Manchetes de domingo 31/10/2021

CORREIO BRAZILIENSE – Exército monitorou uso de redes sociais

Manchetes de domingo 31/10/2021
Manchetes de domingo 31/10/2021

Editado por Chico Bruno

 

Manchetes de domingo 31/10/2021

CORREIO BRAZILIENSE – Exército monitorou uso de redes sociais

 

Documentos oficiais aos quais o Correio teve acesso revelam que o Exército montou uma operação de monitoramento para vigiar a atividade de cidadãos, políticos, jornalistas, blogueiros e associações nas redes sociais. O trabalho de vigilância foi realizado no segundo semestre de 2019, quando as Forças Armadas tinham interesse na aprovação do Projeto de Lei 1645, que reestruturou as carreiras militares. Nos relatórios, os militares propõem estratégias políticas no campo virtual. “É preciso que influenciadores atuem nas redes sociais, pois são estes que detêm maior capacidade de reverberar a linha narrativa que se deseja propagar”.

 

FOLHA DE S.PAULO – Desemprego dobra, e inflação para os pobres dispara 40%

 

A parcela mais pobre da população enfrentou ao longo da pandemia um esmagamento do poder de compra. A inflação dos alimentos, principal grupo de produtos consumidos por esse estrato, subiu quase 40% - metade disso nos últimos 12 meses, quando os índices oficiais avançaram 10%. O desemprego cresceu 8,5 pontos percentuais, após um salto de 21% de 2014 a 2019. O resultado dessa combinação é o aumento da fome e da miséria no país. Para que os preços estanquem ou caiam, especialistas esperam queda maior da atividade econômica e do emprego repetindo o ocorrido de 2015 a 2019, quando a inflação ao consumidor (IPCA) cedeu de 10,7% para 4,3%. O PIB afundou 7,2%, e a taxa básica de juros quase dobrou em dois anos. Tal combinação encontra agora um Brasil fragilizado e mais pobre do que o de 2015. Segundo o Datafolha, 57% das famílias atravessam o mês com menos de R$ 2.200. Mas a renda é muito menor para os realmente pobres: 27,4 milhões de brasileiros (13% do total) vivem hoje com menos de R$ 261 ao mês, aponta a FVG Social, a maior taxa de miseráveis em uma década. 

 

O ESTADO DE S.PAULO –  Empresários e ONGs tentam salvar o País de fiasco na COP-26

 

O GLOBO – Cúpula global tenta cartada final para conter mudanças no clima do planeta

 

Com o governo brasileiro politicamente isolado e uma comitiva oficial restrita, cientistas, empresários, governadores, prefeitos, órgãos ambientais, ONGs, lideranças indígenas e do movimento negro vão levar planos para o País, a partir de hoje, à Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP-26), da ONU. Esses planos incluem agenda de desenvolvimento e estratégias para o combate ao desmatamento, a crimes ambientais e violações de direitos humanos. Os compromissos atuais indicam um aquecimento global menor do que o esperado, mas muito mais precisa ser feito para evitar uma catástrofe. Os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão aumentaram suas metas e exortaram outros a fazerem o mesmo, mas a Casa Branca enfrenta resistência interna ao seu plano, enquanto a China vive uma crise energética que ameaça atrasar a substituição do carvão. Em países emergentes, como o Brasil, houve um retrocesso, não há programas e mais financiamento é necessário dos países ricos.

 

Os destaques de primeira página e do editor

 

