Manchetes dos jornais de deomingo 07-04-2024
Manchetes dos jornais de deomingo 07-04-2024
O ESTADO DE S.PAULO – Crime e miséria criam êxodo dos rincões da floresta na Amazônia
FOLHA DE S.PAULO – Governo Lula discute como pode taxar as big techs
CORREIO BRAZILIENSE – Criminoso ao volante atinge cinco ciclistas
O GLOBO – Sem reação, 'quem perder achará que pode dar um golpe? diz Barroso
Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia
Desastre amazônico - Empurrados pela violência e a falta de trabalho saúde e educação, moradores do interior da Amazonas escapam para Manaus e outros grandes centros urbanos. São dias e noites de jornadas desconfortáveis e tensas em embarcações lotadas , na companhia de traficantes e outros criminoosos cada vez mais presentes. O Estadão percorreu mais de 3 mil quilômetros de rios e estradas e constatou que o reflexo desse fenômeno pode ser visto no crescimento desordenado de Manaus. No último meio século, a capital amazonense, que abriga 52% da população do Estado, foi a única no País a manter crescimento demográfico superior à média nacional.
Esforço para regular - O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu quatro frentes de investida para tentar tributar gigantes da tecnologia —as big techs. A ideia é propor ao Congresso a taxação ainda neste ano. Os caminhos traçados incluem o chamado "fair share" —o pagamento pelo uso de rede de telefonia; uma "Cide" para o jornalismo, em razão da degradação do ecossistema de informação causada pelas big techs; uma taxação de vídeo "on demand" (streaming, por exemplo); e a cobrança de imposto sobre a renda no âmbito das discussões da regulamentação da reforma tributária. Para entrar em vigor em 2025, a cobrança de IR no Brasil teria de ser aprovada neste ano por causa do chamado princípio da anterioridade."Se não cobrarmos aqui o mínimo em relação ao resultado delas [big techs], a diferença vai ser cobrada no exterior", afirma Robinson Barreirinhas, secretário da Receita Federal. As plataformas não divulgam faturamento por país, e a Receita mantém as informações sob sigilo. Porém, estudo do Centro de Políticas, Direito, Economia e Tecnologias da UnB (Universidade de Brasília) feito para a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) traz estimativas de receita das big techs no Brasil. O estudo projeta que, em 2022, a Amazon, faturou US$ 27,079 bilhões no Brasil, a Alphabet (dona do Google), US$ 10,095 bilhões; o Spotify, US$ 7,077 bilhões; a Microsoft, US$ 7,076 bilhões; e a Meta (dona de Facebook, Instagram e WhatsApp) faturou US$ 4,162 bilhões.
Reincidente - Na semana em que se comemorou o aniversário da faixa de pedestre, o Distrito Federal ainda registra casos de barbaridades no trânsito. Na noite de sexta-feira, um motorista embriagado, com a carteira de habilitação cassada e em descumprimento de prisão domiciliar, atingiu cinco trabalhadores no SIA. Eles foram atropelados por Allan das Chagas Araújo. “Me safei mais pelo golpe de vista”, disse ao Correio Adriano Miranda, 50 anos.
Inércia - A resposta da Justiça à trama golpista para impedir a posse de um presidente eleito, pela qual o ex-presidente Jair Bolsonaro e militares de alta patente estão sendo investigados, deverá ser firme para evitar que novos ataques sejam desferidos à democracia no futuro, afirma o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, em entrevista ao GLOBO: "Se nós não enfrentarmos a tentativa de golpe, o próximo que perder também vai achar que pode articular um golpe".
[7/4 07:33] Celso Tesoureiro Ppl Sp: Resumo de domingo - 07/04/2024 - 2ª PARTE
Vítima permanente da mão pesada do Planalto - A fritura de Jean Paul Prates à frente da Petrobras reacende uma discussão que permeia a trajetória da principal empresa brasileira — os efeitos da intervenção da Presidência da República e a extensão dos danos que isso causa à petroleira. Luiz Inácio Lula da Silva não é o primeiro a tentar determinar o papel da estatal, mas, para especialistas ouvidos pelo Correio, ao menos acreditava-se que esse tempo tinha ficado para trás. Sobretudo, chama a atenção a forma ostensiva como o presidente pretende traçar a direção que a Petrobras deveria. O carioca Prates é reconhecido como um homem “do ramo” e qualificado para comandar uma empresa da magnitude da petroleira. Tem mestrado nos Estados Unidos em planejamento energético e gestão ambiental pela Universidade da Pensilvânia e na França, em economia de petróleo e motores — título concedido pelo IFP Energies Nouvelles (Instituto Francês do Petróleo e Novas Energias). Prates foi escolhido por Lula para - Isso incomodou setores “desenvolvimentistas” do PT, que foram ultrapassados na indicação de um nome mais alinhado com o que pretende, hoje, o presidente da República — que a Petrobras retome investimentos em refinarias e financie a retomada da indústria naval brasileira, foco antigo de projetos megalômanos, escândalos e fracassos.
