Manchetes dos jornais  de domingo – 01/06/2025 

   Manchetes dos jornais  de domingo – 01/06/2025 

Edição de Chico Bruno            

 

         Manchetes dos jornais  de domingo – 01/06/2025 

 

CORREIO BRAZILIENSE – Ações contra o meio ambiente põem Brasil em risco na COP30     

 

O ESTADO DE S. PAULO – Financiamento estudantil tem inadimplência recorde                    

 

FOLHA DE S. PAULO – Base governista frágil deixa Lula sem controle de pacote da reeleição    

 

   O GLOBO – Emendas federais não chegam às cidades de menor IDH do Brasil                 

 

Valor Econômico – Não circula hoje                

 

               

 

Destaques de primeiras páginas e fatos mais importantes do dia  

 

  Golpe na credibilidade nacional - Marcado para 5 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente chega ao Brasil em meio a um intenso debate sobre as reais intenções do país em relação à sustentabilidade. Analistas ouvidos pelo Correio criticam fortemente o projeto de lei, aprovado no Senado, que transfigurou as normas de licenciamento ambiental. E consideram um falso dilema a oposição entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade. “Essa balela de que os rigores ambientais atrapalham a economia já tem 50 anos. É uma afronta ao conhecimento acumulado desde a Rio-92”, afirma o doutor em economia ambiental Sérgio Margulis. Ações como essas, avaliam os analistas, podem minar a credibilidade do Brasil na cúpula do Clima em Belém.  

 

  

 

Calote - A proporção de estudantes atendidos pelo Financiamento Estudantil (Fies) que tinha alguma parcela atrasada atingiu 61,5% em abril, em um universo de 2 milhões de contratos, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). Em 2014, essa taxa era de 31%. A inadimplência, recorde na história do programa, lança alerta sobre a sustentabilidade do financiamento estudantil federal nos próximos anos. A queda de atratividade para os alunos também preocupa o governo e as faculdades privadas. Em 2018, eram preenchidas 82% das vagas ofertadas. No ano passado, o índice caiu para apenas 39%. Diretor de Políticas e Programas de Educação Superior da pasta, Adilson de Carvalho diz que o MEC estuda maneiras de aperfeiçoar o modelo, para atrair mais alunos e melhorar a quitação de dívidas. Também estuda incentivar o ingresso em áreas com demanda de mercado, como licenciaturas e carreiras de tecnologia. Em geral, o Fies banca a maior parte da mensalidade e só cobra a restituição após o estudante se formar. Mas esse financiamento, na maioria dos casos, não tem sido integral: há ainda uma coparticipação que o aluno deve custear durante o curso. A exceção é o Fies Social (para quem tem renda familiar de até 1,5 salário mínimo por pessoa), quando 100% da mensalidade é coberta.  

 

  

 

Fragilidade da base - A um ano e quatro meses das eleições de 2026, o governo Lula (PT) tem uma série de propostas que vão se incorporar à possível campanha do presidente para obter um quarto mandato, mas a instabilidade da base de apoio do Congresso retirou do Palácio do Planalto o controle sobre o formato e o tempo de aprovação dessas medidas. Temas como o aumento da isenção do Imposto de Renda, a alta de arrecadação via elevação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), a PEC da Segurança Pública, a isenção da conta de luz, a regulação das redes sociais e a regulamentação dos trabalhadores de aplicativos enfrentam resistência na Câmara dos Deputados e Senado e devem passar por grandes mudanças —alguns podem até não ser votados. O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), minimiza as dificuldades e diz que os projetos vão avançar também por interesse do Congresso em apresentar ações para a sociedade, como seria o caso da PEC da Segurança Pública e do aumento da faixa de isenção do IR.  

 

  

 

Não chegam lá - A bilionária distribuição de emendas parlamentares não contempla, com frequência, a população que vive em piores condições de vida. Dos 20 municípios de mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, 15 não receberam recursos nos últimos doze meses. São cidades marcadas pela economia de subsistência, ausência de saneamento, precariedade escolar e incapacidade de arrecadação. Mesmo entre as atendidas recentemente, há cidades que ficaram mais de cinco anos sem repasses. Para especialistas, sem ter como critério a carência, as emendas reforçam desigualdades.   

