Manchetes dos jornais de domingo – 27/04/2025

Edição de Chico Bruno
Manchetes dos jornais de domingo – 27/04/2025 CORREIO BRAZILIENSE – O abraço final a Francisco
O ESTADO DE S. PAULO – Multidão e chefes de Estado dão adeus a papa que aproximou Igreja do povo
FOLHA DE S. PAULO – Densidade demográfica de favelas paulistanas é 5 vezes maior que média da capital
O GLOBO – Propriedade de terra autodeclarada no país excede área do Brasil em um Pará
Valor Econômico – Não circula hoje
Destaques de primeiras páginas e fatos mais importantes do dia
Abraço final - Um dos papas mais populares da história repousa agora na Basílica de Santa Maria Maggiore, após receber o adeus da multidão que tomou Roma. A missa de corpo presente do pontífice reuniu no Vaticano 400 mil fiéis e 160 chefes de Estado e de governo. No cortejo final do papamóvel, pelas ruas da Cidade Eterna, aplausos emocionados de quem reconheceu no santo padre um defensor incansável de um mundo mais justo e pacífico.
Favelas paulistanas - Em uma área próxima de 4% de toda a capital paulista, as favelas abrigam 1,7 milhão de pessoas, 15% da população municipal. A densidade demográfica, que é a concentração de pessoas sobre a área, é 5,3 vezes à registrada no restante da cidade, segundo análise da Folha com base nos microdados do Censo de 2022. Há uma média de 35 mil pessoas por quilômetro quadrado, considerando o conjunto de 1.357 favelas e mapeadas em São Paulo. A média no restante do município é de 6.600 pessoas –para esse cálculo, a reportagem excluiu a área das favelas. O sistema de esgoto aparece como o principal gargalo das favelas paulistanas, com um déficit maior do que o do visto no abastecimento de água e na coleta de lixo, cujos índices se aproximam de 100%. A gestão Ricardo Nunes afirma "o novo contrato de concessão, firmado entre a Prefeitura de São Paulo e a Sabesp, prevê a universalização dos serviços de saneamento básico até 2029, nas áreas informais e rurais".
Fraudes no CAR – Plataforma do governo para mapear as propriedades de terra no país e possibilitar a fiscalização e o combate ao desmatamento, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) virou objeto de fraude sistemática para ocultar o desmate. O sistema é autodeclaratório, ou seja, é o proprietário que informa os limites de seu imóvel rural. Para fugir da fiscalização, donos de terra registram várias vezes, em nomes de laranjas as mesmas propriedades, além de alterarem a localização para disfarçar o desmatamento mostra O GLOBO. Uma radiografia inédita do CAR revela que o resultado disso é uma situação surrealista: somadas, as áreas reivindicadas excedem o tamanho real do Brasil em 139 milhões de hectares ou um estado do Pará.
Julgamento de Collor retorna amanhã - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, decidiu reabrir o julgamento do ex-presidente Fernando Collor de Mello, ontem, após o ministro Gilmar Mendes retirar o destaque que havia pedido na sexta-feira. No despacho, o ministro destacou a necessidade de celeridade no julgamento, que será retomado amanhã, em sessão extraordinária, de forma virtual.
Internautas relembram confisco - A prisão do ex-presidente da República Fernando Collor de Mello, na madrugada de sexta-feira, teve forte repercussão nas redes sociais, especialmente, das vítimas do famoso confisco da poupança, que abalou muitos lares brasileiros e até mesmo empresas. Internautas relembraram o Plano Collor na reforma de março de 1990, quando o então presidente anunciou, sem aviso prévio, o bloqueio de até 80% dos saldos acima de 50 mil cruzados novos em contas-correntes e nas cadernetas de poupança. Na época, a medida idealizada pela ex-ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello, foi apresentada como uma solução para conter a hiperinflação que assolava o país, sem sucesso. Ao mesmo tempo, milhões de brasileiros viram suas economias, fruto de uma vida inteira de trabalho, serem congeladas sem aviso ou compensação imediata. Várias pessoas, na ocasião, acabaram se suicidando ao não verem o dinheiro nas contas dos bancos.
Reforma sensível I - A reforma da carreira de diplomata tem enfrentado resistência na diplomacia brasileira. Mesmo que o lema da profissão seja de renovação, nem todos os servidores estão de acordo com as mudanças que estão sendo discutidas. Um ponto nevrálgico é a ideia de uma possível aposentadoria compulsória, que incomoda quem está no todo da pirâmide, embora fontes ligadas aos diplomatas afirmem as diretrizes do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) boas, mesmo sem compreender as especificidades da carreira.
Reforma sensível II - A discussão deve acabar ainda em junho deste ano, para envio do projeto ao Congresso Nacional. Até lá, a classe tentará propor uma aposentadoria para que diplomatas em cargos menores possam crescer na carreira. Atualmente, só há esse crescimento quando uma vaga no topo é liberada. Além disso, querem prever a promoção para Ministro de Primeira Classe com 25 anos, atualmente, alguns conseguem ascender na carreira apenas após 30 anos na diplomacia, caso haja vaga. Senão, nem com os requisitos necessários há a ascensão.
O imbróglio da semana - Com o projeto da anistia em suspenso, a oposição volta suas baterias para a CPI do INSS, rebatizada de “CPI do roubo dos aposentados” e mirando o ministro da Previdência, Carlos Lupi. A ordem interna no PL é chamar o ministro para o ringue, espalhando pedidos de convocação dele por várias comissões na Câmara.
Fatos & versões - O outro ponto que a oposição vai se apegar é comparar a prisão de Fernando Collor à de Lula lá atrás. O governo, pressentindo o que vem por aí, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, respondeu que, caso de Collor, as provas são fartas. No de Lula, não houve sequer um centavo na conta.
Por falar em Collor… Os políticos passaram o sábado fazendo previsões sobre quanto tempo o ex-presidente Fernando Collor ficará preso. Tem gente apostando garrafas de vinho Brasil afora.
Federação - O presidente do Progressistas, Ciro Nogueira, está com tudo pronto para selar a federação com o União Brasil nesta terça-feira. A presidência, que Arthur Lira reivindicava, não lhe será entregue, conforme adiantou esta coluna. Ao mesmo tempo em que os dois partidos se entendem, crescem as pressões para um afastamento do governo. Na bancada do União, o que mais se ouve é que chegou “a hora de dar tchau” a Lula.
O recado do PSB e do MDB - Ao anunciar o nome do ministro do Empreendedorismo, Márcio França, como o candidato que o partido oferecerá para concorrer ao governo de São Paulo, os socialistas deixam claro ao Planalto que o vice-presidente Geraldo Alckmin é naturalmente o parceiro de chapa do presidente Lula para a reeleição. Uma troca não será bem recebida, ainda mais em se tratando de um partido fiel a Lula em todos os seus governos, inclusive, num dos momentos mais difíceis, pós mensalão, em 2005, quando o petista contou com o PSB, o PCdoB e o MDB liderado por Eunício Oliveira, na Câmara, e com Renan Calheiros na presidência do Senado, Lula a manter as rédeas do poder no Congresso. Desta vez, o mesmo MDB que, no passado, deu governabilidade a Lula tem se apresentado para ocupar a vaga de vice na chapa de 2026. Em conversa com empresários na Casa ParlaMento antes de embarcar para Roma na comitiva que acompanhou Lula aos funerais do papa Francisco, Renan citou Lula como favorito para a eleição do ano que vem. Muitos políticos ouviram a fala de Renan como um sinal de que está pronto para ajudar o presidente na campanha para reeleição. O MDB tem hoje dois nomes para a vaga de vice, o ministro dos Transportes, Renan Filho; e o governador do Pará, Helder Barbalho. Só tem um probleminha, alertam os socialistas: o MDB já traiu o PT no passado. O PSB sempre foi leal.