FUP se alinha com Prates - A Federação Única dos Petroleiros (FUP) divulgou nota, ontem, na qual ressalta que a Petrobras tem papel social e não será apenas uma empresa de óleo e gás, mas, sim, uma companhia de energia, que precisa se voltar à transição energética “de forma dialogada com trabalhadores e comunidades impactadas”. A entidade levou as mesmas demandas para o encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Granja do Torto, que reuniu centrais sindicais e outras organizações da sociedade civil. A nota da FUP vai na direção daquilo que tem proposto o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Tudo na sua hora - Apesar das brigas internas no governo, o presidente Lula não pretende promover mudanças no primeiro escalão antes das eleições municipais. A avaliação geral é a de que qualquer alteração agora aumentaria a tensão entre os partidos aliados e o PT. Para deixar o ambiente sob estresse, bastam as cotoveladas que virão ao longo do processo eleitoral. Em São Paulo, por exemplo, a disputa envolve o PSol/PT, com Guilherme Boulos e Marta Suplicy, o PSB, com Tabata Amaral, e o MDB, com Ricardo Nunes. E todos os partidos desses personagens integram o governo federal. -
Escolha a dedo - Políticos escolhem a dedo as empresas que vão receber o dinheiro de suas emendas parlamentares no momento de indicar à estatal Codevasf, controlada pelo centrão, a destinação de máquinas, equipamentos ou serviços, o que revela risco de favorecimento a fornecedoras. O apontamento chega a ocorrer com menção direta às empresas, conforme ofícios encaminhados à Codevasf e identificados pela Folha. Em outros casos, é indireta, quando o congressista aponta uma espécie de "contrato guarda-chuva" assinado com as fornecedoras. Na estatal os políticos podem saber de antemão quais serão as empresas que fornecerão os produtos ou serviços, uma vez que suas escolhas ocorrem dentro dos contratos "guarda-chuva" em vigor no órgão. A empresa diz seguir a lei. A Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) foi criada para promover projetos de irrigação no semiárido, mas foi transformada em uma espécie de loja para os políticos no governo Jair Bolsonaro (PL), sendo mantida assim na gestão Lula (PT).
Morte - Morreu na tarde deste sábado (6), aos 91 anos, o jornalista, cartunista e escritor Ziraldo Alves Pinto, mais conhecido como Ziraldo. Criador de personagens famosos, como Menino Maluquinho e Flicts, ele é autor de alguns dos principais clássicos da literatura infantojuvenil brasileira, vendendo milhões de cópias. A morte foi confirmada pelo Instituto Ziraldo. A causa da morte não foi informada. Qualificações profissionais não faltaram a Ziraldo — cartazista, chargista, cartunista, quadrinista, pintor, desenhista, dramaturgo, caricaturista, escritor, cronista, humorista, jornalista... Mas, para fazer justiça, bastaria dizer: referência das artes gráficas no Brasil. Pai do Menino Maluquinho, o maior sucesso da história da literatura infantil no país. Um dos fundadores do jornal O Pasquim, símbolo da resistência cultural às arbitrariedades do regime militar no fim dos anos 1960. E uma das figuras mais ativas da cultura nacional dos últimos 70 anos.
Cármen Lúcia arquiva pedido para investigar Lula - A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou um pedido para investigar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suposta discriminação contra pessoas com deficiência. A decisão atendeu a um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR). Em abril do ano passado, durante reunião sobre violência escolar no Palácio do Planalto, Lula afirmou que pessoas com transtornos mentais teriam "problema de desequilíbrio de parafuso". Após ser alvo de críticas, o presidente desculpou-se dias depois.
