Manchetes dos jornais  de domingo – 11/05/2025

Manchetes dos jornais  de domingo – 11/05/2025

Resumo de domingo – 11/05/2025                                     

                                     

Edição de Chico Bruno                       

                               

Manchetes dos jornais  de domingo – 11/05/2025                                    

                           

CORREIO BRAZILIENSE – Leão XIV, um missionário pela justiça social  

       

O ESTADO DE S. PAULO – Ampliação da Câmara cria efeito cascata no gasto com políticos  

             

FOLHA DE S. PAULO – Endividamento de China e EUA em alta deve pressionar juros globais                   

                          

O GLOBO – Classe média troca empregada por cuidadora de idosos no serviço doméstico 

           

Valor Econômico – Não circula hoje  

     

Destaques de primeiras páginas e fatos mais importantes do dia 

 

Missionário - Robert Francis Prevost nasceu nos EUA, mas foi no Peru que sua ascensão a papa teve mais comemorações. O religioso trabalhou como missionário por 20 anos e viu de perto a pobreza da América Latina. “De todas as suas características, ressalto a humildade. Ele caminhava pelas ruas, em Chiclayo. Porque a rua era sua casa”, disse a peruana Jesus León Ángeles. O pontífice visitou, ontem, o túmulo de Francisco. Também explicou que a opção pelo nome Leão XIV veio pelo fato de Leão XIII ser o autor de encíclica sobre a questão social na primeira revolução industrial. “Hoje, a Igreja oferece a todos seu patrimônio de doutrina social para responder a mais uma revolução industrial e ao desenvolvimento da inteligência artificial, que coloca novos desafios na defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho”, afirmou. Além da liderança religiosa, Leão XIV assume o comando administrativo e diplomático do Vaticano. No dia 16, o papa recebe embaixadores. Na pauta, respeito a imigrantes e fim das guerras. 

 

Cascata de recursos - O custo com o aumento do número de deputados federais aprovado pela Câmara dos Deputados pode ser maior do que o divulgado inicialmente pela Casa. Por causa do efeito cascata, o projeto abre margem para criação de 30 novas vagas de deputados estaduais, que podem custar mais de R$ 76 milhões por ano para os Estados — somado ao gasto extra de R$ 64,8 milhões da Câmara, o impacto total da proposta ultrapassa os R$ 140 milhões anuais. O Estadão realizou levantamento nos portais de transparência de cada Legislativo estadual para calcular o custo de um deputado, levando em conta salário, cota parlamentar, auxílios e verba destinada ao pagamento de salários para os assessores do gabinete. A conta pode ser ainda mais cara: como as novas cadeiras valeriam apenas a partir da eleição de 2026, os salários e benefícios podem ser reajustados até lá. As assembleias legislativas de todos os Estados mencionados no texto foram procuradas, mas não responderam. A exceção foi a de Santa Catarina, que informou que se manifestará “caso a proposta venha a ser sancionada e conforme as suas implicações”. O Estadão não conseguiu contato com a Assembleia Legislativa do Pará. 

 

Ficar atento a China e EUA - Estados Unidos e China, as duas maiores economias do mundo, mantêm trajetórias explosivas para o aumento de suas dívidas públicas. Os norte-americanos superam os 100% em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) e os chineses chegarão a esta marca no final deste ano. Em 2019, a dívida pública chinesa equivalia a 60% do PIB –agora está em 93%. Os débitos chineses ganharam ímpeto com a decisão há alguns anos de estimular a demanda doméstica. Isto foi reforçado com a guerra comercial deflagrada pelos EUA, que pode limitar o acesso da China aos EUA –destino de 15% das exportações. Outro fator foi o déficit crescente dos governos regionais. Nos EUA, a situação não é melhor. A promessa recém reafirmada de Donald Trump de estender cortes de impostos adotados em 2017 (em seu primeiro governo) pode elevar a dívida pública em 15 pontos percentuais nos próximos nove anos, segundo projeções do Congressional Budget Office –que calcula cenários até piores caso o presidente não consiga compensar a perda de arrecadação com mais tarifas e outras medidas. Para o resto do mundo e países muito endividados como o Brasil, haverá pressão para os bancos centrais manterem juros elevados a fim de atrair financiadores de suas dívidas –à medida em que os dois gigantes sugarão dinheiro do mundo para rolar débitos.   

 

Cuidadores - No Brasil, o envelhecimento populacional está transformando o cenário do trabalho doméstico, com aumento na demanda por cuidadores de idosos e pessoas com deficiência, enquanto serviços gerais diminuem. A informalidade e a precarização persistem, afetando majoritariamente mulheres negras. Especialistas apontam a falta de políticas públicas adequadas e a necessidade de reconhecer e valorizar o trabalho de cuidado. 

 

INSS: Lula diz não ter pressa na investigação - A pouco mais de um ano para as eleições presidenciais, o governo federal vem ao longo dos últimos meses acumulando problemas cada vez mais difíceis de serem contornados. Entre eles, destacam-se a polêmica do Pix, inflação, que da na aprovação popular do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, agora, a maior fraude da história recente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que desviou mais de R$ 6,3 bilhões em descontos ilegais sobre aposentadorias e pensionistas. Sobre o caso, o petista afirmou, ontem, “não ter pressa” na condução das investigações. A declaração do líder brasileiro ocorreu durante coletiva de imprensa, em Moscou, na Rússia. “O que eu quero é que a gente consiga apurar para apresentar ao povo brasileiro a verdade e somente a verdade, porque eu não estou atrás do show de pirotecnia, eu quero apurar a verdade, quem foi que assaltou o bolso dos aposentados e pensionistas”, justificou o presidente. 

 

Ressarcimento - Sobre o ressarcimento dos descontos indevidos, Lula disse ontem na Rússia que o governo ainda precisa sistematizar o amanho da fraude e receber todas as queixas de beneficiários do INSS que tenham sido debitados sem aval. “Devolver ou não vai depender de você constatar a quantidade de pessoas que foram enganadas. A quantidade de pessoas que teve o seu nome em uma lista sem que eles tivessem assinado”, afirmou. “As vítimas não serão prejudicadas.” 

 

PSD vitaminado - Quatro anos depois da fatídica derrota nas prévias do PSDB para o então governador de São Paulo, João Doria, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, tenta se vender como pré-candidato à Presidência da República pelo PSD, sigla à qual é recém-filiado. Diferentemente do PSDB, onde passou mais de 20 anos, Leite não é um “presidenciável natural”, por assim dizer. É um político recém-chegado em um partido que, além de não ter histórico de lançar candidatos viáveis, compõe o que pode se chamar de “Centrão raiz”: faz acordos com quem quer que esteja no poder com o objetivo de se fortalecer e garantir a reeleição dos seus. 

 

5x0: STF derruba decisão da Câmara - Com o voto da ministra Cármen Lúcia ontem, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) chegou à unanimidade para derrubar parcialmente uma resolução da Câmara dos Deputados que visava suspender a ação pe nal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) no caso da trama golpista. Ramagem continuará, com a decisão, a responder por três dos cinco crimes pelos quais foi de nunciado: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. Os ministros também julgaram que a parte do processo relacionada a outros dois delitos, que teriam ocorrido após a diplomação de Ramagem como deputado, em dezembro de 2022, ficará suspensa. Isso significa que Ramagem não responderá, durante o mandato, pelos crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, relacionados ao 8 de janeiro. O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no entanto, voltará a responder por eles quando chegar ao fim o período de exercício no cargo. 

 

Melhor que nada - No governo e na oposição, muitos avaliam que é melhor ter uma lei que sirva para reforçar o discurso do Brasil durante a COP30 do que ficar com esse texto em suspenso. Ninguém nunca imaginaria que a frase do ministro da Casa Civil, Rui Costa, numa reunião tenha sido muito parecida com aquela dita pelo ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (Novo-SP) à coluna: “Melhor alguma coisa do que nada. Do jeito que está, não dá”.  

 

Hora de organizar o jogo - O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e deputados que estarão em Nova York vão aproveitar o tempo longe de Brasília para avaliar os próximos lances do jogo e buscar acordos. Na parte interna da Câmara, os temas que geram turbulência são inúmeros. Pedidos de CPIs, inclusive o relacionado à fraude do INSS, anistia. É preciso deixar um clima mais ameno na Casa para assegurar a votação da isenção do IR. Do jeito que está hoje, vai ser difícil.  

 

Deu água... - O governo dos Estados Unidos não tem respondido de forma positiva aos movimentos do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em busca de uma pressão mais incisiva que ajude seu pai a sair da inelegibilidade ou do risco de prisão. Até aqui, conforme relatos de aliados, tem sido tudo muito difícil de conseguir. Nem mesmo um convite formal e pessoal para que Jair Bolsonaro fosse à posse de Trump lá atrás, de forma que pudesse comprovar um assento de convidado no Capitólio, ao lado de empresários e embaixadores. Entre os bolsonaristas, tem muita gente dizendo que o prazo está se esgotando e o deputado ainda não cumpriu a missão. 

 

... mas ainda tem força - Eduardo é hoje o grande representante do CPAC Brasil, a conferência anual dos conservadores, e preside o Instituto Conservador Liberal (ICL), criado em 2019, bem como mantém laços com o governo Trump. Porém, os estadunidenses estão de olho por aqui para ver se a família Bolsonaro se manterá com a força na ala mais conservadora ou este posto mudará de mãos em 2026.  

 

União do setor - Associações do setor de biodiesel entraram como “amicus curiae” na ação do Ministério de Minas e Energia (MME) sobre o Renovabio. As três principais — Abiove, Aprobio, Ubrabio — ingressaram no Superior Tribunal de Justiça (STJ) com o pedido para atuarem na ação do governo que pretende suspender liminares contra metas do programa. As organizações do setor avaliam que as liminares têm permitido às distribuidoras de combustíveis descumprir metas de compra de Créditos de Descarbonização (CBIOs) dentro do programa, causando uma concorrência desleal. 

 

Onde está o problema - As instituições ligadas ao setor afirmam, com dados do MME, que distribuidoras de biodiesel beneficiadas com liminares intensificaram sua ampliação de mercado ante àquelas que cumprem o RenovaBio. Apenas uma delas cresceu 488% neste período. 

 

Recesso quase branco - Com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, na comitiva de Lula à China e o presidente da Câmara, Hugo Motta, na abertura do Lide Brazil Investment Forum, em Nova York, o Congresso terá pouco movimento esta semana. Vai ficar tudo para a segunda quinzena de maio. E olhe lá! 

 

Profissão necessária - O Congresso Nacional receberá iluminação verde na próxima semana em homenagem aos profissionais da enfermagem. A ação integra as celebrações da Semana da Enfermagem, entre os dias 12 e 20 de maio, e busca reconhecer a atuação essencial desses trabalhadores para a saúde pública brasileira. A cor verde foi escolhida por simbolizar esperança, saúde e cuidado — valores intrinsecamente ligados à prática da enfermagem.  

 

Que merece a homenagem - “É um gesto simbólico, mas de profundo significado. Representa o reconhecimento da sociedade ao compromisso e à dedicação dos profissionais da enfermagem, que estão na linha de frente do cuidado em todos os níveis de atenção à saúde”, afirma o presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Manoel Neri. 

 

E Marina ficou só - Passado o périplo de autoridades pela China e Estados Unidos esta semana, a ordem é partir para votar o projeto de licenciamento ambiental no Senado. A relatora na Comissão de Agricultura, senadora Tereza Cristina (PP-MS), e o relator na Comissão de Meio Ambiente, Confúcio Moura (MDB-RO), conseguiram acordo com a Casa Civil e com os ministérios dos Transportes, das Cidades, de Minas e Energia, além do aval do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Restou o do Meio Ambiente (MMA), da ministra Marina Silva, que não terá força para segurar a aprovação da proposta. Uma das maiores resistências do MMA é a licença por adesão ou compromisso para atividades de baixo impacto ambiental, e a divisão de atribuições de licenciamento com estados e municípios. O MMA considera que essa atribuição deve ser federal ou do Conselho Nacional de Meio Ambiente. 

 

Kassab mira mais dois governadores - Depois de ter atraído dois governadores tucanos nos últimos meses –Raquel Lyra (PE) e Eduardo Leite (RS)--, o PSD de Gilberto Kassab planeja os próximos lances. O objetivo agora é "pedir música no Fantástico", trazendo o terceiro e último chefe de Executivo estadual do PSDB, Eduardo Riedel (MS). As conversas para sua filiação estão bastante adiantadas. Outro alvo é Paulo Dantas (MDB), de Alagoas, que tem dado sinais de que toparia a mudança. Na semana passada, um aliado do governador, o deputado federal Luciano Amaral, juntou-se ao partido de Kassab. 

 

CACs não recadastram 7.600 armas de uso restrito - Quase 7.600 armas de uso restrito adquiridas por CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) durante o governo Jair Bolsonaro (PL) —e equivalente a 15% do total— não foram cadastradas ou tiveram concluídos os processos obrigatórios de recadastramento na Polícia Federal. São fuzis, carabinas e pistolas cujo paradeiro não foi comprovado pelos proprietários à PF. Esse arsenal pode, inclusive, estar em circulação nas mãos do crime organizado, segundo alerta de especialistas —eles dizem ver morosidade do governo Lula (PT) para uma ação efetiva de localização das armas. Portaria publicada pelo governo Lula, à época em que o Ministério da Justiça e Segurança Pública era comandado por Flávio Dino, determinou que todas as armas devem ser cadastradas no sistema da PF. As de uso restrito precisam passar por uma segunda etapa, devendo ser apresentadas pelo proprietário à autoridade policial. A medida buscou retomar o controle sobre as armas adquiridas durante o governo Bolsonaro, que incentivou o armamento da população, ampliou o acesso a calibres mais potentes e enfraqueceu os mecanismos de fiscalização. 

 

Fiador do presidente - O presidente Lula ampliou o poder do senador Davi Alcolumbre para fortalecer a base governista e conter a oposição no Congresso. Alcolumbre, que se destaca na articulação política, tem influenciado nomeações ministeriais e em estatais, além de mediar negociações sobre anistia a golpistas do 8 de janeiro. A parceria visa estabilidade política e trocas de apoio estratégico entre executivo e legislativo. 

 

Bíblia, boi e bola: Cunha mira MG - Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, concentra esforços em Minas Gerais, considerando candidatura a deputado federal em 2026. Após quatro décadas no Rio, ele investe em estações de rádio, como a Rádio Maravilha em Uberaba, patrocina o Uberaba Sport Club e participa de cultos evangélicos e leilões de gado. Cunha busca criar raízes políticas fora do Rio, onde sua filha é deputada, e avalia entre Minas e São Paulo para sua candidatura. 

 

PSDB pode perder seu único governador - O PSDB enfrenta uma crise com a saída de Eduardo Leite para o PSD, ameaçando perder o governador Eduardo Riedel (MS) e 30 prefeitos gaúchos. Riedel, alvo de sondagens do PSD e PL, avalia cautelosamente seu futuro, sem previsão de anúncio imediato. A esperada fusão PSDB-Podemos fracassou, enfraquecendo a sigla. No RS, o grupo de Leite pode esvaziar um dos últimos bastiões tucanos no Brasil. 

 

Ministro Mário França planeja disputar governo de SP - Mário França, ministro da Infraestrutura, expressa desejo de concorrer ao governo de São Paulo em 2026, destacando a ausência de candidatos na esquerda. Ele menciona apoio do PT à sua candidatura e discute desafios contra Tarcísio de Freitas, atual governador e potencial candidato à presidência. França critica privatizações de Tarcísio e enfatiza a necessidade de uma candidatura mais ampla à esquerda.