Manchetes de domingo 02-04-2023

Manchetes de domingo 02-04-2023

Edição de Chico Bruno 

 

Manchetes de domingo 02-04-2023

Valor Econômico – Não circula hoje

 

O GLOBO – Nova Realidade: Inteligência artificial supera limites, já modifica nossas vidas e assusta

 

FOLHA DE S.PAULO – Lula tem 38% de aprovação; reprovação iguala Bolsonaro

 

O ESTADO DE S.PAULO – Grupos de ódio migram de fóruns ocultos para redes sociais e atraem jovens

 

CORREIO BRAZILIENSE – “O governo Lula ainda não começou”

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

IA - A nova inteligência artificial (IA), chamada generativa, tem proovocado espanto ao ao transpor fronteiras humanas, como o da linguagem. Para especialistas, trata-se de um salto tecnológico sem precedentes, que pode dar escala à desinformação e fragilizar ainda mais a democracia, eliminar postos de trabalho, mexer com a saúde mental e a sociabilidade, se não for acompanhada de ética e regulação. A IA já modifica positivamente negócios que vão da maquiagem à busca de documentos e orienta soluções, por exemplo, para tomada de decisões em hospitais em situações críticas. 

 

Datafolha - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega aos primeiros três meses de mandato com aprovação de 38% e reprovação de 29%, aponta pesquisa do Datafolha. O resultado mostra a desaprovação a Lula igual à registrada por Jair Bolsonaro (PL) no mesmo momento de seu governo, em 2019, repetindo assim o que foi o pior desempenho desde a redemocratização de 1985 entre presidentes em primeiro mandato. Lá, em meio a diversas crises, o ex-presidente marcava 30% de avaliação ruim/péssimo, mas era menos aprovado do que o petista, com 32% de ótimo/bom. Era regular para 33%. Consideram a gestão de Lula regular agora outros 30%. Não souberam responder 3% —entre os 2.028 eleitores entrevistados pelo instituto de quarta (29) a quinta (30) em 126 cidades. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. Lula é mais bem avaliado ou recebe a menor reprovação entre nordestinos (53% de ótimo e bom no grupo, que soma 26% da amostra do Datafolha), os mais pobres (21% de ruim péssimo entre os que ganham até 2 salários mínimos, 55% dos ouvidos) e jovens (17% de ruim péssimo entre os 17% que têm de 16 a 24 anos). Na contramão, o eleitorado tradicionalmente mais bolsonarista é mais refratário ao petista. Ele só tem 29% de aprovação no Sul (15% da amostra), 28% entre evangélicos (27% dos ouvidos) e 30% entre os mais ricos. A maior fatia (51%) dos eleitores considera que o presidente fez menos do que poderia nesses três meses, enquanto 18% acham que ele fez mais e 25%, o esperado. 

 

Discurso de ódio - O ataque à escola onde um aluno de 13 anos matou uma professora expõe o avanço de grupos extremistas na redes sociais. Antes concentrados em ambientes mais escondidos, como chans (fóruns anônimos) e outros espaços na deep web (face oculta da internet), eles agora se espalham por redes com milhões de acessos, como Twitter e Tik-Tok. Um dos principais alvos são adolescentes, em geral meninos, em busca de aceitação e atraídos por ideias radicais. "Eles têm uma imagem distorcidade que o atentado vai transformá-los em heróis , explica a pesquisadora Michele Prado.  

 

Ciro Nogueira - Um dos ministros mais atuantes do governo Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) faz crítica contundente à administração que tomou posse há pouco mais de três meses. “É um governo que ainda não começou. Espero que comece”, diz. Segundo Nogueira, Lula é um líder defasado, com uma visão de mundo de 20 anos atrás. O senador do PP vê ainda o chefe do Planalto refém das intrigas internas do PT, mais empenhado em perpetuar um projeto de poder do que em resolver os problemas nacionais. O parlamentar mantém firme a fidelidade a Bolsonaro. “É o grande líder da oposição. É o único que tem capacidade, hoje, de movimentar multidões nas cinco regiões”, avalia.

 

Deputado do PP da Bahia será o relator do projeto do arcabouço fiscal - O relator na Câmara do projeto do arcabouço fiscal será o deputado do PP da Bahia Claudio Cajado, que está no exercício do seu oitavo mandato. Cajado foi o escolhido do partido e, claro, por Arthur Lira. Ou seja, Lira não abriu mão de um deputado do Centrão raiz para cuidar de um dos dois projetos mais fundamentais para o governo Lula neste ano — outro será o da reforma tributária. Nos próximos dias, Cajado se reunirá com Fernando Haddad, que, na semana que vem, entrega à Câmara o texto do projeto a ser apreciado.

 

Contas de Bolsonaro e de Lula - Os petistas olham para o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva com mais otimismo, quando comparam o apoio que Jair Bolsonaro tinha entre os parlamentares no começo da sua administração. Quando o ex-presidente completou três meses dando expediente no Palácio do Planalto, a base aliada estava restrita a 59 deputados do antigo PSL e 32 do Democratas. Juntando outros apoios aqui e ali, tinha uma base fiel de 120. Lula tem, segundo os cálculos de aliados, 240. Veja bem: o número de deputados ainda não garante maioria nas votações. Mas a largada está dada: se o presidente e o PT acertarem, ampliam este número de 240. Se errarem a mão, desidrata. Nesse “errar na mão”, alguns aliados incluem a tensão criada pelos petistas nos estados em busca dos cargos de segundo escalão. Isso está atrapalhando o trabalho do ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais. A esperança dos aliados é a de que os números do Datafolha desta semana, que indicam aprovação 38% e reprovação de 29%, sirvam de alerta para mostrar que o governo não pode prescindir dos partidos de centro.

 

Resistência à Lava-Jato abre caminho de Zanin - Dentro de algumas semanas, Luiz Inácio Lula da Silva deve apresentar ao Senado seu indicado para a 11ª cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar de críticas de aliados e de receios sobre as reações do meio político, o presidente da República está convicto de que deve propor seu advogado, Cristiano Zanin Martins, para ocupar a cadeira deixada pelo ministro Ricardo Lewandowski na mais alta corte do país. Juristas próximos a Lula, e consultados pelo Correio, afirmaram, sob a condição de anonimato, que o presidente foi informado que ser crítico da Operação Lava-Jato não cria barreiras jurídicas para ocupar uma cadeira no Supremo. Ele seria impedido nos processos que atuou por força de lei e não teria resistência em se declarar impedido nos casos em que ocorressem conflitos éticos. Lula também foi informado de que não existe resistência considerável ao nome de Zanin no Senado. A barreira maior seria de Sergio Moro (União Brasil-PR), agora integrante da Casa e ex-juiz da operação. No entanto, o presidente foi avisado de que Moro, desde que assumiu, vive certo isolamento por parte dos pares, que entendem que ele, junto com procuradores e alguns delegados da Polícia Federal (PF), criminalizaram a política no auge da Lava-Jato.

 

Teoria do “lawfare” é marca da atuação - O advogado Cristiano Zanin Martins, junto com a equipe do escritório em que atua, popularizou uma teoria do direito que, antes, era pouco conhecida no Brasil — a chamada “lawfare”. A palavra é junção de dois termos em inglês: “law” (lei, direito) e “warfare” (guerra). Na prática, a teoria prevê momentos em que as leis podem ser usadas e distorcidas com fins políticos. É como se fosse uma guerra contra adversários, na qual o sistema de Justiça atua para prejudicar o réu, e não se limita a analisar suas condutas à luz das normas legais. Zanin afirma que Lula foi vítima de “lawfare” para que fosse removido da corrida eleitoral de 2018 e o caminho ficasse livre para que seu principal adversário, o então candidato Jair Bolsonaro, chegasse à Presidência da República. O sucesso nos tribunais aproximou Zanin do petista e de seus aliados, que estão dispostos a levantar barreiras para a aprovação do advogado no Senado — onde precisa passar com sucesso por uma sabatina para chegar ao cargo.