Planalto vira alvo após proposta de gigante do setor de defesa - A postura mantida pelo governo de não querer interferir na negociação da venda da Avibras — indústria brasileira de produção de equipamentos bélicos, como mísseis e lançadores de foguetes — para uma empresa australiana, tem gerado críticas de políticos, especialistas e sindicalistas. Eles avaliam que há riscos de desnacionalização da empresa e que o Planalto está facilitando a entrega de um ativo ao capital estrangeiro. Embora seja privada, a Avibras — que hoje acumula uma dívida de mais de R$ 600 milhões e em 2022 pediu recuperação judicial, aprovada no ano seguinte — integra o grupo de Empresas Estratégicas de Defesa (EED) do Brasil. Por lei, elas são consideradas essenciais para a promoção do desenvolvimento científico e tecnológico do país e fundamentais para a preservação da segurança e defesa nacional contra ameaças externas. Se o negócio com a australiana DefendTex for fechado, a Avibras deixaria de ser considerada uma EED, o que a faria perder benefícios fiscais e, os brasileiros, assentos em reuniões do conselho da empresa.
Erguer e reformar estádios, a agenda da Fufuca no MA - O ano de 1996 foi de glória para o Correão, estádio para 13 mil pessoas no município de Bacabal, no Maranhão. Tendo o campo como casa, o discreto Bacabal Esporte Clube virou o primeiro time do interior a sagrar-se campeão maranhense. Desde então, com a crise do clube local, o estádio padece de más condições, mas agora terá uma superlativa ajuda do ministro dos Esportes, André Fufuca (PP), cujo reduto político é o Maranhão: R$ 3,8 milhões vão ser investidos na reforma do Correão por meio de convênio entre o ministério e o governo do estado. Os times das cidades beneficiadas não jogam sequer a Série D do Campeonato Brasileiro — o Bacabal não está nem na primeira divisão do torneio estadual —, e os recursos aplicados nas reformas são significativos para os padrões locais.
PSOL suspende vereadora - Após ter se lançado pré-candidata à prefeitura de Belém contra o prefeito e correligionário, Edmilson Rodrigues, a vereadora Silvia Letícia foi suspensa temporariamente do PSOL pelo período de 60 dias. A punição ocorre no escopo de um processo de infidelidade partidária que a parlamentar ainda responde na Comissão de Ética do partido. A denúncia contra Silvia Letícia afirma que ela "serve de âncora" para ataques da direita contra a sigla, assim como suas posições contrárias a orientação partidária na Câmara Municipal. A defesa da vereadora, por sua vez, alega que ela defende o estatuto do partido e alega que tem sido vítima de violência política: "A defendente não está no parlamento para defender um político, pois se este tiver cometendo erros irá denunciá-lo. E continuará mantendo a sua coerência com o Programa do Partido Socialismo e Liberdade, com a democracia e não com os políticos", diz trecho. O contexto deste impasse é o posicionamento da vereadora contra Edmilson Rodrigues, que enfrenta duras críticas na cidade. Atualmente, servidores municipais estão há dez dias em greve por falta de reajuste salarial.
Vinhos, cursos, kit festa e make: clã Bolsonaro amplia negócios - Numa superlive que já acumula 2,4 milhões de visualizações, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu seus três filhos hoje com mandato — Carlos (Republicanos), Eduardo (PL) e Flávio (PL) — para anunciar mais um negócio da família: a Ação Conservadora, uma plataforma de treinamento destinada a candidatos, lideranças locais e apoiadores. O lançamento integra a estratégia da família, fortalecida nos últimos anos, de ampliar e diversificar fontes de financiamento, enquanto procura organizar e mobilizar o campo conservador. O empreendimento chegou num momento delicado para a família, em meio ao avanço de investigações que miram, principalmente, o ex-presidente e o vereador carioca. Um dia depois da transmissão ao vivo, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Carlos, o filho 02. Bolsonaro, por sua vez, foi condenado no último mês de novembro a oito anos de inelegibilidade por abuso de poder político e econômico nas comemorações do Sete de Setembro de 2022. Outros processos que tramitam na Justiça Eleitoral ainda podem lhe impor novos reveses.
