Notícias  de domingo (15/08/2021)

O ESTADO DE S. PAULO – Mesmo com vacina, retorno ao trabalho presencial é parcial CORREIO BRAZILIENSE – Vacina para 18 anos começa nesta terça  FOLHA DE S. PAULO – Bolsonaro quer processo contra ministros do STF

Notícias  de domingo (15/08/2021)

Notícias  de domingo (15/08/2021)

Edição: Chico Bruno

 

Manchetes 

 

O ESTADO DE S. PAULO – Mesmo com vacina, retorno ao trabalho presencial é parcial

 

Apesar do avanço da vacinação contra o novo coronavírus, as empresas e muitos de seus funcionários não estão especialmente animados para retornar ao trabalho presencial. Ao contrário: o retorno está sendo a conta-gotas. Segundo estudo realizado pela KPMG no primeiro semestre, 66% das empresas estavam interessadas em voltar ao trabalho presencial ainda neste ano e 34% somente em 2022. Agora, a divisão está em 50%, segundo Luciene Magalhães, sócia da consultoria. E 74% das empresas ouvidas afirmam que os planos de volta ao escritório mudaram em algum momento por causa do surgimento de novas cepas. O modelo híbrido, que mistura trabalho presencial e home office, é visto tanto por empresas como por especialistas como um caminho sem volta. Uma outra pesquisa, da companhia de coworking WeWork com a consultoria Workplace Intelligence, aponta que 53% dos funcionários desejam trabalhar três ou mais dias em casa por semana. 

 

O GLOBO – Reabertura da economia impulsiona novos negócios

 

Entre janeiro e julho deste ano, meio milhão de novas empresas foram abertas no país, quase o mesmo que nos 12 meses de 2020 e 2019. A retomada dos negócios no varejo e no setor de serviços reflete uma conjunção de fatores positivos, que anima empreendedores: reabertura da economia na carona do avanço da vacinação, juros ainda baixos, imóveis disponíveis em bons pontos e a preços competitivos e condições mais favoráveis de adesão a franquias. O mesmo cenário favorece a varejistas, que vem anunciando planos de expansão e aquisições.

 

 

 

CORREIO BRAZILIENSE – Vacina para 18 anos começa nesta terça 

 

Com a remessa de 115.990 imunizantes, Ibaneis Rocha anunciou a ampliação das faixas etárias. Disse, ainda, que o GDF vai fazer um cronograma para vacinar o público entre 12 e 17 anos sem comorbidades. “Mas vai depender da chegada de novas doses”, ressaltou. Mesmo com a ampliação da vacinação entre jovens, especialistas alertam que a pandemia está longe de acabar e que o Distrito Federal precisa imunizar 75% da população com duas doses. Atualmente, esse percentual está em 22,59% da D2. É importante manter os cuidados, como o uso de máscara.

 

FOLHA DE S. PAULO – Bolsonaro quer processo contra ministros do STF

 

Um dia após a prisão de seu aliado Roberto Jefferson, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em redes sociais, que pretende levar ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pedido de impeachment contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal). A prisão de Jefferson ocorreu por ordem de Moraes, após ataques do ex-deputado a instituições. Bolsonaro acusa os ministros do STF de “extrapolarem com atos os limites constitucionais”. Ele pedirá o processo baseado no artigo 52 da Constituição, que versa sobre as competências privativas do Senado. A Casa legislativa é a responsável por processar e julgar os ministros do Supremo, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador-geral da República e o advogado-geral da União nos crimes de responsabilidade. O presidente afirma que não quer uma ruptura. "Todos sabem das consequências, internas e externas, de uma ruptura, a qual não provocamos e desejamos". Para Bolsonaro, o povo brasileiro não aceitará “passivamente” que direitos e garantias fundamentais (art. 5ª da Constituição Federal), como o da liberdade de expressão, continuem a ser violados e punidos com prisões arbitrárias, “por quem deveria defendê-los”.