 

Barroso: Supremo não é “ativista” - O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou, ontem, que a Corte pratique “ativismo judicial” e afirmou que essa percepção é “bastante equivocada”. Segundo ele, o que ocorre é que o Supremo tem protagonismo devido à abrangência da Constituição e, consequentemente, dos assuntos que podem ser levados à apreciação dos ministros. “Existe uma percepção bastante equivocada de que o STF é extremamente ativista, que inventa legislações e produz decisões que trazem insegurança jurídica. Gostaria de dizer que nada disso acontece. O que existe mesmo é um protagonismo judicial. Como tudo pode chegar ao Judiciário, passa a ter uma visibilidade incomum”, afirmou o ministro, durante a Brazil Conference, nos Estados Unidos. Barroso destacou que a abrangência da Constituição, que dispõe sobre diversos temas, faz com que questões vistas como políticas também possam ser interpretadas como jurídicas. “Quando você traz uma matéria para a Constituição, você a retirou da política e trouxe para o Direito”, lembrou.

 

Barroso chama de especulação eventual aposentadoria antecipada - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso negou neste sábado (1º) o que chamou de "especulação" sobre uma eventual antecipação de sua aposentadoria na corte. "É uma especulação que deve vir de alguém que está querendo a minha vaga. Eu na verdade não tenho nenhum plano nesse sentido", disse o ministro à Folha nos Estados Unidos durante a Brazil Conference, evento organizado por alunos das universidades Harvard e MIT (Massachusetts Institute of Technology) em Cambridge, na região de Boston. Barroso tem 65 anos, 10 a menos do que o estabelecido para se aposentar por idade no STF, e deveria deixar a corte apenas em 2033. Se o fizer, aumenta para três o número de ministros que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicará até o fim de seu mandato.

 

Secretário deixa Prerrogativas após bate-boca - Uma discussão acalorada na noite desta sexta-feira (31) no Prerrogativas levou à saída do grupo jurídico do advogado Augusto Botelho, secretário nacional de Justiça. O estopim para o bate-boca via WhatsApp foi a intenção do ministro da Justiça, Flávio Dino, superior hierárquico de Botelho, de nomear a advogada Marilda Silveira como colaboradora. Silveira foi a responsável por ações no passado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), inclusive a que impediu que ele assumisse a chefia da Casa Civil no governo de Dilma Rousseff, em 2016. Dino quer que ela fique responsável por entrevistar candidatos a vagas em tribunais superiores. A discussão colocou em lados opostos membros do Prerrogativas mais ligados ao PT, que acharam absurda a nomeação dado esse histórico, e outros integrantes que disseram que ela tem currículo sólido e credenciais para a tarefa proposta por Dino. Em determinado momento, Botelho disse que, dada sua ligação com Dino, não poderia mais se manter no Prerrogativas, do qual era um dos membros mais destacados. Irritado, deixou o grupo. O Prerrogativas, criado como um grupo de WhatsApp crítico à Lava Jato, tem cerca de 250 integrantes, praticamente todos alinhados ao governo Lula. O coordenador do grupo, Marco Aurélio de Carvalho, disse esperar que Botelho reconsidere sua decisão.

 

Papel de Bolsonaro na oposição é sumir - O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), 27, diz que não há "nenhuma condição" de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) liderar a oposição contra o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e afirma que, na sua opinião, o ex-chefe do Executivo se tornará inelegível e poderá ser preso. Depois de passar três meses nos Estados Unidos e desprezar o rito democrático da passagem de poder a seu sucessor, Bolsonaro voltou ao Brasil na quinta-feira (30), em meio à desconfiança de aliados sobre qual papel ele irá exercer na oposição. "Há todos os elementos para ele se tornar inelegível e agora cada vez mais elementos para ele ser preso. Como é que ele vai liderar a oposição? Eu não vejo nenhuma condição nele. Aí você me pergunta: qual o papel dele na oposição? Para mim, sumir", afirma Kim em entrevista à Folha. Líder do MBL (Movimento Brasil Livre), o deputado diz que a oposição que ele fará ao governo Lula será propositiva e reconhece que poderá votar com o Planalto em alguns projetos, a exemplo do novo arcabouço fiscal. Por outro lado, tece críticas sobre a relação do Executivo com o Congresso e afirma que só uma "reforma ministerial radical" fará o governo ter uma base de apoio.

 

STF nunca teve ministros de 6 estados e do DF - A possível indicação de mais um homem branco para o STF (Supremo Tribunal Federal) abriu debate sobre a falta de diversidade na corte. Mas a questão não se restringe a gênero ou cor. Também no recorte regional o tribunal está longe de espelhar as características da população brasileira. Na história do STF na República, nunca houve um ministro nascido em seis estados do país (Acre, Amapá, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e Tocantins), além do Distrito Federal. Segundo dados do tribunal, as unidades da federação que mais tiveram representantes na corte foram Rio de Janeiro (33), Minas Gerais (30), São Paulo (26) e Rio Grande do Sul (18). Em seguida, vêm Bahia e Pernambuco, com 14 e 11 ministros cada um, respectivamente. A possível indicação de mais um homem branco para o STF (Supremo Tribunal Federal) abriu debate sobre a falta de diversidade na corte. Mas a questão não se restringe a gênero ou cor. Também no recorte regional o tribunal está longe de espelhar as características da população brasileira. Na história do STF na República, nunca houve um ministro nascido em seis estados do país (Acre, Amapá, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e Tocantins), além do Distrito Federal. Segundo dados do tribunal, as unidades da federação que mais tiveram representantes na corte foram Rio de Janeiro (33), Minas Gerais (30), São Paulo (26) e Rio Grande do Sul (18). Em seguida, vêm Bahia e Pernambuco, com 14 e 11 ministros cada um, respectivamente. A cara "sudestina" que marca a corte se consolidou desde a redemocratização do país. Atualmente, de 11 ministros, 7 vieram do Sudeste, 2 do Sul, 1 do Nordeste, 1 do Centro-Oeste e nenhum do Norte, considerando-se o local de nascimento. Para que a composição fosse representativa das cinco regiões do país, teria que ter algo próximo a 4 ou 5 ministros do Sudeste, 1 a 2 do Sul, 3 do Nordeste, 1 do Centro-Oeste e 1 do Norte.

 

Disse tudo - André Lara Resende disse tudo na sua entrevista à repórter Miriam Leitão, quando tratou dos economistas que defendem a atrofia do Estado: "Essa [é a] visão dominante entre os economistas do mercado financeiro. Quem aparece na grande mídia são 99% os economistas que trabalham no mercado financeiro. Eles falam consigo mesmo. E eles aparecem na mídia. E a grande mídia está completamente dominada por essa percepção, essa visão de mundo."

 

Ex-assessor de ministro à PF que pagou 'excesso de bagagem' - Ex-assessor do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, Marcos André dos Santos Soeiro disse em depoimento à Polícia Federal que precisou pagar excesso de bagagem para trazer ao país "tantos presentes" ofertados pelo governo da Arábia Saudita ao Estado brasileiro. Militar da Marinha, ele foi flagrado em outubro de 2021 pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, portando um estojo de joias avaliadas em cerca de R$ 16,5 milhões. Os itens foram retidos porque não haviam sido declarados ao Fico. O episódio envolveu o então presidente, Jair Bolsonaro. Bento Albuquerque teria dito na alfândega que as joias, dadas ao governo brasileiro, eram para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O ex-titular do Palácio do Planalto fez diversas investidas, formais e extra-oficiais, para tentar reaver os bens, sem sucesso. Depois, foi descoberto que Bolsonaro já havia se apossado de outros dois conjuntos de joias, além de armas, recebidas em viagens oficiais. A Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar o ocorrido e, por determinação do Tribunal de Contas da União, todas os itens devem ser devolvidos. O caso foi revelado pelo "Estado de S.Paulo". Soeiro integrou uma comitiva liderada pelo então ministro de Minas Energia que representou o presidente da República em uma viagem à Arábia Saudita. O militar disse, ao regressar ao Brasil, o seu carrinho de bagagens tinha “tantas malas e caixas que ficava acima da sua cabeça, o que nunca tinha acontecido”.