Manchetes dos jornais de domingo - 29/06/2025

Manchetes dos jornais de domingo - 29/06/2025

Resumo de domingo - 29/06/2025                                        

                                       

Edição de Chico Bruno                                  

                               

Manchetes dos jornais de domingo - 29/06/2025                 

                                                                   

CORREIO BRAZILIENSE – Mulheres ampliam atuação no mercado de franquias   

                                              

O ESTADO DE S. PAULO – Terceiro mandato de Lula tem a coalizão mais infiel em 30 anos            

              

O GLOBO – Falta de dinheiro já impõe sinais de apagão na máquina pública     

         

FOLHA DE S. PAULO – Faria Lira considera ‘risco PCC’ em decisões de negócio e investimentos       

       

Valor Econômico – Não circula hoje     

         

Destaques de primeiras páginas e fatos mais importantes do dia 

 

Franqueadas - O setor de franquias no Brasil passa por uma transformação importante: tornou-se um espaço cada vez mais ocupado por mulheres. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Franchising (ABF), em 2024, elas passaram a ser maioria tanto nas redes franqueadoras quanto nas lojas franqueadas. As mulheres também estão mais presentes em postos de comando das empresas, em uma demonstração de que o mercado privado está atento à inclusão e à diversidade. “Empresas mais diversas e inclusivas são mais eficientes e lucrativas, e o franchising oferece um caminho mais estruturado e acessível para empreendedores de todos os perfis. Isso é muito benéfico, especialmente para as mulheres que buscam equilibrar responsabilidades familiares, empresariais e profissionais”, observa Cristina Franco, presidente do Conselho da ABF. 

 

Infidelidade às claras - O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva registra a base mais infiel das últimas três décadas: apenas 72% dos votos de deputados de partidos com ministérios foram favoráveis ao Planalto nas votações de interesse do governo na Câmara dos Deputados. A fragilidade da coalizão ajuda a explicar uma sequência de derrotas recentes, como a aprovação do projeto que derrubou o decreto do IOF - medida apoiada por legendas como União Brasil, MDB, PSD, Republicanos, PP, PDT e PSB, que juntas controlam doze ministérios. As dificuldades ganham ainda mais peso em um ano pré-eleitoral, quando o presidente petista precisa consolidar maiorias para aprovar projetos estratégicos de olho na disputa presidencial de 2026. Levantamento feito pelo Estadão, com base em dados da própria Câmara, analisou todas as votações nominais em que houve orientação oficial do Planalto, ou seja, ocasiões em que o governo indicou expressamente como esperava que sua base votasse. Nesse recorte, o desempenho da coalizão ministerial em Lula 3 é o pior desde 1995, empatando apenas com o segundo mandato de Dilma Rousseff, que registrou 72% no auge da crise do impeachment. Presidentes anteriores tiveram índices mais altos: Fernando Henrique Cardoso, 95% no primeiro mandato e 93% no segundo; Lula 1, 91%, e Lula 2, 92%; Dilma 1, 81%; Michel Temer, 93%; e Jair Bolsonaro, 90%. 

 

Penúria - Com um orçamento engessado devido a 90% de gastos obrigatórios, a falta de recursos impacta agências reguladoras, universidades e órgãos como o INSS e Forças Armadas. O congelamento de R$ 31,3 bilhões em despesas não obrigatórias afeta diretamente a prestação de serviços essenciais, agravando a situação com cortes em áreas como fiscalização, segurança e investimentos, prejudicando a população e a economia. 

