Governo australiano enfrenta apelos para intervir no caso de Julian Assange, que pode ser extraditado para os EUA

Parlamentares têm apelado para o governo australiano com pedidos de intervenção para garantir a liberdade de Julian Assange.

Governo australiano enfrenta apelos para intervir no caso de Julian Assange, que pode ser extraditado para os EUA

Governo australiano enfrenta apelos para intervir no caso de Julian Assange, que pode ser extraditado para os EUA

Justiça britânica aceitou recurso, revertendo uma decisão prévia favorável ao fundador do WikiLeaks

O Globo

 

Julian Assange na embaixada equatoriana, em Londres, em 2016 Foto: Peter Nicholls / Reuters
Julian Assange na embaixada equatoriana, em Londres, em 2016 Foto: Peter Nicholls / Reuters

Parlamentares têm apelado para o governo australiano com pedidos de intervenção para garantir a liberdade de Julian Assange.

Na última sexta-feira, um tribunal do Reino Unido determinou que o fundador do WikiLeaks pode ser extraditado para os Estados Unidos, revertendo uma decisão prévia favorável ao australiano. O veredicto recente ainda não é definitivo, mas deixa o Assange mais perto de ser enviado para o território americano, onde enfrentaria acusações de espionagem que podem lhe render até 175 anos de prisão e põem em questão a liberdade de imprensa.

O parlamentar independente Andrew Wilkie emitiu uma declaração, pedindo ao primeiro-ministro Scott Morrison para "acabar com essa loucura". Julian Hill, do Partido Trabalhista, disse que a extradição pode significar uma sentença de morte para Assange, e acusou os EUA de hipocrisia e de estar promovendo uma "caça às bruxas" de cunho político.

O Departamento de Relações Exteriores e Comércio disse que está monitorando de perto o caso do cidadão australiano, mas que “continuaria a respeitar o processo legal do Reino Unido - incluindo quaisquer recursos adicionais sob a lei do Reino Unido” - e enfatizou que a Austrália “não era parte no caso”, informou o The Guardian.

Assange, de 50 anos, enfrenta nos EUA 18 acusações que envolvem conspiração para obter e divulgar, entre 2010 e 2011, mais de 250 mil telegramas diplomáticos e cerca de 500 mil documentos confidenciais sobre as atividades militares americanas no Iraque e no Afeganistão durante a chamada "guerra ao terror".

A defesa do australiano, que já indicou que entrará com um recurso contra a extradição no Tribunal Supremo britânico, a corte mais alta do país, afirma que as acusações são uma perseguição política e põem em xeque o livre trabalho jornalístico. Os argumentos são ecoados por organizações defensoras dos direitos humanos e ativistas, que protestaram em frente ao prédio do tribunal após a leitura do veredicto nesta sexta, com gritos de "libertem Julian Assange".

— O tribunal permite o recurso — disse juiz Timothy Holroyde, afirmando que a decisão da Alta Corte diz respeito exclusivamente ao argumento de que seria "opressivo" extraditar Assange.