Qual era o papel de Carlos Bolsonaro no esquema de espionagem ilegal da Abin, segundo a PF

Qual era o papel de Carlos Bolsonaro no esquema de espionagem ilegal da Abin, segundo a PF

 

Qual era o papel de Carlos Bolsonaro no esquema de espionagem ilegal da Abin, segundo a PF

 

O relatório final da Polícia Federal (PF) sobre o esquema de espionagem ilegal montado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) aponta o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o “idealizador” da estrutura paralela.

 

A investigação foi tirada do sigilo pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira, 18. As mais de mil páginas detalham como o esquema estava organizado, e apontam Carlos como o destinatário final das informações obtidas com a ação clandestina.

Procuradas, as defesas do ex-presidente e do vereador ainda não se manifestaram.

 

Conforme testemunhas, o vereador idealizou a “inteligência paralela”, composta inicialmente por um delegado e três agentes, por não confiar nas estruturas oficiais, ou seja, na própria Abin.

Segundo a PF destaca, Carlos assumiu ser responsável por gerenciar as redes sociais do pai, meio pelo qual desinformações eram divulgadas para manter os ânimos de uma possível quebra democrática acesos, além de disparar uma série de ataques a opositores.

Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e Jair Bolsonaro (PL) são alvo de inquérito sobre espionagem ilegal na Abin. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

O inquérito aponta que a assessora do vereador, Luciana de Almeida, solicitou “ajuda” a Alexandre Ramagem, então diretor-geral da Abin, em relação a inquéritos que, segundo a comunicação, envolviam o “PR e 3 filhos”.

Arquivos sigilosos utilizados em uma live de Bolsonaro, em agosto de 2021, foram recebidos por essa assessora via WhatsApp. Na transmissão, o então presidente apresentou alegações falsas já desmentidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre fraudes em urnas eletrônicas.

 

Entre os seis núcleos atribuídos pela investigação no comando da estrutura de espionagem, Bolsonaro e o filho vereador integravam o “núcleo político”, descrito no relatório como formado por “sujeitos que eram os principais e responsáveis pelas ações realizadas posto que figuravam como os beneficiários diretos das ilicitudes praticadas”.