 

Notícia do dia 

 

Comandante ''não há interferência política no Exército' - Equilibrando-se entre as tentativas de Bolsonaro de influenciar as Forças Armadas e a perspectiva de uma parte da cúpula militar blindagem da caserna, o general Paulo Sérgio Nogueira, comandante do Exército, disse ao GLOBO que não há interferência política. "O Alto Comando está com o comandante." Desde que assumiu o comando do Exército, em abril, o general Paulo Sérgio Nogueira se equilibra em uma linha tênue de expectativas. De um lado, o presidente Jair Bolsonaro almeja demonstrações de apoio irrestrito e influência na Força que lhe deu a patente de capitão. Do outro, membros do Alto Comando esperam que Nogueira blinde a caserna da política e evite o agravamento da crise de imagem da instituição. Diante disso, Nogueira negou ao GLOBO o desgaste e deixou claro — não há interferência política no Exército — disse por telefone ao GLOBO após participar ao lado de Bolsonaro de uma cerimônia na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) ontem — o Alto Comando está com o comandante assegurado. A declaração vem depois de mais uma semana de tensão. Na terça-feira, o general foi convocado para uma reunião ministerial no Palácio do Planalto. Ao final, o primeiro escalão do governo perfilou no topo da rampa, ao lado de Bolsonaro, para acompanhar um desfile de blindados em frente à praça de três Poderes. Entre eles estava Nogueira. Militares quatro estrelas ficaram desconfortáveis ao vê-lo no evento. Nem o próprio comandante parecia confortável no local. Esta não foi a primeira situação em que Nogueira estava no meio dos interesses difusos do uniforme e de Bolsonaro. Em maio, a cúpula do Exército defendia a punição do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, que participou de uma manifestação no Rio ao lado do presidente, que é proibida para soldados da ativa. Bolsonaro, por sua vez, agiu para proteger o ex-ministro, que acabou ganhando um cargo no Palácio no Planalto. O recado foi entendido e Pazuello se livrou da punição.

 

Primeiras páginas

 

Lideranças partidárias avaliam que pressão sobre Senado será inútil - Ministros do STF e lideranças partidárias avaliam que serão infrutíferas as tentativas de pressão de Jair Bolsonaro sobre Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Na manhã deste sábado (14), o presidente postou que vai apresentar pedidos de impeachment contra Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes no Senado. A avaliação é que Pacheco não se comportará em nenhum momento como aliado e vai usar situações como essa para se diferenciar do governo, de olho em seus planos políticos futuros. Segundo essa leitura, se insistir, a única coisa que Bolsonaro pode conseguir é aumentar seu desgaste entre senadores. Para integrantes do Supremo, o próprio presidente sabe que a solicitação não deve andar e só agiu pressionado pela base a dar resposta à prisão de Roberto Jefferson, presidente do PTB, determinada por Moraes. O presidente do STF, Luiz Fux, tem reunião marcada para quarta (18) com o ministro da Casa Civil. Ministros do Supremo têm falado em diminuir as respostas para reduzir as tensões. 

 

TSE vai pagar preço por não ter buscado meio-termo - O líder do governo Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), disse que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vai “pagar o preço” por não ter buscado um acordo com defensores do voto impresso para alcançar um meio-termo na PEC (proposta de emenda à Constituição) rejeitada na última terça-feira (10). Para Barros, o resultado da votação em plenário —229 votos a favor e 218 contrários, 79 abaixo dos 308 necessários para aprovar uma PEC— deu legitimidade ao discurso de Jair Bolsonaro e será bom eleitoralmente para o presidente. “O TSE perdeu a oportunidade de fazer uma mediação, através do presidente [da Câmara, Arthur] Lira ou do senador Ciro [Nogueira, ministro da Casa Civil], para chegar a um meio-termo e encerrar o assunto. Eles quiseram manter o assunto, vão pagar o preço”, afirmou. Barros também desferiu críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal), a quem acusou de estar invadindo prerrogativas do Executivo. Alvo da CPI da Covid, Barros diz que a comissão não terá efeito prático e reafirmou não ter envolvimento em irregularidades.

 

Um visionário do setor automotivo - O médico e empresário brasileiro Carlos Alberto de Oliveira Andrade, que transformou uma pequena concessionária de veículos do interior da Paraíba em uma das principais companhias brasileiras do setor automotivo, o grupo Caoa, faleceu na manhã de ontem, aos 77 anos. O anúncio foi feito pela manhã em nota divulgada pela diretoria da Caoa, que preferiu não divulgar causa da morte a pedido da família. “Dr. Carlos estava com a saúde debilitada por conta de um tratamento de saúde e faleceu durante o sono ao lado de sua esposa e filhos”, afirmou a empresa. Formado em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco, o paraibano era conhecido como bom negociador. Vindo de uma família de 17 irmãos, trabalhava como cirurgião quando comprou, em 1979, um Ford Landau em uma concessionária da marca em Campina Grande (PB). A revenda quebrou, e Carlos Alberto decidiu comprar a empresa – pagando barato –, para compensar a perda do dinheiro do carro. Fundou ali a Caoa, que leva as iniciais do seu nome completo. Como pagamento, o empresário aceitava carros usados, terrenos, cabeças de gado e até estoques de tijolos. Logo obteve a fama de “um doutor que fazia qualquer negócio”. Às vezes, perdia dinheiro, mas o importante era fechar a venda. A fama fez com que compradores viessem de toda a região, até mesmo de João Pessoa e Natal. Não demorou para que a Ford oferecesse a ele a principal concessionária do Recife (PE) e, pouco tempo depois, algumas em São Paulo. Em seis anos, a Caoa se tornou a maior revendedora da Ford do Brasil. Com a abertura do mercado automotivo, nos anos 1990, a Caoa passou a importar e a revender carros da Renault, que não tinha produção local na época. Mais tarde, a Caoa se tornou a revendedora oficial da japonesa Subaru e da sul-coreana Hyundai. Com o forte crescimento dos negócios, Carlos Alberto de Oliveira Andrade virou um ícone da transformação da indústria automotiva nas últimas décadas, quando a entrada de novas marcas acirrou a competição com as montadoras tradicionais já instaladas no País. Em 2007, o empresário investiu R$ 1,2 bilhão na Caoa Montadora de Veículos e passou a produzir os automóveis da Hyundai em Anápolis (GO). Dez anos depois, pagou US$ 60 milhões pelo controle da chinesa Chery no Brasil, que se tornou Caoa Chery. Em 2017, a empresa inaugurou sua segunda planta industrial, em Jacareí (SP). Carlos Alberto de Oliveira Andrade afastou-se do comando da empresa em 2013, quando Antônio Maciel Neto, ex-presidente da Ford, assumiu o grupo. O fundador foi para a presidência do conselho.

 

Suplentes assumiram um terço do Senado - Há 18 dias a agora senadora Eliane Nogueira (PP-PI), de 72 anos, assumiu a vaga do filho e passou a fazer parte de uma lista de 25 suplentes que, de forma temporária ou permanente, foram chamados a ocupar cadeiras do Senado de 2015 pra cá. O número representa quase 1/3 dos 81 mandatos. Atualmente, são oito substitutos em exercício – a maioria sem experiência anterior em cargos majoritários. Dois nem sequer haviam exercido função pública, como Eliane – 1ª suplente de Ciro Nogueira (PP-PI), atual ministro da Casa Civil da gestão Bolsonaro –, e Alexandre Giordano (PSL-SP), de 48 anos, senador substituto de Major Olimpio, morto por covid-19 em março deste ano. Mas, a partir de agora, todos têm direito a voto em matérias decisivas para o País, como, por exemplo, a reforma político-eleitoral, que depois de passar pela Câmara dos Deputados seguirá para o Senado. Os pontos em debate pelos parlamentares, no entanto, não incluem mudanças nas regras vigentes para eleição de senadores e seus suplentes nem mesmo quando os escolhidos são parentes. Além de Ciro Nogueira, Chico Rodrigues (DEMRR), preso com dinheiro na cueca ano passado, tem o filho Pedro Rodrigues como suplente; Davi Alcolumbre (DEM-AP) escolheu o irmão Josiel para a função e Eduardo Braga (MDBAM) alçou Sandra Braga, sua mulher, como substituta imediata. Entre 2015 e 2016, ela assumiu o cargo por 15 meses. O mais recente suplente a exercer um mandato como senador é, diferentemente da maioria, figura conhecida da política nacional. Aos 74 anos, José Aníbal acumula cinco mandatos como deputado federal e já foi presidente nacional de seu partido, o PSDB. “É claro que essa bagagem facilita meu trabalho quando assumo a vaga. Além disso, tenho muita proximidade com o (José) Serra, conheço seus projetos e acompanho seu mandato desde 2015”, afirmou Aníbal. No dia 10, Serra anunciou ter doença de Parkinson e pediu licença médica para se dedicar ao tratamento. Com o afastamento de Serra, São Paulo tem agora uma senadora somente eleita como “cabeça de chapa” em exercício, Mara Gabrilli (PSDB). Mas com a morte de Olimpio, Giordano perdeu o status de suplente para virar titular, com mandato assegurado até janeiro de 2027.

