MANCHETES DE DOMINGO

MANCHETES DE DOMINGO

 

MANCHTES DE DOMINGO

09-04-2023

Edição de Chico Bruno 

 

 

Valor Econômico – Não circula hoje

 

O GLOBO – Empregos que mais crescem no Brasil pagam cada vez menos

 

FOLHA DE S.PAULO – Apoio à privatização salta e chega 38% da população

 

CORREIO BRAZILIENSE – 100 dias de Lula: avanço social e desafio econômico

 

O ESTADO DE S.PAULO – Cem dias mostram governo preso a 'bolha' e programas reciclados

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Salários mais baixos - Nos últimos dez anos, a geração de empregos no Brasil foi concentrada em vagas de baixa qualificação e sem ganhos de renda. Estudo do consultoria LCA mostra que, 11ocupações que mais abriram postos de trabalho desde 2012, só três tiveram aumento de remuneração: profissionais de estética, escriturários e trabalhadores da indústria. Em seis ocupações o pagamento encolheu, e nas demais ficou praticamente estável. Mesmo profissões tradicionais de ensino superior, como médicos, advogados e engenheiros, tiveram encolhimento salarial. Na medicina, ganho hoje é R$ 2,6 mil menor.  

 

Mais brasileiros apoiam privatizações - O apoio dos brasileiros à privatização de empresas e serviços públicos deu um salto nos últimos seis meses, e a maioria da população avalia positivamente a qualidade do atendimento e dos produtos entregues pela iniciativa privada na comparação com os fornecidos pelo Estado. Segundo pesquisa Datafolha, 38% dos brasileiros apoiam as privatizações, ante 45% que se dizem contrários. A taxa de aprovação é a maior da série do Datafolha pelo menos desde 2017, quando apenas 20% eram favoráveis ao tema. No geral, homens apoiam mais (46%) do que as mulheres (30%). A pesquisa Datafolha ouviu 2.028 pessoas com 16 anos ou mais em 126 municípios nos dias 29 e 30 de março, e tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O Datafolha também questionou os brasileiros sobre como avaliam a qualidade dos produtos e serviços entregues pela iniciativa privada em comparação aos de estatais. 54% considera melhores os privados; 25% os acham piores; 6% consideram iguais e 15% não souberam responder. Em termos etários, 63% dos que têm entre 16 e 34 anos consideram os produtos e serviços privados melhores do que os estatais. Para os acima de 60 anos, cai para 42%. Em setores em que já houve uma série de desestatizações o aval tende a ser maior. Para as rodovias, 48% são a favor, para aeroportos 47%. A adesão é menor quando se trata da Petrobras (37% a favor, 53% contra) e de bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa (36% a favor, 55% contra). No caso dos Correios há um virtual empate entre favoráveis (45%) e contrários (46%). 

 

Cem dias de Lula 3 - Eleito em um momento conturbado da vida nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva completa amanhã cem dias no cargo. Neste início de terceiro mandato, o governo se empenhou em resgatar ou fortalecer programas sociais, como o Bolsa Família e o Mais Médicos. Mas o grande teste, o próprio Lula reconhece, são as questões econômicas, leiam-se a âncora fiscal e a reforma tributária. Para superar essas urgências, o Planalto busca uma base sólida no Congresso.

[9/4 06:43] Celso Tesoureiro Ppl Sp: Resumo de domingo, 09/04/2023 - 2ª parte

 

Bolsonaristas em silêncio na caserna - Um dos focos de resistência ao governo Lula, as Forças Armadas passaram por um processo delicado de “desbolsonarização” comandado pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Com aval do presidente, oficiais de alta patente que apoiaram o então presidente Jair Bolsonaro foram afastados de postos de comando e substituídos por militares de perfil legalista. A crise militar estava desenhada desde o fim do primeiro turno das eleições presidenciais de 2022, quando apoiadores de Jair Bolsonaro montaram acampamento na frente de quartéis em várias cidades do país. Depois da posse de Lula, os comandantes das Forças foram substituídos. Com os atos de 8 de janeiro, os acampamentos foram desmontados, e os golpistas, presos. No fim de janeiro, aliviado, José Múcio declarou ao Correio que o segmento fardado “está totalmente pacificado” porque os militares “sabem o papel que desempenham como instrumento do Estado brasileiro”. Uma das estratégias para manter a caserna em paz foi assegurar investimentos para projetos estratégicos das Forças, como o desenvolviomento do submarino nuclear da Marinha, a fabricação em solo nacional dos caças Gripen e estímulo à indústria bélica em parcerias público-privadas. 

