Notícias dos jornais de domingo 18-06-2023
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Resumo de domingo, 18/06/2023 -
1ª parte
Edição de Chico Bruno
Notícias dos jornais de domingo 18-06-2023
Valor Econômico – Não circula hoje
FOLHA DE S.PAULO – Maioria da população se declara petista ou bolsonarista convicta
O GLOBO – País tem boom de fraudes no reembolso de planos de saúde
O ESTADO DE S.PAULO – Avanço em IA é usado contra preconceito em recrutamento de profissionais
CORREIO BRAZILIENSE – “É temerária a presença de Marcos Do Val na CPMI”
Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia
Polarização - Quase seis meses após a posse do presidente Lula (PT), eleito na disputa mais apertada da história da redemocratização brasileira contra Jair Bolsonaro (PL), a polarização segue dando as cartas no país. Se dizem petistas convictos 29% dos eleitores, enquanto 25% se qualificam como muito bolsonaristas. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos. Foram ouvidas 2.010 pessoas com 16 anos ou mais, em 112 municípios, e o cenário é de estabilidade. Em dezembro, 32% se diziam petistas, número que foi a 30% em março. Bolsonaristas eram 25% no fim de 2022 e 22%, há três meses. Como nas outras vezes, o Datafolha mensurou o espectro da polarização, partindo de 1 (totalmente bolsonarista) a 5 (totalmente petista). São mais petistas os nordestinos (41%), os menos instruídos (40%) e os mais pobres (38%). São mais bolsonaristas os mais velhos (33%, 20% dos ouvidos), os evangélicos (34%, 29% dos entrevistados) e os sulistas (36%, 15% da amostra).
Fraude na saúde - Fraudes em pedidos de reembolso a planos de saúde se multiplicam no país. A mais comum é o "reembolso assistido", no qual clínicas usam a senha do cliente para cobrar procedimentos não realizados, superfaturados ou estéticos difarçados de tratamentos médicos com recibos falsos. Em um ano, 135 inquéritos policiais foram abertos para apurar fraudes contra três grandes operadoras de saúde, que acumulam perdas milionárias. Enquanto a despesa geral dos planos subiu 19% em quatro anos, os reembolsos saltaram 65%, colaborando para reajustes mais altos nas mensalidades.
IA - O avanço em inteligência artificial tornou-se arma de empresas para combater preconceito de raça, gênero e outros permitindo a contratação de profissionais apenas com base em suas habilidades. A tecnologia passou a ser usada para eliminar vieses que podem ocorrer em seleções feitas por entrevistas pessoas ou mesmo em processos automatizados realizados por robôs, mas dirigido por seres humanos. Com auxílio do IA, é possível fazer toda a seleção anonimamente, com avatares que mudam a aimagem e a voz do candidato em uma entrevista virtual. Assim, não se identifica o sotaque do candidato, se ele é uma pessoa negra ou branca, homem ou mulher. Em São Paulo, o sistema já é usado pelo Hospital Sírio-Libanês.
Presença que incomoda - A relatora da CMPI sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro afirmou ao Correio que a revelação das conversas entre Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e o coronel Jean Lawand Junior, então subchefe do Estado-Maior do Exército, que sugerem a preparação de um golpe de estado, são “absolutamente terríveis”. Eliziane Gama também criticou a postura do bolsonarista Marcos Do Val (Podemos-ES) na comissão de inquérito, que, segundo ela, faltou com as responsabilidades necessárias ao cargo. “Acho que o próprio senador deveria ter a atitude de pedir a saída”, ressaltou. De acordo com a relatora, “não dá para gente ter uma comissão com vários membros investigados, que coloca em suspeição o próprio trabalho da CPMI”.
[18/6 07:49] Celso Tesoureiro Ppl Sp: Resumo de domingo, 18/06/2023 - 2ª parte
Semana intensa - A semana promete ser agitada nos Três Poderes. Na terça-feira, o Senado analisa o novo arcabouço fiscal — tema de extremo interesse do governo Lula. Na quarta, a Casa realiza a sabatina do advogado Cristiano Zanin, indicado do presidente para assumir uma vaga no STF. Já no Judiciário, a expectativa é pela sessão que discute a criação da figura do juiz das garantias. Também não se pode esquecer do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no TSE. Haja fôlego!