‘É preciso ação e vontade política imediatas’ - O único latino-americano a se juntar ao grupo de líderes empresariais selecionados da COP-26, Cristiano Teixeira, diretor-geral da Klabin, disse que o Brasil deve tomar uma postura menos combativa e apresentar resultados e metas claras para reduzir o desmatamento na Conferência do Clima que começa hoje em Glasgow, na Escócia. Teixeira está confiante de que a COP avançará em um acordo sobre o mercado de crédito de carbono, no qual podem ser negociadas reduções e compensações de emissões entre empresas e países, área em que o Brasil tem grande potencial. Como um dos dez líderes empresariais do mundo, o papel do executivo é engajar as empresas brasileiras em compromissos efetivos para prevenir as mudanças climáticas. Desde o final de 2020, participa de reuniões periódicas com seus pares e com o presidente da COP-26, ministro britânico Alok Sharma. Para Teixeira, a mudança do setor privado para o clima veio quando grandes fundos de investimento começaram a cobrar taxas justas e verificáveis para as empresas que financiam. Em entrevista em vídeo ao GLOBO dois dias antes do lançamento em Glasgow, ele também falou das dificuldades no desenvolvimento de cenários para a economia global e nacional no período pós-pandemia, embora a Klabin tenha visto seus lucros e produção de papel aumentar acentuadamente nos últimos trimestres: "O investimento é um produto da confiança. E a inflação é um produto do Estado "do governo".

 

Imagem do Brasil na Europa assusta missão parlamentar - Um grupo de deputados que acaba de voltar de uma missão na Alemanha ficou preocupado com a péssima imagem do Brasil lá fora e o risco que isso pode representar para o agronegócio nacional. “Eles acham que tudo é Amazônia, não sabem que nossa energia é limpa e a nossa agricultura ocupa menos de 10% do nosso território. Mas, ou fazemos o nosso dever de casa, ou vai ficar difícil”, disse à coluna o presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, deputado Sérgio Souza (MDB-PR). Os parlamentares sabiam que a imagem não era das melhores. Não esperavam, porém, o rótulo de “desmatador da Amazônia” fosse tão forte. “Há uma guerra comercial aí, mas o nosso país precisa urgente da entrega de produtos com o selo ambientalmente correto”, diz.                                                                     

 

Congresso promove agenda verde às vésperas da COP-26 - Às vésperas da COP26, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, o Congresso decidiu colocar em pauta projetos verdes, em uma tentativa de melhorar a desgastada imagem do Brasil no evento, que começa neste domingo (31), em Glasgow. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vai à conferência, assim como congressistas ligados à causa ambiental e ao agronegócio. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda não confirmou presença. Nas últimas semanas, Lira, que colocou em pauta e aprovou alguns dos projetos mais criticados por ambientalistas neste ano, modulou seu discurso para incluir a defesa de uma agenda mais verde. Na segunda-feira (25), mesmo dia em que o governo federal anunciou o programa nacional Crescimento Verde, o deputado participou de um evento de uma consultoria agrícola e disse que é necessário "retomar o manche de um país que tem mais de 60% de suas áreas preservadas como florestas nativas, sejam públicas ou privadas". O presidente da Câmara também defendeu o projeto que cria o mercado de carbono no país. O projeto estabelece metas de emissão de gases do efeito estufa para a indústria e para o setor energético, explica o autor do projeto, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM). O texto também propõe um mecanismo de compensação para que emissores que superarem a meta possam comprar créditos vendidos por quem não alcançou o limite.

 

No G20, Bolsonaro diz que Petrobras é um problema - O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que "a Petrobras é um problema". A frase foi dita em uma rodinha de líderes na qual estava também Olaf Scholz, o social-democrata que deve se tornar premiê da Alemanha, mas foi ignorado pelo presidente brasileiro. "Me ajuda aí", disse o presidente brasileiro ao tradutor, dirigindo-se ao grupo em que Erdogan conversava com Scholz. Avisado de que Bolsonaro gostaria de conversar com ele, o líder turco perguntou ao presidente como estava a situação no Brasil. Em resposta, ouviu várias informações falsas. "Tudo bem. A economia voltando bem forte", afirmou ele, ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, embora o FMI aponte a economia brasileira como a que terá menor crescimento entre as do G20 neste ano. De acordo com o órgão internacional, o Brasil é um dos países em que os estímulos usados pelo governo contra a crise provocada pela pandemia de coronavírus tiveram efeito negativo. O presidente emendou em seguida: "A mídia, como sempre, atacando; estamos resistindo bem. Não é fácil ser chefe de Estado em qualquer lugar do mundo". O presidente turco não concordou nem discordou, apenas mudou de assunto, dizendo que o Brasil "tem grandes recursos petrolíferos" e citando a Petrobras. Em vez de aproveitar a deixa para elogiar a empresa brasileira, Bolsonaro optou pela crítica: "Petrobras é um problema. Mas estamos quebrando monopólios, com uma reação muito grande. Há pouco tempo era uma empresa de partido político. Mudamos isso. Erdogan sai outra vez pela tangente: "E quando é a eleição?". O presidente responde que é daqui a 11 meses, e o líder turco acrescenta: "Significa que o senhor ainda tem bastante coisa para fazer". Bolsonaro afirma então que tem "apoio popular muito grande", embora a pesquisa Datafolha mais recente mostre que mais da metade (53%) dos brasileiros o reprova, o maior índice desde que tomou posse.

 

Influente, Lira é favorito `a reeleição mesmo sob Lula - Principal aliado de Jair Bolsonaro (sem partido) no Legislativo, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) é apontado por governistas e opositores, por ora, como o favorito para vencer a disputa de fevereiro de 2023 e seguir no comando da Câmara, mesmo sob um possível terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Articulador do centrão, Lira tem como maior trunfo o controle sobre a distribuição de bilionárias verbas das emendas parlamentares. Além disso, lidera ao lado da oposição a reação do mundo político à Lava Jato. A avaliação de parlamentares aliados e da oposição é a de que, a não ser que haja uma reconfiguração relevante de poder das bancadas nas eleições de 2022, o centrão continuará tendo papel fundamental no Congresso, independentemente de quem seja eleito para a Presidência da República. E, dentro do centrão ou fora dele, não há hoje nome que rivalize com Lira, cuja candidatura à reeleição é tida como certa no mundo político.

 

SP veta projeto de lei que acabava com meia-entrada - O governador de São Paulo em exercício, deputado Carlão Pignatari (PSDB), vetou integralmente o projeto de lei proposto por Arthur do Val (Patriota) e aprovado na Assembleia Legislativa que propunha o fim da meia-entrada em eventos culturais no estado. A decisão saiu no Diário Oficial do estado deste sábado (30). O texto não determina o encerramento do benefício, mas sua extensão para "pessoas com idade entre 0 e 99 anos" —o que, na prática, faria da meia-entrada o preço padrão cobrado nas bilheterias. A justificativa do veto apresentada por Pignatari no Diário Oficial é a de que o projeto conflita com disposições federais sobre o tema. A lei federal 12.933 de 2013, citada nas razões de veto, assegura a meia-entrada para estudantes, idosos, pessoas com deficiências e jovens de 15 a 29 anos comprovadamente carentes em espetáculos artístico-culturais e esportivos.

 

Governo Biden vira argumento em pleito na Virgínia - "Não, não! Não vaiem", pediu Barack Obama. "Não vaiem. Votem! Saiam daqui e votem." O apelo do ex-presidente foi feito no último dia 23, a um público que se aglomerou para vê-lo em Richmond e reagiu com revolta a declarações sobre os riscos de uma vitória republicana na eleição para governador da Virgínia. "[A votação] é uma escolha que definirá não só os próximos anos, mas as próximas décadas da história humana", disse, em discurso que intercalou piadas sobre a vida conjugal e alertas sobre a civilização estar em perigo. O pleito —que recebe votos de forma antecipada e será concluído nesta terça (2) — desperta atenção nacional por já ter servido como indicador do futuro eleitoral no país. Neste 2021, o partido do presidente Joe Biden teme que uma derrota no estado possa significar nova mudança de ventos. Em seu primeiro ano de mandato, o democrata tem enfrentado dificuldades, como a caótica retirada das tropas do Afeganistão, uma nova onda de Covid e a demora em aprovar pacotes de investimentos no Congresso —questão que, diga-se, enfrenta desafios mesmo dentro de sua legenda.  

 

Disputa entre Roma e ACM Neto esquenta na Bahia - Roberta Roma, mulher de João Roma, entrou em campo na disputa do ministro da Cidadania com ACM Neto. Ela diz que o presidente do DEM tem ameaçado pessoas próximas a ela para que não a apoiem em 2022, quando pretende ser candidata a deputada federal. Roberta diz que ACM quer destrui-la para que Roma desista de concorrer contra ele para governador da Bahia no ano que vem e tente a reeleição para a Câmara. "João se coloca ao lado de Bolsonaro. ‘Eu vou ser essa dita extrema-direita na Bahia’, que tem 70%, 80% de rejeição, mas esse 20% que é firme Bolsonaro vai colar em João Roma. Não vai ser ACM Neto. Tem 20% de Bolsonaro e João Roma, os 60% de Lula e Jaques Wagner, e ACM Neto fica com o quê?", calcula. Ela se refere a ACM Neto, de quem foi próxima durante 20 anos, como coronelzinho e velho travestido de novo. "Ele vai lá nos contratos da prefeitura, de pessoas. ‘Ou você é meu ou você é dele’. É tipo obrigar. ‘Eu vou tirar sua mulher que trabalha na prefeitura, vou tirar sua prima de 2º grau, vou te destruir’. Ele vai usar a fama dos Magalhães", afirma. Roma e ACM Neto romperam longa aliança e amizade após o então deputado aceitar convite do governo Jair Bolsonaro para se tornar ministro, contrariando orientação do aliado, em fevereiro.

 

Bolsonaro barra abertura de capital estrangeiro na mídia - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cedeu à pressão do bispo Edir Macedo, dono da Record, e barrou uma PEC (proposta de emenda à Constituição) do Ministério das Comunicações que prevê uma reforma na radiodifusão e a abertura da mídia ao capital estrangeiro. Hoje, a Constituição veta estrangeiros no controle de empresas de comunicação. A participação financeira de grupos de fora está limitada a 30%. Apesar de discordarem dos mecanismos de abertura existentes na minuta da PEC, as demais emissoras —principalmente Globo, Band e RedeTV! — defendem a entrada irrestrita dos estrangeiros no país. Os canais viram na postura da Record uma forma de retardar a internacionalização dos concorrentes, que, segundo pessoas que participam das conversas, prospectam parceiros globais. 

 

Governo deixa novos medicamentos para Covid fora do SUS - O governo Jair Bolsonaro (sem partido) não inseriu no SUS nenhum dos seis tratamentos medicamentosos para a Covid-19 aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Para evitar um duro golpe na bandeira negacionista do presidente, o Ministério da Saúde ainda tenta evitar a derrubada de orientações pró-"kit Covid". Os debates se concentram na Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), órgão consultivo do ministério para a análise de novas terapias e definição de protocolos da rede pública. A Conitec recusou a inclusão no SUS de três dos novos tratamentos da Covid: o rendesivir e as associações de casirivimabe com imdevimabe (Regen-Cov 2) e de banlanivimabe com etesevimabe. Os efeitos desses medicamentos são limitados e as drogas têm alto custo. Por isso, gestores do SUS e especialistas se dividem sobre o benefício de incluir os produtos na rede pública. Fora do SUS, ao menos três dos novos fármacos são usados no Brasil por pacientes com planos de saúde e em hospitais privados.

 

Partido de Moro, Podemos abriga alvos da Lava Jato e Justiça Eleitoral - Suspeitas de candidaturas laranjas, alvos da Polícia Federal e da Operação Lava Jato fazem parte da história da legenda que vai abrigar o ex-juiz federal e ex-ministro Sérgio Moro. O Podemos, que marcou para o dia 10 de novembro o evento de filiação do ex-magistrado e possível presidenciável, tem investido na reformulação de diretórios estaduais para arregimentar potenciais candidatos e tentar ampliar sua presença no Congresso. Moro é parte dessa estratégia porque é considerado um bom puxador de votos. Mas, ao entrar no partido, terá de conviver com correligionários sob investigação – um deles foi filmado pegando dinheiro de um delator –, e participar de um grupo político que, no Congresso, apoiou desde Dilma Rousseff até Jair Bolsonaro. No Rio de Janeiro, após a saída do senador Romário, que foi para o PL, o vice-presidente do partido, Eduardo Machado, convidou o bombeiro Patrique Welber para dirigir o diretório do Podemos. Conhecido por atuar nos bastidores de campanhas de diversos partidos, incluindo a coordenação da candidatura do ex-presidente da Alerj, Jorge Picciani (MDB) – condenado a 21 anos de prisão na Lava Jato –, Welber levou com ele um grupo de mais de 40 candidatos a deputado federal. O Podemos não tem representantes do Rio na Câmara. Em setembro, Welber se tornou secretário estadual do Trabalho do Rio, iniciativa do governador Cláudio Castro (PL) para dar uma pasta ao Podemos, que faz parte de sua base na Assembleia Legislativa (Alerj).

 

MST suspende ‘trégua’ e retoma ocupações de terras - Às 4h30 do último dia 23, a agricultora Levânia Silva Cardoso, de 38 anos, se despediu do marido e do casal de filhos pequenos, pegou um facão, vestiu seu boné vermelho e foi se juntar ao grupo de 46 pessoas que, uma hora depois, cortaria com um golpe de machado o cadeado da porteira para ocupar a fazenda Santa Cruz do Kurata, em Mirante do Paranapanema, no Pontal que leva o mesmo nome, no extremo oeste do Estado de São Paulo. “Essa é a minha 10.ª ocupação e, como sempre, o objetivo é ter o nosso pedaço de terra”, disse, na quinta-feira, ao Estadão. Foi também a 11.ª invasão sofrida pela fazenda de uma família descendente de imigrantes japoneses – dez delas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A ação marcou a retomada das ocupações de terras no Brasil “depois de um longo período de quarentena produtiva contra a fome e trabalho de base frente à pandemia”, como divulgou o MST. No entanto, desde o início do governo Bolsonaro, que na campanha havia pregado “receber os invasores de terras a bala”, o número de ocupações já vinha caindo. De acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que monitora os conflitos agrários no País, após 143 ocupações em 2018, o número despencou para 43 em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro e ainda sem pandemia. Nos anos anteriores tinham sido 169 em 2017 e 194 em 2016. No ano passado, já com a pandemia, foram 29 ocupações. Neste ano, até o fim de setembro, aconteceram apenas duas – uma na Bahia, outra no Rio Grande do Norte.

 

Moraes cobra informação sobre quebra de sigilo - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou neste sábado, 30, que a CPI da Covid preste informações, em 48 horas, sobre os pedidos de quebra do sigilo telemático do presidente Jair Bolsonaro e de banimento do chefe do Executivo das redes sociais. O magistrado quer analisar tais informações para decidir sobre o mandado de segurança impetrado por Bolsonaro contra as medidas aprovadas pelo colegiado após o presidente fazer uma declaração mentirosa em sua live semanal associando a vacina contra o novo coronavírus ao risco de infecção pelo vírus da Aids. O requerimento questionado por Bolsonaro foi aprovado no encerramento das atividades da comissão instalada no Senado e encaminhado para a Procuradoria-Geral da República e o STF. O pedido foi apresentado à CPI pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), sob o argumento de que a medida era necessária para combater a ‘política de desinformação’ do presidente.

 

Guedes fala sobre OCDE - O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou, em Roma, o esforço brasileiro em ser membro pleno da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organismo internacional de assessoria financeira independente. “O Brasil quer ter acesso à OCDE. Somos uma das maiores economias do mundo. Eles pedem nossa colaboração para fazer um acordo de tributação global, nós fizemos; pedem nossa colaboração para entrarmos no programa de mudanças climáticas. Nós, por outro lado, queremos ter acesso ao clube para discutir os problemas mais importantes da economia mundial”, disse Guedes, em entrevista à TV Brasil. Segundo o ministro, o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, é um “amigo do Brasil”. O australiano, destacou Guedes, está desenvolvendo uma análise das economias mais avançadas do mundo considerando o fluxo anual de poluição. “O Brasil emite, por ano, 1,7% de carbono na atmosfera. A China [que não faz parte da OCDE] expele 30%. Os Estados Unidos, 15%. A União Europeia, 14%. Tenho certeza que o secretário Mathias Cormann é um amigo do Brasil e vai analisar nosso pleito com a devida atenção e sensibilizar os outros membros”, disse.

 

Bolsonaro tem governo menos transparente - Na véspera do fim dos dez anos de publicação da Lei de Acesso à Informação (Lai), uma investigação do GLOBO mostra que o governo federal inverteu a tendência em termos de transparência. O presidente Jair Bolsonaro, que já tentou no primeiro mês de seu mandato aumentar o número de servidores que podem classificar documentos como confidenciais, chega ao terceiro ano de gestão com indicadores piores do que os de seus dois antecessores, os ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer. O decreto sigiloso sobre documentos – como a sindicância sobre a ida do general Eduardo Pazuello a um evento político – também se tornou um expediente rotineiro. A maioria dos ministérios da atual gestão apresenta queda nos índices que medem a eficácia da LAI em responder aos pedidos de informações apresentados por qualquer cidadão. A lei foi aprovada em novembro de 2011 e entrou em vigor seis meses depois. De janeiro de 2019 a agosto de 2021, 16 das 23 pastas têm taxa de aplicação menor em relação ao que aconteceu na liderança de Dilma, entre maio de 2012 e maio de 2016, quando a presidente foi afastada do cargo durante o processo de impeachment. No mesmo período adotado para fins de comparação, 15 dos orgãos aumentaram o percentual de pedidos rejeitados no atual governo.

 

‘O atual governo ameaça a ideia de informação verdadeira’ - Responsável pela implementação da Lei de Acesso à Informação (LAI) no governo federal a partir de 2011, o ex-ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) Jorge Hage afirma que, em dez anos, houve progressos. Mas ele ressalta que o maior problema hoje não é ter mais transparência, mas evitar a disseminação de informações falsas. Para Hage, o governo Bolsonaro coloca em risco a transparência e a ideia de informação real.

 

Documentos revelam que o Exército foi contra o projeto - Documentos arquivados pelo governo que podem ser obtidos através da Lei de Acesso à Informação (LAI) ajudam a contar a história da própria lei. A construção do projeto do governo sobre o tema começou em 2006 e enfrentou muita resistência até ser concluída e enviada ao Congresso em 2009. Obtido pela LAI, o ofício 543 de 9 de outubro de 2008 indica claramente de que lado o exército estava na discussão. O documento foi assinado pelo general Joaquim Silva e Luna, atual presidente da Petrobras, então Chefe de Gabinete do Comandante da Força. Em letras maiúsculas, que encerram o texto de cinco páginas, Silva e Luna informa ao Ministério da Defesa que o Comando do Exército tomou uma posição "contrária à transformação do projeto em projeto de lei". Após analisar o texto em discussão e destacar o que considerava problemático, a Força constatou que a proposta colocava em risco segredos de Estado. Procurado Silva e Luna não quis se manifestar.

 

Tucanos divergem sobre economia, armas e reeleição - Os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio estão no mesmo partido e devem defender um programa comum caso sejam indicados pelo PSDB a concorrer à Presidência da República em 2022. Ainda assim, há divergências entre os três candidatos das prévias tucanas em temas econômicos e assuntos como armamentos e reeleição. O GLOBO enviou dez perguntas para os três pré-candidatos sobre alguns dos principais assuntos do governo federal. A privatização de Petrobras, Banco do Brasil e Caixa é um dos pontos de discordância. Doria defende a venda das duas primeiras, mas avalia que a Caixa deveria ser preservada porque entende que o país precisa de um banco público para dar conta dos programas sociais. O paulista tem dito que a petroleira precisa ser fatiada em lotes que dariam origem a outras empresas, na tentativa de dar mais competitividade ao mercado de combustíveis e evitar o cenário de alta de preços que o país enfrenta. Já a equipe de Leite entende que as privatizações precisam ser analisadas dentro das prioridades de uma eventual gestão e avalia que as reformas administrativa e tributária estariam no topo dessa lista. Virgílio venderia as três estatais. Outro ponto que mostra diferenças entre os candidatos é o da taxação de dividendos — parcela dos lucros de uma empresa distribuída aos acionistas isentos de impostos no Brasil desde 1995. Tal possibilidade é refutada por Doria.

