Manchetes de domingo 11 de setembro de 2022

Manchetes de domingo 11 de setembro de 2022

Resumo de domingo, 11 de setembro de 2022 

 

Edição de Chico Bruno  

 

Manchetes de domingo 11 de setembro de 2022

 

 

O ESTADO DE S.PAULO – Busca por resultado e retomada aquecem mercado de executivos

 

CORREIO BRAZILIENSE – Coligação de Lula vai ao TSE contra Bolsonaro

 

O GLOBO – Casos ligam colecionadores de armas ao crime organizado

 

FOLHA DE S.PAULO – Bolsonaro é quem mais ataca mulheres, diz eleitor

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Aquecido - O alto escalão das empresas vive momento de ebulição, informa Márcia de Chiara. As trocas nos postos mais elevados de corporações nacionais e multinacionais se intensificaram com o arrefecimento da pandemia, a retomada de projetos paralisados e a volta das atividades presenciais. Pesquisa da consultoria Signium, especializada em alto escalão, mostrou crescimento de 62% no número de admissões no primeiro semestre. A busca por resultados e o fim da lua de mel entre as empresas e os executivos que trocaram de emprego no auge da pandemia são algumas das causas.

 

Embate - A frente Brasil da Esperança denunciou o presidente por abuso de poder político e econômico no Tribunal Superior Eleitoral por causa dos atos eleitorais em 7 de setembro. Outras 17 pessoas também foram acusadas por supostos atos ilegais e uso indevido dos meios de comunicação. A ação destaca que Bolsonaro “valeu-se do momento como palco de comício eleitoral em benefício de sua candidatura”. A coligação pediu ainda a quebra de sigilo bancário e telefônico dos aliados do presidente. O Palácio do Planalto não se pronunciou até o fechamento da edição.

 

Munição para o crime - Investigações em quatro estados revelaram que caçadores, colecionadores e atiradores (CACs) estão repassando armas e munições que compraram legalmente para traficantes e quadrilhas de assalto a transportadoras de valores e bancos, como as que operam o "novo cangaço" no interior. O acesso a armamentos foi amplamente facilitado no governo Bolsonaro, mas a fiscalização deficiente criou um mercado paralelo criminoso, no qual um fuzil comprado por R$ 14 mil pode render R$ 2 mil ao aliciado.

 

Mais tudo - Jair Bolsonaro (PL) é percebido como o candidato que mais ataca as mulheres, o que mais ataca a democracia e o que mais mente na campanha, segundo o Datafolha. Em relação as mulheres, ele é visto como hostil por 51%, e a democracia, 45%. Quando os eleitores foram questionados sobre quem mais mente na eleição, 40% disseram Bolsonaro, ante 31% que responderam Lula. Citaram "todos" os candidatos 14%. O instituto ouviu no levantamento 2.676 eleitores na quinta (8) e na sexta-feira (9). A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. 48% dos eleitores afirmam que seu líder religioso ou sua igreja terá alta relevância na hora de escolher o candidato, ante 34% que dizem que não haverá influência deles na decisão.

 

Proclamado rei, Charles III deve dar ênfase à causa ambiental - Charles III foi proclamado ontem rei dos britânicos em uma cerimônia prestigiada por líderes políticos, religiosos e a aristocracia britânica. Conforme o Reino Unido se despede da imagem austera e neutra de Elizabeth II, os súditos esperam um rei atento à causa ambiental, defendida por ele com ênfase enquanto príncipe. Charles se caracterizou por abordar até agora temas políticos e religiosos, algo que sua antecessora evitou com disciplina. Ele se posicionou contra a islamofobia, o que ajudou a calar uma possível reação contra muçulmanos após a série de ataques terroristas em Londres, em 2005. Em visita ao Parlamento alemão, em 2020, declarou que “nenhum país é uma ilha” e pediu que a Alemanha continuasse a colaborar com o Reino Unido, o que muitos interpretaram como um certo apreço pela União Europeia. Mas, de longe, a causa em que o monarca é mais ativo é a ambiental, como mostra o papel desempenhado por ele na COP26 em Glasgow, na Escócia, no ano passado. Charles lutou para forjar uma identidade como Príncipe de Gales, um papel que ele exerceu por mais tempo do que qualquer outro. Ele fundou instituições de caridade, como a Prince’s Trust, que ajudou aproximadamente um milhão de jovens desfavorecidos, e defendeu causas como planejamento urbano sustentável e proteção ambiental muito antes delas entrarem na moda. A agricultura orgânica é outra paixão do rei.

 

Elevar a poupança e os investimentos será desafio para o futuro governo - Antes da pandemia, que desestabilizou completamente a economia global e embaralhou os indicadores econômicos, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançava lentamente ao redor de 1% ao ano. O PIB potencial do País – aquele que é possível atingir com os recursos disponíveis sem que se gere pressão inflacionária – deve estar apenas um pouco acima desse nível. Especialistas apontam que, para uma mudança nesse cenário em que o Brasil apenas patina, seria necessário alavancar sobretudo a taxa de poupança no País – que deu um soluço no ano passado também por causa da covid, mas que vinha registrando resultados historicamente baixos. Nesta reportagem da jornalista Luciana Dyniewicz , o Estadão mostra que um dos principais desafios do presidente eleito em outubro no campo econômico será aumentar drasticamente a taxa de poupança no Brasil. O economista Fabio Giambiagi, formado pela FEA/UFRJ, com mestrado no Instituto de Economia Industrial da UFRJ, explica de maneira didática a importância da taxa de poupança para o crescimento do País: “Uma empresa não pode produzir 220 mil carros em uma planta que tem capacidade para 200 mil. Um país com PIB potencial baixo é assim também. Ele cresce dois anos a 3% e depois esbarra na capacidade”. Giambiagi acrescenta que elevar o PIB potencial demanda maiores investimentos e, para bancá-los, é necessária uma taxa de poupança mais elevada no País.

 

Advogados recebem R$ 300 mi de royalties por meio de associação - Alvo de pelo menos três inquéritos, a Associação Núcleo Universitário de Pesquisas, Estudos e Consultoria (Nupec), do Rio, virou uma espécie de banca de advocacia. Ela domina um mercado bilionário que se formou a partir da guerra judicial travada por municípios fluminenses pela partilha de royalties da exploração de petróleo e gás. Na mira do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Rio (TCE-RJ), ela funciona como uma espécie de banca de advocacia para dominar um mercado bilionário a partir de uma guerra judicial travada por municípios pelo enquadramento na partilha de royalties da exploração de petróleo e gás. Um levantamento do Estadão com base em dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) aponta que dez decisões judiciais obtidas pela entidade e seus associados vão render até R$ 300 milhões em honorários advocatícios. Investigações levaram à suspensão de parte destes pagamentos. Em 2021, a arrecadação de royalties chegou a R$ 74,4 bilhões. Somente as decisões judiciais verificadas pelo Estadão movimentaram R$ 1,5 bilhão para 15 prefeituras – é sobre esses valores que são calculados os honorários. Os processos analisados pela reportagem datam de 2016 a 2022. Os advogados ligados à entidade atuam na ANP, responsável pela distribuição dos royalties. Quando a estratégia não dá certo, ingressam com ações judiciais contra o órgão em busca de liminares favoráveis aos municípios. A Nupec é presidida pelo coronel de artilharia do Exército Arcy Magno da Silva, de 83 anos. A entidade é representada nas licitações e em ações judiciais por seu vice-presidente, o advogado Vinicius Gonçalves Peixoto. A Nupec negou irregularidades em sua atuação e disse que os contratos são vantajosos para os municípios. 

 

Mulheres recebem só 29% do ‘Fundão’ para campanhas - A menos de um mês da eleição, os partidos têm privilegiado os homens em detrimento das mulheres na distribuição de recursos para as campanhas de deputados federais. Até agora, os caciques partidários colocaram R$ 1,26 bilhão do fundo eleitoral para eles e R$ 518,8 milhões para elas. Embora representem 36,4% dos postulantes à Câmara, o equivalente a 2.094 candidatas, as mulheres só tiveram 29,1% do fundo para financiamento dos gastos. Os homens são 63,6% dos candidatos (3.662) e tiveram 70,9% do fundo. A título comparativo, é como se cada mulher tivesse recebido, em média, R$ 247,7 mil do fundo eleitoral e cada homem, R$ 344,7 mil. Com menos dinheiro, as chances de eleição diminuem. Atualmente, dos 513 deputados, 77 são mulheres – o equivalente a 15% do plenário. Na população, elas são 51%. O cenário expõe a discrepância entre gêneros na política, apesar dos incentivos legais para equiparação das condições de disputa. Uma das consequências é o desequilíbrio na representação feminina na política nacional.

 

Ciro é ameaçado por bolsonarista no Sul - Depois do assassinato de um petista por um bolsonarista na semana passada, novos atos de intolerância política voltaram a assombrar a disputa eleitoral pelo país. Desta vez, um dos presidenciáveis foi o alvo. Ciro Gomes (PDT) e equipe foram intimidados por Lisandro Vargas Vila Nova, que se identificou como apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse estar armado. O episódio ocorreu enquanto a comitiva caminhava pelo Acampamento Farroupilha, tradicional feira da cultura gaúcha, em Porto Alegre. Lisandro chegou a agredir integrantes da equipe do ex-ministro e foi retirado do local pelos policiais federais que fazem a segurança de Ciro. “O homem, apoiador de Bolsonaro, disse estar armado e tentou causar confusão durante a passagem da comitiva de Ciro pelo acampamento. Os policiais federais que faziam parte da equipe de segurança de Ciro precisaram retirar o agressor do local para que nada mais grave acontecesse. A equipe jurídica de Ciro já registrou boletim de ocorrência para que o caso seja apurado e as medidas legais contra o agressor sejam cumpridas”, informou a campanha, por meio de nota. Além dessas providências, a brigada militar do Rio Grande do Sul registrou ocorrência no local. Após ser revistado, nenhuma arma foi encontrada com o agressor. Simone Tebet (MDB) reagiu ao ataque a Ciro. A candidata ao Planalto usou as redes sociais para cobrar de Bolsonaro uma atitude em relação ao que classificou como “escalada de violência política”. “Bolsonaro, que foi vítima de um lobo solitário, não pode assistir em silêncio essa escalada de violência política. É uma omissão covarde”, frisou. 

 

Outro ataque - Do lado petista, nem a morte do trabalhador rural e apoiador de Lula, em Confresa, Mato Grosso, conteve outros ataques políticos à apoiadores do ex-presidente e líder nas pesquisas eleitorais. Ontem, Guilherme Boulos (PSol-SP), aliado de Lula, também foi intimidado enquanto fazia panfletagem, em uma rua de São Bernardo do Campo (SP), por um apoiador de Bolsonaro que dizia portar uma arma. “Durante uma caminhada de campanha em que estávamos eu e Ediane Maria, um homem esbravejou ‘aqui é Bolsonaro’, ao recusar o panfleto de nossas mãos. Em seguida, disse estar armado e colocou a mão na cintura, no cabo da arma”, relatou. A campanha do candidato a deputado federal informou que entrou com ação no Ministério Público Eleitoral (MPE).

 

Onde mora o perigo para Lula - Uma olhada mais apurada nos números do relatório Termômetro da Campanha, divulgado pela Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais (Abrapel)/Ipespe, indica que nem tudo são flores para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT ao Palácio do Planalto. Da amostra, 38% se classificam como de direita ou de centro-direita, 10% se dizem de centro. Apenas 28% de esquerda ou de centro esquerda e 24% não souberam responder. Esse universo da consulta, quando dividido por candidatos, indica ainda que parte expressiva dos votos de Simone Tebet e Ciro Gomes está na centro-direita. Nesse sentido, entre os analistas, há quem diga que formam o contingente do eleitorado que votou em Bolsonaro em 2018 e agora pode repetir a dose em caso de segundo turno, quando a eleição nem sempre segue o traçado das respostas dadas hoje em relação à segunda rodada.

