Manifesto defende o fim da discriminação racial

O Dia Mundial pela Eliminação da Discriminação Racial é marcado pelo lançamento de um manifesto assinado por partidos e organizações sociais.

Manifesto defende o fim da discriminação racial

Manifesto defende o fim da discriminação racial

O Dia Mundial pela Eliminação da Discriminação Racial é marcado pelo lançamento de um manifesto assinado por partidos e organizações sociais.

 

por Da redação

 

 

 

Um manifesto assinado por partidos políticos e um amplo leque de organizações sociais marca a importância do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, que transcorre neste 21 de março. O documento destaca que “estamos vivendo tempos tenebrosos, de recrudescimento da cultura do ódio, do assédio sexual, do estupro, do extermínio da juventude negra”. Neste ambiente, diz o manifesto, “a violência policial e o racismo estrutural põem em evidência como corpos negros e periféricos podem ser descartados através da necropolítica e da exclusão das pessoas negras do mundo do trabalho, dos serviços públicos e da convivência social”.

O documento chama atenção para o encarceramento em massa e o genocídio contra o povo preto, defende o respeito aos cultos de matrizes africanas, às comunidades quilombolas, bem como a proteção aos povos indígenas, alerta contra a violência doméstica, que aumentou na pandemia, e denuncia a política negacionista e genocida do governo Bolsonaro diante da crise sanitária que resulta em graves consequência para o povo e o país.

O Manifesto, além de mobilizar a sociedade contra as práticas racistas, exige: vacinação já para todas e todos pelo SUS, auxílio emergencial de R$600,00 até o fim da pandemia, além de proteção a trabalhadora e ao trabalhador em face do desemprego.

 

 

Leia a íntegra:

Manifesto – vidas negras importam

Por uma consciência internacional contra o racismo 

Nesta semana temos uma importante data, o 21 de março. Dia em que rememoramos o Massacre de Shaperville, em Johanesburgo, África do Sul, em 1960, quando 69 pessoas foram mortas pelo exército e outras 186 ficaram feridas devido às práticas racistas daquele governo. A data faz parte do calendário da ONU -Organização das Nações Unidas para dar visibilidade, denunciar o racismo e não deixar passar despercebida diversas outras atitudes de discriminação racial pelo mundo. Estamos vivendo tempos tenebrosos, de recrudescimento da cultura do ódio, do assédio sexual, do estupro, do extermínio da juventude negra. A violência policial e o racismo estrutural põem em evidência como corpos negros e periféricos podem ser descartados através da necropolítica e da exclusão das pessoas negras do mundo do trabalho, dos serviços públicos e da convivência social. 

É alarmante o encarceramento em massa e o genocídio do povo preto. As religiões de matrizes africanas que são pilares fundamentais para a construção de nossa negritude, sofrem um racismo religioso que mata e destrói nossos espaços sagrados. O país tem a obrigação de respeitar e proteger esses cultos conforme está previsto na Constituição Federal de 1988. Exigimos respeito às comunidades quilombolas, a quem tem sido negado o seu direito à terra e às demais políticas públicas, bem como proteção aos indígenas, povos originários, quem tem vivido sob uma política devastadora de seus territórios imposta pelo agronegócio e pelas mineradoras. Nos manifestamos em defesa das mulheres, pois com a pandemia, aumentaram os índices de feminicídio, decorrente da falta de uma política pública de segurança e prevenção à violência doméstica. No Brasil, o desgoverno negacionista e genocida de Bolsonaro deixa a população à mercê da própria sorte. Até o momento são mais de 280 mil mortes causadas pela Covid-19, e a grande maioria é de negros e negras, tendo escancarado as desigualdades sociais e raciais no Brasil. Tem aumentado sobremaneira a massa de desempregadas e desempregados. Quando conseguem emprego, as trabalhadoras e os trabalhadores negros ganham em média 50% a menos que os demais trabalhadores brancos. Situação acirrada pelo aumento do trabalho informal e a chamada “uberização” da classe trabalhadora. 

Através deste Manifesto contra a discriminação racial, as entidades signatárias, partidos democráticos populares do campo progressista, das esquerdas, frentes, marchas, levantes, movimentos sociais, sindicatos, centrais sindicais, coletivos nacionais e internacionais, pretendem, além de mobilizar a sociedade contra as práticas racistas, vêm exigir urgentemente, vacinação já para todas e todos pelo SUS, auxílio emergencial de R$600,00 até o fim da pandemia, além de proteção a trabalhadora e ao trabalhador em face do desemprego. Somamos a milhares de vozes pelo Fora Bolsonaro genocida. O conjunto da obra deste desgoverno passou dos limites, uma flagrante irresponsabilidade sanitária, administrativa e governamental. O Governo Federal do Brasil age para desconstruir todas as políticas sociais, tenta inviabilizar a luta contra o racismo e a luta pela sobrevivência, diante do caos humanitário acirrado pela pandemia da Covid-19, que atinge de forma brutal o nosso povo preto, pobre e periférico.

Por uma consciência internacional contra o racismo.

Vacinação já gratuita pelo SUS!

Auxílio Emergencial de R$600 até o fim da pandemia já! 

Parem de nos matar! Vidas negras importam!

 Fora Bolsonaro genocida

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil