Manchetes dos jornais  de domingo – 13/04/2025   

Manchetes dos jornais  de domingo – 13/04/2025   

Resumo de domingo – 13/04/2025                    

 

                    

 

Edição de Chico Bruno             

 

              

 

Manchetes dos jornais  de domingo – 13/04/2025                

 

          

 

CORREIO BRAZILIENSE – Bancada quer acelerar reajuste para forças de segurança do DF  

O GLOBO – Desordem global       

O ESTADO DE S. PAULO – Emendas batem verba livre que 30 ministérios têm, juntos, para gastar                

FOLHA DE S. PAULO – Maioria dos brasileiros vê aumento da criminalidade, aponta Datafolha 

  

 

Destaques de primeiras páginas e fatos mais importantes 

 

Mais dindin - “Está muito demorado”, destaca Alberto Fraga (PL DF) sobre negociações com o governo federal para o aumento de 30% destinado aos policiais militares, civis e bombeiros. “Estou bastante envolvida nas articulações pela aprovação do reajuste”, acrescentou Érika Kokay (PT-DF). A proposta do GDF é pagar o aumento em duas parcelas, a primeira em setembro e a segunda em maio de 2026. 

 

 

 

O alvo é a China – Sem esconder que tem como alvo principal é a China, Donald Trump atingiu em cheio a ordem internacional construída pelos EUA desde o século XX com seu tarifaço, analisam especialistas. Além da perda de trilhões de dólares nas bolsas, a alta dos juros da dívida dos títulos americanos levantou o temor de que, para além do comércio, a impressibilidade do republicano possa contaminar o setor financeiro, com impacto global. A crise, embora de contornos incertos, acelera o distanciamento até agora gradual entre as duas maiores potências econômicas do mundo, o que pode redefinir não só a economia do planeta, mas também a geopolítica.     

 

 

 

Sem poder de barganhar - O valor das emendas parlamentares aprovadas para 2025, de R$ 50,4 bilhões, ultrapassa a soma dos recursos livres para investimentos de 30 dos 39 ministérios. O crescimento dessas verbas fortalece o Congresso e esvazia o poder das pastas como moeda de troca política, alterando a dinâmica da articulação do governo: se antes um ministério representava acesso privilegiado a verbas e influência no Planalto, hoje deputados e senadores controlam diretamente bilhões para suas bases, reduzindo a dependência do Executivo e enfraquecendo o poder de barganha de Lula. O petista enfrenta resistência de partidos do Centrão, como PP e PSD, para garantir apoio político de olho nas eleições presidenciais de 2026 – mesmo diante da possibilidade de oferta de mais espaço no governo por meio de cargos ministeriais. O orçamento discricionário, que representa cerca de 7% do orçamento federal, é a parcela de recursos que o governo pode administrar livremente, por meio dos ministérios, para investimentos como a construção de rodovias, ações na área de segurança pública e projetos estruturantes nos Estados. É dessa pequena fatia que também são custeadas as emendas parlamentares, cujo valor aprovado para 2025 ultrapassa a soma dos recursos livres de 30 ministérios e secretarias com status de ministério, incluindo Meio Ambiente e Mudança do Clima (R$ 1,59 bilhão), Portos e Aeroportos (R$ 1,67 bilhão), Agricultura e Pecuária (R$ 2,66 bilhões), Integração e Desenvolvimento Regional (R$ 3,41 bilhões), Justiça e Segurança Pública (R$ 3,44 bilhões) e Desenvolvimento e Assistência Social (R$ 5,55 bilhões). No total, as 30 pastas somam R$ 41,55 bilhões.  

 

 

 

Criminalidade em alta - Mais da metade da população brasileira (58%) afirma que a criminalidade aumentou na sua cidade nos últimos 12 meses. A avaliação de piora na segurança é predominante entre homens e mulheres, jovens e idosos, pessoas de várias faixas de renda e com preferências partidárias diferentes. Os dados são de pesquisa Datafolha realizada entre os dias 1º e 3 de abril em 172 municípios, com 3.054 entrevistados acima dos 16 anos. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Enquanto a maioria absoluta relata aumento da criminalidade, 1 em cada 4 entrevistados (25%) considera que o problema não aumentou nem diminuiu nos últimos 12 meses. Uma minoria de 15% afirma que os crimes caíram, e 2% não responderam. A percepção de piora é maior entre mulheres, entre moradores de regiões metropolitanas e na região Sudeste. É menor entre aqueles moradores das regiões Norte e Centro-Oeste e entre quem declara intenção de voto no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Capitais e regiões metropolitanas concentram os relatos de avanço da criminalidade, com 66% dos moradores falando em aumento do problema. No entanto, cerca de metade dos entrevistados (51%) nas cidades do interior também afirma que a delinquência se agravou. Entre os homens, 52% dizem perceber um aumento na criminalidade, e 19% veem diminuição. A diferença em relação às mulheres chega a dez pontos percentuais: 62% respondem que houve alta, e só 12% falam em queda. 