 

  

 

Machismo na política: vergonha que resiste - A violência política de gênero voltou ao centro do debate nacional depois dos ataques à ministra do Meio Ambiente Mudança do Clima, Marina Silva, na audiência da Comissão de Infraestrutura do Senado, na terça-feira passada. Embora não seja um caso isolado, o episódio explicitou o machismo institucionalizado que mulheres em cargos de poder — mesmo aquelas com trajetória reconhecida nacional e internacionalmente — ainda têm de enfrentar no Brasil. Na sessão, a ministra foi inter ompida, deslegitimada e ataca da verbalmente por senadores.  

 

Só MEC e BC ficam fora dos cortes do governo - Pouco mais de uma semana depois de divulgar o congelamento de R$ 31,3 bilhões na execução orçamentária deste ano, o governo federal detalhou quanto cada ministério e órgão federal terá de cortar este ano. A lista abrange quase todas as pastas do Executivo, exceto o Ministério da Educação (MEC) e o Banco Central (BC). Os dados foram divulgados pelo Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO). A pasta mais atingida é o Ministério das Cidades, com um congelamento em torno de R$ 4,28 bilhões. Entre as que foram mais impactadas pelo decreto, estão defesa (R$ 2,59 bilhões), Saúde (R$ 2,36 bilhões) e Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome (R$ 2,12 bilhões). O Ministério da Fazenda, de Fernando Haddad, é o sexto mais atingido, e terá R$ 1,4 bilhão em recursos congelados, ficando atrás do Ministério dos Transportes, com R$ 1,4 bilhão suprimidos. Para César Bergo, professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB), a principal novidade do novo congelamento é a transferência de responsabilidade para os ministérios, que têm até 6 de junho para detalhar quais serão os programas que sofrerão contingenciamento ou bloqueio.  

 

Os trabalhos de Eduardo - Demorou mais do que os bolsonaristas esperavam, mas o trabalho de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos começa a surtir efeito. As apostas são de que, se o governo de Donald Trump fizer qualquer sanção contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ou seus cônjuges, o Brasil não poderá desconhecer a possível existência de abusos e terá que tomar providências.   

 

Jurisprudência - Para quem tem reclamado dos movimentos de Eduardo Bolsonaro, a resposta é sempre a mesma: quando Lula estava preso, os petistas saíram mundo afora denunciando arbitrariedades. Deu certo. O deputado licenciado agora está na mesma toada.   

 

O que vem por aí - Caso o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não apresente alternativas ao aumento do IOF até 10 de junho, Hugo Motta colocará em pauta o projeto de decreto legislativo (PDL) para sustar a medida do governo. E, de quebra, virá o projeto para obrigar o Executivo a correr atrás dos devedores contumazes. Dados oficiais já conhecidos mostram que o crime organizado lucra, e muito, com a falta de sanções a esses devedores. 

 

Se trabalhasse, estaria resolvido - O Instituto Combustível Legal (ICL) aponta que só no setor de combustíveis, o rombo chega a R$ 203 bilhões, um salto de 20% em relação a outubro do ano passado. No estado de São Paulo, os devedores contumazes deixaram um buraco de R$ 45 bilhões e, no Rio de Janeiro, de R$ 41 bilhões. Só nestes dois estados, o governo já resolveria o problema. O que falta é se agarrar nesse serviço.  

 

  Nova geração I - Engana-se quem pensa que não há renovação na política. Pelo menos no Republicanos, partido de Hugo Motta e do ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, essa troca de gerações é visível. E com diálogo afinado com os outros partidos.   

 

  Nova geração II - Neste fim de semana, o ministro Sílvio Costa Filho fez questão de ir abraçar o novo presidente do PSB, João Campos, estreitando os laços entre as duas legendas. Vem aliança e parceria por aí, podem apostar.   

 

  Caminhos - O PSB já avisou que não fará federação com o PT de Lula. E pretende, inclusive, trocar o nome para Movimento. É uma forma de tirar o P do nome e colocar o socialismo em segundo plano.   

 

  Por falar em nome... - A união do PSDB com o Podemos também pretende tirar o P do nome. A ideia é passar a se chamar Moderados. É uma tentativa de sair da polarização.   

 

  Hoje tem debate - O Ministério das Comunicações vai presidir, das 9h às 12h, no Palácio do Itamaraty, a reunião ministerial do grupo de trabalho dos BRICS sobre Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs). A intenção é debater temas estratégicos para o futuro digital das nações que compõem o grupo.  