A Ação Conservadora, criada por Eduardo e Carlos, promete, a custo de R$ 297,90 à vista, ensinar o aluno a “desfazer as mentiras da esquerda”, “ser eleito em 2024, mesmo sem recursos financeiros” e se tornar uma “liderança local e influenciar pessoas”. Os membros do curso terão direito a uma conversa com os dois irmãos em videoconferência. Na live em que a família lançou o produto, Eduardo fez um apelo aos apoiadores, citando a necessidade de um “discurso mais uníssono”. A Ação Conservadora aparece sob o guarda-chuva da empresa Eduardo Bolsonaro Cursos LTDA, cujo CNPJ, segundo o site da Fazenda, foi criado em abril de 2022. E foi usando essa mesma firma que o filho 03 lançou, em fevereiro do ano passado, a Bolsonaro Store, com produtos que reverenciam o ex-presidente.
Lá tem de tudo. Calendário, vendido a R$ 49,90, com momentos marcantes da trajetória de Bolsonaro e uma série de fotos, como a que ele está sem camisa, mostrando a cicatriz deixada pela facada da campanha de 2018. Uma caneca “mágica” que, ao receber líquido quente, mostra a silhueta do ex-presidente (vendida a R$ 59,90). Além de uma variedade de outros produtos, como um troféu com o slogan “Deus, Pátria, Família, Liberdade”, um saca-rolhas e até um kit de festa com o tema Bolsonaro. Entre os itens mais caros estão o avental para churrasco com o contorno de Bolsonaro no canto inferior direito e o kit caipirinha, ambos por R$ 199,90. Outro mercado explorado pela família é o editorial. A “livraria Eduardo Bolsonaro”, fruto de uma parceria com o Centro de Desenvolvimento Profissional e Tecnológico (Cedet), vende obras do guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho e títulos como “O mínimo sobre Globalismo” e “Feminismo: perversão e subversão”. Nos últimos meses, Eduardo ainda passou a divulgar a marca Vinho Bolsonaro, criada por dois empresários apoiadores do ex-presidente. Numa publicação no Instagram em novembro, o deputado diz ter a “satisfação de estar entrando nesse projeto” e que antes era consumidor e agora está “participando de dentro”. O GLOBO procurou a marca e o parlamentar para saber qual o papel dele na empresa, mas não teve retorno. Nem a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro escapou dos negócios. Já longe da presidência, Michelle fez as vezes de blogueira e lançou, em março de 2023, uma linha de produtos cosméticos que leva seu nome e é vendida no site do maquiador Agustin Fernandez. A ex-primeira-dama também virou recentemente dona de uma agência de marketing. A MPB Business LTDA iniciou suas atividades em fevereiro de 2023 tendo Michelle como única sócia e um capital social de R$ 10 mil. Bolsonaro, Carlos, Flávio, Eduardo e Rogéria Nantes Bolsonaro (ex-mulher do ex-presidente) ainda são sócios da Bolsonaro Digital LTDA, empresa criada em 2017 para monetizar vídeos no YouTube.
PT disputa em Fortaleza para enfrentar PDT de Ciro - A visita do presidente Lula a Fortaleza, na sexta-feira, ocorreu em meio a uma disputa dentro do próprio PT para definir quem será o nome do partido na eleição da capital cearense — processo que tem hoje um passo importante, com a escolha de delegados. O favorito para vencer a competição interna é o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, que até dezembro era filiado ao PDT de Ciro Gomes. A sigla do ex-presidenciável e ex-governador passou por um racha no estado, cujo resultado foi o rompimento entre Ciro e o irmão Cid Gomes. A prefeitura de Fortaleza é comandada pelo pedetista José Sarto, pré-candidato à reeleição com o apoio de Ciro. Entre os petistas, além de Leitão, quatro se colocaram à disposição: a deputada federal e ex-prefeita Luizianne Lins, o ex-deputado federal Artur Bruno e os deputados estaduais Larissa Gaspar e Guilherme Sampaio. O impasse, contudo, gira especialmente em torno de Evandro Leitão e Luizianne Lins, tidos como os mais competitivos. Por já ter ocupado o Palácio do Bispo entre 2005 e 2013, Luizianne seria a candidata natural do PT, mas tem sido preterida. Leitão tem o apoio das principais lideranças petistas no estado: o ex-governador e atual ministro da Educação, Camilo Santana, o governador Elmano de Freitas e o líder do governo Lula na Câmara, José Guimarães. Pesa contra a ex-prefeita o desgaste de sua imagem durante o último mandato que exerceu na capital, que terminou mal avaliado. A preferência por Leitão também vem da proximidade entre o presidente da Assembleia e o senador Cid Gomes, que migrou para o PSB depois da briga interna no PDT. Apesar de ter ido para o PT, Leitão seria alguém mais ligado a Cid na prefeitura, o que deixaria os dois partidos satisfeitos.
