Bolsonaro veta projeto que dá nome de João Goulart para rodovia

Em sua justificativa, o presidente explicou que homenagens a personalidades históricas, como Jango que foi deposto pela ditadura, não podem ser inspiradas "por práticas dissonantes das ambições de um Estado Democrático"

Bolsonaro veta projeto que dá nome de João Goulart para rodovia

PALÁCIO DO PLANALTO

Bolsonaro veta projeto que dá nome de João Goulart para rodovia

Em sua justificativa, o presidente explicou que homenagens a personalidades históricas, como Jango que foi deposto pela ditadura, não podem ser inspiradas "por práticas dissonantes das ambições de um Estado Democrático"

 

Amanda Oliveira

 

 (crédito: Arquivo Pessoal)

(crédito: Arquivo Pessoal)

O presidente Jair Bolsonaro vetou, nesta quinta-feira (14/10), um projeto de lei que dá o nome do ex-presidente João Goulart (1918-1976) à quase totalidade da BR-153, mais conhecida como Belém-Brasília. A rodovia federal com cerca de 3.500 km de extensão perpassa as cidades de Marabá, no Pará, e Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul.

 

A proposta que busca homenagear o presidente deposto pelo golpe militar, é de autoria do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e foi aprovada pelo Senado em 2012. Em setembro deste ano, foi aprovada pela Câmara. Com o aval das duas Casas, o texto seguiu para sanção presidencial.

No veto, Bolsonaro afirma que consultou os ministros Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura; e Ciro Nogueira, da Casa Civil. Para ele, por atravessar oito estados, a medida não considera "as especificidades e as peculiaridades de cada estado".

Isso porque "homenagear apenas uma figura histórica poderia representar descompasso com os anseios e as expectativas da população de cada unidade federativa abrangida pela rodovia".

Além disso, o presidente destacou que personalidades históricas do país podem ser homenageadas "desde que a homenagem não seja inspirada por práticas dissonantes das ambições de um Estado Democrático".

Filho de Jango comenta veto de Bolsonaro

João Vicente Goulart, filho de Jango, escritor e filósofo, respondeu a decisão e afirmou que: "(o pai) jamais admitiria ser homenageado por esse atual presidente. Esse veto, partindo de Bolsonaro, é até um elogio. É para colocar no currículo de João Goulart".

Em entrevista ao jornal O Globo, ele ainda afirmou que “é mais um ganho na biografia gigante do Jango".