Bolsonaro recua e diz que não vai acusar países por compra de madeira ilegal
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta 5ª feira (19.nov.2020) que não acusaria países por importarem madeira ilegal do Brasil.
Bolsonaro recua e diz que não vai acusar países por compra de madeira ilegal
Disse aos Brics, na 3ª, que revelaria nomes
Empresas podem ajudar a combater, diz
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta 5ª feira (19.nov.2020) que não acusaria países por importarem madeira ilegal do Brasil. Ele recuou da declaração de 3ª feira (17.nov), quando afirmou à Cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) que o governo brasileiro “revelaria, nos próximos dias, o nome dos países que importam essa madeira ilegal nossa”.
“A gente não vai acusar aqui nenhum país de 1 crime nem de ser conivente de 1 crime, mas empresas que poderiam estar nos ajudando a combater esse ilícito, porque interessa para nós qualquer ajuda nesse ilícito”, declarou Bolsonaro em live semanal transmitida pela página oficial do presidente.
Bolsonaro criticou na cúpula quem condena o Brasil por não preservar a Amazônia. “Aí sim [com a divulgação dos nomes], mostramos que muitos dos países que criticam têm responsabilidade nessa questão”, declarou a Vladimir Putin, Xi Jinping e Cyril Ramaphosa.
Mesmo sem listar nominalmente nações e empresas que importam madeira do país de forma ilegal, o presidente não cessou as críticas a países como França e Reino Unido na live desta 5º. Disse que a França é “o grande problema para a gente avançar no acordo da União Europeia com Mercosul”.
“Estamos fazendo o possível, mas a França, em defesa própria, ela nos atrapalha no tocante a isso daí”, disse.
Também citou o Reino Unido. “Será realizada a Cúpula das Nações Unidas sobre mudanças climáticas em novembro do ano que vem. Então é um cartão de visitas que a Inglaterra está apresentando, e vai ser feita política em cima disso, com o objetivo, em grande parte, de atingir o Brasil”, declarou.
Segundo Bolsonaro, algumas críticas à condução ambiental do governo brasileiro são válidas.
“Países outros nos criticam e, em algumas oportunidades, até com razão, mas em outras não e, quando nós conseguirmos chegar a bom termo, vai diminuir drasticamente o desmatamento no Brasil e é o que nós queremos”, declarou o presidente.
Também participaram da live o ministro André Mendonça (Justiça e Segurança Pública) e o delegado superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva.
PROMESSA NOS BRICS
O presidente Jair Bolsonaro disse em videoconferência na 3ª feira (17.nov), na Cúpula dos Brics, que o governo brasileiro revelaria nos próximos dias uma lista de nações que importam madeira brasileira de forma ilegal. Assista (9min19seg):
A transmissão do presidente teve problemas técnicos nesse momento. Com isso, os líderes de outros países não o escutaram nos minutos iniciais, e o presidente precisou repetir a mensagem.“Apenas uma coincidência. Quando falei sobre a madeira da Amazônia, o sinal caiu. Com toda certeza, apenas uma coincidência”, disse Bolsonaro.
Nesta 5ª, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, declarou que a divulgação da possível lista a ser anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro não deveria causar uma crise diplomática. “É uma questão de cooperação internacional”, disse a jornalistas.
Segundo Mourão, a divulgação já havia sido informada a embaixadores que viajaram à Amazônia na 1ª semana de novembro.
O vice-presidente afirmou que o embaixador da União Europeia reagiu à proposta. “O embaixador da União Europeia, óbvio, reagiu, mas foi uma reação normal. Eu acho normal isso, faz parte. É aquela história, é uma história de cooperação, né, pô?”, declarou