Anderson Torres será indiciado como “mentor” de plano para tirar votos de Lula

Anderson Torres será indiciado como “mentor” de plano para tirar votos de Lula

Anderson Torres será indiciado como “mentor” de plano para tirar votos de Lula

Polícia Federal apura se Jair Bolsonaro tinha conhecimento das operações, arquitetadas dentro do Ministério da Justiça

Rodrigo Rangel

 atualizado 29/04/2023 12:25

Ex-Ministro da Justiça, Anderson TorresIgo Estrela/Metrópoles

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres vai ser indiciado pela Polícia Federal na investigação que apura os bloqueios feitos pela Polícia Rodoviária Federal em rodovias do Nordeste no dia do segundo turno das eleições presidenciais do ano passado.

Torres deverá prestar depoimento no próximo dia 8. Ele seria ouvido na última segunda-feira, mas o interrogatório foi adiado. Os advogados do ex-ministro, que está preso desde 14 de janeiro por supostamente ter facilitado os atos golpistas de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes, alegam que ele passa por graves problemas psicológicos.

Mentor da blitz

Os investigadores que atuam no caso das operações nas rodovias nordestinas estão convictos de que Torres foi uma espécie de mentor da operação, que teria sido planejada meticulosamente para dificultar o comparecimento de eleitores às seções de votação em regiões onde, no primeiro turno, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva havia tido bom desempenho.

O objetivo seria, por óbvio, impedir votos no petista e, assim, favorecer Jair Bolsonaro, de quem Anderson Torres era homem de confiança.

As provas

A apuração da Polícia Federal já reuniu fartas evidências de que as operações foram arquitetadas dentro do Ministério da Justiça. Há várias provas, por exemplo, de que auxiliares diretos de Torres fizeram levantamentos minuciosos que serviram para apontar onde exatamente os bloqueios deveriam ser realizados.

Há também indicações de que ele se empenhou pessoalmente, na condição de ministro, na organização dos bloqueios. Um deles é o fato de Torres ter ido à Bahia para pedir ao chefe local da Polícia Federal que auxiliasse a PRF nas operações nas estradas — o pedido foi negado.

Apuração mira Bolsonaro

A investigação apura se Jair Bolsonaro tinha conhecimento do plano — e se chegou a dar aval para que ele fosse colocado em prática.