Lula elogia o papa e pede paz - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, ontem, do funeral do papa Francisco, em Roma, ao lado dos 50 chefes de Estado e 10 monarcas que assistiram à missa exequial de dentro da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Após a cerimônia, o chefe do Executivo lamentou a perda do pontífice e destacou o grande coração do papa ao defender que os líderes mundiais trabalhem pelo fim das guerras em andamento, como a da Rússia contra a Ucrânia e a de Israel versus o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza, um dos últimos desejos do sumo sacerdote. “Nós perdemos o líder religioso mais importante deste primeiro quarto de século XXI. O papa Francisco não era apenas um papa, era uma emoção, era um coração, um líder político. Ele se preocupava não apenas com a espiritualidade das pessoas, mas se preocupava com a guerra da Ucrânia, com a guerra de Gaza, com a fome, com as coisas que afligem o povo do mundo inteiro”, disse Lula aos jornalistas, pouco antes de embarcar no avião presidencial de volta a Brasília.
Caiado e Zema pregam união em 2026 - Principal evento da pecuária brasileira, a Expozebu, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, foi aberta neste sábado (26) com críticas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e ao PT do presidente Lula feitas por dois governadores cotados como opções da direita para a eleição presidencial de 2026. Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, aproveitaram o encontro para adotar um discurso de união da direita na próxima disputa ao Palácio do Planalto. O governo federal está na mira do agronegócio desde o início do mês, quando movimentos rurais pressionaram Lula durante o Abril Vermelho pelo que consideram lentidão na reforma agrária. Políticos de oposição ao petista têm criticado invasões de terra no país desde então em eventos do setor.
Bolsonaro segue na UTI - O ex-presidente Jair Bolsonaro permanece na UTI do Hospital DF Star em Brasília, onde está internado há duas semanas após cirurgia para tratar uma obstrução intestinal. Segundo boletim médico, ele está clinicamente estável, sem febre ou alterações na pressão arterial, mas ainda apresenta gastroparesia e não retomou movimentos intestinais espontâneos. A nutrição é feita via intravenosa, sem previsão de alta. Esta é a sexta cirurgia desde 2018 devido a complicações de uma facada recebida durante a campanha presidencial.
Chefe da PF amplia influência e gera incômodo - Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, fortalece sua influência em Brasília, causando desconforto no governo. Com apoio de Lula e ministros do STF, Andrei expande o poder da PF e tenta emplacar aliados em cargos estratégicos. Sua atuação, incluindo negociações com o STF e articulações para o Coaf, levanta suspeitas de ambições políticas, apesar de ele negar intenção de assumir cargos ministeriais.
Gov pop - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, adota uma comunicação "pop" para atrair jovens, utilizando memes e referências culturais nas redes sociais. Ele busca reverter a rejeição entre eleitores mais novos e se aproximar da população. Tarcísio usa o martelo da bolsa de valores como símbolo, comparando-se ao super-herói Thor, e enfrenta desafios de imagem e comunicação diante de críticas e polêmicas políticas. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, adota uma comunicação "pop" para atrair jovens, utilizando memes e referências culturais nas redes sociais. Ele busca reverter a rejeição entre eleitores mais novos e se aproximar da população. Tarcísio usa o martelo da bolsa de valores como símbolo, comparando-se ao super-herói Thor, e enfrenta desafios de imagem e comunicação diante de críticas e polêmicas políticas.
Candidatíssimo - O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França (PSB), afirmou neste sábado, 26, que pretende disputar o governo de São Paulo em 2026. Ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), França disse que já comunicou internamente ao partido sua intenção de concorrer, mas que ainda aguarda o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As declarações foram feitas durante discurso no congresso estadual do PSB, realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Em outro momento do discurso, durante evento que teve como pano de fundo a eleição do novo diretório estadual do PSB, França voltou a falar sobre a disputa de 2026. “Olha, pré-candidato, de verdade, você tem um período, que é a partir do ano que vem. Mas o desejo de disputar a eleição eu tenho. Eu já comuniquei isso a todo mundo internamente no partido”, afirmou. Como mostrou o Estadão/Broadcast, França é considerado o nome mais provável para disputar o Executivo paulista pelo campo político do presidente Lula. Aliados do petista afirmam que uma eventual candidatura do pessebista foi bem recebida durante um jantar com deputados do PT em Brasília, realizado há cerca de um mês.