Ataque hacker leva governo a adiar novas regras sanitárias para viajantes
O site do Ministério da Saúde foi hackeado na madrugada desta sexta-feira (10) e, até o início da tarde, ainda não havia retornado ao ar.
Ataque hacker leva governo a adiar novas regras sanitárias para viajantes
Site foi hackeado durante a madrugada e ainda não retornou ao ar depois de 12 horas
O site do Ministério da Saúde foi hackeado na madrugada desta sexta-feira (10) e, até o início da tarde, ainda não havia retornado ao ar.
Inicialmente, quem tentava acessar o site via uma mensagem que dizia: “Os dados internos dos sistemas foram copiados e excluídos. 50 TB de dados está em nossas mãos. Nos contate casos queiram o retorno dos dados”. Posteriormente, as tentativas de acesso direcionam para uma página de erro.
A mensagem que permaneceu inicialmente no site indicava que um grupo identificado como Lapsus$ Group seria o autor do ataque.
De acordo com a CNN, o ataque ocorreu por volta da 1h e a mensagem permaneceu no ar por cerca de duas horas, com o site passando a ficar indisponível.
A ação é classifica como “ransomware”, um ataque hacker em que o sistema é paralisado e os autores pedem um resgate para fazer a liberação. O ataque também atingiu o ConectaSUS, aplicativo oficial que reúne dados do Sistema Único de Saúde (SUS) e é usado, por exemplo, para usuários apresentarem o comprovante de vacinação contra a covid-19, o que pode ser exigido para a presença em eventos, estabelecimentos e mesmo em viagens internacionais. Também foi afetado o e-SUS Notifica, que recebe notificações dos estados e municípios sobre a síndrome gripal suspeita e confirmada de covid-19. Outro sistema afetado foi do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI).
Em nota, o Ministério da Saúde disse que o sistema foi comprometido “temporariamente” e que Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Polícia Federal já foram acionados pela pasta para apoiarem nas investigações.
Adiamento de novas regras sanitárias
Como resultado da invasão, o governo federal, anunciou que vai adiar em uma semana a entrada em vigor das regras sanitárias para viajantes ingressarem no país. “O time do DataSUS está avaliando o restabelecimento da base de dados, mas a gente ainda não tem um prazo. Por precaução, vamos publicar uma portaria hoje postergando por sete dias o início da vigência das regras que iniciariam amanhã”, disse do secretário executivo do Ministério da Saúde (MS), Rodrigo Cruz, em conversa com a imprensa.
Ele explicou que portaria será publicada em edição extra do Diário Oficial da União.
Segundo o secretário, o objetivo é evitar que brasileiros que já estejam em viagem no exterior sejam prejudicados por não conseguiram baixar documentos que comprovem a vacinação contra covid-19. Ele acrescentou que o ministério e o serviço de nuvem (armazenamento de dados) têm política de backups (cópias de segurança).
As novas regras sanitárias entrariam em vigor neste sábado (11). Para entrar no Brasil, viajantes terão que apresentar comprovante de vacinação completa contra a covid-19, sendo que a aplicação da última dose ou da dose única deve ter acontecido pelo menos 14 dias antes do embarque. Também será exigido teste RT-PCR negativo realizado até 72 horas antes ou teste negativo de antígeno realizado 24 horas antes.
Os imunizantes utilizados devem ser aprovados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou por autoridades sanitárias do país onde o viajante recebeu a dose.
Os passageiros não vacinados, além de apresentarem os resultados dos testes, precisam passar por uma quarentena de cinco dias na cidade listada como destino final na Declaração de Saúde do Viajante. Ao final da quarentena, um novo teste RT-PCR ou antígeno será exigido. Caso o resultado seja positivo, o passageiro segue em quarentena. Caso dê negativo, ele poderá circular normalmente pelo país.