Manchetes dos jornais de domingo 20-08-2023

Manchetes dos jornais de domingo 20-08-2023

Edição de Chico Bruno 

 

Manchetes dos jornais de domingo 20-08-2023

Valor Econômico – Não circula hoje

 

FOLHA DE S.PAULO – Um terço no país relata ansiedade e sono ruim

 

O ESTADO DE S.PAULO – Governo Lula paga R$ 11,8 bi em emendas em julho e bate recorde mensal

 

O GLOBO – Brasil terá 'verão verde' com recorde de energia renovável

 

CORREIO BRAZILIENSE – Morte de psicóloga é investigada como crime 

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Ansiosos e sem sono - Três em cada dez brasileiros se sentem ansiosos, têm problemas com sono e com a alimentação sempre ou frequentemente. Um quarto manifesta pouco interesse ou prazer em fazer as coisas e um quinto relata dificuldade de atenção ou concentração. Ainda assim, só 7% da população avalia a sua saúde mental pessoal como ruim ou péssima, sendo a faixa etária entre 16 e 24 anos a mais insatisfeita (13%). De uma forma geral, 70% dos brasileiros consideram a saúde mental como ótima ou boa, e 23%, como regular. Os dados foram aferidos em pesquisa do Datafolha, realizada de 31 de julho a 7 de agosto. Foram ouvidas 2.534 pessoas com 16 anos ou mais em 169 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A população brasileira a partir de 16 anos é estimada em 158 milhões de pessoas, de acordo com o Censo 2022. Existe uma clara dissonância entre os sintomas relatados, que denotam problemas com a saúde mental, e como as pessoas avaliam o seu estado emocional geral. Enquanto apenas 5% dos homens e 9% das mulheres consideram a saúde mental pessoal como ruim ou péssima, 23% e 38%, respectivamente, se sentem ansiosos sempre ou frequentemente. Entre as mulheres, 27% já tiveram diagnóstico de ansiedade e 20% de depressão, o dobro da taxa registrada entre os homens (14% e 10%, respectivamente). Pouco mais de um quinto da população (21%) pesquisada visitou algum psicólogo, terapeuta, psiquiatra ou algum profissional de saúde mental nos últimos 12 meses. O mesmo percentual teve diagnóstico de ansiedade, 15% de depressão e 8% de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDHA). Para psiquiatras ouvidos pela Folha, a dissonância entre a autopercepção da saúde mental e os sintomas relatados pode ser explicada pela falta de compreensão e pelo estigma em torno do tema.

 

Recorde em emendas - Com uma base no Congresso insuficiente para aprovar projetos de interesse do governo, Luiz Inácio Lula da Silva se tornou o presidente que mais liberou emendas parlamentares em um único mês. Em julho foram R$ 11,8 bilhões para Estados e municípios por indicação de deputados e senadores. Por trás da liberação bilionária está a fatura da PEC da Transição, aprovada em dezembro. O governo é obrigado a destinar recursos obedecendo a escolha do  parlamentar, mas o momento da liberação fica por conta do Executivo. No mês em que bateu recorde de emendas, o Executivo bloqueou recursos da educação básica, da alfabetização de crianças, do Auxílio Gás e da Farmácia Popular.

 

'Verão Verde' - O rápido avanço da energia eólica e solar e os reservatórios das hidrelétricas repletos permitiram ao país abastecer lares e empresas basicamente com energia renovável quando o clima esquentar e o consumo atingir seu pico anual. Será um 'verão verde' com 91% da eletricidade vinda de fontes renováveis e o uso mínimo de termelétricas, movidas a combustível fóssil. Quanto menos as termelétricas são acionadas, menos tarifas extras são cobradas ao consumidor.

 

Escalada do crime em Brasília - O corpo de Ivana Leda, desaparecida desde 15 de agosto, foi encontrado na tarde de ontem, dentro do carro dela, que estava submerso no Lago Paranoá, nas imediações da MI 4, no Lago Norte. Segundo as primeiras informações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), não havia marcas de violência, mas apenas o laudo cadavérico deverá indicar a causa da morte. Os investigadores confirmaram que o Chevrolet Ônix de cor laranja foi descoberto por um banhista que, ao mergulhar, machucou-se na placa do automóvel. A polícia buscava imagens nas câmeras de segurança da região, pois o veículo tinha sido visto por volta das 23h do dia do desaparecimento, quando foi registrada uma multa por excesso de velocidade em frente ao Condomínio Privê, na MI 3

[20/8 07:26] Celso Tesoureiro Ppl Sp: RESUMO DE DOMINGO, 20/08/2023 - 2ª parte

 

