Manchetes de domingo

Manchetes de domingo

 

Resumo de domingo - 04 de dezembro de 2022 

 

Edição de Chico Bruno  

Manchetes 

 

Valor Econômico – Não circula hoje

 

CORREIO BRAZILIENSE – Lula assume controle da transição

 

FOLHA DE S.PAULO – Projeto de lobby abre brecha para voo a convite e sigilo

 

O GLOBO – Empresas têm dificuldade de preencher vagas menos qualificadas

 

O ESTADO DE S.PAULO – Um em cada dez empregos verdes do mundo está no Brasil

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Lula assume - Além das negociações em torno da PEC sobre o Bolsa Família, o presidente eleito pretende acelerar as conversas em torno da escolha dos próximos ministros. Hoje, antes de voltar a Brasília, o petista faz exames no Hospital Sírio Libanês. 

 

Permissividade - O projeto de regulamentação do lobby aprovado na Câmara dos Deputados na semana passada, após 15 anos de debates, abre brechas que podem dificultar o combate à corrupção e a fiscalização de conflitos de interesses ou troca de favores. Segundo entidades da sociedade civil que exercem a atividade ou monitoram a transparência do poder público, o texto tem lacunas que podem permitir, por exemplo, oferta de voos em jatinhos. Outro problema é a possibilidade de sigilo de documentos trocados entre lobistas e agentes públicos. Um grupo de mais de 50 entidades —dentre as quais estão Transparência Internacional, Pacto pela Democracia e Observatório do Clima— chegou a enviar sugestões de alteração, mas afirma que nenhuma foi acatada. "Acho que o texto ficou bom", disse o relator Lafayette de Andrada (Republicanos-MG). O texto ainda precisa passar pelo Senado, onde pode sofrer alteração.

 

Vagas abertas - A taxa de desemprego entre brasileiros de 18 a 24 anos é quase o dobro da média, mas empresas têm dificuldades de preencher vagas de baixa qualificação, porta de entrada dos jovens no mercado de trabalho. Contratar um operador de máquinas pode levar cem dias, dizem os recrutadores. O problema é mais crítico no setor de serviços, que demanda relacionamento com o público. Especialistas apontam que jovens tiveram ensino e interação social limitados pela pandemia.

 

Emprego verde - O vasto potencial das energias solar e eólica, do hidrogênio verde e dos créditos de carbono pode ser um dos principais indutores de crescimento do Brasil nos próximos anos. Hoje, o país responde por 10% de todos os empregos verdes no mundo  e é o segundo colocado entre os maiores empregadores da indústria de biocombustíveis, solar, hidrelétrica e eólica. O mercado brasileiro perde apenas para o da China, que tem 42% dos 12,7 milhões de postos de trabalho do setor, segundo a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena). A expectativa é de que, até 2030, as energias renováveis criem 38,2 milhões de empregos globalmente. Os cálculos levam em conta uma transição energética ambiciosa e investimentos para reduzir o aquecimento global.

 

Terceira via busca sobrevivência -  Com as atenções pós-eleição voltadas para a formação do novo governo e o futuro político do bolsonarismo, os partidos de centro que tentaram quebrar a polarização sem sucesso preparam os primeiros acordes neste final de ano. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, assume a presidência do PSDB com a missão de reconstruir a legenda devastada pelas disputas entre Minas e São Paulo, em que os dois grupos perderam. Com o MDB de Simone Tebet aliado a Lula e a senadora prestes a encerrar o mandato, os tucanos consideram que ainda têm combustível para uma projeção futura.  Só tem um probleminha: Se as novas forças tucanas repetirem a disputa interna que devastou o partido nos dois maiores colégios eleitorais do país, o que resta hoje do PSDB terminará engolido por outras legendas.