E por falar em Bolsonaro… - Naturalmente, o ex-chefe do Planalto está preocupado com a probabilidade de se tornar inelegível. Ele foi aconselhado por seus advogados a permanecer quieto por esses dias para não agravar ainda mais a situação. Nos bastidores, os aliados têm certeza de que Jair Bolsonaro será condenado. A ação analisada na Justiça Eleitoral trata da reunião do ex-presidente com embaixadores, em julho do ano passado, em que ele acusou, sem provas, o processo eleitoral brasileiro de fraude. Resta saber se essa possível condenação vai acalmar ou atiçar os ânimos dos bolsonaristas — que ainda sonham com o retorno de seu líder.
Não tem jeito - A cinco dias de ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter espalhado mentiras sobre as urnas eletrônicas a representantes de embaixadas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a divulgar desinformação que relaciona as vacinas contra a covid-19 ao acúmulo de grafeno no saco escrotal e nos ovários. Sem apresentar comprovações científicas, Bolsonaro disse ter lido a bula do imunizante e concluiu que a vacina teria grafeno em sua composição. Essa substância se acumularia nos órgãos que produzem hormônios sexuais — o grafeno é produzido a partir da grafite, derivada do carbono; trata-se de uma camada muito fina bidimensional de átomos em forma de hexágonos. A declaração foi dita durante um evento de filiação do PL na cidade de Jundiaí, em São Paulo.
Brasil fez acordo sigiloso com ditadura saudita - O Brasil consolidou um acordo sigiloso de exportação de produtos e tecnologias para a Arábia Saudita construir a sua primeira fábrica própria de explosivos militares. As plantas foram criadas por uma empresa brasileira sob demanda da ditadura saudita que pretende, até 2030, “suprir toda a demanda militar” do país por explosivos e espoletas de detonação de bombas, itens que podem ser úteis em guerras e conflitos no Oriente Médio. A autorização para a venda de equipamentos e serviços ao regime de Mohammed bin Salman foi concedida ainda no segundo semestre de 2018, na reta final da gestão de Michel Temer, porém as principais etapas da construção se desenvolveram sob o governo Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022. Em paralelo, ele aumentou autorizações para exportação de tecnologia militar aos sauditas. Negócios da indústria privada de defesa com outros países precisam do aval de três ministérios: Defesa, Ciência e Itamaraty. Dados inéditos obtidos pelo Estadão mostram que o interesse das companhias brasileiras pela Arábia Saudita despertou no governo Temer e cresceu nos anos Bolsonaro. Entre 2017 e 2018 foram dez pedidos, sendo oito autorizados. Em 2019, 2020 e 2021 foram 21 pedidos de empresas à gestão Bolsonaro, dos quais 17 foram deferidos. Eram contratos para vendas de armas, blindados, bombas e serviços, por exemplo. Em 2015 e 2016 não houve solicitações. A construção da fábrica de explosivos militares com mão de obra e tecnologia brasileiras está dentro de um conjunto de investidas militares do reino saudita. Mais recentemente, a Arábia Saudita ergueu um complexo para produção de mísseis balísticos em um movimento que ligou o alerta de potências mundiais por conta dos riscos de instabilidade no Oriente Médio.
Lula almoça com aliado de Lira cotado para o Turismo - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) almoçou neste sábado, 17, com o deputado Celso Sabino (União Brasil-PA), em Belém, após compromissos do petista na capital paraense. O parlamentar é cotado para assumir o Ministério do Turismo em substituição a Daniela Carneiro, a Daniela do Waguinho, esposa do prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho Carneiro (Republicanos). No encontro, o presidente confirmou que Sabino será ministro, segundo aliados do parlamentar. Celso Sabino é aliado do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), que busca mais espaço na Esplanada. Lula é pressionado por Lira e pelo Centrão para trocar a ministra. O Ministério do Turismo é da cota que o presidente cedeu ao União Brasil. A ministra Daniela Carneiro era filiada, mas deixou o partido. O almoço foi intermediado pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Em discurso, o emedebista reforçou o interesse em ter Celso Sabino no primeiro escalão do governo. “Celso representará todos nós, para que o Pará possa estar fortalecido”, disse. Lula ouviu e ignorou a menção ao discursar. Procurado, o deputado não quis falar sobre o encontro. Apesar da sinalização da troca, interlocutores do petista dizem que Lula não deve solucionar o impasse no Turismo antes de viajar para agendas na Itália e no Vaticano. O presidente embarca na segunda-feira, 19. Ex-integrante do PSDB e evangélico, Sabino é considerado um nome capaz de acomodar os interesses de Arthur Lira na Esplanada. E a decisão de Lula por um parlamentar do União com boas relações internas poderia garantir apoio mais coeso da base do partido às propostas do governo na Câmara.
