MANCHETES DE DOMINGO 24/10/2021

Notícias atuais extraíidas dos maores jornais nacionais

MANCHETES DE DOMINGO 24/10/2021

Editado por Chico Bruno

 

Manchetes de domingo 24/10/2021

Notícias atuais extraíidas dos maores jornais nacionais

 

O GLOBO – Chave para eleições, Nordeste terá metade do novo auxílio

 

Movimento para turbinar as chances de reeleição do presidente, o Auxílio Brasil terá impacto de até R$ 36 bilhões no Nordeste em 2022, região em que Jair Bolsonaro tem o menor índice de aprovação (16%). Na conta, entram o valor a ser pago aos já beneficiários do Bolsa Família e a inclusão de quem está na fila do programa. Analistas estimam que, para ser reconduzido, o presidente precisa de 40% de aprovação a seis meses das eleições, uma meta difícil dada a perspectiva de uma deterioração no cenário econômico. No entanto, como benefício é popular, pré-candidatos à Presidência evitam criticar o desrespeito ao teto de gastos.

 

O ESTADO DE S.PAULO – ‘Tratoraço’ recebeu verbas de pelo menos 30 parlamentares

 

As compras de tratores e máquinas agrícolas sob suspeita de superfaturamento no esquema do “tratoraço” foram feitas com recursos de emendas de ao menos 30 parlamentares, informa Breno Pires. Nomes de deputados e senadores vinham sendo mantidos em sigilo e foram rastreados pelo Estadão. O sobrepreço nos convênios ligados a esses políticos passa de R$ 6 milhões, segundo a CGU. O orçamento secreto foi criado para garantir base de apoio para Jair Bolsonaro no Congresso.

 

CORREIO BRAZILIENSE – PSD convoca Pacheco contra Lula e Bolsonaro

 

No primeiro evento após o anúncio de sua filiação ao PSD, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foi confirmado como futuro candidato à Presidência da República pela legenda. Apesar da prudência, por causa do cargo que ocupa, o parlamentar mineiro, em discurso no Rio de Janeiro, fez menções indiretas ao presidente Jair Bolsonaro. Disse estar "faltando respeito no país", destacou a necessidade de os gestores públicos darem exemplo e pediu "equilíbrio" no uso das redes sociais. Em relação ao Auxílio Brasil, o novo programa social do governo, o senador destacou que é preciso respeitar a responsabilidade fiscal, ou seja, o teto de gastos, pois de nada adiantará dar um benefício de R$ 400 a famílias carentes se a inflação e os juros subirem. "Se tivermos populismo nisso, todos pagamos a conta", ressaltou. Na quarta-feira, Pacheco assinará a ficha de inscrição ao PSD, em cerimônia no Memorial JK.

 

FOLHA DE S.PAULO – Desigualdade de renda caiu até 2015 e voltou a crescer

 

Um estudo a ser publicado mostra que a disparidade na distribuição de renda no Brasil caiu de forma ininterrupta de 2002 a 2015, tendo voltado a aumentar em 2016 e 2017, mas para um nível inferior ao da virada do milênio. O resultado contraria trabalhos anteriores. A pesquisa, com metodologia criada pelos professores do Insper Ricardo Paes de Barros, Laura Muller Machado e Samir Cury e pelo diretor da Oppen Social Samuel Franco, muda, pela terceira vez, a interpretação do comportamento da desigualdade no país no século. Os resultados indicam que todas as fatias da população adulta brasileira situadas abaixo dos 29% mais ricos tiveram crescimento em suas rendas anuais acima da média nacional de 3%, no período analisado. As parcelas acima deste corte aferiram aumento médio de 2,4% e 2,9%. Em nota técnica de dezembro, pesquisadores do World Inequality Lab, centro codirigido por Thomas Piketty, sugeriram crescimento da concentração de renda no Brasil. À Folha, um dos integrantes, Marc Morgan, disse que os dados serão revistos em breve.  

 

A Notícia do Dia 

 

No primeiro evento após o anúncio da filiação ao PSD, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), foi confirmado, ontem, pelo presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, como o futuro candidato da sigla na corrida presidencial de 2022. O parlamentar foi recebido efusivamente em evento no Rio de Janeiro, no qual estiveram presentes, além do prefeito Eduardo Paes, os senadores Carlos Fávaro (PR), Nelson Trad (MS) e Ângelo Coronel (BA). Ainda que, por prudência, Pacheco não se assuma concorrente ao Planalto, ao discursar, usou um tom de campanha, pincelando os problemas que enxerga e pretende enfrentar. Com menções indiretas à conduta do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que “está faltando respeito no Brasil” e defendeu a união contra a radicalização e o extremismo como ferramenta para a solução dos problemas do país. Também destacou a necessidade de os gestores públicos darem “exemplo” e pediu “equilíbrio” no uso das redes sociais. Pacheco ainda alfinetou o Auxílio Brasil e o “auxílio diesel” anunciados por Bolsonaro, medidas que não têm fonte de custeio e tensionam o mercado por desrespeitarem o teto de gastos. O presidente do Senado deixou claro a necessidade de se manter sempre a responsabilidade fiscal e defendeu programas sociais fixos.

 

Análise da notícia

 

Se antes Jair Bolsonaro apostava todas as fichas na polarização contra o petista Luiz Inácio Lula da Silva, na disputa pela Presidência, em 2022, agora tem de dividir as preocupações com os nomes que começam a surgir como opções de terceira via. Não à toa, seu filho 02, o vereador Carlos Bolsonaro — responsável pelas redes sociais do pai e idealizador da estratégia que funcionou na vitoriosa campanha de 2018 —, entrou no circuito e verbalizará os pensamentos e ideias do presidente da República contra uma candidatura de centro. O primeiro sinal de que a terceira via representa, sim, uma ameaça para a reeleição de Bolsonaro, Carlos cobrou do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sem citar nomes, punições para pré-candidatos por propaganda eleitoral antecipada. “Como estas da ‘terceira via fique em casa’ estão sendo anunciadas e até televisionadas há tempos sem a menor preocupação? É inacreditável! Como fica, TSE?”, indagou.

 

Os destaques de primeira página e do editor

 

Famílias vão atrás de comida que ia para o lixo - Lênin Campos Oliveira, 40, aproveita a experiência acumulada em anos servindo mesas em restaurantes e como auxiliar de cozinha para preparar um banquete improvisado para moradores em situação de rua e outras famílias que vão ao Mercado Municipal, no centro de São Paulo, em busca de alimentos prestes a serem descartados. Peixe, carne, costela e pedaços de tomate e verduras se transformam rapidamente em picadinho, disponível para quem espera os carregadores vindo com alimentos que não servem mais para os vendedores e clientes, mas podem garantir almoço e jantar por mais alguns dias. "Venho até aqui há anos, mas sinto que a quantidade de pessoas tem aumentado. O perfil também mudou, cada vez mais famílias, donas de casa, pessoas que vêm de longe buscar comida para preparar para os filhos que ficaram em casa. É triste, mas é a nossa história", diz. As marcas dessa piora na vida dos brasileiros podem ser vistas, sobretudo, nas ruas das grandes cidades, seja nas imagens recentes de pessoas buscando alimentos em caminhões de lixo de Fortaleza ou nas famílias cariocas que percorrem as ruas em busca de um caminhão que transporta ossos e carcaças de animais. 

 

Médicos pedem cautela sobre relaxar máscaras - O uso das máscaras para proteção contra a Covid continua sendo, por ora, uma arma importante no combate à pandemia segundo especialistas. Mas isso não significa que não seja possível —e até plausível—discutir parâmetros para a sua remoção. Ao assumir o Ministério da Saúde, em março, Marcelo Queiroga afirmou que a obrigatoriedade das máscaras seria mantida. Já em junho, ele encomendou um estudo para avaliar desobrigar seu uso, com conclusão prevista para outubro. Desde então, o ministro já se posicionou diversas vezes contra a obrigatoriedade das máscaras, embora inúmeras evidências científicas hoje comprovem como a proteção —em especial as do tipo PFF2— é eficaz em conter de maneira significativa a transmissão do coronavírus. Diante da possibilidade de uma mudança da exigência de proteção facial em espaços abertos pelo governo federal, os especialistas ouvidos pela Folha afirmam que é, sim, adequado fazer estudos e montar comitês científicos para definir quando e como o equipamento será flexibilizado, mas o momento é de cautela. "O problema é a definição de ‘ambiente ao ar livre’. Um ponto de ônibus é um ambiente ao ar livre, mas as pessoas com frequência se aglomeram nesses espaços. Isso torna o lugar seguro? Não, não é bem assim", explica a infectologista, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia e professora da Unicamp Raquel Stucchi. O mesmo raciocínio é defendido pela pneumologista e pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Margareth Dalcolmo. "Eu considero essa discussão extemporânea. A prioridade agora é fazer com que as pessoas que tomaram a primeira dose da vacina retornem para a segunda dose e aqueles que são elegíveis para uma dose de reforço o façam", afirma. 

 

Guedes perde pelo menos 16 nomes desde o início do governo - O ministro Paulo Guedes acumula, desde que assumiu o cargo, ao menos 16 perdas de auxiliares diretos considerando a debandada de integrantes do núcleo fiscal do Ministério da Economia nos últimos dias diante de discordâncias com as decisões do governo. Antes adepto a nomes externos para as nomeações, o ministro chega à reta final do ano enfrentando o maior momento de contrariedade de representantes do mercado, o que se reflete em uma pasta cada vez mais dependente de soluções internas e servidores de carreira para executar os trabalhos. De acordo com integrantes da própria equipe econômica, nenhum profissional de alto nível do setor privado aceitaria entrar na pasta no estágio atual. Isso não quer dizer que os nomes que assumiram agora são vistos como ruins. Ao contrário, a escolha dos novos secretários é vista internamente com entusiasmo. De qualquer forma, o cenário contrasta com o começo do governo, quando o Ministério da Economia tinha um time repleto de representantes da iniciativa privada. Exemplos disso eram Salim Mattar e Paulo Uebel, fundador da Localiza e atual executivo do ramo de saneamento, respectivamente. Em entrevista nesta sexta-feira (22), Guedes minimizou as baixas em sua equipe e disse que tem tentado fazer substituições que aumentem a qualidade do time.

 

Meirelles diz que gestão de Guedes não está funcionando - O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, criador do teto de gastos que o governo Bolsonaro agora quer furar, afirma que é difícil avaliar as circunstâncias que levaram o ministro Paulo Guedes à atual crise na pasta. "O que é um problema dele com o Congresso, o que é falta de diálogo, falta de prática, de experiência administrativa, é difícil avaliar. O fato é que não está funcionando", diz Meirelles. Ele afirma que em sua experiência no cargo também sofreu pressões e questionamentos, mas resolveu com conversa franca, objetiva e firmeza.

 

CPI tem reta final com divergências e acordo rompido - No momento decisivo da CPI da Covid, o grupo majoritário que comanda as ações do colegiado precisou enfrentar mais uma crise interna que colocou em risco a unidade para aprovar o relatório final do senador Renan Calheiros (MDB-AL). A atuação de bombeiros e acordos para promover ajustes no relatório ajudaram a contornar momentaneamente o problema. O clima de tensão e disputas, no entanto, segue nos bastidores, inclusive com a ameaça de defecções na votação do documento final da comissão, nesta terça-feira (26). 

 

Será fofoca? - O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) terminou a semana afirmando a colegas de Congresso que vai agendar a sabatina de André Mendonça na Comissão de Constituição e Justiça até o dia 15 de novembro. Ele disse nas conversas que vai, enfim, pautar o assunto porque tem total convicção de que o ‘terrivelmente evangélico’ indicado por Jair Bolsonaro será rejeitado pela maioria dos senadores. O impasse já dura 102 dias. Alcolumbre fez pessoalmente campanha contra Mendonça e buscou voto por voto para derrotá-lo. Um dossiê sobre a suposta proximidade do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro com a Lava Jato foi levado a parlamentares. O presidente da CCJ continua a afirmar em conversas com amigos que fará tudo pela indicação do Procurador-Geral da República, Augusto Aras. Ministros do governo, no entanto, continuam afirmando que Bolsonaro não aceitará porque vai manter a palavra de indicar outro evangélico, caso a derrota se concretize. Há outras indicações paradas na CCJ, como para o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). Elas também devem ser destravadas. Em entrevista à Folha, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente da Casa, disse que a indicação pode ser votada no plenário na segunda quinzena de novembro.

 

Já foi acusado de petista e agora é de bolsonarista - Um discurso do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, em uma cerimônia no Superior Tribunal de Justiça na quinta-feira (21), foi interpretado como tentativa de afastar sua imagem da pecha de bolsonarista. Ele deu efusivos parabéns a Luiz Fux pelo discurso de 8 de setembro, em que rebateu os ataques do presidente Jair Bolsonaro à corte, e a Alexandre de Moraes, por ser um "bastião" da defesa da democracia. Sem citar Bolsonaro, Toffoli disse que os perigos do mundo contemporâneo são as ameaças às instituições. O ministro afirmou que o mundo vive uma batalha pela verdade factual. "Se uns dizem que a terra é plana, como discutir com eles? Se essa tribuna não é uma tribuna, é uma mesa, como conversarmos?". Sobre Fux, o ministro disse que o discurso pós-feriado feito para rebater o presidente da República é para "registro da história" porque mostrou que o Judiciário não admitiria que a Constituição fosse ultrapassada.

 

Nunes evita sentar-se na cadeira de Covas - Quando o prefeito Bruno Covas (PSDB) se licenciou do cargo por 30 dias para se tratar do câncer no Hospital Sírio-Libanês, em 5 de maio, seus auxiliares eram unânimes em dizer que ele voltaria ao gabinete e terminaria o mandato. Amigos, aliados e auxiliares admitiam reservadamente que o neto de Mário Covas teria a vida abreviada por causa da doença, mas ninguém esperava que fosse em tão pouco tempo, no dia 16 daquele mês, aos 41 anos. Cinco meses após a morte do tucano, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), de 53 anos, ainda despacha no gabinete do vice, no 6.º andar do Edifício Matarazzo, sede da Prefeitura. Somente agora, e aos poucos, Nunes iniciou a mudança para o escritório que estava sendo ocupado por Covas, no 5.º andar do prédio. “Eu choro até hoje. Quando entrei na sala (dele), me veio a imagem legal das gargalhadas, mas também as vezes que ele não estava tão alegre. Estou usando mais o espaço da sala de reuniões para despachar”, disse o emedebista ao Estadão.

 

Supremo desperta para o orçamento secreto, viga mestra de Bolsonaro - É grande e cresce a cada dia no Supremo Tribunal Federal (STF) a expectativa sobre a decisão de Rosa Weber relativa às ações pelo fim das emendas de relator-geral, viga mestra do orçamento secreto e do castelo de cartas de Jair Bolsonaro no Legislativo. Em conversas reservadas, ministros demonstraram preocupação com o mecanismo criado pelo governo e pelo Congresso. O tema vem despertando cada vez mais atenção. A interlocutores, o presidente da Corte, Luiz Fux, disse que deve pautar as ações assim que a ministra pedir inclusão delas em pauta. Parlamentares já fizeram ventilar que o assunto é “interna corporis”, ou seja, só da alçada do Legislativo, tese, no mínimo, controversa. As ações de PSOL, Novo, Cidadania e Rede pedem que os pagamentos baseados nas emendas de relator-geral, identificadas pelo código RP-9, sejam suspensas até que o Supremo analise a legalidade e a constitucionalidade desses repasses. Aos poucos, presidenciáveis se posicionam contra o orçamento secreto, o que ajuda a engrossar o caldo político contrário ao dispositivo: João Doria (PSDB), Lula (PT), Simone Tebet (MDB) e Alessandro Vieira (Cidadania). Também apontado como pré-candidato ao Planalto, o general Santos Cruz cunhou frase de efeito sobre o assunto: “O orçamento secreto é o mensalão de última geração”. Ex-ministro da Secretaria de Governo, ele foi sucedido no cargo pelo general Luiz Eduardo Ramos, que está na gênese dessa manobra orçamentária.

