Bancada evangélica quer mudar PL das Fake News para seguir atacando gays

Bancada evangélica quer mudar PL das Fake News para seguir atacando gays

Bancada evangélica quer mudar PL das Fake News para seguir atacando gays

Parlamentares-pastores tiveram reunião com o relator da matéria, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). Eles querem direito de demonizar homossexuais “com base na Bíblia”

Henrique Rodrigues

Escrito en POLÍTICA

 

Prestes a perderem o “direito” de demonizar os homossexuais nas redes sociais com um discurso de ódio vergonhoso do qual fazem uso diariamente, os deputados da chamada bancada evangélica, integralmente formada por representantes de igrejas neopentecostais e apoiadores do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro (PL), querem mudar o texto do Projeto de Lei (PL) das Fake News. Se for aprovado da forma como é hoje, a enxurrada de mentiras grotescas e as falas odiosas e preconceituosas postadas na internet serão excluídas em pouquíssimo tempo e seus autores serão punidos.

“As vedações e condicionantes previstos nesta Lei não implicarão restrição ao livre desenvolvimento da personalidade individual, à livre expressão e à manifestação artística, intelectual, de conteúdo satírico, religioso, político, ficcional, literário ou qualquer outra forma de manifestação cultural, nos termos dos arts. 5º e 220 da Constituição Federal”, diz o único trecho do texto atual do PL das Fake News, uma passagem bastante genérica que poderia contrariar os interesses dos evangélicos, que querem seguir atacando gays, lésbicas e pessoas trans “com base na Bíblia”, mas ignorando completamente a Constituição.

 

Inconformados com a alteração legal que pode pôr fim ao discurso de ódio que alimenta seus radicalizados fiéis e os coloca num ambiente de convívio quase que medieval, representantes da bancada foram se encontrar com o relator do Projeto de Lei, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), na quarta-feira (26), na tentativa de introduzir alterações que garantam a permanência do “infame” direito de perseguir cidadãos por conta de sua orientação sexual.

Desde sempre contrários às conquistas civis dos homossexuais e à criminalização da homofobia, o grupo numeroso de parlamentares extremistas quer agora interferir numa legislação que promete revolucionar o combate aos crimes ocorridos no ambiente virtual, evocando um suposto “amparo bíblico” para continuarem a descarregar ódio contra uma parcela da população.