 

 

 

Bolsonaro deve passar por cirurgia - O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a Brasília na noite de ontem, após ser transferido do Hospital Rio Grande, em Natal (RN). Acompanhado pela família e pelo médico pessoal Cláudio Birolini, deu entrada no hospital DF Star, na Asa Sul, onde será avaliada a necessidade de uma nova cirurgia. Bolsonaro deixou o hospital no fim da tarde e viajou a bordo de uma UTI aérea, que decolou da capital potiguar após as 19h. Antes de partir da unidade de saúde, o hospital divulgou que o ex-presidente estava “consciente, bem-humorado e respira sem ajuda de aparelhos”. Bolsonaro publicou na rede social X, antigo Twitter, que poderá ser submetido a um novo procedimento. “Após a minha transferência, provavelmente passarei por uma nova cirurgia”, destacou. 

 

 

 

Gonet defende punição a denunciados - Enquanto parlamentares alia dos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fazem pressão na Câ mara dos Deputados para colocar em pauta um projeto de lei para anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos, o procurador-Geral da República, Paulo Gonet, e o diretor-geral da Polí cia Federal, Andrei Passos Rodrigues, defenderam, ontem, a punição aos denunciados. Para Gonet, a proporção das circunstâncias justifica que Bolsonaro seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Quando se trata de alguma coisa de grande magnitude, não importa que o mandato tenha terminado ou não, é preciso que o presidente responda por aquilo que ele fez durante o seu manda to e faça isso perante a mais alta Corte do país”, comentou, durante evento realizado nos Esta dos Unidos. 

 

 

 

Olha só - Há meses a PEC da Segurança é alvo de críticas. Oposicionistas avaliam que a integração dos sistemas das forças policiais é bem-vinda, mas estipular diretrizes iguais para todos os estados é inadmissível, em razão das particularidades de cada unidade federativa. Outra ressalva é a suposta ausência de medidas efetivas para o combate ao crime organizado.  

 

 

 

Supersalário, sim - Pesquisa do instituto Ranking dos Políticos mostra que deputados e senadores concordam na regulamentação dos supersalários. Segundo o levantamento, 85,5% dos deputados e 92,4% dos senadores querem avançar com a pauta. E que 51,1% da Câmara e 80,8% do Senado acreditam que haverá regulamentação dos supersalários ainda nesta legislatura. Em meio aos atritos entre Legislativo e Judiciário, a pauta promete grande adesão do Parlamento e já é vista como prioridade para alguns líderes.  

 

 

 

Nova ameaça - O senador Eduardo Girão (Novo-CE) está preocupado com a possível aprovação do PL 2.234/22, que autoriza os jogos de azar no Brasil e a abertura de mil bingos e 67 cassinos pelo país. “É o fechamento do ciclo, porque as bets já estão causando um estrago enorme. As pesquisas mostram que as casas de apostas esportivas pegam um público de até 49 anos, e os cassinos vão vir para pegar os idosos”, alertou o senador.  

 

 

 

Porta do crime - A Polícia Federal, a Associação Nacional dos Auditores Fiscais (Anfip), o Conselho de Controles das Atividades Financeiras (Coaf) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) já se manifestaram sobre os perigos dessa autorização. Ressaltam que essas atividades abrem brechas para crimes como lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, corrupção de agentes públicos e evasão de receitas. 

 

 

 

Não combina - O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, disse não ver lógica em uma federação entre seu partido, União Brasil, e o Progressistas. “É uma incongruência, o 3º e o 4º maior partido se juntarem com características tão diferentes”, disse em Brasília, durante a inauguração da Casa da Liberdade, sede da Frente Parlamentar do Livre Mercado (FPLM).  

