Contarato rebate Mendonça sobre ditadura: "Negar história é inadmissível"

Indicado do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao STF, Mendonça disse, nesta quarta-feira (1º/12), durante sabatina no Senado, que a democracia no país não foi conquistada com derramamento de sangue

Contarato rebate Mendonça sobre ditadura:

Contarato rebate Mendonça sobre ditadura: "Negar história é inadmissível"

Indicado do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao STF, Mendonça disse, nesta quarta-feira (1º/12), durante sabatina no Senado, que a democracia no país não foi conquistada com derramamento de sangue

 

IM

Israel Medeiros

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 (crédito:  Geraldo Magela/Agência Senado)

(crédito: Geraldo Magela/Agência Senado)

Após o indicado do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, dizer que a democracia no Brasil foi conquistada sem derramamento de sangue, durante sabatina no Senado nesta quarta-feira (1º/12), o parlamentar Fabiano Contarato (Rede-ES) rebateu a fala do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. Segundo o senador, é “inadmissível” negar a história.

 

“[Foram] 434 mortos, milhares de desaparecidos, 50 mil presos, 20 mil brasileiros torturados, 10 mil atingidos por processos de inquéritos. O deputado Rubens Paiva, quando fez um discurso em defesa do presidente João Goulart, teve seu mandato cassado. Sua casa foi invadida, ele foi preso e torturado até morrer”, ressaltou Contarato.

“A nossa democracia, senhor André, também foi construída em cima de sangue, mortes e pessoas desaparecidas”, pontuou o senador. Mais cedo, no início da sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Mendonça falou sobre seu compromisso com a Constituição e disse que a conquista da democracia foi conseguida em outros países com derramamento de sangue, mas que isso não ocorreu no Brasil.

 

“A democracia é uma conquista para a humanidade. Para nós, não, mas em muitos países ela foi conquistada com sangue derramado e com vidas perdidas. Não há espaço para retrocessos. E o Supremo Tribunal Federal é o guardião desses direitos humanos”, disse Mendonça.