Bacelar: "Lucros da Petrobrás serão reinvestidos, não mais destinados a pagamento de dividendos"
"Elevados lucros foram resultado da equivocada PPI"
Bacelar: "Lucros da Petrobrás serão reinvestidos, não mais destinados a pagamento de dividendos"
Escrito por Rogerio Lessa
"Elevados lucros foram resultado da equivocada PPI"
Em entrevista ao jornalismo da AEPET, o presidente da FUP e integrante da equipe de transição do governo eleito, Deyvid Bacelar, garantiu que, na gestão de Lula, os lucros serão reinvestidos, ao invés de integralmente destinados a pagamento de dividendos de acionistas. "A Petrobrás retomará investimentos que foram abandonados, como em refinarias, energias renováveis, biocombustíveis, fertilizantes. A futura administração da Petrobrás terá compromisso com o fortalecimento da maior empresa do país, fazendo com que ela volte a cumprir função social, que seja engajada no desenvolvimento regional e nacional do Brasil".
Bacelar frisou que será deixado para trás o "pesadelo dos últimos quatro anos", em que fatiaram a empresa, com a venda de ativos estratégicos, reduziram suas atividades e se concentraram na produção e exploração do pré-sal, em detrimento de demais segmentos da Companhia.
No atual governo, o alvo principal da empresa foi a geração de altos lucros, para a garantia de distribuição de mega dividendos a acionistas, sobretudo acionistas privados internacionais. A meta foi usar resultados financeiros para pagar dividendos, ao invés de ampliar investimentos. Ao contrário. Os investimentos caíram.
PPI
"Elevados lucros e dividendos foram resultado da equivocada política de preço de paridade de importação (PPI), com reajustes dos combustíveis seguindo as cotações internacionais do petróleo, variação cambial e custos de importação, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo. Conclusão: os preços dos combustíveis atingiram níveis recordes, penalizando os mais pobres e fazendo disparar a inflação".
Faltando poucos dias para o fim do atual governo, a gestão da Petrobrás não perdeu tempo: Anunciou a distribuição de dividendos relativos também aos resultados do terceiro trimestre do ano, no valor de R$ 43,7 bilhões, totalizando R$ 180 bilhões em recursos aos acionistas em 2022. O montante de dividendos supera o lucro da empresa nos noves meses do ano, de R$ 145 bilhões. "Uma verdadeira sangria da empresa", resume o petroleiro.
Entrevista: Rogerio Lessa