Manchetes de domingo 4-09-2022

Manchetes de domingo 4-09-2022

Resumo de domingo, 04 de setembro de 2022 

 

Edição de Chico Bruno  

 

Manchetes de domingo 4-09-2022

 

O ESTADO DE S.PAULO – Bolsonaro usará militares para turbinar ato eleitoral no feriado

 

CORREIO BRAZILIENSE –  O exército do TSE para comandar as eleições

 

O GLOBO – 7 de setembro é preparado com Pix e ideias golpistas

 

FOLHA DE S.PAULO – Governo chama servidores para engrossar atos do 7/9

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Aproveitador - O presidente Jair Bolsonaro vai usar ações militares para engrossar seu ato eleitoral no 7 de Setembro, no Rio. O comício do presidente e candidato à reeleição ocorrerá ao mesmo tempo em que a Marinha fará parada naval, a Força Aérea exibirá a esquadrilha da fumaça e canhões do Forte de Copacabana saudarão o bicentenário da Independência. Bolsonaristas se misturarão a bandas militares e a uma exibição de paraquedistas, relatam Marcelo Godoy e Rayanderson Guerra. Políticos bolsonaristas, ouvidos sob condição de anonimato, avaliam que a celebração servirá para que o mandatário continue a contestar pesquisas eleitorais. Eles preparam panfletagem na orla. Para o cientista político Christian Lynch, Bolsonaro “está parasitando” eventos das Forças Armadas.

 

Esperteza - Youtubers e militantes estão usando o Pix para, junto com igrejas evangélicas e o agronegócio, financiar caravanas e infraestrutura dos atos de 7 de setembro. Em ambientes bolsonaristas, organizadores defendem abertamente intervenção militar caso Lula vença o pleito.

 

Engrossando o caldo - O governo Jair Bolsonaro (PL) distribuiu a ministérios e estatais, como a Caixa Econômica Federal, lotes de ingressos para que servidores compareçam ao desfile militar de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios. No total, 22 ministérios e órgãos receberam o documento, que disponibilizou uma planilha para que os servidores interessados preenchessem os seus nomes e o de pessoas que quisessem convidar. O desfile de 7 de Setembro deste ano está cercado de expectativas após Bolsonaro ter usado a data no ano passado para insuflar atos golpistas. Com o cenário eleitoral, o presidente também tem feito chamamentos para apoiadores irem às ruas em seu apoio no feriado — e fala ainda em dar uma resposta aos manifestos pró-democracia de 11 de agosto. A Folha questionou desde a semana passada a secretaria e vários ministérios, mas não obteve resposta sobre o número final de ingressos direcionados. Ofício inicial estava limitado a 400 por pasta, com possibilidade de ampliação. O presidente Jair Bolsonaro (PL) se referiu ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), como "vagabundo" durante um discurso em Novo Hamburgo (RS), em razão da ação contra empresários que faziam parte de grupo de WhatsApp em que se defendeu golpe de Estado.

 

Contingente do TSE - Tensão e polêmicas são marcas das elei ções presidenciais mais polarizadas desde a redemocratização do país. O momento político brasileiro fez o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tomar cuidados redobrados — a eficiência e a segurança das urnas eletrônicas foram questionadas — e convocar uma estrutura de “guerra” para garantir a tranquilidade do pleito de 2022, em 2 de outubro e 30 de outubro. Serão mais de 1,7 milhão de mesários no acompanhamento da votação, entre pessoal convocado pelo TSE e voluntários, além de um contingente de servidores dos tribunais e juízes eleitorais. Presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, criou um núcleo de inteligência para acompanhar o processo.

 

Moro ataca PT após ação em sua casa - O ex-juiz, candidato ao Senado no Paraná, foi alvo de mandado de busca e apreensão pela Justiça Eleitoral. A medida atendeu a um pedido da federação PT-PV-PCdoB. “Hoje, o PT mostrou a ‘democracia’ que pretende instaurar no país, promovendo uma diligência abusiva em minha residência e sensacionalismo na divulgação da matéria. O crime? Imprimir santinhos com letras dos nomes dos suplentes supostamente menores do que o devido”, reagiu Sergio Moro.

