Manchetes dos jornais de domingo 07-05-2023

Manchetes dos jornais de domingo 07-05-2023

 

Edição de Chico Bruno 

Manchetes dos jornais de domingo 07-05-2023


Valor Econômico – Não circula hoje

O GLOBO – 5G só é efetivo em 7% do tempo de conexão no Brasil

O ESTADO DE S.PAULO – Coroação de Charles III mescla tradição milenar e modernidade

FOLHA DE S.PAULO – Suspeita de cartel amplia contrato sob a gestão Lula

CORREIO BRAZILIENSE – Lula: chefe do BC não tem
compromisso com o Brasil

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

5G é voo de galinha - O 5G se aproxima de um ano no Brasil, mas quem tem celular habilitado para a prometida velocidade de até cem vezes superiorà do 4 G nas 111 cidades que já contam com a quinta geração de telefonia móvel vê a diferença. Estudo mostra que usuários de 5G no país só ficam 7,6% do tempo de conexão na nova rede. No restante ficam continuam com 4G ou 3G. Com infraestrutura limitada, o Brasil é 46º no quesito disponibilidade entre 56 países, mas quando acessa o celular voa. A velocidade brasileira é a terceira mais alta do mundo, atrás de Cingapura e Coreia do Sul. 

Coroação - Sete décadas depois da mãe, Elizabeth II, subir ao trono, Charles III foi coroado em uma cerimônia solene, ao lado da mulher, Camilla. Em um dia marcado por homenagens e protestos, o monarca de 74 anos recebeu a coroa de Santo Eduardo na imponente Abadia de Westminster, no Centro de Londres, das mãos do arcebispo de Canterbury, Justin Welby. Com 22 quilates de ouro, a peça de 2,23kg não era usada desde 1953, quando a rainha, que morreu em setembro do ano passado, tornou-se a soberana da Inglaterra. “Não venho para ser servido, mas para servir”, disse o monarca, ao jurar defender a lei e a Igreja. A cerimônia, única na Europa, ocorreu oito meses depois de Charles III automaticamente herdar o trono da Inglaterra. Quase 2,3 mil convidados estavam no templo, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden. Embora o rei desejasse um ritual mais moderno e simples que o de sua mãe, em um momento de crise pelo aumento do custo de vida, três coroas cravejadas de diamantes foram utilizadas: uma para Camilla e duas para o monarca, porque a de Santo Eduardo é usada apenas no momento preciso do ato. O valor, segundo a revista Time, foi estimado em 100 milhões de libras (em torno de R$ 624 milhões). 

Suspeita de cartel - O governo Lula (PT) assinou neste ano aditivos contratuais que favorecem a empreiteira Engefort, alvo de acusações de irregularidades detectadas pela CGU (Controladoria Geral da União) e indicada em auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) como a líder de um cartel que teria fraudado licitações de pavimentação no total de mais de R$ 1 bilhão de 2018 a 2021. Feitos, por meio da estatal federal Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), tratam principalmente da prorrogação ou "reinício" de 12 contratos cujos valores originais somam cerca de R$ 180 milhões para obras nos estados de Amapá, Bahia, Ceará, Paraíba, Sergipe e Tocantins, alguns deles estendidos apesar de ainda não terem saído do papel. Três das obras que receberam aditivos em 2023, orçadas em R$ 90 milhões, foram indicadas pelo senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), aliado do Planalto. A Codevasf foi entregue pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) ao centrão e é mantida dessa forma por Lula em troca de apoio no Congresso, no chamado toma lá dá cá. Questionado, o governo não se manifestou. A estatal diz que os novos prazos asseguram a prestação de serviço. Já a Engefort afirma que "não compactua com ilicitudes". Alcoçumbre não se pronunciou.

Lula ataca Campos Neto - Após assistir à coroação do rei Charles III na Abadia de Westminster, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com jornalistas no hotel onde ficou hospedado. E disparou um dos ataques mais contundentes ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “Ele não tem compromisso comigo. Tem compromisso com o outro governo, que o indicou. E com aqueles que gostam de taxa de juros alta”, atacou Lula. O presidente disse, ainda, que foi cobrado pelo soberano britânico a preservar a Amazônia. “Preciso de ajuda”, respondeu o chefe do Planalto, que considerou insuficiente a contribuição do governo britânico para o Fundo Amazônia. Por fim, Lula defendeu o trabalho do ministro Alexandre Padilha, apesar das derrotas do Planalto no Congresso Nacional. “Padilha é o que o país tem de melhor na articulação política”, definiu.
[09:23, 07/05/2023] Celso Tesoureiro Ppl Sp: Continuação do Resumo de domingo, 07/05/2023 - 2ª parte 

Lula foi um dos seis chefes de Estado convidados para bilateral com premiê britânico - A reunião bilateral entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, foi determinante para a ida do presidente à coroação do rei Charles 3º. O brasileiro foi um dos seis chefes de Estado convidados para um encontro desse tipo com o premier. A previsão inicial era de que o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, representasse o presidente na cerimônia. Além de Lula, Sunak recebeu o presidente de Ruanda, Paul Kagame, o emir do Catar, Tamim bin Hammad, e os primeiros-ministros da Nova Zelândia, Chris Hipikins, da Austrália, Anthony Albanese, e a de Bangladesh, Sheikh Hasina, os três últimos integrantes da Commonwealth, a comunidade de nações que reúne, majoritariamente, países que formaram o império britânico no passado.

História - Lula foi o único presidente brasileiro a participar da cerimônia de coroação de um monarca britânico. Em junho de 1953, Getúlio Vargas não compareceu à coroação da rainha Elizabeth II — apenas enviou presentes. Nesta viagem, Lula e o emir do Catar, Tamin bin Hamad Al-Thani, foram os únicos líderes estrangeiros que não integram a Commonwealth recebidos pelo primeiroministro Rishi Sunak. Parece pouco, mas dá uma ideia do peso que o Brasil tem, hoje, nas relações internacionais.

Lula e ministros bloquearam críticos - O bloqueio de usuários nas redes sociais, prática que passaria a ser proibida para autoridades se aprovado o PL das Fake News, ocorre entre ministros e já foi usada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Painel identificou bloqueios de usuários feitos pelo presidente e por ao menos cinco ministros no Twitter: Fernando Haddad (Fazenda), Márcio França (Portos), Silvio Almeida (Direitos Humanos), Paulo Pimenta (Secom) e Flávio Dino (Justiça). Os dois últimos participam diretamente das articulações para a aprovação do projeto de lei. A restrição ao bloqueio por parte de detentores de mandatos e integrantes do Executivo entrou no relatório do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) como uma contrapartida à exigência de alguns deputados de manter a imunidade parlamentar nas redes sociais. Segundo a proposta, a conta precisa ser considerada de interesse público e, por isso, deve ser acessível a qualquer cidadão. A proposta é apoiada pelo governo. Pelo texto, cuja votação foi adiada na última semana, o agente político deverá indicar qual perfil representa o seu cargo ou mandato oficialmente.

CPI do 8 de janeiro perde tração no Congresso - Após pressão, invasão de reunião e protestos por sua instalação, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista do 8 de janeiro sofreu um esfriamento mesmo antes do início e, dez dias após a sua criação, ainda não tem uma data definida para ser instalada de fato. De um lado, partidos mais alinhados ao governo vão ocupar a maioria das cadeiras e argumentam haver temas bem mais relevantes a se tratar do que um acontecimento que é objeto de extensa apuração da Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário. De outro, oposicionistas, que serão minoria na comissão, já afirmam considerar a CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) como potencial foco mais promissor de desgaste do governo.

Igreja não é esquerda nem direita, tem como centro o Evangelho - A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) precisa ajudar a "reconstituir um tecido social esgarçado" após uma polarização que rachou comunidades, diz dom Jaime Spengler. O arcebispo de Porto Alegre tomou posse na semana passada como novo presidente da mais representativa entidade católica do país. Herdou com o cargo a missão de conduzir o alto clero por uma cena social turbulenta. Por um lado, a cúpula dos bispos enfrenta nos últimos anos resistência de núcleos católicos alinhados ao bolsonarismo. A defesa de causas como vacinação e meio ambiente lhe rendem o rótulo de esquerda. Prefere falar no que tem como "centro, o Evangelho". Por outro, setores progressistas questionam os bispos por posições tidas como conservadoras do Vaticano. À Folha dom Jaime falou sobre presença feminina na Igreja ("o que seria de nós sem vocês?") e sobre o que chamou de "chaga" do racismo. Comentava, então, a eleição de uma diretoria toda branca na CNBB. "A natureza que me fez assim."

Bolsonaro se põe à disposição como 'alternativa' - O ex-presidente Jair Bolsonaro se vendeu neste sábado (6) como "alternativa" ao Brasil e ignorou um escândalo que dias antes levou sua casa a ser alvo de busca e apreensão da Polícia Federal. Em um ato do PL Mulher em São Paulo e ao lado de Michelle Bolsonaro, ele começou dizendo que "hoje a palavra estará com as mulheres" e engatou uma fala de cinco minutos. Nada fora de seu script eleitoral em 2022. Exaltou valores de praxe em sua oratória, da "defesa da família" ao "patriotismo", e resgatou uma frase que frequentou muitos de seus discursos na campanha eleitoral: "Só a morte bota um ponto final nas nossas vidas. Enquanto ela não chegar, estaremos sempre à disposição para sermos uma alternativa para nosso Brasil".

Michelle recua após defender fim de cota para mulheres na política - A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro aproveitou um evento do PL Mulher neste sábado (6) para defender o fim da cota de 30% para mulheres, que estimula a participação de um gênero historicamente negligenciado na cena política. "Queremos erradicar a cota dos 30%, queremos a mulher na política pelo seu potencial", discursou Michelle, ovacionada por uma audiência de maioria feminina na Assembleia Legislativa de São Paulo. Horas depois, porém, ela voltou atrás. Em vídeo gravado nos bastidores, fez uma retificação e disse que é a favor da cota, mas sem detalhar eventual reparos à lei que obriga partidos a destinar a verba do fundo eleitoral na proporção das candidatas (nunca menos de 30%) e dos candidatos negros que lançar. "Retificando, eu sou a favor da cota, sim. Nós teremos mulheres na política pelo seu potencial, pelo seu protagonismo", disse na gravação. "Nós não queremos apenas cumprir uma cota de 30%. Nós acreditamos no potencial de cada mulher que entra na política brasileira." Ao lado do marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, a presidente do PL Mulher se disse "muito feliz na primeira viagem de trabalho" no posto. "Escolhemos São Paulo, a terra do meu amor, que sempre nos recebeu de uma forma tão especial." 

Verba insuficiente - Na coletiva que concedeu depois da coroação do rei Charles III, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os 80 milhões de libras  (equivalentes a R$ 500 milhões) que o governo do Reino Unido prometeu destinar ao Fundo Amazônia não são “suficientes”. Ao falar sobre o assunto, ressaltou, num primeiro momento, não saber a quantia prometida pelo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, com o qual havia se reunido um dia antes. Mas, questionado pelo Correio de que a Embaixada do Reino Unido no Brasil havia confirmado as verbas disponibilizadas, admitiu que esperava mais. “Minha expectativa era de que o valor fosse, no mínimo, igual ao prometido pelos Estados Unidos, de US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões)”, destacou. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, ontem, a prisão do jornalista e ativista australiano Julian Assange, que está detido em uma penitenciária de segurança máxima na cidade de Belmarsh, na Inglaterra. Para ele, é “uma vergonha que um jornalista que denunciou as falcatruas de um Estado contra outro esteja preso, condenado a morrer em uma cadeia”. Assange é fundador do Wikileaks. “O cara (Assange) não denunciou nada vulgar. O cara denunciou que um Estado vigiava outros. E isso virou crime contra o jornalista?”, indagou Lula, que disse ter se esquecido de falar sobre esse assunto com o primeiro-ministro britânico Richi Sunak, quando estiveram juntos na sexta-feira. “Mas assim que chegar ao Brasil, vou telefonar para o primeiro-ministro”, prometeu.

Direita prepara opções a Bolsonaro - Um grupo de aliados do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, começou a montar equipe para nacionalizar o nome dele e propagandear a gestão. Nos partidos com viés mais conservador, a aposta é que o ex-presidente Jair Bolsonaro terminará preso e, assim, o caminho ficará livre para outros atores. Do trio mais citado para 2026 — que inclui Tarcísio Gomes de Freitas (SP) e Eduardo Leite (RS) —, Zema é o único de um grande colégio eleitoral que não terá a opção de disputar a reeleição. Veja bem: o governador de São Paulo pode concorrer a mais mandato estadual. A história, até aqui, foi cruel com os governadores paulistas que deram as costas a mais quatro anos no governo local, de olho na Presidência da República. Nenhum venceu. Nesse cenário, melhor não arriscar. 