 

 

 

Deixa quieto - No entendimento de Caiado, a federação salvou partidos menores do desaparecimento, graças à obrigatoriedade da cota parlamentar. Esse não seria o caso do União Brasil. Outra ressalva são as eleições estaduais. Nem sempre a aliança nacional se reproduz no cenário estadual. “O que se ganha em criar discórdia entre amigos?”, questionou o pré-candidato à Presidência. 

 

 

 

Gastos e receitas - Nomeado para presidir a Comissão Mista do Orçamento, o senador Efraim Filho (União-PB) deu o tom fiscalista que pretende adotar no seu mandato de um ano. “Equilíbrio (fiscal) não se faz apenas pelo lado da receita, aumentando imposto para arrecadar, arrecadar e arrecadar. Também se faz pelo lado da despesa. É qualificar o gasto público, reduzir custos e eliminar o desperdício”, afirmou. A ver se as premissas se confirmam.  

 

 

 

De vice para vice - O vice-presidente Geraldo Alckmin manifestou profunda reverência a Marco Maciel na última quinta-feira, ao descerrar um retrato oficial do homenageado na galeria dos vice-presidentes. Alckmin enalteceu o espírito público de Maciel, que também foi ministro, senador e presidente da Câmara dos Deputados. Presentes à cerimônia, familiares do político pernambucano agradeceram o reconhecimento.  

 

 

 

Queda de braço na segurança pública - O Partido Liberal vai avançar na ofensiva contra as propostas do governo federal para melhorar a segurança pública. Após criticar reiteradamente a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada na semana passada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a legenda está elaborando um pacote que agrega vários projetos já em andamento no Legislativo. Os parlamentares consideram esse pacote mais “efetivo” do que a PEC da Segurança governista. “É muito arriscado aprovar uma proposta de esquerda que não tem coragem de combater o crime organizado. O governo chega atrasado, no final de um mandato, e não entendeu o que já havia no Congresso Nacional sobre o tema”, diz o senador Carlos Portinho (PL-RJ). Líder da minoria na Câmara, a deputada Caroline de Toni (PL-SC) aposta na derrota do governo. Mas se porventura a proposta for aprovada, a parlamentar assegura que o PL vai se mobilizar na Casa revisora. “Portinho vai correr no Senado para aprovar o pacote dele e se adiantar”, antecipa. 

 

 

 

Brasil e Paraguai apuram espionagem - O governo federal iniciou uma investigação sobre o ataque hacker da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que mirou autoridades do Paraguai entre 2022 e 2023. Em paralelo, o país vizinho lançou a própria investigação com o objetivo de identificar se houve acesso a informações confidenciais e se isso foi usado pelo Brasil para obter vantagens nas negociações sobre a Itaipu Binacional. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, garantiu que os resultados do inquérito serão apresentados para o governo paraguaio, em uma tentativa de amenizar a crise que se instaurou com a revelação do caso. Ele se reuniu com o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, às margens da Cúpula de Chanceleres do Mercosul, que ocorreu em Buenos Aires, Argentina, na quinta-feira passada. 

 

 

 

Datafolha mostra força do voto 'Lulísio' - A pesquisa Datafolha divulgada na quinta (10) mostra o potencial do voto "Lulísio" em 2026 –caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tentem se reeleger para seus cargos. É grande a intersecção entre os eleitorados de ambos, o que joga a favor de uma conciliação. Entre os que consideram o governo petista ótimo ou bom, 38% têm a mesma opinião sobre a gestão Tarcísio. É praticamente o mesmo percentual de ótimo/bom que o governador obtém no total do eleitorado (41%). Da mesma forma, 49% dos que consideram a administração Lula ótima ou boa aprovam a gestão do paulista. Além disso, entre os que são definidos como petistas, são 53% os que aprovam Tarcísio. Os dados dão fôlego à política de boa vizinhança do paulista com Lula, marcada por gentilezas em público e ausência de ataques mais duros, ao contrário do que fazem outros governadores de direita. 

 

 

 

Gleisi visita Glauber Braga - A ministra de Relações Institucionais de Lula, Gleisi Hoffmann, e o chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Sidônio Palmeira, foram à Câmara dos Deputados na tarde deste sábado (12) visitar o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que está em um dos plenários das comissões da Casa em greve de fome desde a noite de quarta (9). O deputado do PSOL iniciou o protesto após o Conselho de Ética da Câmara recomendar, por 13 votos a 5, a cassação do seu mandato. Em abril de 2024, Glauber chutou e empurrou um membro do MBL (Movimento Brasil Livre) que, nas redes sociais, tem várias publicações em que provoca políticos de esquerda e jornalistas. A palavra final é do plenário da Câmara, mas ainda não há data para que essa votação ocorra. Na visita, os ministros de Lula —que estavam acompanhados do líder da bancada do PT, Lindbergh Farias (RJ)— defenderam que a Câmara reveja a decisão e mantenha o mandato do deputado. Na conversa com Glauber, Gleisi chamou a decisão do Conselho de Ética de "julgamento político" e demonstrou indignação. Na saída, disse ter considerado a decisão do conselho injusta. O caso de Glauber tem representado uma exceção no Conselho de Ética da Câmara, órgão conhecido por um extenso histórico de leniência e corporativismo. O tratamento diferenciado ocorre porque Glauber tem atuação parlamentar marcada pelo confronto com colegas, o que lhe rendeu a antipatia de boa parte deles. Ele foi, por exemplo, um dos principais críticos de Arthur Lira (PP-AL) e atribui ao ex-presidente da Casa a articulação para lhe retirar o mandato, o que Lira nega. 

 

 

 

Conselho político - Desde 2001, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados recebeu 234 representações contra parlamentares, mas apenas 3% resultaram em cassação. A maioria dos casos está relacionada a corrupção, como Mensalão e Lava-Jato. Casos de agressão física, como o de Glauber Braga, geralmente não levam à perda de mandato. O Conselho também lida com acusações de fake news e outros comportamentos antiéticos. 

 

 

 

8 em cada 10 brasileiros relatam medo de assalto quando motos se aproximam - Oito em cada dez brasileiros relatam sentir medo de assalto quando veem motocicletas se aproximarem na rua, aponta pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (12). A maioria (55%) diz sentir muito medo nesse tipo de situação, e 1 em cada 4 pessoas (26%) afirma que sente um pouco de medo. Além disso, quando questionados sobre nove exemplos de situações corriqueiras —como usar o transporte público ou usar o celular na rua, por exemplo—, a quantidade de entrevistados que admite sentir medo é, em todos os casos, maior do que aquela que diz não sentir. Para a pesquisa, realizada entre os dias 1 e 3 de abril, foram entrevistadas 3.054 pessoas com mais de 16 anos em 172 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. 

 

 

 

Parcela em disputa - Foco dos pré-candidatos para a corrida eleitoral de 2026, os brasileiros que hoje expressam resistência tanto ao presidente Lula (PT) quanto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) demonstram tristeza com as atuais condições de vida e desencanto com as opções já colocadas no tabuleiro político. Dados da última pesquisa Genial/Quaest, segundo a qual um em cada três eleitores não está representado na polarização, e de uma análise qualitativa do projeto Plaza Pública, voltado para as preferências de parte dessa população, indicam que os "nem Lula, nem Bolsonaro" oscilam entre o desconhecimento das ações do governo e a rejeição às pautas caras a Bolsonaro. mesmo que estejam mais próximos de um perfil mais à direita. Na pesquisa da Quaest, 33% dos entrevistados dizem que "não têm posição" quando questionados sobre suas preferências políticas, percentual semelhante ao daqueles que se veem mais à esquerda ou mais à direita. O grupo "nem, nem" é formado majoritariamente por mulheres e pessoas com renda intermediária, em geral acima da faixa atendida pelo Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico), segundo cruzamento de dados feito pela Quaest a pedido do GLOBO. Embora o índice de desaprovação de Lula nesse grupo seja semelhante à média geral da pesquisa, 40% avaliam o governo como "justo" — ao contrário do quadro mais amplo do eleitorado, em que predominam avaliações negativas. O grupo, no entanto, tem uma tendência maior a ver a gestão de Lula como "igual" à de Bolsonaro e é menos otimista, proporcionalmente, sobre os rumos da economia. 

 

 

 

PL da anistia abre brecha para reverter eventuais condenações de Bolsonaro - A versão mais recente do relatório do projeto de lei que anistia os envolvidos nos ataques do 8 de Janeiro de 2023 tem brechas que podem beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, de acordo com especialistas em Direito, mas há divergência sobre se pode alcançar a inelegibilidade do ex-presidente, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bolsonaro está inelegível por ataques ao sistema eleitoral e, em outro processo, é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) sob acusação de liderar uma tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com os juristas, o texto atual dá margem para reverter as possíveis condenações futuras contra Bolsonaro que envolvem os questionamentos do resultado das eleições de 2022. Parte deles também vê espaço para reverter a inelegibilidade. O parecer, elaborado pelo deputado Rodrigo Valadares (União-SE), foi protocolado em setembro do ano passado e é até hoje a versão mais recente do texto.  

 

 

 

Lula tenta se equilibrar entre pressões sobre Marina - Acomodado numa das poltronas da sala principal da residência do presidente do Senado e rodeado por políticos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parecia à vontade. Entre as rodadas de vinho, porém, um tema foi se tornando tão frequente quanto incômodo: a alegada “má vontade” da ministra Marina Silva (Meio Ambiente) para dar aval a alguns projetos, como parlamentares resumiam. O petista não hesitou em defender sua auxiliar, a quem elogiou e disse compreender a postura. Logo em seguida, contudo, quis tranquilizar os senadores e garantiu que os empreendimentos pedidos serão, sim, liberados. Quem esteve na casa de Davi Alcolumbre (União-AP) na semana retrasada saiu com a certeza de que Marina entrou mais uma vez na mira do Congresso. Parlamentares dizem enxergar na ministra “teimosia” e “ideologia” ao lidar com projetos como rodovias na região amazônica e a prospecção de petróleo na Margem Equatorial, área costeira que vai do Amapá — estado do presidente do Senado — ao Rio Grande do Norte e é classificada pela Petrobras como a nova fronteira de exploração do país. Assim, a resistência a Marina, antes concentrada especialmente na bancada ruralista, espraiou-se pelo Congresso. Alvo da oposição no ano passado, quando foi cobrada pela falta de controle das queimadas e pela resposta do governo à tragédia do Rio Grande do Sul, a ministra passou, agora, a ser criticada também por integrantes da base e representantes da região Norte, que vêm sendo instados a sair em defesa de investimentos.   

 

 

 

Leite se aproxima de Zema de olho em chapa conjunta - Com o PSDB enfrentando incertezas e possíveis fusões com partidos como Cidadania, Podemos e MDB, Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, vê sua pré-candidatura à Presidência em 2026 ameaçada. Em resposta, ele se aproxima de Romeu Zema, governador de Minas Gerais, visando uma aliança. Leite até considera deixar o PSDB caso a fusão não contemple seu projeto presidencial. Enquanto isso, Zema, consolidado no partido Novo, é visto como forte candidato ao Planalto. 

 

 

 

Direita espera que Bolsonaro tenha ‘surto de sanidade’ - Partidos de direita esperam que Jair Bolsonaro tenha um “surto de sanidade” e escolha Tarcísio de Freitas (Republicanos) para substituí-lo ano que vem na chapa ao Palácio do Planalto, em vez de indicar um nome da própria família. A expressão foi falada à Coluna do Estadão por duas das maiores lideranças que têm influência nas decisões desse grupo político, e se expande nos bastidores. Para esses interlocutores, apoiar o governador de São Paulo na corrida presidencial seria a única forma de o ex-presidente ter possibilidade de ser beneficiado por um indulto presidencial, caso seja condenado e preso. A avaliação é que Tarcísio, chegando ao Planalto, teria condições de articular um consenso pelo indulto ao ex-presidente. Isso porque ele reúne apoio de diversos setores políticos, do empresariado e ainda tem bom trânsito com autoridades do Judiciário. Já se o nome escolhido for alguém da “franquia Bolsonaro”, como o filho 03, Eduardo, a avaliação dessas lideranças políticas é de que seria impossível negociar qualquer pacificação. 

 

 

 

Empacado - Um ano após o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), enterrar o projeto de lei conhecido como PL das Fake News e jogar à estaca zero a discussão do texto, propostas similares para regulação das plataformas digitais empacam no governo Lula e se empilham no Congresso. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a listar a regulamentação econômica das big techs entre as suas prioridades apresentadas em fevereiro aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Mas pouco esforço do Executivo foi empreendido para aprovar a iniciativa. Como o Estadão mostrou, o governo Lula elabora dois projetos sobre o tema — um no Ministério da Justiça e outro na própria Fazenda —, mas eles perderam força quando a Secretaria de Relações Institucionais, então comandada por Alexandre Padilha, passou a defender a aprovação de um projeto da oposição para resolver a questão.