Valor Econômico – Não circula hoje
O ESTADO DE S.PAULO – Crime e miséria criam êxodo dos rincões da floresta na Amazônia
FOLHA DE S.PAULO – Governo Lula discute como pode taxar as big techs
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O GLOBO – Sem reação, 'quem perder achará que pode dar um golpe? diz Barroso
Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia
Desastre amazônico - Empurrados pela violência e a falta de trabalho saúde e educação, moradores do interior da Amazonas escapam para Manaus e outros grandes centros urbanos. São dias e noites de jornadas desconfortáveis e tensas em embarcações lotadas , na companhia de traficantes e outros criminoosos cada vez mais presentes. O Estadão percorreu mais de 3 mil quilômetros de rios e estradas e constatou que o reflexo desse fenômeno pode ser visto no crescimento desordenado de Manaus. No último meio século, a capital amazonense, que abriga 52% da população do Estado, foi a única no País a manter crescimento demográfico superior à média nacional.
Esforço para regular - O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu quatro frentes de investida para tentar tributar gigantes da tecnologia —as big techs. A ideia é propor ao Congresso a taxação ainda neste ano. Os caminhos traçados incluem o chamado "fair share" —o pagamento pelo uso de rede de telefonia; uma "Cide" para o jornalismo, em razão da degradação do ecossistema de informação causada pelas big techs; uma taxação de vídeo "on demand" (streaming, por exemplo); e a cobrança de imposto sobre a renda no âmbito das discussões da regulamentação da reforma tributária. Para entrar em vigor em 2025, a cobrança de IR no Brasil teria de ser aprovada neste ano por causa do chamado princípio da anterioridade."Se não cobrarmos aqui o mínimo em relação ao resultado delas [big techs], a diferença vai ser cobrada no exterior", afirma Robinson Barreirinhas, secretário da Receita Federal. As plataformas não divulgam faturamento por país, e a Receita mantém as informações sob sigilo. Porém, estudo do Centro de Políticas, Direito, Economia e Tecnologias da UnB (Universidade de Brasília) feito para a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) traz estimativas de receita das big techs no Brasil. O estudo projeta que, em 2022, a Amazon, faturou US$ 27,079 bilhões no Brasil, a Alphabet (dona do Google), US$ 10,095 bilhões; o Spotify, US$ 7,077 bilhões; a Microsoft, US$ 7,076 bilhões; e a Meta (dona de Facebook, Instagram e WhatsApp) faturou US$ 4,162 bilhões.
Reincidente - Na semana em que se comemorou o aniversário da faixa de pedestre, o Distrito Federal ainda registra casos de barbaridades no trânsito. Na noite de sexta-feira, um motorista embriagado, com a carteira de habilitação cassada e em descumprimento de prisão domiciliar, atingiu cinco trabalhadores no SIA. Eles foram atropelados por Allan das Chagas Araújo. “Me safei mais pelo golpe de vista”, disse ao Correio Adriano Miranda, 50 anos.
Inércia - A resposta da Justiça à trama golpista para impedir a posse de um presidente eleito, pela qual o ex-presidente Jair Bolsonaro e militares de alta patente estão sendo investigados, deverá ser firme para evitar que novos ataques sejam desferidos à democracia no futuro, afirma o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, em entrevista ao GLOBO: "Se nós não enfrentarmos a tentativa de golpe, o próximo que perder também vai achar que pode articular um golpe".
[7/4 07:33] Celso Tesoureiro Ppl Sp: Resumo de domingo - 07/04/2024 - 2ª PARTE
Vítima permanente da mão pesada do Planalto - A fritura de Jean Paul Prates à frente da Petrobras reacende uma discussão que permeia a trajetória da principal empresa brasileira — os efeitos da intervenção da Presidência da República e a extensão dos danos que isso causa à petroleira. Luiz Inácio Lula da Silva não é o primeiro a tentar determinar o papel da estatal, mas, para especialistas ouvidos pelo Correio, ao menos acreditava-se que esse tempo tinha ficado para trás. Sobretudo, chama a atenção a forma ostensiva como o presidente pretende traçar a direção que a Petrobras deveria. O carioca Prates é reconhecido como um homem “do ramo” e qualificado para comandar uma empresa da magnitude da petroleira. Tem mestrado nos Estados Unidos em planejamento energético e gestão ambiental pela Universidade da Pensilvânia e na França, em economia de petróleo e motores — título concedido pelo IFP Energies Nouvelles (Instituto Francês do Petróleo e Novas Energias). Prates foi escolhido por Lula para - Isso incomodou setores “desenvolvimentistas” do PT, que foram ultrapassados na indicação de um nome mais alinhado com o que pretende, hoje, o presidente da República — que a Petrobras retome investimentos em refinarias e financie a retomada da indústria naval brasileira, foco antigo de projetos megalômanos, escândalos e fracassos.
