Conflito entre Israel e Irã segue no segundo dia; entenda o que se sabe até o momento sobre ataque

Conflito entre Israel e Irã segue no segundo dia; entenda o que se sabe até o momento sobre ataque

Conflito entre Israel e Irã segue no segundo dia; entenda o que se sabe até o momento sobre ataque

Bombardeios contra o Irã atingiram usina nuclear e mataram importantes chefes militares e cientistas. O Irã respondeu com mísseis balísticos que caíram em Tel Aviv

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Redação[email protected]

 

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Imagem mostra escombros de um local em Israel atingido por um míssil disparado do Irã

Legenda: Equipes de emergência israelenses inspecionam um local atingido por um míssil disparado do Irã perto de Tel Aviv em 14 de junho de 2025

Foto: Gil Cohen-Magen/AFP

O ataque militar em larga escala de Israel ao Irã, na noite de quinta-feira (12), e a resposta do regime teocrático em seguida, com o lançamento de uma série de mísseis em território israelense, inauguraram uma nova fase no confronto entre os dois países. Mas, o que se sabe até o momento sobre esse conflito?

O confronto estourou quando Forças de Defesa de Israel atingiram dezenas de alvos no Irã, na quinta. Explosões foram registradas em Teerã e em outras cidades do país. O objetivo da operação, segundo os militares israelenses, era impedir o avanço do programa nuclear iraniano, já que o regime iraniano havia ameaçado Israel e Estados Unidos, ao afirmar que os países iriam "pagar caro". 

 

 

O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, disse que Israel receberia "um destino amargo". Após a segunda ofensiva das forças israelenses, o Irã lançou centenas de mísseis balísticos. Alguns deles atingiram Tel Aviv e furaram o sistema de defesa do país rival.

O bombardeio sofrido pelo Irã pode ser considerado o mais significativo desde a guerra com o Iraque na década de 1980, já que o país teve instalações nucleares atingidas e dois dos principais comandantes militares mortos, além de cientistas nucleares de alto escalão.

 

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O revide ocorreu em forma de mísseis balísticos que caíram em alvos civis de Tel Aviv e Jerusalém e obrigaram a população israelense a se refugiar em bunkers. 

Qual a origem do conflito entre Israel e Irã?

A rivalidade entre os países é descrita como uma "guerra nas sombras" e foi intensificada após a Revolução Islâmica de 1979 no Irã. Antes, as relações eram cordiais, e o Irã foi o segundo país islâmico a reconhecer Israel.

Com o regime dos aiatolás foi imposta uma república islâmica no Irã que se apresentava como defensora dos oprimidos e tinha como principais marcas a rejeição ao "imperialismo" americano e a Israel. Houve rompimento de relações com Tel Aviv. 

O novo governo iraniano também cedeu a embaixada israelense à Organização pela Libertação Palestina (OLP), que então liderava a luta por um Estado palestino.

Além disso, com o passar do tempo, Israel passou a ver o Irã como uma ameaça devido ao programa nuclear e ao financiamento de grupos como Hamas e Hezbollah. A guerra em Gaza e ataques mútuos a oficiais e instalações já haviam escalado a tensão entre os países.

O que fez Israel atacar o Irã?

O ataque na última quinta-feira, segundo Israel, foi uma ação preventiva para remover uma "ameaça iminente" representada pelo Irã, que estaria prestes a obter uma arma nuclear.

No Brasil, a Embaixada de Israel acusou o Irã de ser o “principal patrocinador do terrorismo global” e uma “ameaça existencial” ao Estado israelense. A Embaixada diz que o regime iraniano quer aniquilar o Estado de Israel por meio de um extenso programa de armas nucleares.

 

Israel também alegou que o Irã acumula grandes quantidades de urânio enriquecido para nove bombas nucleares, e que um terço desse urânio foi enriquecido nos últimos três meses. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel não permitiria que o Irã obtivesse armas de destruição em massa.

 

O cenário envolve o desgastado primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que tenta recuperar pontos com a opinião pública israelense, que desde a Revolução Islâmica convive com a ameaça de aniquilamento alardeada pelo Irã. Netanyahu justificou o ataque como solução para impedir que o programa nuclear do país produzisse uma bomba atômica.

Quais alvos foram atacados?

Na ação das Forças Militares de Israel atacaram dezenas de alvos militares e nucleares em diferentes regiões do Irã.

O principal deles foi a usina de Natanz, considerada o centro do programa de enriquecimento de urânio do Irã. Outro ponto atingido foi um aeroporto militar em Tabriz, no noroeste. 

O serviço secreto israelense realizou ainda ataques infiltrados de drones para enfraquecer as defesas aéreas iranianas antes dos bombardeios aéreos.

Quem são os mortos?

No ataque, foram confirmadas as mortes do chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e do chefe das Forças Armadas do país, Mohammad Bagheri.

Hossein Salami era uma das figuras mais poderosas do setor militar iraniano. Ele foi veterano da guerra Irã-Iraque dos anos 1980. 

Já Mohammad Bagheri era o principal líder militar do Irã, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas desde 2016. Ele também esteve envolvido no comando das operações e estratégias militares do Irã, incluindo o programa de mísseis balísticos.

Além deles, dois cientistas nucleares, Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoon Abbasi, também foram mortos.

O Irã respondeu ao ataque?

Na sexta-feira (13), um dia após o ataque inicial israelense, o Irã lançou centenas de mísseis balísticos. Alguns deles atingiram Tel Aviv, furando o sistema de defesa israelense 

Segundo autoridades israelenses, o Irã inicialmente lançou 100 drones contra o país em resposta aos bombardeios. O líder supremo do país, Ali Khamenei, descreveu o ataque de Israel como uma "declaração de guerra" e pediu ao Conselho de Segurança da ONU para tratar a questão imediatamente.

Já o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que o país começou a se preparar para uma retaliação nos próximos dias, com o possível lançamento de mísseis e drones. O governo também enviou alertas para que a população fique próxima de abrigos em caso de ataque.