 

MPE opina pela aprovação de contas da campanha de Lula - O vice-procurador-geral Eleitoral Paulo Gonet opinou a favor da aprovação das contas da campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). A manifestação do Ministério Público Eleitoral (MPE) é praxe nos julgamento de contas e foi enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a quem cabe julgar as contas dos candidatos. Segundo Gonet, a campanha apresentou todos os documentos necessários para dissolver supostas incoerências apontadas inicialmente pela Assessoria de Exame de Contas Eleitorais Partidárias do TSE (Asepa/TSE). “Não havendo irregularidade a ser sancionada, o Ministério Público Eleitoral sugere a aprovação das contas apresentadas por Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho”, escreveu o vice-procurador-geral Eleitoral em seu parecer. Ao todo, a campanha de Lula gastou R$ 131,3 milhões, segundo dados apresentados à corte. A maior parte dos recursos, R$ 122 milhões, saiu do fundo eleitoral.  

 

Preocupação de Lula com Sebrae - O Sebrae, órgão de suporte a micro e pequenas empresas do Sistema S, deverá ser foco de discórdia política para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já nos primeiros meses de 2023. O bolsonarista Carlos Melles foi reconduzido ao cargo de diretor-presidente da instituição, que é vista pelo petista como peça importante na sua interlocução com o empresariado. A aposta de petistas é a de que o conselho do Sebrae, que passará a ter membros indicados pelo presidente eleito em 2023, fará articulação para derrubar Melles antes de março. O governo federal tem 5 das 15 cadeiras do conselho e é a instância que elege o presidente do Sebrae. Lula enfatizou durante a campanha a sua atenção ao setor, apontando que as leis que criaram a figura do MEI (microempreendedor individual) e do Simples Nacional foram editadas em seu governo, durante o qual ele colocou um de seus aliados mais próximos, Paulo Okamotto, no comando do Sebrae. Ciente dos riscos, Melles buscou o governo de transição, mas não teve retorno positivo. Como adiantou o Painel, Geraldo Alckmin (PSB) enviou uma carta ao Sebrae pedindo o adiamento da votação, mas não foi atendido.

 

Alckmin se reúne com cotado para Agricultura - Coordenador do governo de transição, Geraldo Alckmin (PSB) recebeu o ex-deputado Nilson Leitão (PSDB) para reunião na semana passada. Cotado para ser ministro da Agricultura, o ex-presidente da bancada ruralista é próximo do vice-presidente eleito, que, segundo aliados, diz ver nele uma forma de aproximar o PSDB e o agronegócio do futuro governo Lula (PT). Leitão foi líder do PSDB na Câmara e coordenou campanhas presidenciais de Alckmin no Mato Grosso. Procurado pela coluna, Leitão não quis comentar o encontro com o ex-governador de São Paulo. Leitão é presidente do IPA (Instituto Pensar Agro), que assessora a bancada ruralista no Congresso, e deve continuar à frente do órgão após mudança no estatuto que contou com apoio de 45 das 48 associações integrantes. O resultado foi visto como demonstração de força do tucano junto ao setor. Encontros de Leitão com Baleia Rossi nas últimas semanas também repercutiram no circuito do agro. O presidente do MDB diz que ele seria um ótimo nome para a pasta.

 

Moro perde mais uma - A Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) anulou na sexta-feira (2) a sentença do ex-juiz Sergio Moro (União-PR) contra o ex-vice-presidente da Câmara, André Vargas. O então petista foi condenado em 2015 a 14 anos e quatro meses de prisão por ter recebido ao menos R$ 1,1 milhão de um esquema de repasse de dinheiro da agência de publicidade Borghi/Lowe. No recurso apresentado, os advogados Marco Aurélio de Carvalho, Michel Saliba, Juliano Breda, João Paulo Cunha e Vicente Cândido pediram para o STF reconhecer a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba, devido a falta de relação entre os fatos e o esquema de corrupção na Petrobras e a Operação Lava Jato. O STF acatou o pedido, declarou nulos os atos de Sergio Moro e enviou o processo para a Justiça Federal do Distrito Federal. Em 2013 e 2014 André Vargas (PR) foi vice-presidente da Câmara dos Deputados, um dos cargos mais importantes da República. Forçado a se desfiliar às vésperas da campanha pela reeleição de Dilma Rousseff, hoje ganha a vida produzindo pitaias em um sítio em Ibiporã, cidade vizinha a Londrina.