 

Perigo no horizonte - A formação de um superbloco composto por MDB, PSD, Republicanos, PSC e Podemos terá grande impacto nos trabalhos da Câmara dos Deputados. Com 142 parlamentares, a articulação dos integrantes, em tese, reduz o poder do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). A negociação para a criação da frente foi comandada pelos presidentes do MDB, Baleia Rossi (SP), e do PSD, Gilberto Kassab (SP) — este último, um dos principais condutores do governo paulista e com grande influência junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Costeando o alambrado - Chama a atenção a presença do Republicanos no bloco. A legenda, presidida pelo deputado federal Marcos Pereira (SP), é um expoente do Centrão, um dos tripés, ao lado do PP e do PL. Estaria a sigla, ligada ao bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, se afastando de Lira? E tentando uma aproximação com o Palácio do Planalto? Importante lembrar que, dias atrás, o religioso publicou vídeo nas redes sociais afirmando que Lula lhe “deve” por ter rezado por ele quando o presidente esteve com câncer.

 

Segurança reforçada - O advogado Rodrigo Tacla Duran estará no Brasil, na próxima sexta-feira, para uma audiência com o Ministério Público Federal (MPF). Ele terá proteção da Polícia Federal, conforme determinou o juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), Eduardo Appio. Duran acusou o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) de extorsão e o ex-procurador e deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) de perseguição na investigações Lava-Jato. Ambos negam.

 

Chanceler russo trará carga secreta ao Brasil - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, deve chegar a Brasília no próximo dia 17, para uma visita de cortesia ao governo brasileiro. Com ele, virá uma carga de cinco toneladas, que está no avião que o trará ao Brasil. A aeronave está estacionada, atualmente, na Argentina. A carga não é de conhecimento do governo brasileiro. Além do conteúdo desconhecido, Lavrov deve ser acompanhado por 18 agentes de segurança e da inteligência russa. A chegada dele ao país gera tensão por causa da guerra na Ucrânia. Autoridades dos Estados Unidos, da Ucrânia e de outras nações que apoiam o governo do país invadido demonstraram, de maneira reservada, preocupação com o conteúdo que está sendo transportado pelo avião do governo russo. O temor é de que se trate de armamento ou de materiais para uso bélico por parte da Rússia. A viagem foi organizada em Moscou, na semana passada, quando o assessor especial da presidência da República Celso Amorim visitou o presidente da Rússia, Vladimir Putin. No entanto, a visita já vinha sendo anunciada desde o começo de março, quando Lavrov se encontrou com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. Parlamentares avaliam a possibilidade de solicitar informações sobre a viagem ao Itamaraty.

 

270 contas que incitam violência tiradas do ar - O Ministério da Justiça e Segurança Pública apresentou, ontem, um balanço da Operação Escola Segura, lançada na última quinta-feira depois que um homem de 25 anos invadiu, na última quarta-feira, a escola infantil Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), e matou quatro crianças. Segundo o ministro Flávio Dino, houve a solicitação para a exclusão de 270 contas do Twitter, que veiculavam hashtags relacionadas a ataques contra escolas — os conteúdos e os autores estão sob investigação. Também foram cumpridos mandados de busca, cujo saldo foi a apreensão de sete armas e a prisão de suspeito. A operação ainda solicitou à plataforma Tik Tok para retirar do ar duas contas que estavam viralizando conteúdo que incitava medo nas famílias. A operação, conduzida pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), foi desfechada na quinta-feira com o objetivo de realizar ações preventivas e repressivas contra ataques nas escolas em todo o país. A preocupação é com o recrutamento de jovens pelas redes, que acabam se tornando uma espécie de “vitrine” para os grupos extremistas que impulsionam discursos de ódio. 

 

Lei de Acesso cresce com Lula - O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido mais transparente que o de Jair Bolsonaro (PL) nas respostas a pedidos que chegaram à administração federal nos 100 primeiros dias de gestão. É o que mostra o Painel da Lei de Acesso à Informação (LAI), plataforma alimentada pela Controladoria-Geral da União com um panorama das solicitações ao governo federal. Ao longo de quatro anos, o governo Bolsonaro recebeu 507.337 pedidos de informação via LAI. Desse total, 66,79% dos solicitantes conseguiram acesso ao que pediram, 7,48% tiveram o pedido negado e em 12,14% das vezes os requerimentos foram descartados por supostamente não serem solicitações de informações. Nos pouco mais de três meses de administração petista, o índice de acesso concedido aos documentos solicitados subiu para 73,95%. As negativas continuaram em patamar similar, 7,68%, mas apenas em 4,29% dos casos os pedidos foram desqualificados por não solicitarem informações. De janeiro a abril de 2023, 35.890 solicitações foram registradas, com tempo médio de resposta de 10,74 dias —durante a administração anterior, a média foi de 12,32 dias, diz a plataforma.

 

Inelegibilidade de Bolsonaro será teste de qualidade para Kassio - O julgamento da inelegibilidade de Bolsonaro será um teste de qualidade para o ministro Kassio Nunes Marques. Ele poderá votar contra, até porque ninguém espera que vote a favor. Nesse caso, ficará com a minoria, mas jogará o jogo pelas boas regras. Noutra possibilidade, poderá pedir vista, engavetando o processo por até dois meses. Nunes Marques sabe o tamanho de seu prestígio no Supremo Tribunal. Se decidir jogar pelas regras dos Bolsonaro, terá feito a pior escolha. 

 

Lula usa slogan de Temer - A equipe do presidente Lula (PT) lançou uma campanha para celebrar os 100 dias de governo com o slogan "O Brasil voltou". A frase já foi usada em 2018 pelo governo Michel Temer (MDB). Lula divulgou neste sábado (8) em suas redes sociais um vídeo no qual são ressaltados o que seria a volta do valor da cultura, do meio ambiente e do respeito internacional, entre outros temas defendidos pelo novo governo, sobretudo em contraste ao mandato de Jair Bolsonaro (PL). Na publicação, um texto diz: "voltamos para cuidar do povo brasileiro, e é isso que estamos fazendo. Seguiremos trabalhando juntos por um Brasil de mais direitos e oportunidades. #OBrasilVoltou". O vídeo termina com o slogan oficial do governo Lula, que é "Brasil, união e reconstrução". A frase "O Brasil voltou" foi usada por Temer quando ele quando completou dois anos na Presidência. Temer era vice de Dilma Rousseff (PT) e chegou ao cargo após o impeachment dela, processo que petistas chamam de golpe. Inicialmente, o slogan de Temer era "O Brasil voltou, 20 anos em 2", mas a ambiguidade que causava quando a frase era lida fez com que esse complemento fosse retirado.

 

Ministro do STJ e do TSE, morre aos 63 anos - O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), morreu de câncer neste sábado (8), aos 63 anos, em Porto Alegre. Ele estava internado em um hospital na capital gaúcha. O ministro integrava o STJ desde 2010, indicado pelo presidente Lula (PT), no último ano do seu segundo mandato. Sanseverino também era ministro substituto do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) desde setembro de 2021 e ajudou nas eleições do ano passado. Nascido em Porto Alegre em 1959, Sanseverino era magistrado desde 1986 e doutor em direito civil pela UFGRS (Unifersidade Federal do Rio Grande do Sul). Foi indicado ao STJ por Lula em 2010, onde compunha a 2ª Seção e 3ª Turma. Além do TSE, compunha ainda o Grupo Decisório do Centro de Inteligência do Poder Judiciário do Conselho Nacional de Justiça e Conselho Superior da Enfam (Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados).

 

Banqueiro concorda com Lula - A ideia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de mudar meta de inflação para conter a taxa de juros, reiterada nesta quinta (6), é acertada, na opinião de Ricardo Lacerda, fundador do BR Partners. Para o banqueiro, que tem sido um dos porta-vozes da preocupação do empresariado com a deterioração do crédito, uma meta de 4,75% ou 5,25% seria mais adequada ao momento e permitiria um ajuste na política monetária. "Temos que ser realistas. O Brasil nunca teve uma inflação consistentemente abaixo de 4%", diz Lacerda.

