Globo implode seu jornalismo com maior onda de demissões da história
Globo implode seu jornalismo com maior onda de demissões da história
Fenaj e sindicatos pedem reunião de emergência; nomes como Leila Sterenberg, Fábio Turci, Marcelo Canellas e Giuiliana Morrone, entre muitos outros, já foram confirmados
A situação é muito mais grave do que parece. A Rede Globo tem promovido, provavelmente, a maior onda de demissões no jornalismo de sua história. Em todos os estados onde a emissora tem sede, vários profissionais com décadas de carreira têm sido desligados, tanto entre apresentadores e repórteres como também na parte técnica.
No ano passado, a Globo promoveu uma séria de demissões na sua área de dramaturgia. Inúmeros atores com anos de casa foram mandados embora. Agora é a vez do jornalismo. Nomes como Leila Sterenberg, Fábio Turci, Marcelo Canellas e Giuiliana Morrone foram despedidos nos últimos dias.
Nos corredores da empresa o clima é péssimo, tanto pelo desligamento de colegas quanto pela incerteza. Ninguém sabe até onde vão as demissões.
Fake news
As redes têm divulgado outros nomes que não foram confirmados, em uma saraivada de fake news. A repórter Zelda Mello, por exemplo, cujo marido, Fernando Gueiros – Diretor de Produção e Eventos – foi demitido, teve que desmentir o seu próprio desligamento e anunciar, em sua conta do Instagram, que estará no dia seguinte no Bom Dia São Paulo.
O fato é que o rolo compressor é grande, maior do que qualquer outro e provocou medida de urgência da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e também de vários sindicatos de jornalistas de todo o país.
As entidades conjuntas soltaram uma nota reivindicando à Globo “uma reunião em caráter urgente para tratar das demissões que começaram a ocorrer nos diferentes estados onde a emissora está sediada”.
A nota afirma que “na manhã do dia 4 de abril, enquanto o Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro realizava uma assembleia da campanha salarial de Rádio e TV, jornalistas foram surpreendidos com as demissões que atingiram diferentes editorias do jornalismo da Rede Globo. Ao longo da tarde, mais desligamentos foram confirmados, incluindo as praças de Pernambuco e Minas Gerais”.
O documento alerta ainda para a “posição etarista da empresa, com a demissão sumária de profissionais com décadas de experiência”.
A nota encerra afirmando que “as entidades que representam jornalistas e radialistas planejam ações conjuntas para barrar as demissões, além de abrir um canal de comunicação com a Rede Globo: tal prática é, inclusive, uma obrigação de qualquer empresa que realiza demissões coletivas, como indica recente entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF)”.
Veja nota na íntegra abaixo:
Em uma ação unitária, entidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, além da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), enviaram na última terça-feira (4 de abril) um ofício à Rede Globo reivindicando uma reunião em caráter urgente para tratar das demissões que começaram a ocorrer nos diferentes estados onde a emissora está sediada.
Na manhã do dia 4 de abril, enquanto o Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro realizava uma assembleia da campanha salarial de Rádio e TV, jornalistas foram surpreendidos com as demissões que atingiram diferentes editorias do jornalismo da Rede Globo. Ao longo da tarde, mais desligamentos foram confirmados, incluindo as praças de Pernambuco e Minas Gerais.
Nas primeiras horas desta quarta-feira, 5 de abril, as demissões começaram a ocorrer em São Paulo: até o momento, ao menos seis jornalistas foram demitidos, mas a apreensão geral é que a direção da empresa anunciará mais cortes ao longo do dia.
Em reunião realizada com profissionais da emissora, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo salientou que a posição da entidade é a luta contra qualquer demissão, com a categoria resistindo coletivamente a esse verdadeiro desmonte de nossa profissão. Fica evidente também a posição etarista da empresa, com a demissão sumária de profissionais com décadas de experiência.
Diante disso, as entidades que representam jornalistas e radialistas planejam ações conjuntas para barrar as demissões, além de abrir um canal de comunicação com a Rede Globo: tal prática é, inclusive, uma obrigação de qualquer empresa que realiza demissões coletivas, como indica recente entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Não basta realizarmos as notas de repúdio contra as demissões. Iremos nos organizar com a categoria para resistir coletivamente às demissões e garantir dignidade a todas e todos os profissionais da Globo", afirma Thiago Tanji, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.