 

Luta por influência expõe divergências na frente ampla de Lula - O GLOBO mapeou pelo menos seis pontos conflituosos nos grupos técnicos, que vão desde divergências sobre agendas de políticas públicas até embates sobre a alocação de órgãos e o desenho de ministérios. Os pontos de atrito envolvem desde a agricultura e o meio ambiente em torno da entrada de agrotóxicos no país, até a destinação do Conselho de Fiscalização das atividades financeiras (Coaf), que divide o grupo anticorrupção. Também não há consenso, por exemplo, sobre o formato da estrutura que será criada para tratar das questões relacionadas aos povos indígenas. Grupos de agricultura e meio ambiente lideraram um dos principais confrontos. Projetos que deveriam estar em pauta no Congresso se opõem aos integrantes das duas equipes. Uma delas, que trata da entrada de agrotóxicos no país, já mobilizou na semana passada uma reação do GT voltado para a agenda ambiental. O projeto estava prestes a ser votado na Comissão de Agricultura do Senado, até que as ex-ministras Marina Silva e Izabella Teixeira entraram em campo e articularam o adiamento da votação do “PL do veneno”, como é chamado pelos ambientalistas. - Não tem mais tempo para votar este ano. O projeto é de modernização da agricultura sustentável, defendido pelo deputado federal Neri Geller (PP-MT), que compõe o grupo de agricultura e é um dos autores da proposta.

 

‘Revogaço’ esbarra em negociação com Congresso - Debatida antes mesmo da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, a lista de revogações de medidas adotadas pelo governo Jair Bolsonaro abrange áreas como desarmamento, educação, saúde, ambiente e economia. São regras editadas ao longo dos últimos quatro anos que, a partir de 2023, podem ser anuladas ou substituídas com uma canetada do presidente eleito. A extensão do “revogaço”, porém, dependerá de negociação com o novo Congresso. Parlamentares de oposição querem ser chamados para tratativas. Em café da manhã na casa do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na quarta-feira passada, integrantes da chamada “bancada da bala” disseram que estão atentos à pretendida mudança na política armamentista de Bolsonaro. Eles ameaçam resistir. “Não será da maneira como Lula acha que vai (ser). Temos um Congresso conservador e não vai prosperar um revogaço”, afirmou o deputado federal eleito Alberto Fraga (PL-DF), político próximo de Bolsonaro que volta à Câmara na próxima legislatura. O encontro dos deputados com Lira ocorreu horas antes de o presidente da Câmara se reunir com Lula. O petista passou a semana em Brasília em articulações para construir a base do governo. Lula conversa com líderes do MDB, PSD e União Brasil para tentar atraí-los e anunciou apoio à reeleição de Lira, o que abre diálogo também com o PP.

 

Habilidoso - Hábil negociador político e nome forte para comandar o Ministério da Defesa na futura gestão Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro “abre portas” ao setor privado em órgãos do governo. O ministro aposentado presta, ainda, consultoria a empresas com interesses na Corte em que atuou por mais de dez anos. Múcio entrou no ramo após deixar o TCU – em aposentadoria antecipada, em dezembro de 2020. No mês seguinte, abriu a Jmmf Consultoria Ltda, com capital de R$ 10 mil, em uma sala comercial na Asa Norte, em Brasília. No registro, consta a atividade de “consultoria em gestão empresarial”. Em fevereiro deste ano, inaugurou uma filial em um edifício comercial no Recife. Ao Estadão, Múcio afirmou que a consultoria faz “engenharia política” para clientes. “Eu uso meu network de 40, 50 anos de política e abro portas, marco para a pessoa ser recebida”, afirmou. Ele rechaça a pecha de lobista: “Lobby é se eu cobrar por êxito. Eu não cobro por êxito. Eu não tenho premiação”.

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