LULA DECLARA APOIO A REQUIÃO, MAS EX-SENADOR DIZ: “SE LULISMO VIRA CREDO, DESSE CREDO NÃO SOU CRENTE”
LULA DECLARA APOIO A REQUIÃO, MAS EX-SENADOR DIZ: “SE LULISMO VIRA CREDO, DESSE CREDO NÃO SOU CRENTE”
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou, no seu perfil do Twitter, apoio à candidatura do ex-senador Roberto Requião para o governo do Paraná.
Requião deixou o MDB no ano passado e está sem partido. Ao Congresso em Foco, ele informou que deverá definir ainda este mês a sua nova filiação. Segundo ele, isso dependerá dos avanços em torno dos apoios à sua candidatura e a construção da federação de partidos que o PT constrói nesse momento com o PSB, o PCdoB e o PV.
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“O PT e o PSB são opções”, disse Requião ao Insider. “O PDT me apoia também”, completou.
Segundo Requião, sua ideia é formar uma frente ampla de oposição no Paraná para se contrapor ao lavajatismo no estado. “Lula me considera um amigo. E eu o considero um amigo também. Ele diz que eu o critico. Mas é uma crítica positiva. Companheiro precisa criticar companheiro”, diz Requião.
“Eu sempre fui um crítico da Lava Jato pelo seu claro viés político”, diz o ex-senador. “O que não quer dizer que a corrupção não tenha existido e que o [Antonio] Palocci [ex-ministro da Fazenda de Lula] tenha sido um santo”.
Para Requião, Lula constrói em torno da sua candidatura um projeto de reconstrução democrática. E, nesse sentido, a ampliação de apoios é algo aceitável. “Eu só não suporto muito alguns ‘ministros’ do Lula, como Henrique Meirelles e Nelson Barbosa”. Meirelles foi presidente do Banco Central no primeiro governo Lula, e Nelson Barbosa ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff. “Há erros nesse processo, mas eles serão corrigidos”.
Quanto à possibilidade de aliança de Lula com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin para tê-lo como candidato a vice, Requião não considera um problema. “Pouco me importa quem será o vice, se houver um programa claro de governo a que todos estejam comprometidos”, considera. “Um programa econômico eficiente, moderado, mas claro em defesa da população e do combate à desigualdade”.
“Eu não deixo de criticar. É importante que o lulismo não vire um credo”, diz o ex-senador. “Porque nesse credo eu não vou virar um crente”.
AUTORIA
RUDOLFO LAGO Diretor do Congresso em Foco Análise. Formado pela UnB, passou pelas principais redações do país. Responsável por furos como o dos anões do orçamento e o que levou à cassação de Luiz Estevão. Ganhador do Prêmio Esso.