Dia da Luta Operária homenageará Almino Afonso e Heloísa Martins

Dia da Luta Operária homenageará Almino Afonso e Heloísa Martins
Escrito por: Oboré Projetos Especiais
Rafael Silva/CUT-SP

Deputado estadual Antonio Donato (PT) durante o evento de 2024
Celebrado anualmente em Nove de Julho, o Dia da Luta Operária 2025 homenageará o ex-ministro do Trabalho, Almino Afonso, e a ex-diretora técnica do Dieese, Heloísa de Souza Martins, defensores da classe trabalhadora e do fortalecimento do movimento sindical do Brasil.
O ato político deste ano acontecerá na sede da Central das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Brasil (CTB), na Rua Cardoso de Almeida, 1.843, Sumaré, a partir das 9 horas.
Almino Afonso foi ministro no governo de João Goulart, em 1963. Cassado pelo golpe militar, viveu no exílio na Iugoslávia, Uruguai, Chile, Peru e Argentina, retornando ao Brasil em 1976. Com uma boa relação com os sindicalistas organizados no antigo CGT, participou de negociações com os trabalhadores.
Heloísa de Souza Martins, socióloga, foi diretora técnica do Dieese em pleno período de resistência à ditadura, de 1966 a 1968. Deu grande contribuição ao movimento sindical ao ajudar a calcular o índice de custo de vida, essencial para compreender as necessidades dos trabalhadores nas contas públicas.
Além de Almino Afonso e Heloísa Martins, que receberão o Troféu José Martinez, mais 10 personalidades, sendo sete in memoriam e três com homenagens especiais.
Homenagens in memoriam
• Newton Cândido – Militante, dirigente sindical e ex-assessor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
• Arcênio Rodrigues da Silva – Ex-preso político e militante operário; ajudou a construir as Oposições Sindicais Metalúrgicas de Osasco e de São Paulo.
• Luiz Tenório de Lima, o Tenorinho – Fundador do Dieese; teve forte atuação como líder sindical nas décadas de 1960 e 1970. Ex-dirigente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST). Em 1984, foi eleito vereador na capital paulista.
• João Batista Gomes, o Joãozinho – Ex-dirigente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo; participou também das direções estadual e nacional da CUT.
• Eduardo Pavão – Jornalista; ex-assessor da UGT e dos Sindicatos dos Metalúrgicos de Curitiba e de Osasco.
• Ronaldo Ferreira Martins – Ex-presidente do Sindicato dos Correios do Rio de Janeiro e secretário-geral da FINDECT (Federação Interestadual dos Correios).
• Guarino Fernandes – Ex-presidente da União dos Ferroviários da Estrada de Ferro Sorocabana; foi vereador em Sorocaba (1959–1963) e deputado estadual eleito por São Paulo, mas cassado antes da posse.
Homenagens especiais
• Ana Martins – Ex-vereadora e ex-deputada estadual; foi uma líder comunitária que participou ativamente de organizações como o Clube de Mães e o Movimento Contra a Carestia, na Zona Sul de São Paulo.
• Dulce Muniz – Atriz; criadora do Teatro Heleny Guariba.
• Paulo Cseh – Ex-preso político; é diretor do Sindicato dos Têxteis de São Paulo.
Marcam a comemoração do Dia da Luta Operária de 2025, em São Paulo, os 70 anos de fundação do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) e os 40 anos da paralisação da campanha salarial unificada, de outubro e novembro de 1985, em São Paulo, que resultou na redução da jornada de trabalho de 48 para 44 horas semanais. Em 1988, essa conquista foi incorporada na Constituição, estendendo-se a todos os trabalhadores brasileiros com registro em carteira.
O ato deste ano é uma iniciativa do deputado Antonio Donato (PT) e promovido pelas Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, CSP-Conlutas, Pública Central do Servidor, Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Intersindical Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora. A OBORÉ também é apoiadora oficial da homenagem, ao lado do Centro de Memória Sindical (CMS), Instituto Astrogildo Pereira (IAP) e Intercâmbio, Informações Estudos Pesquisas (IIEP).
Sobre o Troféu
Concebido pelo artista plástico Enio Squeff especialmente para o Dia da Luta Operária, o troféu José Martinez presta homenagem ao sapateiro anarco-sindicalista que no dia 9 de julho de 1917 foi baleado por soldados da antiga Força Pública que reprimiam a greve geral que tomou conta de várias empresas na cidade de São Paulo. Seu falecimento, dias depois, causou enorme comoção pública.
Já o Dia da Luta Operária foi instituído pela lei municipal (nº 16.634/17) de autoria do ex-vereador e hoje deputado estadual Antonio Donato (PT). A motivação para tal proposição foi homenagear os trabalhadores, em nome do o sapateiro José Martinez, assassinado pela repressão na Greve Geral de 1917.