 

  Ensaios rumo ao semipresidencialismo - Sem muito alarde, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), criou vários grupos de trabalho para avaliar os dados do governo e propor soluções. Esses grupos vão tratar de déficit orçamentário, corte de despesas, reforma administrativa e as discrepâncias de números sobre subsídios, apurados pela equipe do Ministério da Fazenda e por economistas renomados, como Felipe Salto, ex-secretário de Fazenda de São Paulo. A ideia é buscar soluções econômicas que não sejam voltadas ao aumento de impostos. Essas tarefas, muitas delas até aqui exercidas exclusivamente pelo Poder Executivo, são mais um passo na direção de um regime semipresidencialista. Aos poucos, o Poder Legislativo, capitaneado pelos partidos de centro, vai assumindo responsabilidades e exercendo, na prática, um papel mais efetivo de governança. Diante de um Poder Executivo sem maioria na Casa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem como reagir ao trabalho do Parlamento. Ou entra nesse debate comandado pelos partidos de centro, ou perderá mais um pedacinho do poder que lhe resta.  

 

  Hora de mudar - No Congresso, é voz corrente que o “modelo de governança de cooptação fracassou”, como bem lembra o deputado Danilo Forte (União Brasil CE), relator do projeto da Câmara que cria instrumentos para que o país possa ir atrás dos devedores contumazes, assunto que também foi tema da última reunião de líderes. A tomar pelo ânimo dos congressistas, está chegando o momento em que o Legislativo pressionará o Executivo para que corra atrás dos devedores.  

 

  Embratur rebate aviso de embaixada dos EUA - Depois de a Embaixada dos Estados Unidos publicar, na sexta-feira, um alerta para os cidadãos norte-americanos em viagens ao Brasil, a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) divulgou, ontem, nota em que repudia às advertências da representação diplomática norte-americana. Para a autarquia, as orientações da embaixada reproduzem uma “imagem distorcida e ultrapassada” do país. “Em 2024, o Brasil registrou os menores índices de violência em 11 anos, resultado de uma articulação federativa eficaz e de políticas públicas consistentes. Repudiamos esse tipo de recomendação alarmista, que mais se presta à desinformação do que à proteção dos cidadãos americanos”, destacou a Embratur.  

 

  Ibaneis: “Uma fala sem embasamento” - O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, considerou descabido o alerta do governo dos Estados Unidos para que cidadãos norte-americanos evitem quatro cidades brasilienses. “Circulo por essas cidades diariamente e não se ouve mais falar em sequestro”. Em nota, a Embratur afirmou que as recomendações dos EUA refletem uma imagem “distorcida e ultrapassada” do Brasil.  

 

  PSB entrega comando a prefeito de 31 anos - A formalização neste domingo (1º) da troca de comando no centro-esquerdista PSB —sai Carlos Siqueira, 70, entra João Campos, 31— carrega à primeira vista um mero sinal de troca de bastão entre gerações, mas ocorre em um cenário de dificuldade de renovação na esquerda. Apesar da pouca idade para um político com projeção nacional, Campos integra família que atua na política há mais de 70 anos, desde os anos 1940. O prefeito do Recife é filho do ex-governador e ex-presidenciável Eduardo Campos, morto em 2014 em um acidente aéreo, e bisneto do ex-governador Miguel Arraes, uma das figuras históricas da esquerda, morto em 2005.  

 

  Avaliações sobre o futuro de Moraes - Integrantes da articulação contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), nos Estados Unidos dizem que a carta do governo Donald Trump enviada ao magistrado deve fundamentar uma eventual sanção direta ao ministro. A leitura é que fazer a negociação com base em posições políticas —de que uma punição exclusiva ao ministro do STF seria um ataque à soberania nacional— não seria suficiente para fazer membros da gestão americana voltarem atrás na disposição de sancionar Moraes. Somente um recuo efetivo do ministro, isto é, a revogação das ordens que foram apontadas como equivocadas pelo governo americano, teria o efeito de brecar ações anti-Moraes. O ofício se insere justamente num contexto de pressão para que Moraes volte atrás em algumas decisões.   

