“Campos Neto trabalha para sabotar o Brasil”, afirma Gleisi

“Campos Neto trabalha para sabotar o Brasil”, afirma Gleisi

“Campos Neto trabalha para sabotar o Brasil”, afirma Gleisi

 Por   

Gleisi Hoffmann (PR), deputada federal e presidente nacional do PT. Foto: Zeca Ribeiro - Câmara dos Deputados

Só nos últimos 12 meses o BC desviou R$ 776 bilhões da sociedade para os cofres dos banqueiros

A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), afirmou na terça-feira (18), através de suas redes sociais, que o presidente do Banco Central é “político e trabalha para sabotar o país”. O PT decidiu acionar a Justiça contra Campos Neto após seu jantar com o governador Tarcísio de Freitas, em São Paulo. Lula denunciou esta vinculação de Campos Neto com o bolsonarismo em entrevista ontem.

A deputada, e dirigente do partido do governo, comentou a entrevista do presidente à CBN. “Ótima entrevista do presidente Lula para a CBN! Comentou de forma esclarecedora temas importantes para o nosso país, como recursos para saúde e educação, garantia de ganho real do salário mínimo e a prevalência dos ricos sobre os pobres no orçamento público, através dos enormes subsídios”, escreveu Gleisi.

 

Em maio, integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, diminuíram a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, de 10,75% ao ano para 10,50% ao ano. Com a queda da inflação, a taxa de juros reais, que desconta a inflação, não caiu. Ela é a segunda maior taxa de juro real do mundo.

A redução do ritmo da queda desagradou a quase todo o país. Só quem gostou da decisão foram os especuladores. No começo das reduções, a Selic estava em 13,75% ao ano. Desde então, o comitê vinha reduzindo a Selic no mesmo ritmo: 0,5 ponto percentual a cada encontro. Com a decisão do mês passado, o corte na Selic foi de apenas 0,25 p.p.

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Odair Cunha (PT-MG), acusou a diretoria do Banco Central de atuar contra os interesses nacionais. Segundo Cunha, o BC tem retirado recursos significativos da população brasileira para cobrir os custos da dívida pública. Só nos últimos 12 meses foram R$ 776 bilhões desviados dos cofres públicos para os bancos.

 

Cunha argumenta que não há justificativa para a manutenção ou aumento da taxa Selic, defendendo sua redução com base nos indicadores econômicos atuais. Ele destacou que a economia brasileira não enfrenta pressões inflacionárias que justifiquem a manutenção dos juros atuais e está em um processo de crescimento econômico equilibrado. A taxa atual, segundo ele, não reflete a realidade do país.

O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues também falou sobre a decisão do Copom. Ele disse esperar que os diretores do Banco Central (BC) votem de forma unânime pela redução da taxa básica de juros (Selic). O Comitê de Política Monetária (Copom) decide nesta quarta-feira (19) se manterá ou não o atual patamar da taxa de juros.

“Tanto o Galípolo [Gabriel Galípolo] quanto todo o BC, qualquer um dos membros do Copom [Comitê de Política Monetária, que decide a taxa básica de juros, a Selic], precisam votar conforme os dados reais da economia brasileira, precisam julgar de acordo com a realidade”, disse Randolfe, de acordo com a Folha de S. Paulo. Galípolo tem o nome cotado para suceder Roberto Campos Neto na presidência da autoridade monetária, em dezembro.

O senador apresentou um requerimento para que Roberto Campos Neto seja convocado a dar explicações ao parlamento sobre a manutenção da taxa de juros em patamares elevados, o que tem dificultado o crescimento da atividade econômica e se alinhado com a oposição ao governo do presidente Lula.

“O senhor Campos Neto tem que explicar algumas coisas”, insistiu Randolfe. “Foi dada autonomia e independência ao BC para que seus diretores sejam independentes da política. Se ele aceita ocupar cargo no governo de um dos principais opositores de Lula, ele tem que se explicar”. “Só a possibilidade de Campos Neto vir a assumir algum cargo e não desmentir isso não combina com independência”, destacou Randolfe.