 

Quem cala, consente - Autor da emenda que proibiu o uso de celular dentro da cabine de votação em 2009, o ex-deputado Sérgio Barradas Carneiro, que foi do PDT e do PT, contou à coluna que fez a proposta porque, quando era parlamentar, ouviu de um eleitor que muitos eram obrigados a fotografar o voto como prova de lealdade a candidatos. “Foi uma tentativa de coibir a compra de votos”, diz. A emenda foi acolhida pelo relator, deputado Flávio Dino, então do PCdoB, e não foi sequer objeto de polêmica no plenário da Câmara e nem houve pedido para votação em separado. À época, o PP, partido do presidente Jair Bolsonaro, votou a favor da reforma eleitoral. E, conforme as notas taquigráficas, não houve qualquer manifestação do então deputado Bolsonaro contra a proposta de não poder usar o celular na cabine de votação.

 

A esperteza - Ciente de que o presidente Jair Bolsonaro não fará campanha para o Republicanos ao Senado no DF por causa da candidatura de Flávia Arruda (PL), a ex-ministra Damares Alves (Republicanos) deu um “chapéu” na antiga colega de ministério. Damares foi ao Rio Grande do Sul, num evento de mulheres em Nova Hamburgo. Lá, desfilou ao lado do presidente e da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A candidata do Republicanos postou nas suas redes vídeos em que aparece abraçada ao presidente e registrou tudo para o horário eleitoral obrigatório.

 

Ipespe: Lula líder - A primeira rodada da pesquisa Termômetro da Campanha, do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) em parceria com a Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais (Abrapel), apurou que Lula (PT) tem 44% de intenções de voto, seguido por Bolsonaro (PL), com 35%. A pesquisa foi feita no período de 30 de agosto a 1º de setembro e divulgada ontem. Ciro Gomes (PDT) aparece em terceiro, com 9%. Em seguida, está Simone Tebet (MDB), com 5%. Os candidatos Felipe D’Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil) tiveram 1% de intenção de voto. Pablo Marçal (Pros), Eymael (DC), Vera (PSTU), Leonardo Péricles (UP) e Sofia Manzano (PCB) não pontuaram. Nesta semana, o Tribunal Superior Eleitoral negou a candidatura de Roberto Jefferson. Dos entrevistados, 2% não souberam ou não responderam e 3% disseram ter a intenção de votar nulo ou em branco. Lula tem mais intenção de voto na Região Nordeste (54%), enquanto Bolsonaro lidera na Região Sul (43%). Foram ouvidas 1,1 mil eleitores em todas as regiões do país. Já no cenário de segundo turno, Lula venceria o pleito com 53% de intenções de voto, enquanto Bolsonaro teria 38%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

 

Inflação alta leva brasileiro a abrir mão até de sabonete - O aumento da inflação tem levado os brasileiros de menor renda a ter de fazer escolhas não apenas ao comprar alimentos, mas também na hora de usar produtos básicos de higiene pessoal, como sabonete e xampu. No segundo trimestre deste ano, aumentou em 9% o número de banhos sem uso de sabonete entre os que tomam o segundo banho diário, comparado ao mesmo trimestre de 2018. Os dados foram revelados por um estudo nacional sobre hábitos de higiene e consumo feito pela consultoria Kantar e obtido com exclusividade pelo Estadão. Por meio de um aplicativo, a consultoria monitora diariamente o comportamento de 4 mil pessoas. Os hábitos de higiene desse grupo representam um universo de 115 milhões de brasileiros, pouco mais da metade da população do País. Hoje, quase 70% da população toma dois banhos diariamente. “Não é que os brasileiros estejam abandonando o sabonete, mas um em cada cinco banhos é apenas com água, e essas ocasiões são feitas por cerca de 31% da população”, afirma Jenifer F. Novaes, executiva sênior da consultoria e responsável pela pesquisa. 27,97% foi o quanto aumentou o preço do sabonete em 12 meses.