 

Faria Lima preocupada com facções - Conversas sobre o crime organizado, antes restritas ao ambiente da crônica policial, ganham espaço inusitado no coração financeiro do Brasil: quem frequenta as sedes de bancos e empresas na região da avenida Faria Lima, em São Paulo, está preocupado com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho). A Folha entrevistou empresários, gestores de fundos —inclusive internacionais—, economistas e líderes de entidades e ouviu a mesma preocupação: as facções estão encontrando brechas na economia formal, ameaçando não apenas os ganhos de grandes empresas que atuam na legalidade, mas também a segurança do ambiente de negócios. "O crime organizado, de todas as vertentes e tamanhos, está entrando com tudo numa série de setores, criando concorrência desleal para quem trabalha na legalidade", disse à Folha o empresário Rubens Ometto, controlador do grupo Cosan. Operações policiais já indicaram que as facções estão se infiltrando em áreas tão diversas quanto refino, distribuição e venda de combustíveis, mercado imobiliário, transporte privado e público, clínicas odontológicas e diferentes serviços, como de internet, saúde, limpeza urbana, coleta de lixo e até no setor financeiro. Analistas que preferem não ter o nome citado afirmaram à Folha ter obrigação profissional de medir esses riscos para os investidores, por mais desafiador que isso seja. No mercado financeiro, alguns usam até um apelido para designar os grupos ilegais: "ala business do PCC". 

 

Desafio do ferventado - O gole de uísque do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), no gargalo, em uma festa junina na Paraíba, viralizou em questão de horas. O gesto, registrado em vídeo e disseminado nas redes sociais, provocou uma avalanche de críticas, reacendendo o debate sobre os limites entre o lazer pessoal e a liturgia dos cargos públicos. Mesmo sendo uma tradição das festas de junho no Nordeste — desafia-se alguém a tomar um longo gole de uma bebida forte —, a cena durou segundos, mas o impacto político promete reverberar por mais tempo. 

 

Expectativa - Dentro do PT, a avaliação do campo majoritário é de que está tudo encaminhado para a eleição ocorrer sem surpresas e o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, sair vitorioso no próximo domingo. Ele tem o perfil para tentar atrair mais apoios de centro-esquerda para o projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  

 

Vai sobrar para o Geraldo - Com os movimentos do MDB rumo a uma federação mais ao centro, muita gente no PT diz que não dá para confiar no partido de Michel Temer, presidido pelo deputado Baleia Rossi (SP). Melhor segurar o PSB do que ver o MDB voando.  

 

Enquanto isso, entre os juristas… A aposta de muita gente tarimbada do direito constitucional é de que o governo tem tudo para reverter a derrota do IOF no Supremo Tribunal Federal (STF). É que a regulação desse imposto é privativa do Poder Executivo e a segunda versão do decreto estava exatamente dentro desse contexto.  

 

E a LCI, hein? O setor imobiliário tem alertado sobre os possíveis efeitos da tributação de 5% na Letra de Crédito Imobiliário (LCI). Especialistas calculam que haverá aumento nas taxas de financiamento, mas o Minha Casa Minha Vida não sofrerá impacto devido às fontes próprias de captação e taxas controladas do programa. “Corretores de imóveis e imobiliárias terão de ficar atentos às novas condições de financiamento. As novas regras terão impacto mais forte nos imóveis de alto padrão, mas afetarão, também, os compradores de classe média”, afirma João Teodoro da Silva, presidente do Sistema Cofeci-Creci, que fiscaliza e regula a profissão de corretores de imóveis. 

 

Anistia, o retorno - Um projeto de lei paralelo de anistia deve ser apresentado nesta semana. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse à coluna que o texto está “guardado a sete chaves” e está sendo construído em conjunto pelos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).  

 

Voz discordante - A Associação Brasileira de Educação Médica (Abem) se posiciona contra a criação de um exame nacional de medicina ao final da graduação. De acordo com a Abem, é uma solução simplista para um problema complexo. A associação sugere como alternativas a melhoria da avaliação e da formação médica ao longo do curso, com exames seriados e maior responsabilidade das instituições de ensino, em vez de um filtro final que poderia levar à prática ilegal da medicina e ao colapso do SUS, dada a imensa necessidade de profissionais no país.  

 

Combate ao crime organizado - A premissa do Follow the Money foi o foco do estudo do Instituto Esfera sobre o Crime Organizado no Brasil, realizado em conjunto com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ao comparar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com outras instituições internacionais que têm a mesma função, nos Estados Unidos, na França e no Reino Unido, os estudiosos sugeriram, por exemplo, a criação de uma carreira de Estado para os servidores do Coaf que analisam os dados bancários sensíveis.  

 

Carreira própria - Atualmente, o órgão tem cerca de 90 servidores, mas todos cedidos de outras instituições — como, por exemplo, Polícia Federal (PF) e Banco Central (BC). Na visão dos institutos, seria crucial a criação de uma carreira exclusiva para o COAF, como forma de manter a análise das operações financeiras mais rápidas. Entretanto, a criação de uma carreira de Estado depende da aprovação do Congresso, de acordo com o Art. 48 da Constituição. 

 

Quem eles querem - Os mesmos partidos de centro que fazem o confronto com o governo já escolheram o caminho que desejam seguir em 2026. Embora ainda não tenham colocado todas as cartas sobre a mesa, é voz corrente no Parlamento que a torcida dos centristas está, hoje, sobre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Tarcísio será obrigado a fazer o que ele mais quer, que é concorrer à Presidência da República”, diz o deputado Alceu Moreira (MDB-RS). O parlamentar prepara, junto com o ex-ministro e ex-deputado Aldo Rebelo, o programa de governo do MDB, a ser apresentado aos candidatos ao Planalto. E, assim como muitos dentro da legenda, torce pela federação MDB-Republicanos, o que possibilitará usar essa parceria a fim puxar Tarcísio para a campanha presidencial. Em tempo, os partidos de centro estão convencidos de que, embora as pesquisas apontem os potenciais candidatos com sobrenome Bolsonaro como muito competitivos, o sentimento dos políticos é de que será muito difícil emplacar um parente do ex-presidente no Planalto — e isso “estreitaria a campanha” à direita. Tarcísio é quem largaria com maior número de apoios. Falta convencer a família Bolsonaro. 

 

PSB diz que se mantém parceiro de Lula - O PSB afirma que o posicionamento majoritário de sua bancada na Câmara contra o governo Lula na votação que derrubou o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) não significa afastamento do partido da atual gestão federal. Na última quarta-feira (25), foram nove votos do partido pela derrubada do decreto e apenas três a favor, incluindo o do líder. Outros três parlamentares não votaram. A postura da bancada gerou críticas de pessoas próximas ao presidente Lula, tendo em vista que o PSB é parceiro de chapa do presidente e almeja manter Alckmin na posição de vice na eleição de 2026. Segundo Campos, o governo sabia que havia posições divergentes na bancada, e que os deputados seriam liberados para votar como quisessem. Segundo o líder, existe uma visão de que a carga tributária no governo Lula já foi recomposta com relação ao que ocorria no governo Jair Bolsonaro (PL) e que novos aumentos não são mais necessários. "Havia uma erosão da carga tributária até 2022. O governo vem recompondo, mas a gente chegou num patamar onde temos uma arrecadação maior que o governo anterior. Essa discussão precisa ser feita", afirmou. 

 

Coluna do meio - Enquanto Jair Bolsonaro (PL), inelegível, mantém incerto o nome de seu herdeiro nas urnas do ano que vem, Tarcísio de Freitas (Republicanos) reforça sua fidelidade ao padrinho político, intensifica a promoção das ações de seu governo e evita os temas mais polêmicos relacionados ao bolsonarismo. Neste domingo (29), novamente, o governador estará na avenida Paulista para uma manifestação convocada por Bolsonaro, que se hospeda no Palácio dos Bandeirantes —como faz quando está em São Paulo. O protesto voltará a pedir anistia a bolsonaristas acusados de ligação com a trama golpista do fim de 2022. Considerado por dirigentes de centro-direita como Valdemar Costa Neto (PL) e Ciro Nogueira (PP) o nome mais capaz de concorrer contra Lula (PT) no ano que vem, o governador de São Paulo ampliou nos últimos dias suas agendas no interior do estado, em movimento similar ao de antecessores que disputaram a reeleição. 

