Manchetes de domingo (01/07/2021)

As notícias de domingo dos maiores jornais e meios de comunicação

Manchetes de domingo (01/07/2021)

 

Edição: Chico Bruno

Manchetes de domingo (01/07/2021)
 

 

CORREIO BRAZILIENSE – “Bolsonaro acobertou corrupção com vacinas”

Presidente da CPI da Covid diz ter convicção de que o chefe do Executivo sabia de todos os crimes cometidos em contratos de aquisições de vacinas por meio de intermediários. Para Omar Aziz, o fato de o presidente Jair Bolsonaro não ter desmentido até hoje o deputado Luis Miranda, que disse tê-lo alertado sobre suspeitas de corrupção na compra do imunizante indiano Covaxin, indica que ele prevaricou. O senador reforça essa percepção diante da manutenção de Ricardo Barros como líder do governo. O parlamentar seria o responsável pelo favorecimento da Precisa Medicamentos, que ofertou a vacina superfaturada. Aziz também vai cobrar os nomes dos cinco senadores que teriam combinado respostas com Mayra Pinheiro em depoimento à comissão.

O GLOBO – Empresas monitoram vacinação para retomada

Com avanço da vacinação contra Covid-19, empresas controlam a imunização dos funcionários e tentam definir como agir se houver recusa sistemática de se proteger do vírus. O controle passa por aviso aos empregados, individualmente, da data da vacinação e da segunda dose, de pesquisas entre funcionários para mapear quem já concluiu as duas etapas e pedidos que enviem o cartão de imunização, mas sem imposição explícita. Alguns setores da indústria lançam mão de uma verdadeira estratégia de convencimento, que inclui o diálogo com o funcionário, familiares e, se nada funcionar, o isolamento dos demais empregados. O posicionamento das empresas reflete uma incerteza jurídica a respeito do tema, embora já existam duas decisões judiciais que confirmaram a demissão por justa causa de uma funcionária de hospital em São Caetano do Sul, que se recusou a tomar o imunizante.

FOLHA DE S. PAULO – Para combater falsas notícias, EUA abre guerra contra redes sociais

O governo de Joe Biden declarou guerra contra as redes sociais por causa da avalanche de notícias falsas sobre vacinas que circulam na internet —o que tem atrapalhado o progresso da vacinação nos Estados Unidos e ameaçado a agenda do democrata. Joe Biden não cumpriu a meta de dar a primeira dose em 70% dos adultos até 4 de julho – hoje ainda são 69,6% dos parcialmente imunizados. Para a Casa Branca, a hesitação vacinal alimentada pelas notícias falsas que circulam nas redes sociais —e que são disseminadas por canais de TV de direita, como Fox News, Newsmax e One America News— é o principal obstáculo para os EUA alcançarem a imunidade de rebanho. E com o avanço da variante delta, que é muito mais contagiosa e já responde por 83% dos casos nos Estados Unidos, cresce a probabilidade de partes do país terem que voltar a adotar medidas de restrição, o que atinge em cheio a economia. A Casa Branca cita o relatório de uma ONG segundo o qual 12 influenciadores respondem por 65% de toda a desinformação antivacina e geram US$ 1,1 bilhão de faturamento para as gigantes da internet. O Facebook nega ser  responsável pela recusa à vacinação e tem promovido, assim como o Twitter e o YouTube, conteúdo científico sobre a Covid.

O ESTADO DE S. PAULO – CPI e vacina enfraquecem guerrilha virtual pró-kit covid

A vacinação e a instalação da CPI da Covid pelo Senado enfraqueceram a narrativa nas redes sociais dos defensores do uso de remédios sem respaldo científico, como a cloroquina e a ivermectina, para tratamento da covid, aponta estudo feito pela consultoria LLYC, que rastreou as menções ao assunto no Twitter desde o início da pandemia. O levantamento mostra que, ao longo de 2020, as mensagens dos impulsionadores do kit covid tiveram maior alcance do que as do grupo de influenciadores digitais críticos do tratamento precoce. Este ano, porém, a tendência se inverteu com o avanço da vacinação e a repercussão das investigações feitas pela CPI da Covid, informa Emílio Sant’Anna. As mensagens contrárias ao kit covid passaram então a ter mais engajamento. A batalha em torno da cloroquina no Twitter reflete a polarização ideológica na sociedade. Segundo o estudo, o maior influenciador no assunto é Jair Bolsonaro. Em janeiro, ele fez uma publicação sobre tratamento precoce classificada como enganosa pelo Twitter.