Lula tem a aprovação de 37% e a rejeição de 27% dos brasileiros - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem a aprovação de 37% do brasileiros, aponta a pesquisa Datafolha divulgada neste sábado, 17. De acordo com o levantamento, 33% acham que Lula é regular e 27% reprovam o petista. A avaliação positiva teve uma oscilação positiva de um ponto porcentual em relação a março, mês do último levantamento. Outros 3% dos entrevistados disseram não saber opinar. O cenário aponta estabilidade. A avaliação não foi afetada mesmo com a queda de braço com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O episódio gerou dificuldades para aprovar projetos importantes, como a medida provisória (MP) dos Ministérios, e implica que Lula precise ceder espaços em pastas para o Centrão. Na medição da reprovação, se comparado com ex-presidentes, Lula só aparece melhor em relação a Jair Bolsonaro. No mesmo período, 33% reprovavam o militar. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) era desaprovado por 17% no mesmo período. Dilma Rousseff (PT), por 10%. No primeiro governo, nesse mesmo período, Lula era reprovado por 11%.
Militares e ex-assessor na roda - Investigado pela Polícia Federal, o grupo de WhatsApp “Doss”, do qual participava o tenente-coronel Mauro César Cid, ex-chefe da ajudância de ordens de Jair Bolsonaro (PL), era composto por comandantes de unidades do Exército, instrutores de escolas militares e até por um oficial da reserva que foi assessor parlamentar do então deputado federal major Vítor Hugo (PL). O Estadão conseguiu identificar sete deles. Em comum, o fato de todos os militares serem Forças Especiais (F.E.), integrantes do Exército especializados em operações especiais, um grupo com forte presença no governo de Bolsonaro – os ex-ministros Eduardo Pazuello e Luiz Eduardo Ramos eram F.E., por exemplo. Entre os identificados pelo Estadão está o coronel de cavalaria Rodrigo Lopes Bragança Silva, atualmente lotado na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas. Também fazia parte do grupo o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, que trabalhou no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro e foi recentemente nomeado para comandar a 3ª Companhia Forças Especiais, em Manaus. Ferreira Lima é um dos mais ativos no “Doss”. Naquele 29 de novembro, ele respondeu a Bragança Silva: “Ainda nem é possível avaliar o efeito de tudo isso na Força”. Na Escola de Comando e Estado Maior (Eceme), ele teve como instrutor outro F.E presente no grupo de WhatsApp: o coronel Gian Dermário da Silva. Além de Gian, participam das conversas o major da reserva – e ex-assessor parlamentar do deputado Vítor Hugo – André Luiz Pereira da Silva, o Bodão. Outro Força Especial, Bodão ganhava R$ 14 mil na Câmara dos Deputados quando trabalhava para o deputado. É formado na turma de 1996, da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). E gravou lives do Papo Caveira, mantido pelo então líder do governo Bolsonaro na Câmara. Outro oficial flagrado pela PF nas conversa é o coronel Márcio Nunes de Resende Junior, que comandou o 1.º Batalhão de Logística de Selva. Também Força Especiais e formado na mesma turma de Bodão na AMAM, ele estava no Estado-Maior do Exército quando participou do grupo de WhatsApp, onde ocupa atualmente a Comissão Permanente de Avaliação de Documentos Classificados (CPADC). Outro oficial alvo da PF é o coronel Jorge Alexandre Oliveira de Medeiros de Souza, que trabalhou na 12.ª Região Militar e pertenceu ao 1.º Batalhão de Ações de Comando. É ele quem posta no grupo a primeira mensagem investigada pela PF pelo seu cunho político-partidário: “Generais de Lula tomarão posse em dezembro”. Gian respondeu com uma frase que lembrava uma antiga manifestação do então vice-presidente Hamilton Mourão: “Tentativa de aproximações sucessivas e de aumentar a divisão da Força.” Por fim, outro militar identificado é o coronel Anderson Corrêa dos Santos, que trabalhou no gabinete da intervenção federal do Rio, em 2018. Ele comandava o Batalhão de Apoio às Operações Especiais até 22 de janeiro de 2021, quando foi fazer o Curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército. Por fim, há entre os integrantes do curso um militar que se apresenta como Felipe SIEsp. A sigla é uma referência à Seção de Instrução Especial da AMAN. O telefone do militar tem o prefixo 024, que é o mesmo da cidade de Resende, no Rio, sede da academia. Apesar dos dados conhecidos, não foi possível determinar sua identidade. Outros dois participantes do grupo permanecem sem identificação.