 

Cadeira do Xandão - O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou para condenar o mecânico Fábio Alexandre de Oliveira a 17 anos de prisão. Ele foi filmado durante os ataques de 8 de janeiro de 2023 sentado na cadeira do ministro. Para o ministro, Oliveira deve ser condenado a penas maiores que as mínimas previstas no Código Penal porque o réu teve conduta desfavorável em todas as circunstâncias avaliadas judicialmente. "É extremamente grave a conduta de participar da operacionalização de concerto criminoso voltado a aniquilar os pilares essenciais do estado democrático de direito, mediante violência e danos gravíssimos ao patrimônio público", diz Moraes no voto. 

 

Desvio de foco - O Congresso brasileiro reduziu significativamente a fiscalização do Orçamento ao mesmo tempo que aumentou o controle sobre as emendas parlamentares. De acordo com levantamento do GLOBO, houve uma queda de 66% nas reuniões de comissões responsáveis por esse controle nos últimos anos. A Comissão Mista de Orçamento teve apenas sete reuniões em 2023, enquanto a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara também reduziu suas atividades. As emendas, que passaram de R$ 16,92 bilhões em 2015 para R$ 50,38 bilhões em 2023, agora são frequentemente realizadas por meio de "emendas Pix", que exigem menos prestação de contas. Especialistas criticam a falta de fiscalização e apontam que o foco dos parlamentares está mais em alocar recursos do que em monitorar seu uso. 

 

Base contesta mais que PL - Partidos da base do governo Lula têm contestado mais atos do Executivo do que o PL, principal oposição. Desde 2023, aliados apresentaram 315 PDLs, frente a 308 do PL. A fragmentação da base e a baixa popularidade de Lula dificultam negociações no Congresso, resultando em derrotas como a rejeição ao aumento do IOF. A instabilidade política pode impactar as eleições de 2026. 

 

Centrão tenta convencer Bolsonaro - Partidos do Centrão, como PP e União Brasil, pressionam por uma candidatura de Tarcísio de Freitas à presidência em 2026, buscando abrir mão de Jair Bolsonaro. A estratégia inclui um vice indicado por essas siglas, enquanto Republicanos, MDB e PSD também mostram interesse. Bolsonaro, entretanto, resiste em nomear um sucessor, considerando opções como seus filhos ou Michelle Bolsonaro. O ex-presidente Michel Temer tenta mediar a situação, mas enfrenta resistência dos bolsonaristas. 

 

Bolsonaro exigirá mais que o compromisso de indulto - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai à avenida Paulista mais uma vez neste domingo, 29, para revitalizar o discurso em defesa da anistia dos golpistas. Ao seu lado estará o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome mais forte do centro-direita hoje para uma chapa presidencial, mas ainda sem o apoio do capitão. Bolsonaristas, inclusive, consideram cada vez mais remota a chance de o ex-presidente abrir mão de ter o filho Eduardo Bolsonaro na chapa de 2026. Entretanto, se for inviável politicamente manter seu sobrenome na corrida ao Planalto, a lista de exigências para apoiar Tarcísio vai aumentar. Além do compromisso com o indulto dos condenados pelo 8 de janeiro, o governador vai ser cobrado para se descolar da imagem de “queridinho da Faria Lima” — expressão que resume a percepção de que ele tem apoio de setores do mercado financeiro e da elite econômica. O primeiro ponto para o bolsonarismo exigir que Tarcísio “se livre” da imagem de “candidato da Faria Lima” é a certeza de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usará como principal arma da campanha o discurso de pobres X ricos. Ou seja, para entrar no embate, o candidato da direita não poderá ser identificado como defensor da elite financeira, pois isso daria força ao petista.