 

Herança de truculência - Dados inéditos obtidos pelo GLOBO por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) revelam que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi responsável por 12 homicídios —três mortes ou mais no mesmo grupo—durante o governo Bolsonaro, quando a corporação passou a atuar regularmente em batidas em áreas urbanas e favelas. Buscando rever a cultura de enfrentamento dos últimos anos, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva ainda busca soluções e enfrenta resistências que vão desde heranças de Bolsonaro em cargos-chave, como o de corregedor exonerado na última quarta-feira, até uma portaria que permite a atuação de policiais rodoviários afastados das rodovias federais, cuja revogação havia sido defendida na transição. A corporação garante, no entanto, que está em curso uma “revisão dos protocolos operacionais”.

 

Lula precisa reconquistar o que era a 'nova classe C' - Porta-voz da Presidência da República no primeiro governo Lula (2003-2007) e hoje professor visitante do King's College London, o cientista político André Singer analisou, em artigo na revista “New Left Review” após os atentados de 8 de janeiro, que o PT “assumiu a responsabilidade de abrir novas perspectivas para os de baixo” em seu terceiro mandato, sob o risco de um “refluxo autocrático” liderado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista ao GLOBO, Singer nota uma "urgência por resultados" na atual gestão, que completa cem dias amanhã, por conta dos riscos de ruptura democrática. Primeiro a usar o conceito de “lulismo” para descrever o crescimento do PT entre os mais pobres com a expansão dos programas sociais, Singer afirma que Bolsonaro perdeu a oportunidade de tentar uma virada semelhante.

 

'Não podemos permitir que o Galeão seja destruído'', diz Paes - O prefeito do Rio, Eduardo Paes, voltou a defender ontem que o Galeão volte a ter protagonismo para que o Rio mantenha sua vocação de cidade global e capital do Turismo. Em vídeo postado em uma rede social, ele diz que o Rio precisa de um aeroporto internacional e quanto mais voos vão para Santos Dumont mais perde o terminal da Ilha do Governador. “Não podemos permitir que o Galeão seja destruído”, disse Paes. Segundo o prefeito, essa “defesa intransigente” do Galeão nada tem a ver com o Santos Dumont: “o Santos Dumont é um charme e super confortável. Mas há um limite de segurança. Tem a ponte aérea, os voos para Brasília e outros lugares. Mas os voos domésticos precisam se conectar no Galeão para atrair voos internacionais.” Um estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) mostra que o Rio perde R$ 4,5 bilhões por ano com a falta de uma operação coordenada entre Galeão e Santos Dumont. Para a entidade, limitar a capacidade do terminal do centro do Rio a pouco menos de 10 milhões de passageiros por ano - conforme prometido na sexta-feira pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França - significa apenas frear a expansão desse aeroporto. No entanto, “é insuficiente para reconstruir rapidamente o hub de voos internacionais e conexões domésticas que a segunda maior economia do país precisa”.

 

Eduardo Leite enfrenta primeira crise com tucanos - Após assumir em janeiro a presidência nacional do PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, já enfrenta sua primeira crise interna, que pode acabar na Justiça. Tucanos paulistas ligados aos ex-governadores João Doria e Rodrigo Garcia, que ainda comandam o diretório estadual da sigla, se insurgiram contra as mudanças promovidas no comando nacional do partido e avaliam que o chefe do executivo gaúcho quer impor seus aliados nos diretórios estaduais. Para que Leite assumisse o comando do PSDB, foi preciso fazer uma manobra política, já que o mandato da executiva tucana terminaria em maio. O governador assumiu primeiro o cargo de vice-presidente. Em seguida, a maioria da executiva renunciou aos seus cargos e elegeu Leite, que então indicou um novo grupo para formar a cúpula, no qual os paulistas ligados aos ex-governadores são minoria. Ex-integrante da executiva, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, vem cobrando desde janeiro o registro da ata da reunião. “O partido vive uma ilegalidade, uma imoralidade. O Eduardo Leite comanda o PSDB com uma comissão golpista”, disse Morando. Ao Estadão, o partido informou que a ata foi entregue ao cartório na segunda-feira, 3. O prefeito cogita acionar a Justiça comum para questionar a reunião que formalizou a escolha de Leite. Em reserva, outros tucanos paulistas ouvidos pela reportagem também dizem que há um movimento para substituir o comando do PSDB estadual. Procurado, o governador Eduardo Leite minimizou a crise interna e disse que todos os governadores, parlamentares e lideranças do PSDB foram ouvidos para a formação da nova executiva.