 

Pandemia tira R$ 14 bi por ano das famílias - Além da inestimável perda emocional, as mortes por covid-19 já enxugaram a renda potencial das famílias em R$ 14,3 bilhões por ano. Esse é o ganho que as pessoas de 20 anos ou mais que não resistiram à doença teriam, caso seguissem recebendo suas remunerações, na estimativa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Diferentemente da queda de renda provocada pela perda de um emprego, que pode ser recuperada no futuro, com novos empregos ou aumentos de salário, esses valores precisarão ser recompostos por outros membros das famílias, colocando-as sob o risco da pobreza. Os cálculos do estudo, que está para ser publicado e foi obtido pelo Estadão/Broadcast, foram atualizados na quinta-feira, quando o total de mortos por covid-19 estava em 557 mil. Isso significa que a segunda onda da pandemia, que já matou mais neste ano do que a primeira em 2020, elevou as perdas da renda potencial em 180%. A versão inicial do estudo, de janeiro, calculava as perdas em R$ 5,1 bilhões, levando em conta o número de mortes registradas até meados de janeiro. “Tem tanta gente desempregada, mas essas pessoas não necessariamente serão capazes de substituir no mercado de trabalho aqueles que morreram. Sem contar a questão humanitária. É um desastre”, diz Claudio Considera, coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do Ibre/FGV e responsável pelo levantamento.

 

Terremoto no Haiti mata ao menos 304 - Um terremoto de 7,2 graus de magnitude devastou o sudoeste do Haiti ontem e foi sentido em todo o país, deixando pelo menos 304 mortos, informou o chefe da Defesa Civil do país, Jerry Chandler. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram centenas de prédios em ruínas. Após o tremor, um alerta de tsunami chegou a ser emitido, mas pouco depois foi suspenso. A magnitude de 7,2 torna este terremoto, em termos de registros sísmicos, maior do que o de magnitude 7 que atingiu o Haiti 11 anos atrás, matando mais de 200 mil pessoas. Ele também ocorreu mais próximo à superfície. O terremoto aconteceu a 12 km da cidade de Saint-Louis du Sud, a mais de 160 km a sudoeste da capital haitiana, Porto Príncipe, a uma profundidade de 10 km, segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS). “Ofereço as minhas condolências aos pais das vítimas deste violento terremoto que causou várias perdas de vidas humanas e materiais em vários departamentos geográficos do país”, escreveu o premiê Ariel Henry no Twitter. “Mobilizo todos os recursos da minha administração para ajudar as vítimas.” Henry, que assumiu o cargo há menos de um mês, declarou estado de emergência por 30 dias.

 

Afeganistão vira alvo de influência de Rússia e China - A retirada dos Estados Unidos do Afeganistão e o avanço fulminante do Taleban para controlar o país abriram o caminho para uma disputa entre China e Rússia por influência na Ásia Central. Enquanto Pequim aposta no seu peso econômico, Moscou usa a cooperação militar com as ex-repúblicas soviéticas para projetar seu poder na região. Especialistas indicam duas razões principais para a entrada de chineses e russos no cenário geopolítico afegão. A primeira é o vácuo de poder deixado pelos americanos. Moscou viu nele uma oportunidade de projetar mais influência na Ásia Central, já que o Afeganistão é cercado por ex-repúblicas soviéticas, como Tajiquistão, Usbequistão e Turcomenistão. Por ser um ponto de passagem entre Oriente Médio, sul da Ásia e Ásia Central, o Afeganistão é também um ativo estratégico para a China e sua Nova Rota da Seda, a rede de estradas, pontes, ferrovias e portos patrocinada pelo governo chinês em vários países na Ásia, Oriente Médio e África. Além disso, o ressurgimento do Taleban preocupa chineses e russos, que têm um histórico de repressão a minorias islâmicas em seu próprio território. Mesmo as antigas repúblicas soviéticas estão na gênese de muitos movimentos radicais islâmicos que influenciaram o Taleban e a Al-Qaeda, como o MIU (Movimento Islâmico do Usbequistão).

 

Com oposição, Ferrogrão vira ‘nova Belo Monte’ - Dez anos após a batalha contra a usina hidrelétrica de Belo Monte (PA), movimentos ambientais, indígenas e de esquerda repetem o roteiro com relação a uma nova obra monumental na região Amazônica, a Ferrogrão. A crescente mobilização em oposição ao projeto, dentro e fora do país, provocou um contra-ataque do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), que tem buscado dar um verniz “verde” à ferrovia. Com cerca de 1.000 km de extensão e um custo orçado em R$ 20 bilhões, a obra escoaria grãos, sobretudo soja e milho, de uma das principais regiões produtoras do país, o Mato Grosso, pelo chamado Arco Norte, na Amazônia. Teria uma ponta em Sinop (MT) e outra no porto de Miritituba (PA), no rio Tapajós. “O projeto da Ferrogrão só pode ser comparado a catástrofes humanitárias e ambientais como a rodovia Transamazônica e a usina hidrelétrica de Belo Monte”, diz carta enviada pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) em julho à Internacional Progressista (IP), entidade que reúne lideranças globais de esquerda. No próximo dia 17, uma comitiva da entidade global virá ao Brasil para encontros com movimentos sociais e partidos políticos, e a mobilização contra a Ferrogrão será um dos pontos na agenda. A delegação terá 12 integrantes, incluindo congressistas e ativistas de Europa e EUA.

 

Brasileiro desfaz planos e baixa padrão de vida - Viajar com a família, trocar de carro, investir em um negócio próprio ou colocar os filhos na escola particular. Planos como esses sempre fizeram parte do cotidiano das famílias brasileiras —mas ter de abrir mão deles tem se tornado algo ainda mais frequente. Enquanto o país comemora o avanço na vacinação para conter os efeitos trágicos da Covid-19, é preciso contornar os problemas que a crise sanitária agravou. Nesse contexto, contra a melhora no bem-estar da população pesam desemprego, inflação, queda de renda e dificuldade de voltar ao mercado de trabalho após períodos mais longos sem ocupação. De acordo com uma sondagem do Instituto Locomotiva, feita a pedido da Folha, essa realidade tem levado a um corte de orçamento durante e após o pior da pandemia. Entre os entrevistados, 26% das famílias disseram que precisaram deixar de ter plano de saúde individual ou reduzir o uso. Além disso, 14% não conseguiram mais pagar mensalidade escolar dos filhos e tiveram de transferir as crianças para a rede pública, 12% não têm mais trabalhadores domésticos e 52% desistiram de trocar de carro. Quando olham para o futuro, os entrevistados que tiveram de sacrificar um bem ou serviço também parecem pessimistas: 50% dizem crer que não devem conseguir voltar a pagar por uma escola privada no ano que vem, 49% não se imaginam usando um plano médico particular, 56% não se veem viajando de avião e 85% devem ficar sem frequentar restaurantes. O instituto ouviu, por telefone, 1.820 pessoas de todas as faixas de renda, em 72 cidades de todas as regiões do país.

 

Falta de neve afeta negócios na chilenos e argentinos - Uma sequência de pelo menos dez invernos com pouca precipitação de neve, acentuada nos últimos dois anos, vem mudando a cor da paisagem da cordilheira dos Andes. O branco habitual está dando lugar a um cenário de montanhas marrons, tanto do lado chileno como do argentino. Se este não é o cartão-postal que os viajantes costumam pagar caro para ver, a situação é muito pior para a economia e a sustentabilidade local. "A agricultura e o abastecimento de água potável desses dois países estão seriamente ameaçados, pois ambos dependem do degelo dos Andes na primavera e no verão. E esse degelo só ocorre se, no inverno anterior, tiver havido precipitação de neve", explica à Folha Leandro Cara, pesquisador do Conicet (Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas), da Argentina. E complementa: "Já estamos nos encaminhando para o fim do inverno e nevou muito pouco nos Andes. Só podemos prever que o próximo ano será muito difícil para a economia regional". 