O risco que Lula corre -  Com os escândalos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “respirou” sem muitas cobranças esta semana e ainda viu espaço para adiar a reforma ministerial. Esse adiamento, porém, tem tudo para levar o governo a encerrar o mês de agosto sem votação das propostas econômicas de seu interesse na Câmara dos Deputados. Em especial, as medidas provisórias e o arcabouço fiscal, propostas vistas pelo mercado como a receita para que prevaleça o otimismo com que Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fecharam o primeiro semestre. O portal de confiança aberto lá atrás, contudo, começa a se estreitar. O aumento da gasolina para acompanhar o mercado internacional arrisca dar um repique na inflação e, de quebra, ampliar a insegurança sobre um crescimento robusto, haja visto que o mercado começa a revisar suas projeções. Para completar, ainda não se viu uma receita segura do governo para controle de gastos. Embora Lula e seus ministros tentem manter o otimismo, o mercado olha com uma certa desconfiança para este mês arrastado, em especial, os investidores.

 

Nação pertence a Jesus, não a Alexandre de Moraes - A Marcha para Jesus do Rio de Janeiro começou neste sábado (19) com um ataque do pastor Silas Malafaia a um velho inimigo seu. "Esta nação pertence a Jesus, não pertence a Alexandre de Moraes, não pertence a governante nenhum", disse aos milhares de fiéis que prestigiam a edição carioca do maior evento evangélico do Brasil. Moraes é ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), atual presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e rival declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus fieis seguidores. "Eu não tenho medo desse cara", Malafaia discursou, agora na praça da Apoteose, palco no Carnaval dos desfiles das escolas de samba do Rio. É a parada final da Marcha. A massa evangélica reagiu entusiasmada à nova provocação contra o ministro do STF que, segundo o pastor, é um "ditador" que lidera a "ditadura da toga". Moraes, continua o líder religioso, cerceia redes sociais e "bota gente na cadeia" enquanto "estamos vendo uma imprensa covarde e omissa, uma grande parte de senadores covardes e omissos, um STF calado e omisso". Malafaia ainda saiu em defesa da turma encarcerada sob acusação de participar da depredação vista em Brasília no antidemocrático 8 de janeiro. "Tem irmãos nossos a meses presos sem ter uma prova que estavam na baderna." A investida contra o ministro ocupou a maior parte de sua fala. "Senhor Alexandre de Moraes, ditador da toga, a sua casa ainda vai cair. Dou duas hipóteses: ou vai cair pelas mãos de Deus, ou porque o Senado vai tomar vergonha na cara [e tocar um impeachment], ou porque o povo é o supremo poder da nação." 

 

Cid vai 'pro barro', perderá patente e será expulso do Exército - Nos bastidores do Exército, é dado como certo que o tenente-coronel Mauro Cid "vai pro barro". A gíria da caserna, usada por um oficial que comentou a situação, é sinônimo de que um militar será punido. No caso do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, a aposta é que ele será excluído da corporação e perderá sua patente caso condenado na Justiça comum –hipótese também considerada muito provável diante dos fatos já revelados nas investigações em que Cid está envolvido. Cid está preso há três meses e meio num batalhão da Polícia do Exército em Brasília sob suspeita de ter falsificado cartões de vacinação de Bolsonaro e familiares e é investigado em outros casos, como o do vazamento de dados sigilosos sobre a urna eletrônica e os ataques golpistas do 8 de janeiro. A situação do tenente-coronel se agravou nos últimos dias, quando uma operação da Polícia Federal trouxe novos detalhes sobre a participação dele e do pai dele (o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid) na venda de joias presenteadas ao governo brasileiro e desviadas do acervo presidencial. O novo advogado de Cid filho, Cezar Bittencourt, afirmou que o cliente apenas cumpriu ordens de Bolsonaro –recuou e depois reafirmou, num vaivém confuso desde que assumiu o caso. Seja como for, militares da ativa e da reserva ouvidos pela reportagem sob condição de anonimato descrevem como inevitável a expulsão de Cid do Exército.

 

No vácuo do capitão - Protagonistas na disputa pelo espólio eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro, envolvido em escândalos e investigações que escalaram nas últimas semanas, os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), intensificaram os movimentos para se cacifar à corrida ao Planalto em 2026. Para isso, passaram a adotar estratégias distintas: enquanto declarações recentes do chefe do Executivo paulista têm agradado os bolsonaristas classificados como moderados, o mineiro encontrou respaldo recentemente entre os mais radicais. As constatações são amparadas em pesquisas qualitativas contínuas do Laboratório de Estudos da Mídia e Esfera Pública (Lemep), do Iesp/Uerj, que acompanham eleitores do ex-titular do Planalto. Os grupos são divididos entre aqueles que discordam das invasões do 8 de janeiro (moderados) e os que defendem os atos golpistas (convictos). Como em qualquer estudo qualitativo, os resultados da pesquisa não são suficientes para generalizar posicionamentos, mas oferecem algumas pistas de como esse eleitor pensa. Desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível, em junho, por ter disseminado informações falsas sobre o sistema eleitoral em reunião com embaixadores, Tarcísio e Zema passaram a ser os mais cotados para amealhar a direita em torno de uma candidatura presidencial. As estratégias, porém, vêm alcançando perfis diferentes de eleitores desse campo ideológico, de acordo com o levantamento.

 

Expulsos em três minutos - Imagens das câmeras de segurança do Congresso Nacional no dia 8 de janeiro incluídas na denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra a cúpula da Polícia Militar (PM) do Distrito Federal mostra que a retirada dos manifestantes do interior do edifício demorou apenas três minutos após a chegada do Batalhão de Choque. A imagem foi anexada como argumento de que o Major Flávio Silvestre, responsáveis pelas tropas no começo dos atos, poderia ter impedido a entrada dos golpistas. "Comprova a possibilidade de evitar o resultado o fato de que, às 17h00, cerca de 1h40 depois de Flávio ter chegado ao Congresso Nacional no comando de equipe da PATAMO (Choque) e ter se retirado com o destacamento momentos depois – novo destacamento do Batalhão de Choque ingressou no Salão Verde da Câmara dos Deputados, quando os danos ao Congresso já haviam se concretizado. Diversamente do que ocorre anteriormente, o Choque confrontou os insurgentes, que, àquela altura, apresentavam animosidade e conflituosidade superiores ao que Flávio Silvestre enfrentara. Sem prejuízo, em apenas cerca de 03 minutos, os policiais conseguiram expulsar praticamente todos os insurgentes do local", afirma a denúncia da Procuradoria. Segundo o MPF, caso o major tivesse formado uma barreira de proteção, a destruição do Congresso poderia ter sido evitada ou minimizada. A omissão de Flávio apontada pela PGR é o que motivou que o major fosse denunciado pelos danos causados ao prédio do Congresso e também pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de golpe de Estado. A denúncia aponta que, por volta das 15h25, os homens sob comando de Flávio se posicionam na lateralmente na entrada do Salão Verde, permitindo a entrada dos manifestantes, inclusive cumprimentando alguns dos insurgentes. "Nota-se das imagens acima que os homens sob o comando do Major Flávio Silvestre de Alencar mantiveram interações positivas e amigáveis com os insurgentes, que se ajoelhavam, saudavam e agradeciam aos policiais militares", disse a denúncia. A situação permaneceu até cerca de 15h50, quando o major determinou a retirada dos policiais do local, já invadido pelos golpistas. A situação só se normaliza depois das 17h, após a chegada de um novo batalhão da Tropa de Choque.

 

Sigam os dólares - Após novas revelações do caso das joias, a Polícia Federal e a CPI dos ataques golpistas definiram os próximos passos da estratégia para seguir o dinheiro que circulou com o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu círculo mais próximo. As investigações terão como foco a análise de movimentações em contas dentro e fora do Brasil, além de extratos de cartão de crédito. Um dos objetivos é mapear a origem dos recursos utilizados pelo grupo na recompra de um relógio Rolex nos Estados Unidos. A negociação faz parte de um suposto esquema de venda de itens recebidos pelo ex-comandante em viagens. Nesta quinta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o pedido de Cooperação Internacional da PF, que deve ser encaminhado à Secretaria de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça, nesta semana. O advogado Frederick Wassef admitiu que em março recomprou o Rolex. Os policiais agora tentam rastrear a origem do pagamento. Com a ajuda do FBI, os investigadores brasileiros querem esclarecer de qual conta veio o valor em espécie pago por Wassef, se é possível rastrear os dólares entregues, se ele foi sozinho à joalheria e se há imagens que registraram a compra.

 

Disputa interna no PP desafia Lira na Câmara - Em meio à turbulência causada pelo atraso na reforma ministerial, o PP trava disputa interna pela sucessão do posto de líder da bancada do partido na Câmara. O atual, André Fufuca (PP-MA), já foi anunciado como futuro ministro por Alexandre Padilha, auxiliar de Lula responsável pela articulação política. Com isso, a licença do mandato é dada como certa e o cargo, portanto, terá que ser ocupado por outro deputado. Enquanto o presidente da Câmara, Arthur Lira, tenta cacifar Dr. Luizinho (PP-RJ) à liderança, outra frente de parlamentares da sigla defende a indicação do deputado Mário Negromonte Júnior (PP-BA). Hoje, a bancada do PP é a quarta maior da Casa, com 49 deputados. Além de ter o aval de Lira, Luizinho, que está licenciado do mandato e ocupa a Secretaria Estadual de Saúde do Rio, conta com o apoio do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI). O plano é retornar à Câmara e assumir o protagonismo à frente da bancada. Já Negromonte Júnior, que ambiciona o posto, é apoiado por deputados de estados como Bahia e Pernambuco. Eles argumentam que não basta ser próximo de Lira e Nogueira para representar o partido na Casa. Também veem a oportunidade de reforçar o alinhamento com o governo ao emplacar o aliado. O cotado é filho de Mário Negromonte, que foi ministro das Cidades de Dilma Rousseff. Em maio, Negromonte venceu uma queda de braço contra um grupo do PP que é contra aproximação com o PT e foi eleito presidente do partido na Bahia. Ele é aliado de importantes integrantes do governo, como o líder de Lula no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Parlamentares próximos a Negromonte dizem que mais da metade do PP deseja um nome mais alinhado com Lula. Também acreditam que ele facilitaria o diálogo sobre emendas e cargos estaduais.

