Manchetes dos jornais de domingo - 07/07/2024
Edição de Chico Bruno
Manchetes dos jornais de domingo - 07/07/2024
O ESTADO DE S.PAULO – Medo do 'imposto do pecado' gera guerra de slogans e versões
O GLOBO – Brasil vive novo ciclo do ouro a atrai R$ 7,6 bi em investimento
FOLHA DE S.PAULO – Incerteza fiscal faz governo pagar maior juro desde 2022
CORREIO BRAZILIENSE – Aumenta o número de motoboys acidentados
Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia
Imposto seletivo - Frases de efeito, hashtags, profusão de estudos e até petição. Na regulamentação da reforma tributária, é amplo o arsenal usado por setores e empresas para tentar escapar ou ao menos reduzir a incidência do "imposto do pecado", que será cobrado sobre produtos considerados nocivos à saúde ou ao meio ambiente. Tecnicamente chamado de Seletivo, o tributo mira bebidas alcoólicas e açucaradas, cigarro, carro, barco, aeronave e bens minerais extraídos. Mas há debates para a inclusão de alimentos ultraprocessados, armas e munições, agrotóxicos e até jogos eletrônicos. As entidades da sociedade civil contra-atacam com números, evidências empíricas e campanhas e alegam que se trata de oportunidade única para Congresso e governo inibirem comportamentos danosos - sobretudo à saúde, os quais geram bilhões de reais em gastos públicos anualmente.
Ouro - Com cerca de 12% das reservas do mundo, o Brasil vive um novo ciclo do ouro, atraindo empresas estrangeiras que vão investir, entre 2024 e 2027 R$ 7,6 bilhões em dez empreendimentos. As minas estão espalhadas por nove estados, enttre os quais Pará, Minas Gerais e Bahia se destacam. O metal teve valorização de 54% em três anos devido à determinação da China de depender menos do dólar e a aversão ao risco, após a pandemia e a eclosão de duas guerras regionais. O ouro é considerado um porto seguro por países e investidores. Manter o controle sobre a extração, em meio ao garimpo ilegal e danos ambientais desafia as autoridades.
Risco - A desconfiança dos investidores quanto à disposição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em cumprir o arcabouço fiscal levou o Tesouro Nacional a pagar a maior taxa de juros nas emissões da dívida pública desde julho de 2022, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguiu aprovar a PEC Kamikaze para turbinar gastos em ano eleitoral. O ambiente desfavorável fez com que a União não só pagasse mais caro, mas também freasse a captação de recursos no mês de junho. Sempre que isso acontece, o governo precisa recorrer a uma reserva de liquidez, conhecida como "colchão da dívida", para honrar obrigações com os investidores.
Duas rodas - O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou nos quatro primeiros meses deste ano, crescimento de 14% do número de motociclistas que sofreram acidentes de trânsito e receberam atendimento em unidades públicas. Foram 50.248 internações, contra 44.050 em janeiro, fevereiro, março e abril de 2023. No Distrito Federal, o aumento foi ainda maior, cerca de 30%, com 771 hospitalizações até abril, contra 591 no mesmo período do ano passado. A maioria desses sinistros ocorre com pessoas que trabalham como entregadores ou mototaxistas. Ao todo, no ano passado, foram 141.890 internados no SUS em todo o país, num gasto estimado de R$ 221,5 milhões.
Rui, o sincero - O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), sinalizou que terá uma atuação tímida na campanha em Salvador e irritou aliados do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que disputa a prefeitura com o apoio do PT. Em entrevista nesta terça-feira (2), em Salvador, o ministro afirmou que não vai conseguir se engajar de forma mais ativa nesta eleição: "Eu pretendo ter uma presença nas campanhas muito com vídeo, com foto, porque não vai dar tempo. Eu não vou conseguir sair de lá [de Brasília] para ter presença aqui." Ao longo do ano passado, Rui Costa articulou nos bastidores a pré-candidatura do ex-vereador José Trindade (PSB). Mas, isolado dentro do PT, viu seu aliado desistir da disputa na capital baiana. Prevaleceu na base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) a tese defendida pelo senador Jaques Wagner, principal articulador político da candidatura de Geraldo Júnior (MDB). Desde então, aliados de Rui demonstram pouco entusiasmo pela candidatura do vice-governador. Entre os aliados de Wagner, o afastamento de Rui da campanha foi visto como algo positivo.
Bolsonaro diz estar à disposição para dar esclarecimentos - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse na manhã deste sábado (6), na abertura da Cpac, conferência conservadora que acontece em Balneário Camboriú (SC), estar à disposição para dar esclarecimentos sobre acusações que pesam contra ele. "A imprensa que me critica, a grande imprensa, mais uma vez estou à disposição de vocês, para duas horas ao vivo ser sabatinado sobre qualquer coisa", declarou, sem citar diretamente as investigações das quais é alvo. Sua fala foi aplaudida com gritos de "volta, Bolsonaro" pelo plenário lotado de um centro de convenções na cidade catarinense. O ex-presidente disse que não tem ambição pelo poder. "Tenho é uma obsessão pelo nosso Brasil". Ele também chamou o PT de "partido do trambique" e disse que conheceu do que a esquerda é capaz em 1970, dez anos antes da criação do partido. À noite, no encerramento do primeiro dia de evento, Bolsonaro repetiu uma fala negacionista contra vacinas, enalteceu o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que é vítima de censura, numa referência indireta ao STF (Supremo Tribunal Federal), e voltou a atacar o que chama de "sistema".
Tarcísio faz discurso linha-dura - O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse neste sábado (6) que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi "bombardeado por narrativas" e teve que se contrapor a elas durante toda a sua gestão no governo federal (2019-2022). "Quanta inspiração, quanto sacrifício", disse Tarcísio, que depois falou em Deus, em orações e no Espírito-Santo para o avanço do Brasil. "Esse ano a gente começa a construir 2026", disse, ao destacar Bolsonaro como o líder nacional da direita e chamá-lo de "professor". Tarcísio falou no dia de abertura da Cpac, conferência conservadora que acontece em Balneário Camboriú (SC). Segundo ele, "em São Paulo não terá invasão de terra, porque nós não vamos deixar" e que "o crime organizado em São Paulo não terá mais vez". O governador de São Paulo é apontado como o principal nome da direita para a disputa presidencial de 2026, já que Bolsonaro foi declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030 por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral.