No último dia 4 de maio, no ano de 1932, foi implementada a jornada de 8 horas de trabalho pelo Governo Getúlio Vargas.

Obra do TRABALHISMNO.

Foi dura a luta dos trabalhadores para conseguir a jornada de oito horas diárias de trabalho.

No Século XIX, trabalhava-se 12, 14 e até 16 horas por dia. Já em meados do Século, era

travada a luta por 10 horas de trabalho por dia. Até Karl Marx, um dos principais intelectuais

e principal autor do Manifesto Comunista que fundou a Associação Internacional de

Trabalhadores, entrou na luta.

O Congresso da Internacional da Associação Internacional dos Trabalhadores, a chamada I

Internacional, em Genebra, em 1886, proclamou a exigência de oito horas por dia.

Já Robert Owen, em 1817, o primeiro que usou a palavra socialista, empresário inglês e que também morou nos Estados Unidos, chamado pelos marxistas mais tarde de Socialista Utópico, proclamou que o ser humano deveria trabalhar, no máximo, 8 horas por dia.

E criou um dístico, muito citado nas diversas lutas: 8 horas para dormir, oito horas de descanso, oito horas de trabalho. Os trabalhadores ingleses acrescentaram: 8 shillings, o centavo da moeda inglesa Libra, por dia.

O Congresso da Internacional Socialista de Paris, a chamada Segunda Internacional, de 1889,

para celebrar o Centenário da Revolução Francesa, proclama como diretriz fundamental as

oito horas de trabalho diário.

A OIT – Organização Internacional do Trabalho, em sua Convenção de 1919, estabelece a

jornada de 8 horas, subscrita por diversos países. A Convenção de 1935 fixou em 40 horas a

jornada semanal.

A Constituição do México de 1917, resultado da Revolução Mexicana de 1910, estabeleceu as

8 horas de trabalho. A Constituição da República de Weimar de 1919, estabelecida após a

derrota da Alemanha no I Guerra, igualmente estabelece a jornada de 8 horas.

Após a Proclamação da República no Brasil, os positivistas pediram a Deodoro uma lei de

proteção ao trabalho, especialmente das mulheres e crianças. Em 1891, Deodoro baixa

decreto proibindo o trabalho diário de menores por mais de 9 horas. Nada mais.

Somente em 1932, no ambiente de mudanças gerado pela Revolução de 1930, Getúlio Vargas baixa a lei fixando a jornada de oito horas diárias e 48 horas semanais. É preciso lembrar que o tenentista João Alberto, da Coluna Prestes e um dos principais líderes da Revolução de 1930, no seu curto período como Interventor de São Paulo, estabeleceu, ainda em 1930, oito horas de trabalho em São Paulo e aumentou o salário dos trabalhadores em 5%.

A última Constituição de 1988 fixou a jornada semanal de 44 horas por semana, a última

conquista dos trabalhadores brasileiras. De lá para cá, nenhum direito, nem as 40 horas

semanais já adotadas mundo afora conseguiu ser implantada no Brasil.

Vivaldo Barbosa