Projeto em Niterói leva filha do ex-governador Roberto Silveira para falar sobre centenário do político em escola

Projeto em Niterói leva filha do ex-governador Roberto Silveira para falar sobre centenário do político em escola

Projeto em Niterói leva filha do ex-governador Roberto Silveira para falar sobre centenário do político em escola

 

Historiadora Dora Silveira participou de atividade que resgata memória cultural de Niterói nas unidades de educação municipais

    

Em celebração ao centenário de um dos governadores mais emblemáticos da história do Estado do Rio de Janeiro, a Escola Municipal Roberto Silveira, no Morro do Castro, recebeu, nesta terça-feira (13), a visita da historiadora Dora Silveira, filha do político. Em bate-papo com os estudantes, ela relembrou a trajetória e o legado do pai.

A roda de conversa fez parte de um trabalho pedagógico desenvolvido pela unidade de resgate histórico-cultural de Niterói e do próprio estado do Rio. Os estudantes fizeram inúmeras perguntas para Dora, que respondeu uma a uma. A filha do ex-governador revelou que, apesar do pai ter sido um homem muito ocupado, ele gostava muito de cantar e dançar, abordando a relação pessoal com o político.

“É emocionante ver essa nova geração conhecendo mais da história do nosso estado, da nossa Niterói, e deste valoroso homem, que lutou tanto pelo povo, pela educação e pelo fim do analfabetismo. Apesar de ter exercido o cargo por pouco mais de dois anos, Roberto Silveira defendeu a bandeira do ensino público de qualidade e deixou um importante legado”, disse o secretário municipal de Educação e presidente da Fundação Municipal de Educação, Bira Marques.

Os alunos estudaram toda a trajetória de seu patrono, e produziram cartazes e livretos com a história do ex-governador. Eles descobriram, por exemplo, que para ver sua amada, dona Ismélia, Roberto precisava pegar um trem em Niterói, em um tempo em que ainda havia rede ferroviária na cidade e, ao fim de quase um dia inteiro de viagem, saltar na estação de Bom Jesus de Itabapoana. Somente dessa forma conseguia ver sua noiva, com quem viria a formar uma família.

Para Dora Silveira, é muito difícil definir o que é o legado de Roberto Silveira como governador, uma vez que ele comandou o estado por um período muito breve. “Boa parte dos projetos que ele encampou ficaram por fazer e precisaram ser concluídos por governadores posteriores. Porém, a preocupação que meu pai tinha com o analfabetismo entre os brasileiros, que na época ultrapassava a marca de 50% da população, é algo que realmente merece atenção das novas gerações. Ele tinha compromisso com a Educação Básica”, contou Dora Silveira.

A professora Giovana da Silva Conceição foi a idealizadora do projeto. Ela afirma que as crianças precisam saber de onde vem o nome da escola, seu significado e sua história. “Sabendo dessas coisas é que é possível desenvolver uma sensação de pertencimento a este local, que é um porto seguro, um local acolhedor para a maioria destas crianças. A figura do ex-governador pode remeter aos alunos um exemplo de perseverança, de correr atrás daquilo que eles desejam. Por isso, nada melhor do que resgatar esta grande História”, explicou a professora.

História – Roberto Silveira nasceu no município de Bom de Jesus do Itabapoana, no Norte Fluminense. Chegou em Niterói ainda cedo, com dez anos, para poder dar sequência aos estudos. No início da década de 40, Roberto ingressou na Faculdade de Direito de Niterói, exercendo paralelamente a função de jornalista no Diário da Manhã.

Em 1954, é eleito vice-governador do Estado do Rio. Em 1958, consegue a viabilidade política para ser eleito governador. De seus dois anos de governo, Roberto Silveira guarda alguns feitos. No campo da Educação, foram 47 colégios estaduais concluídos, espalhados por quase todos os municípios do Estado. Este esforço visava eliminar o analfabetismo entre crianças e jovens. Além do investimento na Educação básica, Roberto costurou um acordo político com o presidente Juscelino Kubistchek que viabilizou a inauguração da Universidade Federal Fluminense (UFF), em 1960.