Haddad nega ter discutido com Campos Neto alteração da meta de inflação: “não tem dono da verdade"

Haddad nega ter discutido com Campos Neto alteração da meta de inflação: “não tem dono da verdade

Haddad nega ter discutido com Campos Neto alteração da meta de inflação: “não tem dono da verdade"

A meta atual de inflação do Brasil está fixada em 3,25% para este ano

www.brasil247.com - Fernando Haddad (à esq.) e Roberto Campos Neto

Fernando Haddad (à esq.) e Roberto Campos Neto (Foto: ABR)

 

 

247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (4) que dialogou com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre metas de inflação, mas pontuou que não discutiram especificamente uma mudança na meta atual de inflação do Brasil - em 3,25% para este ano. "Não discutimos sobre mudar a meta de inflação", afirmou Haddad em fórum realizado pelo Bradesco BBI, de acordo com informações publicadas pelo jornal Valor Econômico

O ministro da Fazenda disse que está acompanhando argumentos de acadêmicos e de técnicos de bancos centrais. "Só estou acompanhando o debate. Não tem dono da verdade nesse debate [sobre metas de inflação]. Não queremos antecipar esse assunto antes da reunião adequada para isso", acrescentou, sem mencionar se estava fazendo referência à reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), programada para junho. 

O titular da Fazenda deu seu posicionamento em um contexto no qual o presidente do BC sofre críticas de aliados do governo Lula no Congresso Nacional por causa da Selic, de 13,75% atualmente. 

Parlamentares que apoiam a administração do PT reforçaram que a taxa de juros alta deixa o crédito mais caro, dificulta o poder de consumo e o crescimento da economia. 

Um dos argumentos de Campos Neto é o de que é preciso segurar a inflação. Quando se aumenta a taxa de juros, o crédito fica mais caro, as pessoas com menos dinheiro para gastar, e os preços baixam. Mas, no contexto atual, a demanda por consumo ainda está sem fôlego, o que não justifica a tentativa de segurar a inflação. Se a demanda sobe, aumenta o poder de consumo e, em consequência, pode-se aumentar os juros para segurar a inflação.