Sem cargo formal, Janja se mede em tudo - Quando Luiz Inácio Lula da Silva apresentou a socióloga Rosângela Silva, a Janja, como sua namorada ao deixar a prisão na tarde de 8 de novembro de 2019, em Curitiba, antigos companheiros do PT avaliaram que o “animal político” renovava ali o ânimo do partido para a corrida ao Palácio do Planalto. Mais de três anos depois, porém, a agora primeira-dama é vista como problema para um governo com entraves na articulação política. E a crítica vem justamente de velhos amigos do presidente, ministros e líderes de partidos. Senadores e deputados petistas dizem que Janja se colocou como um poder entre o gabinete presidencial, a base aliada e ministros. Ainda na transição, ela tentou ser nomeada para um cargo no Planalto. Assessores avisaram Lula, no entanto, que isso era “nepotismo”. Sem função formal, a primeira-dama se instalou num gabinete de 25 metros quadrados bem ao lado da sala do presidente, no terceiro andar, e dali em diante tem aumentado seu espaço no governo. Sob o argumento de que quer “ressignificar” o papel de primeira-dama, Janja participa de reuniões do presidente com ministros, impõe medidas para as áreas econômica, social e política, dá palpite sobre o relacionamento com os militares e afasta Lula de deputados e senadores. O Estadão apurou que a primeira-dama tem interferido em questões de governo, especialmente na publicidade, indo além de meras opiniões sobre peças de campanhas e com poder de veto. Janja determina mudanças, trocas e até vetos em campanhas importantes. Se ela não gostar, a propaganda não vai adiante. Foi a primeira-dama, por exemplo, que barrou uma proposta do PT de remunerar blogueiros alinhados ao governo. Havia pressão do partido e do próprio ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, mas a decisão final foi de Janja. Ela determinou que os blogueiros continuassem na militância, sem remuneração. A primeira-dama também defende uma comunicação mais voltada para as TVs abertas. O governo nega que Janja tenha interferência na área de comunicação ou publicidade institucional.
Aras pede suspensão de investigação que envolve ex-assessor de Lira - O procurador-geral da República Augusto Aras pediu a suspensão da investigação da Polícia Federal que tem como alvo aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), incluindo um ex-assessor seu, Luciano Cavalcante. Aras atendeu a um requerimento da Mesa Diretora da Câmara para que o inquérito seja remetido da 2ª Vara Federal de Maceió, em Alagoas, para o Supremo Tribunal Federal (STF). Ao se manifestar sobre a reclamação apresentada pela Câmara, o PGR opinou que o inquérito deve ser paralisado até que o STF decida a competência da investigação em tramitação na primeira instância da Justiça Federal. Aras aponta que, por haver menção ao deputado federal Gilvan Máximo (Republicanos-DF), que supostamente se beneficiou do esquema, a corte deve analisar o caso. O caso envolve uma organização criminosa suspeita de fraude em licitação e lavagem de dinheiro que teria desviado recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação (MEC). Em 2018, a corte já havia fixado o entendimento que o foro especial para parlamentar somente vale para supostos crimes cometidos durante o mandato e em decorrência dele, o que não seria o caso de Gilvan, que em 2022 ainda não havia tomado posse. No entanto, a PGR solicitou que o ministro Luís Roberto Barroso, relator da reclamação, analise o caso concreto e defina em qual a instância deverá tramitar o inquérito. Na última quinta-feira, Barroso determinou que a 2ª Vara Federal de Maceió apresente esclarecimentos em um prazo de 48 horas. A informação foi divulgada pelo Uol e confirmada pelo GLOBO. De acordo com a Polícia Federal, Gilvan foi flagrado com Pedro Magno, apontado como o responsável pelas entregas do dinheiro em espécie decorrente dos crimes, em dezembro de 2022.
Na manifestação, Aras argumentou que os relatórios das diligências sobre esses encontros foram juntados aos autos processuais em fevereiro deste ano e, por isso, deveriam ter sido imediatamente remetidos ao STF.