 

MBL entra em equação para levar Alckmin ao União Brasil - O Movimento Brasil Livre (MBL), que esteve por trás das manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, virou parte da negociação para tentar levar o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin ao União Brasil. Uma das propostas que Alckmin tem avaliado envolve se filiar à legenda que vai ser formar com a fusão de DEM e PSL para concorrer mais uma vez ao governo paulista. Nesse arranjo, ele teria em sua chapa, como candidato ao Senado, um nome indicado pelo MBL. O ex-governador também pondera se filiar ao PSD e mantém conversas com seu ex-vice, Márcio França (PSB). De saída do PSDB, Alckmin tem dito que não tem pressa para definir seu futuro partidário e que busca uma coalização capaz de lhe dar fundo eleitoral e tempo de TV. Na última pesquisa Datafolha, divulgada em setembro, ele apareceu em primeiro lugar, com 26% das intenções de voto. A articulação entre Alckmin, União Brasil e MBL vem sendo costurada pelo deputado federal Júnior Bozzella, vice-presidente nacional do PSL e comandante do partido em São Paulo. Na terça-feira passada, ele se reuniu com Alckmin e o deputado estadual Arthur Do Val, hoje no Patriota e integrante do MBL.

 

Os sinais de que a zona de conforto de Lula pode estar chegando ao fim - Apesar da empáfia de Lula, já tem gente no PT acreditando que o ex-presidente precisa “descer do salto”. Em outros termos, a zona de conforto dele e do partido parece estar com dias contados. Nos últimos meses, questões espinhosas como corrupção nos governos petistas, repressão em Cuba, machismo e intolerância da esquerda passaram a figurar na agenda política e seguem sem respostas. A conjuntura difícil também faz crescer dúvidas quanto à agenda econômica do PT, até agora repleta de platitudes populistas. Não bastasse, petistas explodiram a frente anti-Bolsonaro. Tudo somado, pesquisas indicam que o “crescimento inercial” da pré-candidatura de Lula pode ter chegado ao fim. Novos levantamentos são aguardados no PT e em outros partidos para a formatação de um diagnóstico preciso. Por ora, o que há de disponível, em levantamentos públicos e privados, confirma a estagnação de Lula, que deixou de ser o beneficiário único do mau momento de Jair Bolsonaro. Em um dos cenários de sua série de pesquisas, a Genial/Quaest questiona quem o eleitor prefere que vença as eleições: 1) Lula; 2) Bolsonaro; 3) nenhum dos dois. Em um mês, o petista baixou de 45% para 42%, enquanto o presidente ficou em 23%, e a opção “terceira via” foi de 25% para 29%. No mercado e no setor produtivo, a recente entrevista de Roberto Setúbal ao ‘Estadão’ foi lida como uma espécie de síntese do pensamento desses setores: “Gostaria de ver um candidato com mais intenções reformistas”, disse.

 

Bolsonaro pressiona, mas secretário da OCDE é cauteloso - O encontro neste sábado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o secretário-geral da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Mathias Cormann, foi rápido e, como era de se esperar, inconclusivo. O Brasil é candidato e faz lobby para tentar entrar na OCDE, considerado o clube dos países ricos. Antes da reunião com Cormann, Bolsonaro afirmou na entrada da embaixada brasileira: “Nós queremos a ascensão à OCDE. Ele [o secretário-geral] é simpático sobre a nossa posição. É difícil, mas ao que tudo indica, em vez de um país, devem entrar seis países simultaneamente. Três da Europa e três das Américas”. Após a reunião, Mathias Cormann conversou rapidamente com os jornalistas. Ele elogiou a grandiosidade brasileira, mas foi cauteloso. — Há um processo [para a entrada na OCDE]. O Brasil é um dos seis países candidatos. No processo para se tornar membro da organização, os países precisam cumprir uma série de requisitos – são centenas. O Brasil, que apresentou formalmente a candidatura em 2017, tem cumprido aos poucos alguns desses requisitos.