta muito a classe média e tem impacto na inflação”, observou.