 

Lula atribui morte de petista em MT a Bolsonaro - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atribuiu ao presidente Jair Bolsonaro (PL), seu principal adversário da disputa eleitoral, a responsabilidade pela morte de um apoiador do petista em Mato Grosso, na quinta (8). Ele disse que tentou localizar a família de Benedito Cardoso dos Santos na manhã deste sábado (10), mas que não conseguiu. Afirmou também que pediu ao senador Paulo Rocha (PT-PA) para buscar informações sobre seus familiares. "O PT tem a obrigação de saber todas as coisas para ajudar essa família que foi vítima do genocida chamado Bolsonaro", disse Lula. Nesta quinta, em Confresa, a 1.160 km de Cuiabá (Mato Grosso), um homem que defendia o ex-presidente Lula foi morto por um bolsonarista após uma discussão. Autor do crime, Rafael de Oliveira, 24, passou por audiência de custódia, e a Justiça de Mato Grosso o manteve em prisão preventiva. Segundo a polícia, ele confessou ter matado a facadas o colega de trabalho depois de uma discussão política. Ainda de acordo com as autoridades, o autor tentou decapitar a vítima e, após o crime, filmou o corpo.

 

Governo Bolsonaro tira dinheiro de creches - O governo Jair Bolsonaro (PL) promoveu uma forte redução de investimentos para construção de creches e pré-escolas no país. A postura resultou em alta no número de imóveis abandonados e diminuição nas matrículas nesta etapa da educação infantil. A cada ano da atual gestão o gasto efetivo na educação infantil tem sido menor. O MEC (Ministério da Educação) terminou 2021 com R$ 101 milhões pagos para obras de creches em prefeituras. Trata-se de uma redução de 80% com relação a 2018, último ano do governo Michel Temer (MDB), quando a cifra foi de R$ 495 milhões, em valores atualizados a preços de 2021. 

 

Bolsonaro sanciona projeto que reduz tamanho da Floresta Nacional de Brasília - O presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou nesta sexta-feira (9) o projeto de lei que diminuiu o tamanho da Flona (Floresta Nacional de Brasília), com o objetivo de regularizar assentamentos na região. A floresta perdeu cerca de 40% de sua área. O governo Bolsonaro argumentou que a sanção do projeto de lei teve o objetivo de "proporcionar vida digna" aos habitantes das comunidades que atualmente ocupam parte da floresta. Estão instalados atualmente em áreas que integravam a Flona os assentamentos 26 de Setembro, Maranatha e algumas chácaras que foram instaladas ao longo dos córregos Capãozinho, Descoberto, Zé Pires e Cortado. O Planalto acrescentou que os moradores dessas comunidades têm enfrentado obstáculos para ter acesso a serviços públicos de saúde, educação, saneamento básico e energia elétrica, por estarem em uma área de preservação de domínio público. A autora do projeto de lei que alterou os limites da Flona foi a ex-ministra da Secretaria de Governo de Bolsonaro, deputada Flávia Arruda. A proposta foi aprovada a jato pelo Senado, em agosto, sendo incluída na pauta do plenário um dia após chegar da Câmara dos Deputados. Ela não foi analisada por nenhuma comissão, como costuma acontecer. Entidades ambientais criticaram a medida quando ela foi aprovada pelos senadores, em particular por considerarem que a compensação ambiental não foi proporcional. "O resultado é a aprovação de um retrocesso grave, com perda de área protegida e prejuízos ambientais totalmente desnecessários", afirmou Mauricio Guetta, advogado e membro do ISA (Instituto Socioambiental).