Notícia do dia

Temer: A ofensiva de Bolsonaro é inconstitucional - Em sua passagem pelo poder, Michel Temer foi presidente, vice e comandou a Câmara dos Deputados três vezes. Conhecedor da relação entre o Palácio do Planalto e o Congresso, ele avalia, em entrevista ao GLOBO, que Jair Bolsonaro iniciou a sua gestão com uma “certa onipotência”, desprezando alianças com partidos políticos. O cenário, que já vinha se transformando, passou pela mudança mais profunda na semana passada. Sob pressão da CPI da Covid e com a popularidade em queda, Bolsonaro entregou, em suas próprias palavras, a “alma do governo” ao Centrão, tornando o senador Ciro Nogueira (PP-PI) ministro da Casa Civil. Temer aprovou a iniciativa, mas aconselha o presidente a lidar de forma mais harmônica com os Poderes. Para o ex-presidente, a ameaça do sucessor à realização das eleições e a ofensiva contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF) são “inúteis e inconstitucionais”.

Primeiras páginas

No Brasil, leis corroem as instituições - Era 2 de julho de 2018 quando o então candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, revelou em entrevista um desejo: se eleito, pretendia ampliar de 11 para 21 o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Seria, segundo sua justificativa, uma forma de pôr “juízes isentos lá dentro”. Durante a campanha, o tema adormeceu. Mas, pouco depois da posse, o presidente tentou uma manobra para mexer na composição da Corte. Incluiu-se na reforma da Previdência um artigo que retirava da Constituição a idade-limite de 75 anos para os ministros do Supremo, deixando que ela fosse definida em lei complementar. A medida foi dissimulada em meio à Proposta de Emenda à Constituição patrocinada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Não haveria justificativa para estar ali, até porque o impacto de 11 aposentadorias é irrisório para o caixa da Previdência. Tratava-se, segundo os críticos, do primeiro ataque à democracia e à independência dos poderes feito pelo governo de Bolsonaro. A retirada da idade-limite da Constituição permitiria ao presidente fixar por lei nova idade-limite, menor do que a atual, aposentando uma leva de ministros da Corte. “É o modelo posto em prática na Venezuela e na Polônia”, disse Luis Manuel Fonseca Pires, juiz e professor de Direito Administrativo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). “Ou aposentam ministros ou aumentam o número para garantir o controle da Corte Constitucional. O novo autoritarismo age por meio do Direito para obter legitimidade.” Em 2004, Hugo Chávez elevou o número de ministros da Corte Constitucional da Venezuela de 20 para 32. Na Polônia, o partido Direito e Justiça (PiS) usou a desculpa do combate à corrupção para tentar aposentar à força 27 dos 72 juízes da Corte Suprema. Levantamento do Estadão sobre a atuação de Bolsonaro em 20 temas mostra que, desde sua posse, o presidente e seus ministros editaram 88 decretos, medidas provisórias, portarias, pareceres ou resoluções ou patrocinaram projetos de lei e alterações legais que incluíam medidas que corroíam o Estado ou atentavam contra liberdades civis e direitos constitucionais. Ou seja, a cada 11 dias, ao menos uma medida desse tipo foi criada pelo governo.

Mercado do luxo ignora crise e vendas crescem em ritmo de Natal - Blusa Balmain com blazer Paulo Camargo. Calça Mixed e sandália por Alexandre Birman. Bolsa Chanel. O “look do dia” que a médica carioca Andreia Frota – dona de uma clínica especializada em injeções faciais frequentada por famosos e endinheirados na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio – usa para trabalhar não raramente custa mais de R$ 10 mil. Ela faz parte de um grupo de brasileiros que, impedidos de viajar para o exterior por causa da pandemia de covid-19, passaram a gastar bem mais com produtos de luxo por aqui. Andreia diz que, com o real desvalorizado, passou a ser desnecessário esperar uma viagem para comprar o item de luxo que pode ser consumido hoje. “O dólar e o euro mais altos reduziram a vantagem de comprar as marcas diretamente no exterior. Não faz mais tanta diferença”, afirma a médica, frequentadora do shopping Village Mall, o principal de marcas de luxo no Rio e vizinho a seu consultório. “É melhor ir na Chanel aqui do lado do que consumir numa viagem.” É uma tendência que se reflete nos números. A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) calcula que as vendas nos centros comerciais em geral estavam 16% menores na semana de 12 a 18 de julho, em relação ao mesmo período de 2019, antes da pandemia – o que evidencia que o varejo como um todo ainda luta para se recuperar do baque sofrido no ano passado. Enquanto isso, os shoppings de luxo comemoram dados bem diferentes e colocam planos de expansão em marcha. A JHSF, empresa do shopping Cidade Jardim, do Catarina Fashion Outlet e de outros empreendimentos voltados para a altíssima renda, apurou vendas 50% maiores com lojistas nos meses de maio, junho e julho, em relação ao mesmo período de 2019. Entre as marcas internacionais, o crescimento chega a superar 100% em relação ao período pré-pandemia.

Melhorias em usinas dariam uma Belo Monte - O Brasil poderia incluir quase uma nova Belo Monte no sistema elétrico nacional apenas com obras de melhorias em algumas hidrelétricas existentes. Atualmente, o País tem um parque hídrico de 109 mil megawatts (MW), composto por 1.495 usinas, muitas delas com idade superior a 50 anos. Se em 51 delas houvesse troca e renovação de alguns equipamentos, a expansão na capacidade instalada poderia chegar a 10 mil MW, segundo um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Ou seja, o potencial em todo o parque pode ser ainda maior. Chamado de repotenciação, o processo implica substituição de peças, reforma de equipamentos ou instalação de novas turbinas para aumentar a potência ou melhorar a eficiência da usina. Em tempos de crise energética, com risco de racionamento por causa da baixa nos reservatórios, se o País tivesse equipamentos mais eficientes em algumas unidades antigas, quase centenárias, o aproveitamento da água seria maior, afirmam especialistas. Esse processo – mais barato e com menos dificuldade de licenciamento ambiental – tem sido muito usado em vários países como forma de ampliar a capacidade instalada. De acordo com relatório da Associação Internacional de Hidrelétrica (IHA, na sigla em inglês), entre 2006 e 2016 70% do crescimento líquido da capacidade hidrelétrica dos Estados Unidos foi conseguido por meio de repotenciação de usinas existentes. Canadá e Rússia também têm programas em andamento nesse mesmo modelo. Segundo a IHA, por volta de 2030 mais da metade da capacidade hidrelétrica mundial terá passado por repotenciação ou modernização e, até 2050, todas as usinas instaladas deverão ter realizado alguma ação semelhante. “As experiências internacionais mostram que o ganho pode chegar a 20% da capacidade. Mas o número exato só se conhece após projeto de engenharia e cálculos de viabilidade

Alvo de CPI tratou de suposta vacina com ex-policial - Alvo da CPI da Covid no Senado, uma ONG autorizada pelo Ministério da Saúde a negociar a compra de vacinas para o Brasil buscou doses com uma empresa nos Estados Unidos gerenciada por um policial aposentado que chegou a ser afastado das ruas por suspeita de corrupção. A sede da empresa, que foi aberta há seis meses e não comprovou ter meios de disponibilizar os imunizantes, é registrada no endereço dos fundos de um escritório de advocacia especializado em pequenas causas indenizatórias, localizado no Queens, em Nova York. A reportagem da Folha esteve no local na semana passada e foi informada pelo sócio do escritório, Darmin Bachu, que a empresa que supostamente vende vacinas funcionaria em outro lugar, a poucos quilômetros dali. Nesse novo endereço fica um cinema de bairro, também gerenciado pelo policial aposentado. Trocas de mensagens obtidas pela Folha apontam que, em nome do governo brasileiro, a ONG Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários), uma entidade privada, discutiu com a empresa americana a possibilidade de compra de vacinas da Pfizer e da AstraZeneca, além de luvas e seringas. A AstraZeneca nega que negocie venda para empresas privadas.

Bolsonaro ignora centrão e volta a atacar as eleições - Jair Bolsonaro ignorou apelos de líderes e dirigentes de partidos do centrão que dão sustentação ao seu governo e voltou a atacar o sistema eleitoral durante manifestação a seu favor em Presidente Prudente (SP) neste sábado (31). Em transmissão ao vivo na quinta-feira (29), Bolsonaro havia feito o mais duro ataque contra as urnas eletrônicas, sem, entretanto, apresentar qualquer prova das supostas fraudes nas eleições que denuncia há três anos. Ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e do STF (Supremo Tribunal Federal) reagiram nos bastidores, classificando a live como patética, e aliados do centrão apelaram ao presidente para que moderasse o tom. O mandatário se comprometeu com congressistas e ministros, inclusive Ciro Nogueira, líder do centrão recém-nomeado chefe da Casa Civil, a moderar o discurso. Não foi o que ocorreu neste sábado, porém. Bolsonaro afirmou em palanque que a democracia só existe com eleições limpas e que não aceitará uma "farsa". "Queremos eleições, votar, mas não aceitaremos uma farsa como querem nos impor. O soldado que vai à guerra e tem medo de morrer é um covarde. Jamais temerei alguns homens aqui no Brasil que querem impor sua vontade", disse.

PF descartou hipótese de fraude em urnas - Os peritos da Polícia Federal que realizaram testes nas urnas eletrônicas em 2016, 2018 e 2020 não apontaram em seus relatórios qualquer possibilidade de fraude ou adulteração no resultado da eleição. Os técnicos em informática da PF defendem a impressão do voto como ferramenta adicional para tornar o processo ainda mais confiável, mas sem levantar suspeitas de risco para a disputa como as alardeadas pelo presidente Jair Bolsonaro na sua live da quinta-feira (29). O Painel teve acesso aos relatórios produzidos antes das eleições de 2016, 2018 e 2020. Os trechos em que a possibilidade de fraude é descartada e com críticas às teses de adulteração no resultado levantadas em 2018 não foram mencionados pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, em sua fala na live. Torres falou no final da live e disse que os relatórios iriam corroborar as “informações” citadas por Jair Bolsonaro ao longo de cerca de 2 horas em que apresentou acusações sem provas sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas e adulteração de resultado das eleições. Em 2019, quando também sugeriram a impressão do voto, os peritos registraram que “não coadunam com campanhas de fake news” sobre supostas fraudes nas urnas durante as eleições que elegeram Jair Bolsonaro. No mesmo ano, eles afirmaram que uma das falhas informadas ao TSE era grave, mas que não permitiria “a adulteração de um resultado de eleição”.

Média de mortes por Covid cai a menos de mil/dia - A média móvel de mortes por Covid no Brasil ficou abaixo de 1.000 neste sábado (31) pela primeira vez desde o dia 20 de janeiro deste ano, quando ela era de 983. Foram 191 dias seguidos de números acima de 1.000 vidas perdidas por dia. Nesse período, o país perdeu mais de 344 mil brasileiros para a Covid. O país chegou neste sábado a uma média móvel de mortes de 991. O Brasil registrou 925 óbitos por Covid-19 nas últimas 24 horas, alcançando 556.437 vidas perdidas desde o início da pandemia.

Em busca dos alunos sumidos - A uma semana do início do segundo semestre letivo, diretores e professores de escolas públicas de São Paulo têm feito uma maratona de ligações, mensagens e visitas domiciliares para chamar os alunos de volta à sala de aula e recuperar o estrago de quase um ano de escolas fechadas na capital paulista.

De volta, CPI vai partir para cima do governo - Como uma série de grande audiência, com direito a tramas, mentiras, brigas, traições, desafios e outros componentes capazes de fazer o telespectador maratonar na frente do aparelho de tevê, as sessões da CPI da Covid serão retomadas na próxima terça-feira, depois de 15 dias de recesso parlamentar. Durante esse período, o roteiro da segunda temporada foi escrito de forma a trazer revelações surpreendentes — e indignantes —, capazes de esquentar o embate entre os atores que compõem o colegiado e aumentar a temperatura política de um país em ebulição. Equipes técnicas dos senadores de oposição e independentes do governo, que integram o grupo majoritário, atuaram para analisar documentos e compilar informações sobre as principais frentes de investigação. Houve, inclusive, a divisão de sete núcleos envolvendo, por exemplo, fake news na pandemia de covid-19, ações negacionistas, suspeitas de corrupção em hospitais federais no Rio de Janeiro e suspeitas de corrupção em negociações de vacinas contra o novo coronavírus.

Destaques

Mourão avisa: "Vou até o fim" - O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) utilizou as redes sociais, ontem, para negar a possibilidade de renunciar ao cargo — segundo rumores que correram nos últimos dias. O general destacou que segue no governo de Jair Bolsonaro “até o fim”, apesar das constantes críticas que recebe do presidente da República.


“Desde 2018 tenho viajado pelo Brasil e muitas pessoas falam que votaram na chapa JB-Mourão por confiar em mim. Em respeito a essas pessoas, e a mim mesmo, pois nunca abandonei uma missão. Não importam as intercorrências, sigo neste governo até o fim”, publicou Mourão no Twitter. O tuíte embute duas provocações: uma, que os eleitores votaram na chapa por confiarem nele, e não em Bolsonaro; outra, que nunca abandonou missões — o que ressalta sua carreira militar, uma vez que a do presidente da República foi interrompida pelo convite de passar à reserva do Exército por indisciplina. Mourão teria sido aconselhado, no começo da semana, por um general da reserva próximo a ele a renunciar, mas respondeu que ainda não seria o momento de deixar o governo. O general vem sendo cortejado para a eventual composição de uma chapa ao Planalto composta por ele, novamente na condição de vice, e pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro com candidato a presidente. Mourão também estaria cotado para disputar o Senado pelo Rio Grande do Sul.

Partidos exigem provas - Onze partidos protocolaram, ontem, uma requisição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que interpele o presidente Jair Bolsonaro e cobre esclarecimentos e provas das acusações que fez, na live da última quinta-feira, de supostas fraudes eleitorais e violações às urnas eletrônicas. O documento foi enviado ao corregedor-geral eleitoral da Corte, o ministro Luís Felipe Salomão. Assinam o pedido as legendas Solidariedade, MDB, PDT, PT, PSDB, PSol, Rede, Cidadania, PV, PSTU e PCdoB. O documento apontou que o pronunciamento de Bolsonaro “tinha como objetivo destacar os referidos indícios”, mas se revelou uma “esdrúxula e vexatória exposição de vídeos amadores, (...). O ato configurou um verdadeiro constrangimento às Instituições Democráticas e ao Estado de Direito, reiteradamente atacados pelo presidente”, destaca a representação.

Crachás de filhos têm 100 anos de sigilo - O governo do presidente Jair Bolsonaro determinou o sigilo de 100 anos sobre informações dos crachás de acesso ao Palácio do Planalto emitidos em nome de dois dos seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). De acordo com informações publicadas pela revista Crusoé, a existência dos cartões utilizados pelos dois para ingressar na sede do governo — que deveria ser uma exclusividade de quem trabalha no local, o que não é o caso dos dois — foi informada pela própria Presidência por meio de documentos enviados à CPI da Covid. Não é a primeira vez que o governo impõe sigilo por 100 anos a informações: no começo de junho, o Exército impediu o acesso aos documentos relacionados ao processo disciplinar do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello — de quando participou de um palanque de Bolsonaro, no Rio, em maio —, também por 100 anos.

A maior briga do semestre será por recursos - Com uma margem muito pequena para não extrapolar o teto de gastos, os ministérios e o Parlamento vão se digladiar pelos recursos do Orçamento do ano eleitoral. O primeiro desafio será fechar o valor destinado aos programas sociais que o presidente Jair Bolsonaro deseja ver como seu carro-chefe para o discurso reeleitoral. Depois, as emendas de relator, mantidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e motivo de acaloradas discussões nas bancadas. A conta de ambos, que já estava difícil de fechar, foi atropelada nos últimos dias com a notícia dos R$ 89 bilhões em precatórios que o governo terá de pagar no ano que vem. Por mais que seja possível parcelar a conta dos precatórios, será difícil o governo conseguir fechar um programa social robusto, atender a todas as emendas de deputados e senadores, que são consideradas impositivas e, ainda, separar dinheiro para as eleições. Não por acaso, o mercado está agitado nos últimos dias e a pressão inflacionária, idem. Com as contas batendo à porta, há quem diga que o ministro Paulo Guedes, em vez de reclamar do IBGE ou do “meteoro” dos precatórios, precisa apresentar uma solução capaz de tirar o país dessa órbita — e sem aumento de carga tributária. Afinal, sem uma economia que traga esperança aos brasileiros, não haverá Ciro Nogueira que dê jeito.

A estreia de Roberta - Escalado por Bolsonaro, o ministro da Cidadania, João Roma, já começou a pensar numa candidatura ao governo da Bahia. Esse projeto vai puxar mais uma integrante da família para a política: a mulher dele, Roberta Costa Roma. Roberta tem participado de eventos em Salvador, usando máscara de proteção com a inscrição “João Roma 2022”. E começa a tomar gosto pela política. Dia desses, perguntada sobre a participação da mulher na política, respondeu assim: “Elas sempre estiveram presentes na política, seja apoiando seus maridos junto com a família, seja participando ativamente, ratificando uma certeza: quando chamadas à luta, elas não se furtam a esse papel”.

Ramos trabalhará para afastar PL de Bolsonaro - De quem tem boa capacidade de síntese: o PP abraçou Jair Bolsonaro, o PSD pulou fora, o MDB disse não ao presidente e Valdemar Costa Neto dá risadas. Por essa lógica, o presidente do PL se encontra em situação confortável, pois mantém cargos no governo federal sem ter se aferroado a ele, conservando margem de manobra para acenar a adversários de Bolsonaro. “O PL ainda não decidiu sobre o apoio em 2022 e eu disputarei opinião com todas as minhas forças para que o partido não esteja no palanque do presidente”, diz Marcelo Ramos. O vice-presidente da Câmara nunca foi simpático a Bolsonaro, porém, votava com o governo e não era considerado adversário figadal do presidente, como passou a ser, a ponto de trabalhar contra uma aliança com Bolsonaro e de se declarar opositor. “Bolsonaro nunca teve chance de ter meu apoio. Mas eu tinha boa vontade com as pautas do governo. Isso ele perdeu”, diz Ramos (PL-AM). O entrevero com o vice da Câmara ilustra à perfeição Bolsonaro. Para preservar os filhos e sua narrativa capenga de ser contra privilégios, o presidente difamou Ramos, atribuindo a ele a culpa pela aprovação do Fundo Eleitoral. A agenda do País na Casa parece não interessar.

Tá na cara - Para um veterano cientista político, o ponto mais preocupante da recente live de Bolsonaro se deu quando ele relaciona a absolvição de Lula ao sistema de contagem de votos e às cortes superiores do País. De duas, uma: ou o presidente sugeriu ruptura institucional antes das eleições ou depois de eventual derrota eleitoral.

Biden discutirá meio ambiente com governadores, em revés para Bolsonaro - A administração de Joe Biden sinalizou a governadores brasileiros que irá impor em breve o maior revés à gestão de Jair Bolsonaro desde que o comando dos Estados Unidos saiu das mãos de Donald Trump, principal aliado internacional do chefe do Palácio do Planalto. O enviado especial para o clima do governo americano, John Kerry, indicou a gestores estaduais em reunião nesta sexta-feira (30) que deve aceitar a proposta de estabelecer uma relação direta com os estados para promover medidas de combate ao desmatamento e de preservação da Amazônia. A medida pode esvaziar os poderes do Executivo brasileiro e expor o fracasso da atuação de Bolsonaro no meio ambiente. Ainda não há definição de valores a serem investidos, mas, nas eleições do ano passado, Biden prometeu mobilizar “o hemisfério e o mundo” para oferecer US$ 20 bilhões “para que o Brasil não queime mais a Amazônia”.

Centrão vê polarização entre Bolsonaro e Lula como cenário ideal - Em conversas reservadas, expoentes do centrão avaliam como ideal o cenário que se desenha para 2022. A consolidação da polarização entre o ex-presidente Lula (PT) e Bolsonaro tem diminuído a possibilidade de surgir uma terceira via sem relação com o grupo e vencer o pleito. Parlamentares afirmam que, independentemente de qual dos dois atuais líderes das pesquisas vencer, o comando do Congresso e de ministérios importantes tem chances de ser mantido.

Centrão avança sobre Planalto - A nomeação de Ciro Nogueira para comandar a Casa Civil consolidou o avanço do centrão sobre a ala militar do Palácio do Planalto. Agora, líderes partidários querem mais espaço no governo Jair Bolsonaro (sem partido), enquanto a maioria tenta enterrar o voto impresso, uma obsessão do presidente. O centrão é a força hegemônica entre os ministros que despacham a poucos metros do gabinete presidencial. Além de Ciro, senador licenciado do PP-PI, ocupam o Planalto Flávia Arruda (Secretaria de Governo), deputada licenciada do PL-DF, e Fábio Faria (Comunicações), deputado licenciado do PSD-RN. Os militares foram relegados ao segundo plano. Amigo de longa data de Bolsonaro, o general Luiz Eduardo Ramos foi deslocado para uma pasta esvaziada, a Secretaria-Geral, e o general Augusto Heleno, do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), tem sido menos acionado nas decisões estratégicas do governo. A perda de terreno dos fardados não se limita ao Planalto. Eles também foram alijados de postos que coordenavam as ações do governo contra a pandemia da Covid-19. Os militares, contudo, ainda mantêm domínio sobre áreas estratégicas do governo, como o comando da Petrobras e de Itaipu. Porém, o grupo de partidos da base do presidente já mira outros postos para ampliar a influência. Os atuais alvos são os Ministérios do Turismo e do Meio Ambiente, que não são chefiados por fardados. Além das duas pastas, outra área chama a atenção do centrão: o Orçamento federal. Ali está a chave para o pagamento de emendas parlamentares e liberação de recursos. Após o desmembramento do Ministério da Economia com a criação da pasta do Trabalho e da Previdência, o centrão busca mais um naco do poder de Guedes. Querem a recriação do Ministério do Planejamento.

Sou branca, privilegiada, mas quero ao meu lado um país mestiço, diverso - Maria Alice Setubal, herdeira do conglomerado Itaú, celebrou há pouco seus 70 anos e após décadas se dedicando a questões sociais e nunca diretamente aos negócios do banco de sua família resolveu encarar uma nova frente de atuação: ser protagonista das demandas de diversidade tanto dentro das empresas das quais é acionista quanto em suas falas como figura pública. Neca Setubal, como também é conhecida, passou a colocar o valor do diverso como norte de suas ideias seja no campo da educação, em que faz críticas severas à atual gestão do MEC, seja em um possível confronto político, em 2022, com Lula e Bolsonaro em uma disputa de segundo turno à presidência. “Nessa situação, como eleitora, votaria Lula. Como cidadã e como figura pública, vejo que Lula tem um compromisso com a defesa da democracia e com todas as suas instituições. Ele também se compromete com o projeto de um país mais justo, menos desigual, no qual as diferentes vozes, brancas, negras e indígenas, poderão ser ouvidas.” Cientista social pela USP, à frente da Fundação Tide Setubal, que dá suportes em vários níveis à população de periferia, Neca falou também sobre a importância da defesa da democracia e sobre o avanço do extremismo de direita no país.

Museu é reaberto com presidente de Portugal, mas sem Bolsonaro - Mais de cinco anos depois de ser parcialmente consumido por um incêndio, em dezembro de 2015, o Museu da Língua Portuguesa, no centro de São Paulo, foi reinaugurado numa cerimônia exclusiva para convidados neste sábado (31). Estiveram presentes o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o secretário de Cultura, Sérgio Sá Leitão. Ainda participaram da solenidade os ex-presidentes Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso —todos os ex-chefes do Executivo ainda vivos foram convidados, além do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que não se manifestou sobre o evento. José Sarney havia confirmado presença, mas não pôde ir por ter apresentado sintomas gripais. "Convidamos o presidente Jair Bolsonaro, que infelizmente preferiu passear de motocicleta em Presidente Prudente", alfinetou Doria, referindo-se a mais um ato com motoqueiros feito pelo presidente, desta vez no interior de São Paulo, neste sábado. Autoridades de países lusófonos também compareceram, como o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e o de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca. A instituição foi homenageada no evento com a Ordem de Camões pelo presidente português. "Aqui viemos para celebrar o futuro, pois é ele que nos desafia. Essa é uma celebração do nosso futuro, do futuro da nossa língua comum. E é em nome desse futuro que celebramos, agraciando o Museu da Língua Portuguesa com a Ordem de Camões", disse o português. "Para nós, Portugal é como um amigo", disse Fernando Henrique Cardoso, que é membro da Academia Brasileira de Letras. A cantora Fafá de Belém, num longo vestido amarelo adornado por joias esverdeadas, foi convidada para entoar o hino nacional. "Nós somos um só coração, um só sentimento. Os sotaques e o significado das palavras mudam um pouco, mas todos somos filhos, descendentes diretos de quem fez os países de língua portuguesa uma grande nação", afirmou ela, cantando na sequência o hino português. Ao custo de R$ 85,8 milhões, a reconstrução do museu, concluída em dezembro de 2019, ficou a cargo do governo do estado de São Paulo em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Cerca de R$ 34 milhões vieram do seguro, e o restante foi bancado por empresas e patrocinadores, como Grupo Globo, Itaú e a portuguesa EDP.