Arábia Saudita e Irã no mapa da desdolarização

Arábia Saudita e Irã no mapa da desdolarização

Arábia Saudita e Irã no mapa da desdolarização

face-homem Arábia Saudita pode se juntar ao NDB, o que garantiria ao banco novas fontes de financiamento

As movimentações da Arábia Saudita em direção à China e ao Irã colocam novos ingredientes na desdolarização global. Reaproximados com auxílio dos chineses após 7 anos de ruptura diplomática, o Irã reabriu nesta terça-feira sua Embaixada em Riade, capital saudita.

Em entrevista à rede chinesa de TV CGTN, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, o Banco dos Brics), Dilma Rousseff, enfatizou a importância dos recentes anúncios de acordos de petróleo entre China e Arábia Saudita a serem pagos em iuans e disse que o NDB impulsionará o comércio em moedas locais.

"Acredito que no mundo atual há uma tendência crescente de promover trocas comerciais usando moedas locais. Quero dizer que existem vários exemplos importantes dessas trocas", disse a ex-presidente brasileira. "Outro exemplo é que os países do Sul Global estão usando cada vez mais moedas locais para pagamentos comerciais."

"O que estamos propondo é que parte do financiamento para os países-membros seja liquidado em suas moedas locais", prosseguiu Dilma. "Acredito que isso seja vantajoso. Muitas pessoas questionam se é uma medida para combater outras moedas. Em suma, não achamos certo o privilégio absoluto de liquidar todas as negociações em dólares americanos ou euros. Precisamos usar nossas próprias moedas para fortalecer as bases do comércio e investimento em nossos países", disse.

A Arábia Saudita pode se juntar ao NDB, o que garantiria ao banco novas fontes de financiamento. Um candidato já em campo é a Argentina. Dilma afirmou que de que o conselho de presidentes do Banco dos Brics votará pela adesão da Argentina quando se reunirem na África do Sul durante a primeira semana de agosto.

"A inclusão da Arábia Saudita, que é um peso-pesado nos mercados globais de energia, pode ter efeitos impactantes no sistema internacional de câmbio. Uma redução gradual, mas irreversível, no nível de negócios de petróleo e gás feitos em dólares entre os países do Brics [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] abrirá caminho para que o iuan se torne uma moeda preferencial para acordos comerciais de energia", afirmou um analista da CGTN

Fonte: Monitor Mercantil