Manchetes dos jornais  de domingo - 02/02/2025 

Manchetes dos jornais  de domingo - 02/02/2025 

 

 

 Edição de Chico Bruno  

 

Manchetes dos jornais  de domingo - 02/02/2025 

 

 

FOLHA DE S.PAULO – Motta e Alcolumbre se elegem com folga para Câmara e Senado 

 

O GLOBO – Com apoio do PT e PL, Centrão amplia dinastia no Congresso 

 

O ESTADO DE S.PAULO – Nova cúpula do Congresso vai pressionar Lula por ministérios e emendas 

 

CORREIO BRAZILIENSE – Alcolumbre e Motta prometem Congresso mais forte e diálogo 

 

Destaques de primeiras páginas e fatos mais importantes 

 

Eleitos - O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) confirmaram o favoritismo e foram eleitos neste sábado (1º) presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, para os próximos dois anos. Alcolumbre teve votos de 73 dos 81 senadores e conseguiu a terceira maior votação no Senado desde a redemocratização. Hugo, por sua vez, recebeu os votos de 444 dos 513 deputados da Câmara. O paraibano tem 35 anos e será o mais jovem presidente da Casa na história. Tanto na Câmara como no Senado os eleitos costuraram alianças que foram do PT de Lula ao PL de Jair Bolsonaro. Em uma cena inusitada, Alcolumbre foi cumprimentado por telefone pelos dois maiores líderes dos campos políticos atuais minutos após ser eleito presidente do Senado. Alcolumbre e Hugo defenderam as prerrogativas e a imunidade dos congressistas, tema sensível especialmente à direita, que critica o que considera ações arbitrárias do STF (Supremo Tribunal Federal). Alcolumbre adentrou mais na questão da relação com a corte e citou a disputa em torno das emendas parlamentares como um "desafio". Motta enviou recados ao governo, cobrando estabilidade econômica contra a possibilidade de "caos social". Citou várias vezes o deputado Ulysses Guimarães, morto em 1992, e criticou, sem se referir a Lula, a concentração de poder no Executivo. Disse que um Parlamento forte funciona como uma maneira de barrar ditaduras. 

Dá tudo dominado - Alcolumbre e Motta reforçam domínio do Centrão no Congresso. Além dos novos presidentes, a Câmara dos Deputados e o Senado escolheram, ontem, os membros da Mesa Diretora que atuarão no biênio 2025-2026. O PT, partido do governo, e o PL, líder da oposição, terão parlamentares na vice-presidência. Nos outros cargos, legendas do Centrão se consolidam como maioria. 

Começa o jogo rumo a 2026 - Como um bom político que joga sempre preparando o próximo lance, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, abre o período legislativo de 2025 nesta segunda-feira, como candidato à reeleição daqui a dois anos, para mais um biênio no comando do Senado. Seu projeto é igualar o feito do ex-presidente José Sarney, o único a comandar o Senado por três vezes desde a redemocratização.  

 

Ministro Pacheco - Os fiéis escudeiros do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) acreditam que ele irá aceitar um ministério no governo Lula, de olho no governo de Minas Gerais em 2026. “Ele e Nikolas irão para o segundo turno e vai dar ele. Com essa projeção, ele consegue votos da esquerda, centro e direita” é o raciocínio dos aliados nos bastidores. 

 “Tuca” fica - Mariângela Fialek, a assessora especial e técnica em orçamento que coordenou as emendas orçamentárias na gestão de Arthur Lira, recebeu um convite para permanecer no cargo desde que o nome de Hugo Motta foi citado como candidato à Presidência. O convite veio antes mesmo de qualquer especulação sobre a influência de Arthur Lira na administração de Motta. Ela, porém, se comprometeu a ficar, pelo menos, no período de transição.  

Por falar em Lira... - Ele continua como o grande construtor da Casa para este biênio. E com o recorde de votos para o comando da Câmara. Teve 20 votos a mais do que Hugo Motta. Em política, isso conta.  

