Cubanos se alistam no Exército Russo para combater na Guerra da Ucrânia

Cubanos se alistam no Exército Russo para combater na Guerra da Ucrânia

Cubanos se alistam no Exército Russo para combater na Guerra da Ucrânia

Bielorrússia está encarregada de treinar os soldados latino-americanos para entrarem em combate

por Rafael Cavacchini

O vice-ministro da Defesa para a Cooperação Militar Internacional da Bielo-Rússia, Valery Revenko, reuniu-se com o adido militar de Cuba na Rússia e na Bielorrússia, Coronel Mónica Milián Gómez. Foto: Divulgação / Valery Revenko / Twitter.

Imigrantes cubanos que vivem na Rússia já estão se juntando às forças armadas do país para lutar ao lado das tropas que invadem a Ucrânia. O fluxo de cubanos começou depois que o presidente russo, Vladimir Putin, assinou um projeto de lei para conceder cidadania a todos que se alistarem.

A mídia local informou que que “vários cubanos” já foram levados na última quarta-feira para a zona da “operação militar especial”. A “zona de operação militar especial” é o eufemismo usado pela mídia russa para se referir à zona de guerra na Ucrânia.

De fato, os cubanos apareceram mesmo ao lado de russos combatendo na Ucrânia, tanto no Exército Russo quanto no Grupo Wagner. O governo russo declarou que os cubanos se juntaram como voluntários e não fazem parte do exército cubano.

Os cubanos são levados para combater no país vizinho depois de assinar um contrato de um ano com o exército russo. O jornal Ryazan Gazette apurou que os cubanos receberão no ato da assinatura um pagamento único, em rublos, equivalentes a $ 2.433 dólares, do orçamento federal. Há também outro pagamento, também em rublos, equivalente a $ 2.500 dólares, este pago pelo governo local. Os soldados do país insular também receberão um salário mensal equivalente a U$ 2.545, acrescenta o relatório.

Parceria de longa data

Nos últimos meses, inúmeras autoridades russas viajaram para Cuba. Por sua vez, no começo deste mês, o presidente cubano Miguel Diaz-Canel foi à versão em espanhol do Russia Today para insistir no apoio “incondicional” de Cuba à Rússia.

“Condenamos e não aceitamos a expansão da OTAN para as fronteiras da Rússia”, afirmou Diaz-Canel.

A NBC News apontou rumores de que a Rússia pode planejar usar novamente a ilha como base avançada na porta dos Estados Unidos.

Cuba está enfrentando sua pior crise econômica desde o fim dos subsídios soviéticos em 1991. A produção agrícola cubana entrou em colapso, com estimativas que o país talvez precise importar cerca de 80% de seus alimentos. Além disso, a pandemia cortou o fluxo de turistas que traziam a moeda forte de que Cuba precisa para comprar alimentos no exterior.

Por isso, não é de se espantar que, nas últimas semanas, vários oligarcas russos assinaram acordos com Havana abrangendo uma ampla gama de interesses comerciais, de investimentos em infra-estrutura e hotelaria à fornecimento de petróleo.

“O governo cubano não tem uma posição forte”, disse de Havana a ex-diplomata cubana Miriam Leiva. “Depende de o governo russo lhe dar petróleo, comida e dinheiro. Eles até estão permitindo que terras cubanas sejam arrendadas para investidores russos, pela primeira vez.”, declarou Leiva.

“Há um compromisso muito grande do presidente pessoalmente em apoiar a invasão russa da Ucrânia e a guerra. Isso nos distancia da comunidade internacional e nos deixa isolados.”, concluiu sobre o assunto.


Revista Sociedade Militar