 

O Brasil será entregue arrasado - A poucas semanas da prévia que definirá o candidato do PSDB à Presidência da República, o governador de São Paulo, João Doria, acredita que a disputa com o colega Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, e o ex-senador Arthur Virgílio fortalece a legenda e a democracia. Ele está convencido de que o nome da terceira via será um tucano. Confia, também, na maturidade dos líderes de outras legendas para chegar a um consenso em torno de um candidato em condições de vencer a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Aberto ao diálogo em relação a futuras alianças, Doria é implacável quando se refere ao presidente da República. Considera o governo atual “um desastre completo”, e não apenas pela conduta ante a pandemia. A crise aguda na política econômica, com a confirmação do rompimento do teto de gastos e o encolhimento de Paulo Guedes, resultará em um quadro devastador para o próximo ocupante do Planalto.

 

Inflação vira o discurso do “esquenta” para 2022 e supera pandemia - No encontro do PSD do Rio de Janeiro, onde foi ovacionado como o “futuro presidente da República”, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), mencionou a necessidade de “união, equilíbrio e responsabilidade” como valores fundamentais e foi claro ao mencionar os preços do arroz e do feijão. Em outros partidos, a frase “a inflação pode nos dar a eleição” é dita, por exemplo, pelo ex-ministro José Dirceu em várias rodas. Outros adversários do governo, como o governador de São Paulo, João Doria, também dão destaque aos preços em seus discursos e entrevistas. Afinal, nos supermercados, postos de gasolina, bares e por aí vai, não tem quem não reclame da elevação do custo de vida. É o discurso da economia que pede passagem, enquanto o da pandemia, apesar da tragédia de 605 mil mortos, tende ao ocaso. Com a votação do relatório da CPI da Covid e a vacinação a passos largos, o tema irá, agora, para as instâncias jurídicas que analisarão os pedidos de indiciamento de 66 pessoas. Porém, como apostam todos os partidos, o desgaste que a pandemia poderia causar na seara política já está feito.

 

O tempo passa.../ Na convenção estadual do partido, ao lado de Gilberto Kassab e de Rodrigo Pacheco, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, lembrou-se de uma de suas primeiras conversas com o senador mineiro, há alguns meses, quando Pacheco havia dito que, na juventude, via Paes na CPI dos Correios em Brasília. Brincalhão, Paes saiu-se com esta: “Kassab, tem certeza de que esse cara quer ser candidato a presidente da República? Já chegou me chamando de velho!” A fala de Paes sobre o senador terminou com um “Pacheco, você está convocado a ser candidato a presidente da República pelo PSD”. Último a falar no encontro, o senador terminou com um samba e ovacionado como “futuro presidente da República”. Ou seja, tem cara de candidato, discurso de candidato e pode apostar — será candidato. Quem acompanha a coluna [Brasília-DF] diariamente e tem memória boa deve se recordar que, em  3 de fevereiro, esta coluna teve como abertura a nota intitulada “Um novo capitão Rodrigo”, apresentando o presidente do Senado como um player a ser observado. Rodrigo Pacheco não está na política a passeio.

 

Empresas de ex-mulher de Bolsonaro devem R$ 325,5 mil à União - Citadas em investigação do Ministério Público do Rio sobre suposta “rachadinha” no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), as empresas da segunda ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle, acumulam dívidas de R$ 325,5 mil com a União. Três CNPJs ligados a ela estão inscritos na dívida ativa por tributos que não foram pagos. São débitos previdenciários ou de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Também há multas trabalhistas e outras pendências tributárias. As empresas de Ana Cristina, mãe de Renan Bolsonaro, são citadas em relatórios de inteligência financeira na investigação sobre suposta “rachadinha” (desvio de salários) de assessores de Carlos. Os documentos mostraram movimentações “atípicas” em suas contas. Em uma delas, a Valle Ana Consultoria e Serviços de Seguros, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) constatou saques fragmentados que ultrapassaram R$ 1 milhão. No levantamento feito pelo Estadão na lista de devedores, essa é a empresa que concentra a maior parte das dívidas registradas. São R$ 241,6 mil no total. Na Receita Federal, a Valle Ana consta como inapta desde outubro de 2018. Os promotores obtiveram na Justiça, em maio deste ano, a quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados. A medida atingiu as empresas de Ana. No pedido enviado ao juiz Marcello Rubioli, eles citaram o relatório do Coaf que apontou possíveis atos suspeitos.