Quem avisa... - O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que espera que o Supremo Tribunal Federal tenha “bom senso” e pare com a perseguição. De acordo com o senador, é melhor ter “amadurecimento político” agora do que esperar o retorno dos bolsonaristas ao poder e ter uma revanche em 2027. 

A hora da reforma ministerial - Passada a eleição dos presidentes do Poder Legislativo, começa a construção de dois outros pontos que o Congresso espera dos demais Poderes constituídos. Da parte do Poder Executivo, os congressistas aguardam o que chamam de “despetetização” do Palácio do Planalto, ou seja, a abertura dos ministérios palacianos, em especial na articulação política, para as legendas mais ao centro, algo que Lula ainda resiste em fazer. O que mais se ouve dos deputados próximos a Hugo Motta é que é preciso “despetetizar a antessala de Lula”. Se nada mudar por ali, ou a reforma se restringir a encontrar um lugar para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, vai ser difícil o centro se sentir governo.  

Ritual da andança - O presidente Hugo Motta fará o périplo no Supremo Tribunal Federal (STF) para explicar e reivindicar a posição dos parlamentares, de cumprimento do arcabouço institucional que deu ao Parlamento mais protagonismo no Orçamento. Afinal, se Hugo não garantir a continuidade dos parlamentares nesse quesito, terá vida curta como um grande comandante entre os próprios pares. Há quem diga com todas as letras que Motta não pode terminar este mandato como o “coveiro do empoderamento” do Congresso no Orçamento. 

Cobrança na bucha - Em seu discurso, Alcolumbre afirmou que "acordo firmado é acordo cumprido até que um novo acordo ou uma nova maioria pense diferente", vocalizando a insatisfação do centrão com um dos grandes problemas do governo: o descumprimento de acertos entre Legislativo e Executivo. O cargo de Padilha é alvo de especulação em meio às discussões de reforma ministerial de Lula (PT). Uma das possibilidades cogitadas é a troca do ministro, desafeto do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), pelo líder do MDB na Casa, Isnaldo Bulhões (AL). Mas o diagnóstico de líderes do centrão é que Padilha não é o entrave, e sim o bate-cabeça dentro do próprio governo e a falta de empoderamento do ministro para que ele cumpra os compromissos que assumiu. 

Cópia barata - Ministros do governo Lula apareceram para a eleição para a presidência do Senado, neste sábado (1º), usando um boné com a frase "O Brasil é dos brasileiros". O slogan foi criado pelo chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), o ministro Sidônio Palmeira. O acessório se contrapõe ao boné vermelho com a frase "Make America Great Again", usado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Usaram o boné os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Camilo Santana (Educação), Carlos Fávaro (Agricultura), Celso Sabino (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações). A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), também vestiu o acessório. "Aqui, ninguém bate continência para a bandeira de outro país. Valorizamos o Brasil e os brasileiros", disse Padilha.  

 

Alcolumbre será o ‘novo Lira’ - A governabilidade da gestão Lula 3 em 2025 passa pela boa relação do Planalto com os novos presidentes da Câmara e do Senado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve sucesso nas articulações para definição do comando das duas casas e tenta costurar uma reforma ministerial para afagar os aliados. Mas um fator preocupa os governistas, o risco de “uma mudança pendular” de problemas. O senador Davi Alcolumbre, tem sido classificado por petistas como o “novo Lira”, em referência à difícil e volátil relação que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), teve nos últimos dois anos com o governo. Procurado, Alcolumbre não respondeu. O cálculo dos governistas é de que haverá uma inversão no clima de hostilidade ao presidente no Congresso: os ânimos esfriarão na Câmara com Hugo Motta (Republicanos-PB) e esquentarão no Senado, com a saída de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o retorno de Alcolumbre. Embora o PT e o próprio governo tenham embarcado nas duas candidaturas, há uma avaliação de que Alcolumbre usará mais o cargo para pressionar o Planalto.