Desmatamento na terra yanomami zera - A primeira metade de junho não registrou nenhum alerta de desmatamento por garimpos ilegais na terra indígena yanomami, segundo o sistema de monitoramento da PF (Polícia Federal). O dado mostra, para a corporação, que a crise que teve seu momento mais agudo no início do ano está controlada. A PF deflagrou em 10 de fevereiro a Operação Libertação, junto com as Forças Armadas, Ibama, PRF (Polícia Rodoviária Federal) e órgãos ambientais, após vir à tona a calamidade humanitária na terra indígena. Desde então, as instâncias têm mantido a presença na região para mitigar o garimpo ilegal. Os números vêm se reduzindo desde então. Em abril de 2022, por exemplo, foram registrados 444 alertas de desmatamento na ferramenta utilizada pela corporação, que usa imagens de satélites. Em abril de 2023, foram apenas 19. Já em maio, a cifra caiu para 10. Em junho, não houve nenhum alerta até a última quinta-feira (15). O garimpo ilegal teria movimentado R$ 64 milhões em dois anos, segundo a PF. Empresas de fachada foram usadas na tentativa de dar ar de legalidade às transações financeiras, conforme as investigações. O dinheiro era oriundo de compra e venda de ouro ilegal.
PF quer construir base na floresta amazônica - A PF (Polícia Federal) vai pedir ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) recursos do Fundo da Amazônia para construir um Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI) na região que abriga a floresta. A demanda já foi tratada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, gestor do fundo. Ao todo, as ações para a região com esses recursos devem somar R$ 1 bilhão. De acordo com o diretor de Amazônia e Meio Ambiente da PF, Humberto Freire, a ideia é ter um comando de controle centralizado com todos os países da Amazônia Legal. "É preciso ter eixos estruturantes comuns, técnicas e doutrinas de investigação alinhadas, formalização de provas. Isso ajuda a combater o crime na região", explica. Os delitos cometidos na Amazônia, com frequência, têm ligação com organizações que atuam nas nações com as quais o Brasil tem fronteira, uma vez que, na floresta, não é possível haver um controle mais efetivo.
PL se inspira em Lula para ter Bolsonaro em voga - Aliados de Jair Bolsonaro (PL) afirmam que, caso o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) torne o ex-presidente inelegível no julgamento que começa na próxima quinta (22), a estratégia política será mantê-lo no jogo eleitoral, evitando indicar um sucessor e agarrando-se à possibilidade de reverter a derrota com recursos. Nos bastidores, políticos bolsonaristas dão como certa a condenação por abuso de poder político em função da reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado, quando fez acusações contra o sistema eleitoral sem apresentar provas. A orientação é insistir em recursos até o último momento e não sair de cena —assim como fez o presidente Lula (PT) em 2018, quando lançou mão de todos os instrumentos jurídicos e só trocou sua candidatura pela de Fernando Haddad (PT) quando não havia alternativa. A tática de não admitir a derrota beneficia ainda o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que, na opinião de auxiliares de Bolsonaro, é visto por ele como um sucessor natural, por ter sido seu ministro, vencido as eleições no estado com seu apoio e se mantido fiel. Tarcísio tem evitado ocupar a arena eleitoral, pregando foco na gestão local e afirmando que seu plano para o estado é de longo prazo, o que o faria buscar a reeleição.
Cúpula militar vê grande chance de expulsão de Mauro Cid do Exército - A revelação de uma minuta para decretação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) e novas mensagens golpistas no celular do coronel Mauro Cid fizeram crescer na cúpula militar o sentimento de que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro tem grande chance de ser expulso do Exército. A legislação determina que militares condenados a mais de dois anos na Justiça comum tenham sua permanência na Força analisada e decidida pelo Superior Tribunal Militar (STM) durante o chamado “processo de indignidade e incompatibilidade para o oficialato”. Esse é o provável futuro que Cid vai enfrentar, já que é alvo de uma série de processos no Supremo Tribunal Federal (STF), que vão da entrada irregular de joias da Arábia Saudita aos atos golpistas de 8 de janeiro. A avaliação de membros das Forças Armadas e do STM é que a pressão política para expulsão do coronel será elevada. Hoje, como Cid responde a várias ações na Justiça comum, ele fica impedido de ser transferido ou promovido, assumir comando de tropas ou ter qualquer progressão de carreira no Exército. O coronel está preso desde o mês passado, mas sua família segue com residência na Vila Militar e ele permanece recebendo salário. A avaliação de integrantes de alta patente das Forças Armadas é que Mauro Cid errou mais uma vez ao não estabelecer freios nas mensagens golpistas que recebeu em seu celular após a derrota de Bolsonaro nas urnas.