 

 

 

Destaques

 

Ministros apostam em pacificação no Senado - O Supremo Tribunal Federal (STF) não pretende se manifestar sobre a ameaça feita nas redes sociais pelo presidente Jair Bolsonaro de pedir o impeachment dos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes ao Senado. O Estadão/Broadcast apurou que ministros da Corte acreditam que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), não dará andamento a eventual processo e apostam numa pacificação liderada pela Casa. Sob anonimato, ministros definiram o anúncio do presidente como “mais uma aventura golpista” e consideram que o melhor, neste momento, é deixar o presidente sem resposta, falando apenas para seus apoiadores. Procurado, o STF não se manifestou. No Twitter, políticos desqualificaram a ameaça. A senadora Simone Tebet (MDB-MS), líder da Bancada Feminina, lembrou que Bolsonaro pode ser alvo do mesmo artigo que citou na ameaça aos ministros do STF. “Quem pede pra bater no ‘Chico’, que mora no inciso II, artigo 52, da CF, se esquece de que o ‘Francisco’ habita o inciso I, do mesmo endereço”, escreveu, referindo-se aos trechos da Constituição que mencionam a possibilidade de impeachment dos ministros do STF e do presidente da República. “Ministros do STF podem e devem ser investigados por fatos concretos, mas o tal pedido de impeachment que Bolsonaro pretende apresentar contra Barroso e Moraes é só + uma cortina de fumaça para tentar esconder o mar de crimes comuns e de responsabilidade que o próprio PR cometeu”, afirmou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (sem partido-RJ) comparou com as ações do expresidente da Venezuela, Hugo Chávez. “Assim atuam os populistas. Depois de eleitos, atacam as instituições democráticas e tentam destruir a democracia representativa e o Estado democrático. É, na verdade, um ditador igual a Chávez”, escreveu.

 

Olavo de Carvalho volta a ser internado em São Paulo - O escritor Olavo de Carvalho, de 74 anos, voltou a ser internado no Instituto do Coração (InCor), em São Paulo. É a terceira internação do influenciador bolsonarista em pouco mais de um mês. Ele é cardiopata e, desde julho, já foi submetido a diversos tratamentos, uma cirurgia na bexiga e um cateterismo de emergência. Segundo boletim médico divulgado na noite deste sábado, 14, Olavo foi internado na última segunda-feira, 9, com quadro de insuficiência cardíaca e renal aguda e infecção sistêmica. Ele ainda está internado e tem quadro clínico estável. A supervisão do tratamento é feita pelo cardiologista José Antonio Franchini Ramires.

 

Conselho da PGR recebe pedido para investigar Aras - Um grupo de subprocuradores-gerais da República aposentados, dentre eles o ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles, enviou ao Conselho Superior do Ministério Público Federal um pedido de investigação criminal contra o atual procurador-geral Augusto Aras por suspeitas de prevaricação em sua conduta à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR), com o objetivo de blindar o presidente Jair Bolsonaro. Procurado, Aras afirmou por meio de nota que possui independência em sua atuação funcional e que essa é uma das garantias da instituição. A discussão chega ao órgão em um momento de desgastes e cobranças a omissões de Aras em sua atuação. Ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes apontou que a PGR não respondeu no prazo estipulado a um pedido de prisão contra o ex-deputado Roberto Jefferson, aliado de Bolsonaro, gerando mais um foco de atrito com a PGR. Aras foi escolhido por Bolsonaro para o comando da PGR por fora da lista tríplice, formada por votação interna da categoria, e foi indicado no mês passado para um novo período de dois anos à frente do órgão. Sua recondução ainda precisa ser aprovada no Senado. Essa representação foi apresentada no último dia 9 de agosto e recebida pelo vice-presidente do Conselho Superior, o subprocurador-geral da República José Bonifácio Borges de Andrada. Na sexta-feira, Bonifácio proferiu um despacho determinando o prosseguimento do caso, com o sorteio de um relator para a análise do pedido. O documento se baseia nas cobranças feitas a Aras pelos próprios ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em pedidos de investigações contra bolsonaristas. Citam, por exemplo, o despacho da ministra Rosa Weber com duras críticas à PGR por ter pedido para aguardar a conclusão da CPI da Covid antes de decidir sobre um pedido de investigação contra Bolsonaro. Nesse despacho, a ministra chegou a dizer que o Ministério Público não poderia assumir papel de "espectador" e deveria cumprir seu papel constitucional.

 

Jefferson pede domiciliar - Em audiência de custódia, ontem, o juiz instrutor Airton Vieira manteve a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O magistrado entendeu que a detenção do presidente nacional do PTB preenche todos os requisitos legais. Com a decisão, a defesa de Jefferson pediu a conversão da prisão preventiva em domiciliar. Os advogados criticaram a detenção do ex-deputado. “A decisão proferida pelo ministro Alexandre de Moraes não demonstra qual é o risco à ordem pública e tampouco à instrução criminal”, afirmou Luiz Gustavo Pereira da Cunha. A defesa também alegou fragilidade na condição de saúde do ex-parlamentar, o que tornaria a permanência dele na prisão um risco. “Roberto Jefferson vem enfrentando uma batalha de saúde: quatro cânceres. Toma mais de 20 remédios por dia para sobreviver. Passou por tratamentos, com infecção no fígado e nos rins. Na semana passada, foi atendido pelo Samu, esteve três dias internado. Estava em tratamento com antibióticos em casa, de repouso”, argumentou Cunha.

 

"Forças Armadas são protagonistas" - Em mais um sinal de alinhamento com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Defesa, Braga Netto, disse, ontem, que as Forças Armadas são “protagonistas dos principais momentos da história do país” e estão “sob autoridade suprema do presidente da República”. O general fez o discurso em uma cerimônia militar em Resende (RJ), ao lado de Jair Bolsonaro, no mesmo dia em que o chefe do Executivo anunciou, nas redes sociais, que apresentará ao Senado pedido de impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Sem citar o nome do presidente, Braga Netto disse, ainda, aos formandos militares que confiem na cadeia de comando das Forças Armadas — subordinadas a Bolsonaro — e que os “líderes e superiores” representam a palavra oficial da instituição. “Confiem na cadeia de comando e na lealdade de seus líderes e superiores, eles representam a palavra oficial da Força”, frisou, no evento para a entrega do Espadim 2021 aos cadetes do 1º ano da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). 

 

Centrão critica Braga Netto - Entre as legendas do Centrão — grupo que, hoje, está com o governo —, a avaliação é de que o ministro da Defesa, Braga Netto, representa um “ponto fora da curva” e que não está na linha do que o Parlamento esperava para um titular da pasta. No entendimento de deputados, o general está entre os integrantes do governo que mais fragilizam a relação institucional do Executivo com o Legislativo e com o Judiciário. Em especial, porque o discurso dele é bastante similar ao do presidente Jair Bolsonaro, o que contribui, também, para que Aeronáutica, Exército e Marinha se distanciem do seu papel original de instituições de Estado. Vice-líder do PSD na Câmara, Charles Fernandes (BA) diz que Braga Netto deveria atuar como um “mediador”, sobretudo para atenuar os conflitos de Bolsonaro com os Poderes e evitar que o chefe do Palácio do Planalto sempre faça menção às Forças Armadas como instituições “aliadas” do Executivo — o que pode passar a impressão de disposição delas em embarcar num eventual projeto de Bolsonaro de golpe. O deputado José Nelto (Podemos-GO), vice-líder do partido na Câmara, faz a mesma avaliação. Para ele, “Braga Netto tem feito uma exposição negativa das Forças Armadas e acena a todo momento, para a opinião pública, que não respeita a Constituição Federal, o que é um crime”. “Ele vai passar para a história, desde que foi criado o Ministério da Defesa, como o pior ministro. Esse é o legado que Braga Netto vai deixar. Seus posicionamentos são antidemocráticos, e a única coisa que faz é querer agradar a Bolsonaro”, critica.

 

Bolsonaro ilumina o palco de Pacheco - Ao anunciar que levará ao Senado o pedido de abertura de processo contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, o presidente Jair Bolsonaro abre uma avenida para que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), desfile como o homem do equilíbrio, capaz de promover o diálogo e a arbitragem entre os Poderes. Se passar nesse teste, o presidente do Senado ganhará pontos na corrida ao Planalto em 2022. O eleitorado brasileiro, de um modo geral, não gosta dessa brigalhada entre os Poderes. Quer mesmo é que se resolvam as crises da inflação, dos preços da gasolina, do arroz, da carne, e por aí vai. Por isso, ao atender o bolsonarismo-raiz indo ao Congresso contra os ministros do Supremo, Bolsonaro acende as luzes para a terceira via. Vale lembrar que, em 1993, quando Fernando Henrique Cardoso passou a ser visto como opção ao Planalto, depois do desastre do governo “collorido”, todos consideravam que Lula estava eleito.  Tanto bolsonaristas quanto petistas torcem para que essa história não se repita.

 

Enquanto isso, lá fora... - A investida de Bolsonaro contra ministros do STF levou a várias manifestações internacionais. Integrantes do Instituto para a Democracia e Assistência Eleitoral — o Idea Internacional —, por exemplo, postaram em suas redes que é hora de sair em defesa dos ministros e das instituições.

 

Campos Neto se descola de Guedes - A fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertando sobre a necessidade de o país dar sinais de melhoras na sustentabilidade das contas públicas, foi vista na seara da política como um sinal de ruído entre ele e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Países em que Banco Central e o Ministério da Economia dão sinais diferentes diante da escassez de recursos e governantes apostam mais em crises do que em calmaria, os investidores são os primeiros a correr.

 

Papo de arquibancada - O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e sua comitiva saíram terrivelmente impressionados com o almoço que tiveram com Jair Bolsonaro no dia 2, no Palácio do Planalto. Em duas ocasiões, Bolsonaro fez o papel de tiozão do churrasco e contou piadas de cunho sexual à mesa.

 

‘Governo vai achar espaço para aumento de 50%’ - Há cinco meses no cargo, o ministro da Cidadania, João Roma, comanda a pasta responsável por botar na rua um dos maiores trunfos de Jair Bolsonaro para estancar sua queda de popularidade e cacifá-lo à reeleição em 2022: o novo Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil. Em entrevista ao GLOBO, Roma deixou nas mãos do presidente a definição sobre o valor do benefício, ainda em estudo, e deu um recado: cabe à equipe econômica encontrar a maneira de satisfazer os desejos do chefe do Executivo.

 

Ex-Bolsonaro atuou por cargo na Saúde, indicam diálogos - Mensagens de um celular apreendido em uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) e compartilhadas com o CPI da Covid revelam que Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, atuou para emplacar uma indicação em um instituto vinculado ao Ministério da Saúde a pedido de um advogado. Em um dos diálogos, obtidos pelo GLOBO, Ana Cristina diz que uma das nomeações seria "em nome de Renan", em alusão ao seu filho Jair Renan, conhecido como "Zero Quatro" de Bolsonaro. Os registros das mensagens de Ana Cristina foram encontrados no celular do advogado Marconny Albernaz De Faria, apreendido durante a Operação de Hospedeiro, deflagrada em outubro de 2020 para apurar suspeitas de desvio de recursos do Instituto Evandro Chagas (IEC). Órgão é vinculado ao Ministério da Saúde do Pará e é referência em pesquisa de doenças infecciosas. Na época da investigação, Marconny estava assessorando o ex-diretor do IEC. Por essa razão, entrou na mira do MPF, que, ao identificar as mensagens dos servidores do ministério investigados pela CPI, compartilhou o material com a comissão. De acordo com as mensagens, Marconny foi procurado por Marcio Roberto Nunes, ex-vice-diretor do IEC, para auxiliar na nomeação de Jorge Travassos como diretor do órgão. O advogado recorreu aos contatos que teve em Brasília. Em troca desse serviço, segundo diálogos mantidos pelo MPF, ele foi remunerado. Em 19 de julho de 2020, Marconny e Ana Cristina almoçaram em Brasília. Após a reunião, o advogado enviou a ela um link de uma reportagem sobre uma investigação envolvendo a CEI. No dia seguinte, Ana Cristina respondeu: "Boa tarde, meu amigo, eu estava com o Jorge passei o caso prometeu cair (sic) ver com carinho e colocar na conta do Renan tbm agora vou esperar um pouco e cobrar ok bj (sic)". Logo depois, em 7 de agosto, Jorge Travassos foi nomeado pelo então ministro da Saúde Eduardo Pazuello como diretor da CEI