Investigado na farra do INSS foi diretor das empresas de Paulo Octávio e presta serviço ao empresário

Investigado na farra do INSS foi diretor das empresas de Paulo Octávio e presta serviço ao empresário

Investigado na farra do INSS foi diretor das empresas de Paulo Octávio e presta serviço ao empresário

Milton Júnior é um dos alvos do pedido de bloqueio de bens feito pela AGU. Ele é sócio do “Careca do INSS” em oito empresas

 

Google News - Metrópoles

Felipe Menezes/Metrópoles/Reprodução

Paulo Octávio e Milton Júnior

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Sócio do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, Milton Salvador de Almeida Júnior atua há quase duas décadas no Distrito Federal com o empresário Paulo Octávio. O escândalo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023 (saiba mais abaixo).

O Careca do INSS é suspeito de pagar propina a diretores do INSS para favorecer entidades envolvidas no esquema bilionário de descontos ilegais em aposentadorias.

Milton Júnior é sócio do lobista em oito empresas – pelo menos três delas (Prospect Consultoria Empresarial, Acca Consultoria Empresarial e Truetrust Call Center) são investigadas.

Milton Júnior se apresenta nas redes sociais como ex-diretor financeiro e administrativo das Organizações PaulOOctávio, função que desempenhou por 15 anos e 6 meses, de 2006 a 2021, segundo o gestor informou no LinkedIn. Ele trabalha, atualmente, na TV Brasília, da qual Paulo Octávio é sócio.

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No LinkedIn, Milton Júnior se apresenta como ex-diretor das Organizações PaulOOctávio

Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o "careca do INSS", recebeu R$ 1 milhão da Benfix, controlada por Camisotti

Prédio do INSS em Brasília

Milton Júnior também foi sócio em uma empresa da qual Paulo Octávio era presidente, a Santiago Empreendimentos Imobiliários S/A. A organização registrou que tinha como atividades econômicas incorporação, compra, venda e aluguel de imóveis e construção de edifícios. A Santiago foi aberta em 2010 e extinta em 2019.


Empresas de Milton Júnior e Antonio Carlos (o Careca do INSS) citadas na investigação:

  • A Acca Consultoria Empresarial teria recebido R$ 4 milhões de entidades associativas investigadas na farra do INSS.
  • A ACDS Call Center (Truetrust) é investigada por supostamente integrar o núcleo que atuaria no cadastro de aposentados e no controle das queixas e denúncias sobre os descontos ilegais nas aposentadorias.
  • A Prospect é ligada à Associação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas da Nação (Abapen), entidade que filiou 251.074 aposentados em abril de 2024 (1.569 inclusões por hora), supostamente sem autorização, segundo relatório da Controladoria-Geral da União (CGU). A Prospect é citada em um documento sobre o clube de benefícios da Abapen que previa sorteio de R$ 15 mil para associados a cada mês.

Milton Júnior, o Careca do INSS e um terceiro integrante da direção da Prospect e da BSB Consultoria, Romeu Carvalho Antunes, foram alvo do pedido de bloqueio de bens feito pela Advocacia-Geral da União (AGU), na sexta-feira (9/5).

A AGU solicitou à Justiça Federal a indisponibilidade de bens e ativos, o bloqueio das atividades financeiras e a suspensão do sigilo bancário e fiscal de mais seis empresas e oito pessoas supostamente envolvidas na farra do INSS, revelada pelo Metrópoles em uma série de reportagens que baseou a Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, deflagrada no mês passado.

Segundo a AGU, esse grupo seria intermediário de pagamentos de propina estimada em R$ 23,8 milhões a agentes públicos vinculados ao INSS e a outras pessoas relacionadas a eles.

O esquema

Metrópoles revelou o esquema que envolvia os descontos indevidos nas aposentadorias, em dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude na filiação de segurados.

As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril, e que culminou nas demissões do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.