General Girão vai depor na Polícia Federal

General Girão vai depor na Polícia Federal

General Girão vai depor na Polícia Federal

Charge: Miguel Paiva

Por Altamiro Borges

O deputado federal General Girão (PL-RN), famoso por suas bravatas fascistoides, ainda vai pagar pela língua destrambelhada. Nesta semana, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Polícia Federal a ouvir o fascista no âmbito do inquérito que investiga as ações terroristas do 8 de janeiro em Brasília.

Segundo postagem do site Metrópoles, “Moraes abriu inquérito para apurar se o deputado incitou os atos golpistas depois de um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O ministro também solicitou uma investigação para verificar se o político cometeu crime contra o Estado Democrático de Direito e praticou associação criminosa. O magistrado deu 10 dias para que o deputado preste o depoimento. O prazo começou a ser contado a partir de segunda-feira (25), data da publicação da autorização da oitiva”.

General Girão é investigado por incitar atos golpistas e tentar descredibilizar o resultado das eleições de 2022 e a vitória de Lula. No pedido para a abertura do inquérito, a PGR alega que o deputado fez postagens nas redes digitais em que “se verificam uma reiterada tentativa de descrédito da Justiça Eleitoral e de disseminação de notícias fraudulentas... Necessário apurar, portanto, todos os contornos eventualmente criminosos das condutas indicadas nos autos e se as postagens do requerido tiveram influência nos atos do dia 8 de janeiro”.

Deputado parecia ciente dos atentados golpistas

Em reportagem publicada em meados de julho, o Estadão demonstrou que o parlamentar do PL potiguar esteve diretamente envolvido nas ações golpistas deflagradas após a derrota de Jair Bolsonaro no pleito presidencial. Com base na investigação da Polícia Federal, o jornal afirmou que o deputado “parecia estar ciente de que algo importante para ele e seus seguidores estava prestes a acontecer” na véspera dos atos terroristas em Brasília.

“Os investigadores alegaram que Girão incitava a violência muito antes do 8 de janeiro sendo importante ‘considerar seriamente a possibilidade’ de cometimento de quatro crimes por parte do deputado: associação criminosa, incitação ao crime, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado... No centro da investigação estão uma série de publicações feitas por Girão entre 8 de novembro de 2022 e 10 de janeiro de 2023”.

A reportagem revelou que o braço do Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte já havia entrado com uma ação contra o deputado na esfera civil, pedindo indenização de R$ 5 milhões por danos morais pelo estímulo a atos antidemocráticos no Estado. “Depois de verificar o conteúdo das manifestações do deputado, os investigadores levantaram a suspeita de Girão ter incitado a hostilidade entre as Forças Armadas e as Instituições. A PF citou o discurso feito em dezembro pelo parlamentar no acampamento golpista montado em Natal, destacando que, ‘menos de um mês antes da tentativa de golpe de Estado, há uma clara antecipação do que estava por vir’ em janeiro, com ‘referência a um presente trazido pelo Papai Noel’”.