FUP se alinha com Prates - A Federação Única dos Petroleiros (FUP) divulgou nota, ontem, na qual ressalta que a Petrobras tem papel social e não será apenas uma empresa de óleo e gás, mas, sim, uma companhia de energia, que precisa se voltar à transição energética “de forma dialogada com trabalhadores e comunidades impactadas”. A entidade levou as mesmas demandas para o encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Granja do Torto, que reuniu centrais sindicais e outras organizações da sociedade civil. A nota da FUP vai na direção daquilo que tem proposto o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Tudo na sua hora - Apesar das brigas internas no governo, o presidente Lula não pretende promover mudanças no primeiro escalão antes das eleições municipais. A avaliação geral é a de que qualquer alteração agora aumentaria a tensão entre os partidos aliados e o PT. Para deixar o ambiente sob estresse, bastam as cotoveladas que virão ao longo do processo eleitoral. Em São Paulo, por exemplo, a disputa envolve o PSol/PT, com Guilherme Boulos e Marta Suplicy, o PSB, com Tabata Amaral, e o MDB, com Ricardo Nunes. E todos os partidos desses personagens integram o governo federal. -
Escolha a dedo - Políticos escolhem a dedo as empresas que vão receber o dinheiro de suas emendas parlamentares no momento de indicar à estatal Codevasf, controlada pelo centrão, a destinação de máquinas, equipamentos ou serviços, o que revela risco de favorecimento a fornecedoras. O apontamento chega a ocorrer com menção direta às empresas, conforme ofícios encaminhados à Codevasf e identificados pela Folha. Em outros casos, é indireta, quando o congressista aponta uma espécie de "contrato guarda-chuva" assinado com as fornecedoras. Na estatal os políticos podem saber de antemão quais serão as empresas que fornecerão os produtos ou serviços, uma vez que suas escolhas ocorrem dentro dos contratos "guarda-chuva" em vigor no órgão. A empresa diz seguir a lei. A Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) foi criada para promover projetos de irrigação no semiárido, mas foi transformada em uma espécie de loja para os políticos no governo Jair Bolsonaro (PL), sendo mantida assim na gestão Lula (PT).
Morte - Morreu na tarde deste sábado (6), aos 91 anos, o jornalista, cartunista e escritor Ziraldo Alves Pinto, mais conhecido como Ziraldo. Criador de personagens famosos, como Menino Maluquinho e Flicts, ele é autor de alguns dos principais clássicos da literatura infantojuvenil brasileira, vendendo milhões de cópias. A morte foi confirmada pelo Instituto Ziraldo. A causa da morte não foi informada. Qualificações profissionais não faltaram a Ziraldo — cartazista, chargista, cartunista, quadrinista, pintor, desenhista, dramaturgo, caricaturista, escritor, cronista, humorista, jornalista... Mas, para fazer justiça, bastaria dizer: referência das artes gráficas no Brasil. Pai do Menino Maluquinho, o maior sucesso da história da literatura infantil no país. Um dos fundadores do jornal O Pasquim, símbolo da resistência cultural às arbitrariedades do regime militar no fim dos anos 1960. E uma das figuras mais ativas da cultura nacional dos últimos 70 anos.
Cármen Lúcia arquiva pedido para investigar Lula - A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou um pedido para investigar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suposta discriminação contra pessoas com deficiência. A decisão atendeu a um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR). Em abril do ano passado, durante reunião sobre violência escolar no Palácio do Planalto, Lula afirmou que pessoas com transtornos mentais teriam "problema de desequilíbrio de parafuso". Após ser alvo de críticas, o presidente desculpou-se dias depois.
