Privatizações, Falta de Investimentos, Energia Cara

Investimentos diminuem em anos de privatização.

Privatizações, Falta de Investimentos, Energia Cara

Rafael Candido  

Privatizações, Falta de Investimentos, Energia Cara

 

 

Investimentos diminuem em anos de privatização.

O consumo total de energia elétrica no Brasil precisa de 1.100 MW médios novos a cada ano. “Isso significa uma usina de Itumbiara (a 9ª maior do Brasil) a cada ano”, destaca o engenheiro eletricista Roberto D’Araujo, diretor do Instituto Ilumina.

“Quando se examinam os dados históricos, fica evidente que, nos períodos onde se anunciou a privatização, os investimentos privados foram interrompidos, pois a lógica do capital prefere comprar ativos prontos. O racionamento de 2001, na realidade foi causado pelo déficit em novas usinas. Nem o setor privado e nem as estatais, que seriam vendidas, investiam. Não é verdade que a culpa exclusiva é de São Pedro”, explica D’Araujo.

Quando há ameaça de suprimento, surgem planos urgentes de construção de térmicas, afirma o especialista. As térmicas contratadas no período pós racionamento chegaram a representar 70% do aumento da capacidade total adicionada em alguns anos. “Esse mesmo fenômeno ocorreu no leilão de 2008 por força da atuação do mercado livre, que, se aproveitando de sobras e hidrologia favorável, não contratou a expansão da oferta de energia nem para si mesmo por 10 anos”, relata o diretor do Ilumina. “Esses dados mostram que o setor privado atuante no Brasil não tem a pujança alardeada pelo atual governo.”

Todos esses fatos mostram o quão danosa será a privatização da Eletrobras. Roberto D’Araujo lembra que, em 2010, o próprio mercado financeiro avaliava muito bem a Eletrobras. “Uma ação ELET3 valia por volta de R$ 20. Esse valor, trazido a valor presente pela inflação atinge aproximadamente R$ 38, exatamente o valor que ela tem hoje com o anúncio da privatização. Pior! Em dólar esses R$ 20 de 2010 mostram que a Eletrobras valia o dobro do que vale hoje. Que urgência é essa que despreza esse fato do próprio mercado financeiro?”, argumenta.

Com informações Monitor Mercantil