FRANÇA: Esquerda vence e extrema direita vai parar em 3° lugar, diz boca de urna

FRANÇA: Esquerda vence e extrema direita vai parar em 3° lugar, diz boca de urna
DIRETO DA EUROPA – Franceses comparecem em massa, defendem sua histórica democracia e empurram fascistas para longe do poder. Acompanhe

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De LISBOA |
Mudou tudo e em cima da hora. Numa campanha desesperada para salvar seu sistema democrático e afastar a possibilidade real (e até então a mais provável) de uma vitória do fascismo nas eleições legislativas, os franceses compareceram em massa às urnas neste domingo (7) para votarem no segundo turno do pleito. O resultado parece ter valido a pena, segundo as pesquisas de boca de urna, já que o partido de extrema direita Rassemblement National (RN) de franco favorito e vencedor do primeiro turno foi parar na terceira colocação geral, em face de uma vitória surpreendente da coalizão de esquerda Nouvelle Front Populaire (NFP). A segunda posição teria ficado com partido Ensemble, do presidente Emmanuel Macron.
De acordo com uma sondagem do instituto Ipsos, a ampla coalizão de esquerda obteve de 175 a 205 cadeiras no Assembleia Nacional, enquanto o partido governista de Macron aparece na segunda posição, conquistando de 150 a 175 assentos. Só no terceiro lugar é que a sigla de extrema direita liderada por Marine Le Pen e seu “escolhido” Jordan Bardella surge, com a possibilidade de ter de 115 a 150 parlamentares. Outros institutos de pesquisa confirmam esses números, o que faz com que o resultado já reverbere entre todos os setores políticos envolvidos.
Embora os resultados oficiais ainda não confirmem as projeções das bocas de urna, o clima é de festa absoluta nas ruas de Paris e de muitas outras cidades francesas, com gente nas ruas empunhando bandeiras nacionais e celebrando a derrota dos fascistas. O comparecimento às seções de votação também foi histórico: 67% de votantes, um recorde visto pela última vez em 1997.
A nova liderança do Rassemblement National, o jovem Jordan Bardella, de apenas 28 anos, que já se considerava vencedor e pronto para se tornar primeiro-ministro, nomeando um gabinete de governo com seus extremistas reacionários, se pronunciou o início da noite praticamente admitindo a derrota ao afirmar que “não iremos desistir”.
Quem também falou foi o líder do partido France Insoumise, peça central na coalizão Nouvelle Front Populaire (NFP), Jean-Luc Mélenchon. “Emmanuel Macron deve curvar-se e admitir a sua derrota sem tentar contorná-la. O presidente tem o dever de chamar a Nova Frente Popular a governar”, disse.