Planalto vira alvo após proposta de gigante do setor de defesa - A postura mantida pelo governo de não querer interferir na negociação da venda da Avibras — indústria brasileira de produção de equipamentos bélicos, como mísseis e lançadores de foguetes — para uma empresa australiana, tem gerado críticas de políticos, especialistas e sindicalistas. Eles avaliam que há riscos de desnacionalização da empresa e que o Planalto está facilitando a entrega de um ativo ao capital estrangeiro. Embora seja privada, a Avibras — que hoje acumula uma dívida de mais de R$ 600 milhões e em 2022 pediu recuperação judicial, aprovada no ano seguinte — integra o grupo de Empresas Estratégicas de Defesa (EED) do Brasil. Por lei, elas são consideradas essenciais para a promoção do desenvolvimento científico e tecnológico do país e fundamentais para a preservação da segurança e defesa nacional contra ameaças externas. Se o negócio com a australiana DefendTex for fechado, a Avibras deixaria de ser considerada uma EED, o que a faria perder benefícios fiscais e, os brasileiros, assentos em reuniões do conselho da empresa.
Erguer e reformar estádios, a agenda da Fufuca no MA - O ano de 1996 foi de glória para o Correão, estádio para 13 mil pessoas no município de Bacabal, no Maranhão. Tendo o campo como casa, o discreto Bacabal Esporte Clube virou o primeiro time do interior a sagrar-se campeão maranhense. Desde então, com a crise do clube local, o estádio padece de más condições, mas agora terá uma superlativa ajuda do ministro dos Esportes, André Fufuca (PP), cujo reduto político é o Maranhão: R$ 3,8 milhões vão ser investidos na reforma do Correão por meio de convênio entre o ministério e o governo do estado. Os times das cidades beneficiadas não jogam sequer a Série D do Campeonato Brasileiro — o Bacabal não está nem na primeira divisão do torneio estadual —, e os recursos aplicados nas reformas são significativos para os padrões locais.
PSOL suspende vereadora - Após ter se lançado pré-candidata à prefeitura de Belém contra o prefeito e correligionário, Edmilson Rodrigues, a vereadora Silvia Letícia foi suspensa temporariamente do PSOL pelo período de 60 dias. A punição ocorre no escopo de um processo de infidelidade partidária que a parlamentar ainda responde na Comissão de Ética do partido. A denúncia contra Silvia Letícia afirma que ela "serve de âncora" para ataques da direita contra a sigla, assim como suas posições contrárias a orientação partidária na Câmara Municipal. A defesa da vereadora, por sua vez, alega que ela defende o estatuto do partido e alega que tem sido vítima de violência política: "A defendente não está no parlamento para defender um político, pois se este tiver cometendo erros irá denunciá-lo. E continuará mantendo a sua coerência com o Programa do Partido Socialismo e Liberdade, com a democracia e não com os políticos", diz trecho. O contexto deste impasse é o posicionamento da vereadora contra Edmilson Rodrigues, que enfrenta duras críticas na cidade. Atualmente, servidores municipais estão há dez dias em greve por falta de reajuste salarial.
Vinhos, cursos, kit festa e make: clã Bolsonaro amplia negócios - Numa superlive que já acumula 2,4 milhões de visualizações, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu seus três filhos hoje com mandato — Carlos (Republicanos), Eduardo (PL) e Flávio (PL) — para anunciar mais um negócio da família: a Ação Conservadora, uma plataforma de treinamento destinada a candidatos, lideranças locais e apoiadores. O lançamento integra a estratégia da família, fortalecida nos últimos anos, de ampliar e diversificar fontes de financiamento, enquanto procura organizar e mobilizar o campo conservador. O empreendimento chegou num momento delicado para a família, em meio ao avanço de investigações que miram, principalmente, o ex-presidente e o vereador carioca. Um dia depois da transmissão ao vivo, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Carlos, o filho 02. Bolsonaro, por sua vez, foi condenado no último mês de novembro a oito anos de inelegibilidade por abuso de poder político e econômico nas comemorações do Sete de Setembro de 2022. Outros processos que tramitam na Justiça Eleitoral ainda podem lhe impor novos reveses.
A Ação Conservadora, criada por Eduardo e Carlos, promete, a custo de R$ 297,90 à vista, ensinar o aluno a “desfazer as mentiras da esquerda”, “ser eleito em 2024, mesmo sem recursos financeiros” e se tornar uma “liderança local e influenciar pessoas”. Os membros do curso terão direito a uma conversa com os dois irmãos em videoconferência. Na live em que a família lançou o produto, Eduardo fez um apelo aos apoiadores, citando a necessidade de um “discurso mais uníssono”. A Ação Conservadora aparece sob o guarda-chuva da empresa Eduardo Bolsonaro Cursos LTDA, cujo CNPJ, segundo o site da Fazenda, foi criado em abril de 2022. E foi usando essa mesma firma que o filho 03 lançou, em fevereiro do ano passado, a Bolsonaro Store, com produtos que reverenciam o ex-presidente.