 

  Cargos obsoletos - Ao menos 224 servidores do Senado e da Câmara dos Deputados ocupam cargos obsoletos, como operador de máquinas e agente de encadernação, com salários de até R$ 32 mil –cifra similar ao que ganha um auditor da Receita Federal. Do total de servidores em cargos obsoletos, 92% entraram no Legislativo há mais de 25 anos, em uma época em que concursos públicos com direito à estabilidade eram o padrão para ingressar no setor. Com isso, funções que hoje são de terceirizados ou temporários, como condutor de veículos, foram ocupadas por profissionais concursados. Essas carreiras já entraram em processo de extinção e, portanto, os cargos vagos não terão novos servidores e serão encerrados ou redistribuídos para outras áreas. Mas, enquanto isso não ocorre, esses profissionais permanecem atuando com direito à estabilidade. É o caso dos operadores de máquinas, carreira que entrou em processo de extinção em 2004 após resolução da Câmara, mas que ainda conta com 83 servidores –parte deles com salários de R$ 23 mil. Os dados são do portal da transparência da Câmara e do Senado.  

 

  Centro se articula para enfrentar à 'superfederação' entre União e PP- Após o anúncio da federação entre União Brasil e PP, outros grandes partidos de centro iniciaram um processo de aproximação. De olho no poder de barganha para 2026, Republicanos e MDB ensaiam também se federar, enquanto o PSD sinaliza com uma parceria informal com essas duas siglas para chancelar candidatos no próximo pleito. Hoje, essas cinco legendas, responsáveis pela indicação de 11 ministérios no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caminham para o apoio a um nome no campo da centro-direita à Presidência. Logo depois que o acordo entre União e PP foi divulgado, os presidentes do MDB, Baleia Rossi, e do Republicanos, Marcos Pereira, fizeram questão de posar para uma foto juntos, mostrando que desejam fazer o mesmo. Na Câmara, a federação já anunciada conta com 109 deputados federais; se o acordo entre os partidos comandados por Rossi e Pereira também vingar, o grupo somaria 89 parlamentares na Casa. Ainda que não participe das tratativas para a federação, o PSD de Gilberto Kassab também está incluído nas conversas para uma aliança nacional. Os dirigentes das três legendas têm em comum o fato de serem de São Paulo e estarem juntos na base do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Tarcísio é apontado como possível candidato ao Planalto caso obtenha o aval de seu principal padrinho político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Contudo, mesmo inelegível, Bolsonaro insiste em se apresentar como postulante.  

 

  Fux atende pedido de Nikolas -  O ministro Luiz Fux, do STF, solicitou informações à Câmara dos Deputados sobre a criação de uma CPI para investigar fraudes no INSS, atendendo ao pedido do deputado Nikolas Ferreira. A Câmara tem dez dias para responder. Fux também requisitou dados à Polícia Federal e à CGU, destacando a gravidade das fraudes. A Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República também participarão do processo. 

 

O que resta politicamente a Haddad - O futuro político do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afunilou-se após ele sofrer uma série de desgastes. A polêmica mais recente com a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que rendeu divergências até com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, somou-se à piora de sua imagem com a população por causa das crises da fiscalização do Pix e da “taxa das blusinhas”. Nesse contexto, Haddad tem demonstrado pouca vontade de concorrer em 2026, segundo interlocutores. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contudo, quer vê-lo na disputa ao Senado, para evitar que o bolsonarismo leve duas vagas por São Paulo. Outra ala do PT prefere que ele se sacrifique eleitoralmente com uma candidatura ao governo de SP, mesmo sem chance de vencer, para garantir o palanque de Lula. Procurado, o ministro não comentou. Antes de enfrentar aumento de rejeição popular, Haddad era dado como certo para substituir Lula como candidato do PT à Presidência em 2030, quando o petista não puder mais concorrer. Mas essa certeza já não existe, e outros nomes como o do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o do ministro da Educação, Camilo Santana, passaram a ser citados. Rui Costa, por sua vez, também enfrenta resistências internas no PT e carrega o passivo da explosão de violência policial na Bahia, o que fere uma das principais bandeiras da esquerda na área de direitos humanos. Nesse contexto, Camilo tem sido apontado como o nome mais viável, apesar de ser o menos conhecido. Como mostrou a Coluna, uma ala do PT também tem desconfiado que Lula prepara Guilherme Boulos para ser seu herdeiro político.