 

Carga tributária torna contribuinte e governo reféns dos impostos - 30 de maio foi o primeiro dia do ano em que o brasileiro trabalhou para pagar suas contas e poupar. Até a véspera, ele vinha – teoricamente – pagando apenas impostos. Apesar de não funcionar exatamente assim na prática, essa seria a realidade se o pagamento de todos os tributos fosse feito no início do ano. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), em média, o brasileiro trabalha 149 dias do ano para quitar as suas obrigações com o Fisco. O cálculo do IBPT indica que 40,8% dos rendimentos do brasileiro serão destinados ao pagamento de impostos em 2022. Este ano também deverá registrar um recorde de carga tributária no País. Em 2021, ela representou 33,9% do PIB e, agora, deve estar ultrapassando 34%, segundo especialistas. Nesta reportagem da jornalista Luciana Dyniewicz, o Estadão mostra que a carga tributária brasileira está bem acima da de seus países vizinhos. Dados do Tesouro Nacional mostram que, em 2019, a carga média dos países da América Latina foi de 22,95%. Naquele mesmo ano, a brasileira ficou em 33,17%, e a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 33,4%. 

 

Críticas a Bolsonaro, Tebet e Soraya votaram com o governo no Senado - Apesar de fazerem oposição a Jair Bolsonaro (PL) na campanha eleitoral, as presidenciáveis Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União) demonstraram ter proximidade com as pautas que o presidente levou ao Senado nos últimos quatro anos. Segundo plataforma desenvolvida pelo portal Congresso em Foco, que mede o nível de adesão dos parlamentares ao governo segundo o interesse do Palácio do Planalto nas votações, Thronicke esteve mais alinhada a Bolsonaro do que Tebet. Ela votou com o governo em 89% de 374 votações. A candidata do MDB não ficou muito atrás e se alinhou a Bolsonaro em 85% das votações. Ambas estão acima da média de adesão do conjunto dos senadores, que é de 82%.

 

Maria da Penha ou pistola?', pergunta Bolsonaro - O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, participou neste sábado (3) de um evento de campanha em Novo Hamburgo (RS) exclusivo para mulheres, público no qual enfrenta maior rejeição. Ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, o presidente defendeu a flexibilização do porte de armas como uma das ações voltadas para as mulheres. "Quando precisar trocar um pneu sozinha na rua e vier pessoas na sua direção, prefere ter na bolsa uma Lei Maria da Penha ou uma pistola? E ninguém aqui é contra Maria da Penha. Nosso governo foi o que mais prendeu machões", disse ele, que ouviu em uníssono a resposta: "pistola". Esse foi um dos raros momentos em que Bolsonaro, num discurso de mais de 40 minutos a um público quase 100% feminino, falou sobre temas relacionados a mulheres.

 

Sem meu filho, vou me reinventar e seguir em frente para ajudar o país - Depois da morte de seu filho João Paulo Diniz, no mês passado, o empresário Abilio Diniz afirma que lhe falta um pedaço, jamais poderia imaginar uma dor tão grande e terá de se reinventar em uma vida diferente. "Tenho que seguir em frente. E vou seguir, cumprindo as minhas obrigações, inclusive as minhas responsabilidades como brasileiro", diz. Para ele, o país passa por um momento de instabilidade, sem previsão de quem vai ganhar a eleição a poucas semanas do pleito. Do ponto de vista econômico, ele avalia que o Brasil não vai tão mal, e a situação fiscal não é imobilizante. Os auxílios para a população pesam nas contas, mas ajudam no problema da fome e precisam continuar, diz. "Acho muito importante, até que nós consigamos fazer o país voltar a crescer firmemente, gerar emprego e fazer com que as pessoas possam ter sua renda e ganhar dinheiro por conta própria." Sobre a polarização entre Lula e Bolsonaro, ele afirma que prefere se manter neutro, sem criticar governos e poder dialogar.