Lá tem de tudo. Calendário, vendido a R$ 49,90, com momentos marcantes da trajetória de Bolsonaro e uma série de fotos, como a que ele está sem camisa, mostrando a cicatriz deixada pela facada da campanha de 2018. Uma caneca “mágica” que, ao receber líquido quente, mostra a silhueta do ex-presidente (vendida a R$ 59,90). Além de uma variedade de outros produtos, como um troféu com o slogan “Deus, Pátria, Família, Liberdade”, um saca-rolhas e até um kit de festa com o tema Bolsonaro. Entre os itens mais caros estão o avental para churrasco com o contorno de Bolsonaro no canto inferior direito e o kit caipirinha, ambos por R$ 199,90. Outro mercado explorado pela família é o editorial. A “livraria Eduardo Bolsonaro”, fruto de uma parceria com o Centro de Desenvolvimento Profissional e Tecnológico (Cedet), vende obras do guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho e títulos como “O mínimo sobre Globalismo” e “Feminismo: perversão e subversão”. Nos últimos meses, Eduardo ainda passou a divulgar a marca Vinho Bolsonaro, criada por dois empresários apoiadores do ex-presidente. Numa publicação no Instagram em novembro, o deputado diz ter a “satisfação de estar entrando nesse projeto” e que antes era consumidor e agora está “participando de dentro”. O GLOBO procurou a marca e o parlamentar para saber qual o papel dele na empresa, mas não teve retorno. Nem a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro escapou dos negócios. Já longe da presidência, Michelle fez as vezes de blogueira e lançou, em março de 2023, uma linha de produtos cosméticos que leva seu nome e é vendida no site do maquiador Agustin Fernandez. A ex-primeira-dama também virou recentemente dona de uma agência de marketing. A MPB Business LTDA iniciou suas atividades em fevereiro de 2023 tendo Michelle como única sócia e um capital social de R$ 10 mil. Bolsonaro, Carlos, Flávio, Eduardo e Rogéria Nantes Bolsonaro (ex-mulher do ex-presidente) ainda são sócios da Bolsonaro Digital LTDA, empresa criada em 2017 para monetizar vídeos no YouTube.
PT disputa em Fortaleza para enfrentar PDT de Ciro - A visita do presidente Lula a Fortaleza, na sexta-feira, ocorreu em meio a uma disputa dentro do próprio PT para definir quem será o nome do partido na eleição da capital cearense — processo que tem hoje um passo importante, com a escolha de delegados. O favorito para vencer a competição interna é o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, que até dezembro era filiado ao PDT de Ciro Gomes. A sigla do ex-presidenciável e ex-governador passou por um racha no estado, cujo resultado foi o rompimento entre Ciro e o irmão Cid Gomes. A prefeitura de Fortaleza é comandada pelo pedetista José Sarto, pré-candidato à reeleição com o apoio de Ciro. Entre os petistas, além de Leitão, quatro se colocaram à disposição: a deputada federal e ex-prefeita Luizianne Lins, o ex-deputado federal Artur Bruno e os deputados estaduais Larissa Gaspar e Guilherme Sampaio. O impasse, contudo, gira especialmente em torno de Evandro Leitão e Luizianne Lins, tidos como os mais competitivos. Por já ter ocupado o Palácio do Bispo entre 2005 e 2013, Luizianne seria a candidata natural do PT, mas tem sido preterida. Leitão tem o apoio das principais lideranças petistas no estado: o ex-governador e atual ministro da Educação, Camilo Santana, o governador Elmano de Freitas e o líder do governo Lula na Câmara, José Guimarães. Pesa contra a ex-prefeita o desgaste de sua imagem durante o último mandato que exerceu na capital, que terminou mal avaliado. A preferência por Leitão também vem da proximidade entre o presidente da Assembleia e o senador Cid Gomes, que migrou para o PSB depois da briga interna no PDT. Apesar de ter ido para o PT, Leitão seria alguém mais ligado a Cid na prefeitura, o que deixaria os dois partidos satisfeitos.