O então presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu um dos supostos presentes enviados pelo governo da Arábia Saudita por meio de seu então ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, para o seu acervo pessoal.

Documentos e declarações de Albuquerque revelam que mais de um pacote foi entregue pelas autoridades sauditas durante missão realizada sem Bolsonaro, em outubro de 2021.

Um dos conjuntos, avaliado em R$ 16,5 milhões em joias e relógio, ficou retido na Receita Federal do aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, mais um pacote estava na bagagem de um dos integrantes da comitiva e não foi interceptado pelos agentes policiais. Esse pacote continha relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, todos da marca suíça Chopard.

Em entrevista à publicação, o ex-assessor especial Antônio Carlos Mello, ele mesmo entregou o pacote ao setor encarregado pelo acervo presidencial no Planalto e que não só informou a Receita Federal e a Presidência, como pediu orientações tão logo os pacotes foram recebidos.

Além disso, Mello afirma que ocorreram diversas tratativas para definir o destino do material, o que teria feito com que a entrega fosse feita mais de um ano após seu recebimento.

Por conta da repercussão, Bolsonaro tem tentado se esquivar do tema. Nos Estados Unidos, após evento voltado para o público conservador, o ex-presidente diz que está “sendo crucificado no Brasil” por um presente que não recebeu.