 

'Tratoraço' recebeu verbas públicas destinadas por 30 parlamentares - Pelo menos 30 parlamentares destinaram verbas públicas para compras de tratores e máquinas agrícolas sob suspeita de superfaturamento. Os nomes dos deputados e senadores por trás das emendas do “tratoraço” vinham sendo mantidos em sigilo graças a um acordo do Executivo com lideranças do Congresso para viabilizar o orçamento secreto e construir uma base de apoio parlamentar ao governo Jair Bolsonaro. Uma investigação do Estadão, com base em planilha interna do Ministério do Desenvolvimento Regional e um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), rastreou, porém, os nomes de políticos que enviaram verbas federais para compras sob suspeita de sobrepreço. No grupo de 30 parlamentares identificados estão o líder do PSL na Câmara, deputado Vitor Hugo (GO); o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Congresso; e o relator-geral do Orçamento de 2020, deputado Domingos Neto (PSD-CE). A planilha do Desenvolvimento Regional, obtida pela reportagem, mostra que todos solicitaram repasses para prefeituras, aprovados em dezembro passado, com recursos de emendas do relator-geral, artifício do orçamento secreto. Resultado: o ministério celebrou 74 convênios classificados pela CGU, em relatório de auditoria recentemente divulgado, como tendo “risco alto ou extremo” de sobrepreço. Veja quem são os 30 parlamentares: Bozzella (PSL-SP), Bosco Saraiva (Solidariedade-AM), Darci de Matos (PSD-SC),Davi Alcolumbre (DEM-AP), Delegado Antônio Furtado (PSL-RJ), Delegado Waldir (PSL-GO), Domingos Neto (PSD-CE), Edna Henrique (PSDB-PB), Eduardo Costa (PTB-PA), Expedito Netto (PSD-RO), Fabio Schiochet (PSL-SC), Felicio Laterça (PSL-RJ), Flaviano Melo (MDB-AC), Francisco Jr. (PSD-GO), Giovani Cherini (PL-RS), Juarez Costa (MDB-MT), Lucas Redecker (PSDB-RS), Leo Moraes (PODEMOS-RO), Luciano Ducci (PSB-PR), Lúcio Mosquini (MDB-RO), Luiz Carlos (PSDB-AP), Mara Rocha (PSDB-AC), Marlon Santos (PDT-RS), Maurício Dziedricki (PTB-RS), Ottaci Nascimento (Solidariedade-RR), Sargento Fahur (PSD-PR), Soraya Manato (PSL-ES), Vitor Hugo (PSL-GO), Zé Silva (Solidariedade-MG) e Zequinha Marinho (PSC-PA).

 

Alto Comando do Exército vira trampolim para cargos políticos - O Alto Comando do Exército, que configura o topo da hierarquia militar, também representa – especialmente no governo Bolsonaro – um passo que precede a obtenção de posições políticas. Uma pesquisa global daqueles que foram promovidos ao alto comando na última década mostra que, dos 33 generais agora nas Reservas, 21 — ou 64%, ou cerca de dois em cada três — foram nomeados para cargos de confiança, cuja remuneração decorre da aposentadoria militar. A maioria das nomeações ocorreu sob o presidente Jair Bolsonaro, e depois que esses generais esgotaram seu ciclo de promoções no exército. Na prática, as nomeações são uma espécie de "porta giratória", permitindo o retorno aos postos públicos para oficiais afastados do serviço ativo de forma obrigatória, para esgotar a duração da permanência no alto comando. Dos 21 generais, 17 receberam seu primeiro posto fora da estrutura militar depois de irem para a Reserva. Entre as exceções nomeadas quando ainda estavam em atividade, dois são ministros de Bolsonaro: Walter Braga Netto (Defesa) e Luiz Eduardo Ramos (secretário-geral da Presidência). Metade dos graduados em cargos de confiança foi nomeado em 2019. Especialistas acreditam que houve uma "exacerbação" da presença no governo de soldados do topo da hierarquia.