Mantenha distância, mas... - Tarcísio de Freitas não estava na capital paulista para receber Bolsonaro. Ele viajou ao sul do país, para um casamento. O governador de São Paulo é visto no Republicanos como uma promessa para o Planalto. E, nesse sentido, precisa se equilibrar entre manter a cortesia e a lealdade ao ex-presidente, mas não abrir mão da própria agenda para atender o antigo chefe.

Uma agenda de US$ 6 bilhões - Na reunião dos países sulamericanos, em 30 de maio, Lula quer aproveitar a bilateral com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para, com a retomada do diálogo, colocar em prática a agenda potencial de exportações para o país vizinho — que hoje não chega nem a um terço desse valor. O governo brasileiro também pretende retomar a conversa para o pagamento da dívida que a Venezuela tem com organismos brasileiros, que, segundo cálculos dos diplomatas, ultrapassou a casa dos bilhões de dólares. A avaliação de diplomatas experientes é de que Bolsonaro errou, e muito, ao não dialogar com o governo oficial do país e insistir em manter relações com quem não tinha a chave do cofre.

Mendonça é contra tornar radicais réus - O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou contra a condenação de 250 pessoas que estão sendo julgadas pela participação em atos golpistas em Brasília, no dia 8 de janeiro. Até agora, ele foi o único da Corte a discordar da abertura de ação penal contra o grupo. Com a manifestação de Mendonça, o julgamento está com placar de 5 x 1 para tornar os acusados em réus. Até o momento, a Procuradoria-Geral da República apresentou denúncia contra 1.391 pessoas acusadas de envolvimento com os ataques contra as sedes dos Três Poderes.

Ciro volta ao Brasil e é incentivado a mirar o Senado - Conhecido como um político de posições firmes e afeito ao embate, o ex-candidato à presidência Ciro Gomes voltou ao Brasil há cerca de um mês, após uma temporada nos Estados Unidos, em silêncio e sem deixar claro o que planeja para o próprio futuro. Depois de concorrer quatro vezes a presidente, ele sinalizou a aliados que não pretende se candidatar novamente em 2026 e, nos bastidores, foi aconselhado a concorrer ao Senado. Na próxima semana, Ciro fará uma palestra em Lisboa, quando poderá indicar os rumos que seguirá daqui para frente. Seu irmão Cid Gomes (PDT-CE), senador eleito em 2018, defende publicamente a ideia e promete abrir mão da reeleição por ela. - De minha parte, o lugar estará sempre à disposição dele. Se ele quiser o Senado em 2026, terá meu apoio. Claro (que ele não buscaria a reeleição), não faz sentido ter dois irmãos candidatos - disse ao GLOBO. Os dois, porém, não se falam desde o ano passado, segundo Cid. Eles brigaram durante a campanha porque o senador defendia uma aliança com o PT no Ceará, plano rejeitado pelo então postulante à presidência.

'Padilha não tem tempo para o Republicanos' - Vice-presidente da Câmara, o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) diz ver problemas na relação do governo Lula com o Congresso neste início de mandato. Em entrevista ao GLOBO, ele diz que, embora haja a intenção do Palácio do Planalto de atrair o Republicanos para a base, partido que preside, ninguém o procurou para conversar até hoje. "Eles sempre falam 'vamos conversar', mas nunca entram em contato comigo." Segundo ele, o partido está mais perto de apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2026 do que de entrar na base aliada do PT, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, nome cobiçado de seu partido, é candidato à reeleição no estado. O nome dele tem sido citado como alternativa, caso Bolsonaro seja considerado inelegível e não possa entrar na disputa.

Boi, bala e Bíblia - O governo tem tentado abrir diálogo com parlamentares dos grupos chamados “bala, boi e Bíblia”, mas os votos mostram que prevalece o sentimento de oposição. Em meio a tropeços e resistências mútuas, o governo Lula iniciou movimentos de aproximação com lideranças ruralistas, policiais e evangélicas, com o objetivo de agilizar a articulação política no Congresso. Levantamento do GLOBO aponta que parlamentares das bancadas do boi, bala e Bíblia, como são chamados, se uniram contra o Palácio do Planalto na derrubada de trechos do decreto sobre o Marco Legal do Saneamento, na última quarta-feira. Essa votação foi a primeira grande derrota de Lula na Câmara. Os acenos à “bancada do BBB”, seja com pautas de impacto econômico ou simbólico, também visam suavizar a imagem do PT em segmentos do eleitorado que apoiavam majoritariamente o ex-presidente Jair Bolsonaro.