 

Sabino turbina agenda com parlamentares em busca de emendas - Em seu primeiro mês no comando do Ministério do Turismo, Celso Sabino tem estreitado a relação com o Congresso Nacional e transformado o encontro com deputados e senadores em um novo protocolo de gestão. Ele busca turbinar o minguado orçamento da pasta com emendas parlamentares. De acordo com o ministério, até quinta-feira, Sabino, que assumiu em 13 de julho, havia realizado reuniões com 81 parlamentares, entre senadores e deputados federais, espalhados em dez partidos: União Brasil, MDB, PP, PL, Republicanos, PSD, PSDB, PV, PT e PDT — média de 2,1 por dia. Sua antecessora, Daniela Carneiro, em sete meses, recebeu 105 congressistas, ou 0,5. Nos encontros, Sabino apresenta um “cardápio de propostas e projetos” para atrair emendas. Ele mantém em sua rotina semanal dois dias para priorizar o diálogo com congressistas, normalmente às terças e quartas-feiras, quando a agenda do Legislativo é intensa. Sabino assumiu o ministério após pedido de seu partido, o União Brasil, para substituir Daniela, que estava em litígio com a legenda. Ambos têm mandato de deputado federal. Sabino também já esteve com nove deputados estaduais e 49 prefeitos, totalizando 139 autoridades. Só para a última quarta-feira, a agenda do ministro previa o atendimento de cerca de 28 parlamentares. Sabino desenvolveu o hábito de receber os deputados e senadores na porta do ministério e acompanhá-los pelo elevador privativo até o gabinete, onde ocorrem as reuniões. — O diálogo permanente com deputados e senadores é palavra de ordem no nosso trabalho e tem sido ampliado, até por sabermos da importância dos parlamentares na construção de avanços — afirmou Sabino ao GLOBO. A conduta do novo auxiliar do presidente Lula marca uma inflexão no governo, que agora busca alianças com forças políticas criticadas pelo PT nas eleições do ano passado.

 

Se aproximando de Lula - Em cálculo que envolve uma futura disputa ao Senado, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), se aproximou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de seus aliados no estado. A movimentação ocorre em paralelo ao desgaste do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com investigações judiciais e a estremecimentos na base aliada do governador. Reservadamente, três interlocutores do governador e de Lula avaliaram ao GLOBO que Castro identificou um derretimento de seu capital político nos últimos meses, o que o levou a buscar pontes com o Planalto. Castro acompanhou os dois dias da visita de Lula ao Rio, na semana passada, para o lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Vaiado pela militância de esquerda em atos públicos, o governador participou de um jantar reservado com Lula, a primeira-dama Rosângela Silva e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Nísia Trindade (Saúde) na Gávea Pequena, residência oficial do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD). No encontro, descrito por um participante como “bastante restrito” e descontraído, Castro manteve-se perto de Lula e procurou sinalizar uma relação confortável com o núcleo petista. Também estavam no jantar representantes da classe artística próximos ao PT, como a empresária Flora Gil e o ator José de Abreu. Castro também tem se aproximado de um apoio à reeleição de Paes em 2024, embora o PL queira lançar uma candidatura de oposição. Paes, segundo interlocutores, almeja concorrer ao governo estadual em 2026 em aliança com Lula. Lideranças do PT fluminense enxergam o governador disposto a uma composição que lhe dê apoio para disputar o Senado no mesmo ano, embora divirjam sobre a viabilidade deste plano — as vaias nos eventos com Lula, por exemplo, deram o tom das resistências a Castro na base petista. O governador também procura reforçar laços com personagens que têm diálogo com o PT. Ex-filiado petista, o secretário de Gabinete do governo, Rodrigo Abel, deve ser o próximo indicado de Castro a uma vaga no Tribunal de Contas do Estado. Abel acompanhou o governador nos encontros com Lula, incluindo o jantar oferecido por Paes.