Plenário da Câmara aprova federações partidárias por larga maioria: 304 votos!

Quase todos partidos encaminharam favoravelmente à votação da matéria, considerada uma “vitória da democracia”

Plenário da Câmara aprova federações partidárias por larga maioria: 304 votos!

Plenário da Câmara aprova federações partidárias por larga maioria: 304 votos!

 Por   Publicado em 12 de agosto de 2021

Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dirigiu a sessão. Foto: Cleia Viana - Câmara dos Deputados

Quase todos partidos encaminharam favoravelmente à votação da matéria, considerada uma “vitória da democracia”

O plenário da Câmara dos Deputados, sob a presidência do deputado Arthur Lira (PP-AL), aprovou, nesta quinta-feira (12), o Projeto de Lei das Federações Partidárias (2522/15) por 304 votos contra 119.

Pelo projeto, partidos políticos poderão se reunir em uma Federação Partidária com programa, estatuto e direção comuns, sem perder sua identidade e autonomia.

Deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) foi relator da proposta. Foto: Cleia Viana – Câmara dos Deputados

Os deputados federais, assim como os senadores, que já tinham aprovado essa matéria, entendem que a proposta fortalece a democracia.

A quantidade de votos favoráveis ao PL é suficiente para derrubar um eventual veto presidencial, quando são necessários 257 deputados. Com mais quatro votos, seria até mesmo suficiente para a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

 

A quase totalidade dos partidos com assento na Câmara dos Deputados – 16 deles – orientaram seus deputados a votarem a favor do projeto. Foram eles: PP, MDB, Republicanos, PL, Cidadania, Podemos, Rede, Solidariedade, PDT, PSB, PCdoB, PSol, PT e o bloco dos partidos PROS, PSC e PTB.

Do outro lado, apenas o PSL, Novo, PSD e DEM pediram para seus parlamentares votarem contra.

O relator do PL, deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), ao fazer a defesa do relatório, inclusive pela constitucionalidade do projeto, ressaltou que a proposta é “muito importante para o fortalecimento da democracia brasileira”. Ele acredita que “a Federação não é uma forma artificial de aglutinação”, mas “é uma forma moderna, inteligente e avançada” de aglutinar partidos em torno de um programa único.

 

Veja o parecer na íntegra do deputado Silvio Costa Filho no trecho a partir de 4:11:38

“Os partidos que se organizam em federação constituem programa, estatuto e direção comuns. Diferente das coligações eleitorais, as federações não encerram seu funcionamento com o término do pleito eleitoral. Funcionam, em todos os seus aspectos, como só um partido e, dessa forma, terão atuação dentro do próprio legislativo”, explicou.

“Participam dos diversos pleitos que ocorrem durante a sua vivência como uma só agremiação, inclusive no que se refere à escolha e registro de candidatos para as eleições majoritárias e proporcionais”, explicou.

 

“A arrecadação e aplicação de recursos em campanhas eleitorais, propaganda eleitoral, contagem de votos, obtenção de cadeiras, prestação de contas e convocação de suplentes. Como um só partido, participam do rateio dos recursos públicos relativos ao funcionamento dos partidos e do financiamento eleitoral”, sustentou.

O relator ressaltou, ainda, que os partidos que integrarem uma Federação Partidária, que deverá existir por, no mínimo quatro anos, “preservam sua identidade e sua autonomia”.

Renildo Calheiros (PE), líder do PCdoB. Foto: Câmara dos Deputados

“A gente está dando aos partidos políticos a oportunidade de, se quiserem, se juntar e unir um conteúdo programático, ideológico, unir o fundo eleitoral e, a partir daí, discutir uma política nacional”, defendeu.

Silvio Costa Filho destacou a participação da bancada do PCdoB, liderada por Renildo Calheiros (PE), na construção do relatório e da maioria que aprovou o projeto, bem como da presidenta nacional do partido, vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, que acompanhou pessoalmente a votação da matéria.

 

Renildo Calheiros afirmou que a Federação Partidária “promove o aperfeiçoamento e a modernização de todo o sistema partidário ao fortalecer legendas, ao valorizar convergências programáticas e ao enxugar democraticamente o espectro partidário”.

Deputado André Fufuca (PP-MA). Foto: Gustavo Sales – Câmara dos Deputados

O líder do Cidadania na Câmara, Alex Manente (SP), lembrou que “a federação possui princípios de união ideológica. Ou seja, tem que ter uma afinidade ideológica e princípios, pois ela valerá por quatro anos. A federação permitirá ao partido que tenha histórico e princípios continuar existindo”.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) comemorou a aprovação do PL: “É uma medida fundamental para dar maior organicidade às alianças entre partidos com identidade política e ideológica”.

Jandira Feghali (PCdoB-RJ) acrescentou dizendo que “Chile, Uruguai, Alemanha e Portugal utilizam modelos similares com êxito”.

O deputado Vicentinho (PT-SP) defendeu a Federação Partidária com a “certeza de que isso vai dar condição para o fortalecimento das agremiações quando se juntam na Federação”. O deputado Henrique Fontana (PT-RS), líder da Minoria, também destacou o “avanço da proposta para a democracia brasileira”. Na mesma linha de pensamento manifestou-se o líder petista na Câmara, deputado Bohn Gass (RS).

Líder do Cidadania, Alex Manente (SP). Foto: Câmara dos Deputados

O projeto foi defendido, ainda, pelo líder do MDB na Câmara, deputado Isnaldo Bulhões (AL), que, além de destacar os aspectos positivos do projeto para o processo eleitoral brasileiro, informou que a bancada do partido, majoritariamente, decidiu pela sua aprovação.

O líder do PSOL, Ivan Valente, também manifestou-se na mesma direção, destacando que o projeto um aperfeiçoamento do sistema político e eleitoral do país.

Deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL). Foto: Câmara dos Deputados

Os partidos políticos que defendem a Federação publicaram, recentemente, artigo no qual sublinham que “se trata de um expediente optativo, vêm ao encontro da legítima exigência de que o Parlamento brasileiro tenha mais eficácia. Ao unir partidos que passam a atuar como se fosse uma legenda só, a federação compacta harmoniosamente um elenco de agremiações, dando mais qualidade e celeridade à dinâmica do Legislativo”.

O projeto que passou, hoje, por larga maioria dos deputados federais e dos partidos com assento na Câmara dos Deputados já havia sido aprovado pelo Senado Federal, e vai, agora, à sanção presidencial.