Desistência de Biden: os momentos críticos que fizeram campanha à reeleição 'derreter'
Desistência de Biden: os momentos críticos que fizeram campanha à reeleição 'derreter'
O anúncio do presidente americano Joe Biden de que desistiu de sua candidatura à reeleição, neste domingo (21/7), não foi exatamente uma surpresa no mundo político.
A pressão para que ele fosse substituído atingiu o auge nos últimos meses, com até mesmo aliados pedindo para Biden abrisse caminho para um outro candidato democrata.
Apesar de um longo histórico de gafes em que o político confunde nomes e datas - desde a época em que era vice-presidente de Barack Obama - o aumento da frequência desse tipo de episódio nos últimos anos vinha aumentando preocupações com sua idade.
Hoje com 81 anos, Biden foi o presidente mais velho a assumir o cargo, em 2021, aos 78.
Biden foi declarado "apto para exercer suas funções" no início de 2024 por um médico da Casa Branca, mas as críticas de opositores e as preocupações de aliados persistiram.
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Os sinais do seu envelhecimento se tornaram mais evidentes — incluindo a voz mais suave, os lapsos de memória e uma aparente maior dificuldade para andar, que seu médico atribui parcialmente à artrite.
Apesar da pressão para sua desistência , Biden havia defendido até o último momento seu desejo de concorrer contra Donald Trump - de quem ganhou a eleição em 2020.
Mas as pesquisas não apontavam para uma segunda vitória em 2024, no entanto: Biden estava ficando cerca de 4 pontos atrás do candidato republicano.
No anúncio de que desistiria, neste domingo, Biden publicou no X uma foto ao lado da vice-presidente Kamala Harris, dizendo que "oferece total apoio e endosso para que Kamala seja a candidata do nosso partido este ano".
Em 2020, Biden havia sido apresentado justamente como o candidato com maior chances contra Trump. Sua vice, Kamala Harris, era vista como possível sucessora de Biden para um segundo mandato, mas sua popularidade nunca deslanchou ao longo do mandato.
Desde o início, no entanto, Biden se recusou a assumir oficialmente o compromisso de não buscar a reeleição.
No final do seu primeiro ano como presidente, em 2021, jornais americanos como o The Washington Post já publicavam reportagens afirmando que Biden dizia a aliados que pretendia concorrer novamente à presidência em 2024 - contrariando muitos democratas que pressupunham que ele faria apenas um mandato.
À época, analistas afirmaram que a fala do presidente “congelava” pretensões de Harris de começar a trabalhar no sentido de uma candidatura própria.
Entenda como a candidatura à reeleição do presidente americano foi derretendo desde o início do seu anúncio, em 2023.
Biden anuncia sua candidatura à reeleição em 2024 - 25 de abril de 2023
Biden anuncia que vai de fato concorrer à reeleição em abril de 2023, escolhendo Harris novamente como sua candidata à vice.
No mês seguinte, maio, uma pesquisa feita pelos canais NPR/PBS News mostra que 6 em cada 10 americanos têm preocupação com a capacidade de Biden de ser presidente.
A campanha às primárias democratas começa oficialmente alguns meses depois, em junho - nos EUA, antes de concorrer à presidente o candidato precisa primeiro garantir apoio dentro do próprio partido para se tornar candidato oficial.
Entre as principais bandeiras do democrata estão a defesa da democracia, com Trump sendo mostrado como um perigo para o regime democrático no país.
Relatório governamental aponta falhas de memória - 8 de fevereiro de 2024
Republicanos questionavam as capacidades físicas e mentais do presidente desde sua posse, mas o grande ponto de virada chancelando a ideia de que o tema era uma preocupação real e não apenas ataque de inimigos políticos é um relatório publicado em 8 de fevereiro de 2024.
Na data, vem a público um documento elaborado pelo conselheiro especial Robert Hur sobre o governo Biden que aponta "faculdades mentais comprometidas", "memória falha" e "limitações significativas" na capacidade do presidente de gerir o país.
Hur havia sido selecionado pelo procurador-geral Merrick Garland para liderar uma investigação sobre a forma como o governo Biden lidava com documentos oficiais.
Hur não encontrou nenhum indício de comportamento inadequado nesse sentido, mas seu relatório causa grande dano político à Biden.
No mesmo dia, Biden comete mais uma gafe durante um programa de televisão no qual justamente se defendia das alegações de Hur. O presidente americano confunde o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, com o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador.